Não é verdade que a polícia descobriu uma “fazenda de celulares” no interior de São Paulo que gerava engajamento para o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Além de a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) ter desmentido o boato, os aparelhos que aparecem no vídeo compartilhado pelas peças enganosas são de uma empresa localizada no Vietnã.
Os posts desinformativos acumulavam centenas de curtidas no Instagram e de compartilhamentos no Facebook. As publicações também circulam no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
Polícia descobre fazenda de celulares no interior de SP. Tá explicado porque o deputado chupetinha tem milhões de engajamento

A SSP-SP negou ao Aos Fatos ter descoberto uma “fazenda de celulares” — local que reúne centenas de aparelhos conectados para gerar engajamento para sites e contas nas redes — de propriedade do deputado federal Nikolas Ferreira. Segundo a secretaria, não houve registro de nenhuma ocorrência similar no estado.
Por meio de busca reversa, a reportagem verificou que o registro original (veja abaixo) do vídeo compartilhado pelas peças de desinformação foi publicado em maio no TikTok pela Box Phone Farm, empresa localizada no Vietnã que alega vender “serviços de automação”.
@shop_boxphonefarm Rent boxphonefarm remote control anywhere #boxphonefarm #boxphone #phonefarm #phonebox #phonefarming ♬ nhạc nền - BestMoon_boxphonefarm
São recorrentes nas redes publicações que usam o nome de Ferreira para disseminar desinformação. Na última quarta-feira (3), Aos Fatos mostrou que a imagem do parlamentar estava sendo usada em um vídeo gerado por IA para aplicar um golpe que pedia doações para crianças vítimas do conflito entre Irã e Israel.
Esta peça de desinformação também foi desmentida pela Reuters.
O caminho da apuração
Para verificar a autenticidade do vídeo, Aos Fatos realizou uma busca reversa de imagens. O material original foi localizado em uma conta no TikTok pertencente à Box Phone Farm, empresa vietnamita especializada em automação de dispositivos. O conteúdo havia sido publicado meses antes do início da circulação da peça desinformativa no Brasil.
Além disso, a equipe entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) para apurar se havia qualquer registro relacionado à suposta operação.




