Não é verdade que a loja do Carrefour de Porto Alegre em que João Alberto Freitas foi assassinado em 19 de novembro tenha sido fechada após protestos antirracistas que ocorreram no local, como alegam nas redes sociais. A rede de supermercados negou a informação em nota enviada ao Aos Fatos e relatos da imprensa mostram que a unidade foi reaberta nesta segunda-feira (23).
A peça de desinformação circula nas redes em algumas versões. A mais viral (veja aqui), no entanto, responsabiliza a candidata à Prefeitura de Porto Alegre Manuela D’Ávila (PCdoB) pelo fechamento. Ao todo, as publicações somavam mais de 10 mil compartilhamentos até a tarde desta quinta-feira (26) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação do Facebook (veja como funciona).
Carrefour da zona norte de Porto Alegre decide fechar as portas e demitir todos os funcionários (...).
Circula nas redes sociais a informação de que a unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre em que João Alberto Freitas foi espancado e morto no dia 19 de novembro teria sido fechada e seus funcionários, demitidos. Segundo as publicações, a ação teria sido resultado dos protestos antirracistas que ocorreram no local e em outras lojas da rede no país. O Carrefour, no entanto, negou a veracidade das informações em nota enviada ao Aos Fatos e disse que a unidade segue operando normalmente.
Como pode ser visto em relatos da imprensa, a loja onde o assassinato ocorreu foi reaberta na segunda-feira (23). As únicas informações sobre demissões são da nota sobre a morte de Freitas emitida pelo Carrefour no dia 20, que afirma que o funcionário no comando da loja seria demitido e que o contrato com a empresa responsável pela segurança do local, rompido.
Nesta quinta-feira (26), a rede decretou luto pela morte de Freitas e fechou todas as suas lojas até as 14h.
O caso. João Alberto Freitas foi espancado e morto por seguranças da empresa que presta serviços à rede Carrefour na noite da véspera do Dia da Consciência Negra. Segundo a polícia, o homem foi agredido por cerca de cinco minutos até ser solto pelos agentes e morrer no local. A agressão foi gravada e as imagens logo viralizaram nas redes sociais.
No mesmo dia da morte, cerca de 2.500 pessoas se reuniram na capital gaúcha. No final da manifestação, um pequeno grupo de manifestantes conseguiu invadir o estabelecimento e colocar fogo em produtos. Porto Alegre e outras cidades do país também foram palco de outras manifestações antirracistas nos dias que se seguiram. Uma delas teve participação de Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata à prefeitura da capital gaúcha.
Um tweet no qual a candidata convida o youtuber Felipe Neto para participar da manifestação do dia 21 vem sendo utilizado para criticá-la. Enquanto algumas publicações a consideram contraditória por defender o isolamento social e, ao mesmo tempo, convocar protestos, outros a culpam pelas consequências dos atos.