É falso que Lula disse que vai censurar padres e pastores se for eleito presidente

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Um vídeo editado circula em postagens nas redes sociais para fazer crer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que, se eleito neste ano, vai conversar com o STF (Supremo Tribunal Federal) para censurar padres e pastores (veja aqui). No trecho da gravação original, feita durante um discurso em Natal (RN) no ano passado, o petista critica a participação de militares da ativa no governo e afirma que irá impor limites à prática caso retorne ao Palácio do Planalto em 2023.

A montagem reunia ao menos 9.900 compartilhamentos no Facebook nesta terça-feira (4) no Facebook. No TikTok, a desinformação já foi compartilhada pelo menos 29.000 vezes.


Selo falso

Depois de dizer que vai censurar a mídia, assim como já faz hoje em dia o Supremo Tribunal Federal, TSE e a CPI da pandemia, o ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva afirmou durante uma palestra que, se ganhar as eleições de 2022, vai censurar também os religiosos. É isso mesmo. Ele disse que hoje em dia já conversa com o padre de pastores, mas que se ganhar vai conversar com o chefe do Supremo Tribunal Federal pra que ele imponha limites aos religiosos, pra que coloque esses religiosos no lugar deles, segundo o Lula. Não acredita? Dá uma olhadinha nisso aí.

Não é verdade que o ex-presidente Lula afirmou que irá conversar com “o chefe do Supremo” para “perseguir os cristãos” caso seja eleito novamente à Presidência. O vídeo que circula nas redes sociais com esta alegação é uma montagem. Na gravação original, o petista afirma que, se retornar ao Palácio do Planalto, vai conversar com as Forças Armadas para limitar a participação de militares da ativa no governo federal.

O vídeo original foi gravado em 25 de agosto de 2021 durante um evento em Natal (RN). No trecho que agora circula manipulado, Lula disse que era questionado sobre como seria uma conversa sua com as Forças Armadas caso eleito e afirma que dialoga com os militares do mesmo modo que faz com outros eleitores, como “padres, pastores e ateus”.

Em seguida, ele afirma que, se eleito, iria conversar com as Forças Armadas como chefe supremo da instituição para dizer que militares não deveriam “se intrometer na política” (confira aqui e aqui).

“E tem gente que pergunta: mas Lula, você vai conversar com as Forças Armadas? Eu estou conversando com as Forças Armadas agora, com essa resposta que eu estou dando para você. Eu estou conversando com quem é das Forças Armadas, eu estou conversando com quem é do Ministério Público, eu estou conversando com quem é da Polícia Federal, eu estou conversando com quem é pastor, com quem é padre, com quem é ateu. Eu vou conversar com todo mundo enquanto povo brasileiro, enquanto eleitores. Se eu ganhar as eleições, aí eu vou conversar com os militares como chefe das Forças Armadas, como chefe supremo, para dizer qual é o papel deles: não é se intrometer na política, porque isso não está certo. Nem hoje, nem ontem, nem antes de ontem. Eles têm que entender que eles têm um papel importante na defesa da soberania brasileira e na defesa do bem estar do povo brasileiro. O que eles não podem é dar sustentação a um genocida que já é responsável por quase 600 mil mortes nesse país.”

No vídeo que circula nas redes sociais, uma mulher não identificada por Aos Fatos afirma que Lula disse que, caso seja eleito presidente em 2022, irá “censurar os religiosos” e “conversar com o chefe do Supremo (Tribunal Federal) para que ele imponha limites aos religiosos”, o que não foi dito pelo ex-presidente na ocasião.

Em 2021, Aos Fatos checou outra peça de desinformação que usou o mesmo vídeo editado para afirmar que Lula havia ameaçado igrejas.


Aos Fatos integra o Third-Party Fact-Checking Partners, o programa
de verificação de fatos da Meta. Veja aqui como funciona a parceria.

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