O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não disse que o agronegócio deve ser “eliminado da Terra”, como afirmam publicações nas redes sociais (veja aqui). Não há registro de que o petista tenha dito algo semelhante, e a sua assessoria nega a autoria da declaração. No documento lançado em junho que traz as diretrizes do programa de governo da candidatura de Lula, constam ações para impulsionar a agenda agropecuária.
Até esta sexta (5), a publicação enganosa acumulava cerca de 20 mil curtidas no Instagram e 2.000 compartilhamentos no Facebook. A peça também circula no WhatsApp, no qual não é possível estimar seu alcance (fale com a Fátima).
Agronegócio deve ser eliminado da Terra, diz Lula e MST.
Não há registro de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha dito que o agronegócio brasileiro “deve ser eliminado da Terra”. O Aos Fatos não encontrou nenhuma declaração semelhante do petista na imprensa ou em seus últimos discursos. Em nota, a assessoria de Lula negou a afirmação presente na postagem. O desmentido também foi publicado no site oficial do pré-candidato.
Nas diretrizes do programa de governo do petista, divulgadas em junho, as passagens relacionadas ao agronegócio citam incentivos ao setor:
- “Fortalecer a produção agrícola, nas frentes da agricultura familiar, agricultura tradicional e do agronegócio sustentável”;
- “Agregar valor à produção agrícola, com a constituição de uma agroindústria de primeira linha, de alta competitividade mundial, e fortalecer a produção nacional de insumos, máquinas e implementos agrícolas, fomentando o desenvolvimento do complexo agroindustrial”.
A alegação falsa surgiu a partir da distorção de um texto de opinião do articulista José Roberto Guzzo, intitulado “O que Lula fará ao agronegócio brasileiro, a pedido do MST”, publicado no jornal Gazeta do Povo no dia 1º de agosto. Guzzo opina que a relação do petista com o MST é danosa ao setor, mas não atribui ao ex-presidente a frase “agronegócio deve ser eliminado da terra”, como sites afirmaram posteriormente.
Essa peça de desinformação também foi checada pela Reuters e pelo Boatos.org.
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