É falso que partido de André Ventura venceu eleições em Portugal

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Não é verdade que o Chega, partido de extrema direita liderado pelo deputado André Ventura, venceu as eleições em Portugal. Quem saiu vitorioso do pleito do último domingo (18) foi a coligação de centro-direita Aliança Democrática. Os posts que fazem a alegação enganosa compartilham um vídeo antigo em que Ventura diz que não deixará Lula entrar em Portugal, caso se torne primeiro-ministro.

As peças de desinformação somavam 12 mil curtidas no Instagram, 1.100 compartilhamentos no X e milhares de visualizações no Kwai até a tarde desta segunda-feira (19).

André Ventura vence em Portugal

Frame de vídeo mostrando André Ventura, político português, discursando em um palanque. Ele está de terno escuro, camisa branca e gravata verde, falando ao microfone com o dedo indicador levantado. No topo da imagem, há um texto em caixa alta: ‘André Ventura vence em Portugal’ acompanhado de um emoji surpreso e da bandeira de Portugal. Na parte inferior da imagem, aparece a legenda: ‘Nós não vamos deixar que entre em Portugal’.

Posts nas redes mentem ao alegar que o deputado André Ventura, do Chega, venceu as eleições e foi escolhido como primeiro-ministro de Portugal no último domingo (18). No país, os eleitores votam em partidos, e não em candidatos específicos. Quem ganhou o pleito foi a coligação de centro-direita Aliança Democrática, do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro.

As peças de desinformação compartilham junto da informação enganosa uma gravação em que Ventura afirma que irá proibir o presidente Lula (PT) de entrar em Portugal, caso seja escolhido como primeiro-ministro. Por meio de busca reversa, Aos Fatos verificou que o registro é de março de 2024.

Os resultados do pleito apontam que a coligação Aliança Democrática obteve 89 das 230 cadeiras do parlamento. Em seguida no ranking aparece o Partido Socialista, com 58 cadeiras, e o Chega, que também elegeu 58 representantes.

Caso seja escolhido pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, para continuar no cargo, Luís Montenegro terá que formar alianças para governar o país. O primeiro-ministro já sinalizou, no entanto, que não fará aliança com o Chega, sigla que classificou como "inapta para governar".

Luís Montenegro foi deposto em março deste ano após o presidente português dissolver o parlamento e convocar novas eleições. A dissolução ocorreu após uma moção de confiança do governo ter sido rejeitada pelo Parlamento em razão do envolvimento do primeiro-ministro em acusações de conflitos de interesse.

O caminho da apuração

Aos Fatos verificou o resultado das eleições gerais realizadas no último domingo (18) em Portugal e contextualizou a checagem com informações sobre o pleito.

Por meio de busca reversa de imagens, também verificamos que o vídeo compartilhado pelas peças de desinformação é antigo e não tem relação com as atuais eleições.

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