🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Dezembro de 2019. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que evento universitário causou surto de esquistossomose em São Carlos

Por Luiz Fernando Menezes

3 de dezembro de 2019, 15h16

Não houve caso notificado de esquistossomose relatado à Vigilância Epidemiológica de São Carlos (SP) durante e após o Tusca (Taça Universitária São Carlos), evento universitário ocorrido na cidade em meados de novembro. Segundo peças de desinformação que circulam nas redes (veja aqui), dezenas de jovens teriam sido infectados após dançarem em cima da lama — ou até ingeri-la — durante os jogos.

Os posts com as informações falsas já somavam ao menos 20 mil compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (3). Todos foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


FALSO

Boatos correm pelos corredores que os banheiro químicos estouraram e sim amigos, a lama em que vossos pezinhos de chinelo sambaram na vdd era cocô. 14 casos de esquistossomose kkk

Surto de esquistossomose em jovens universitários preocupa autoridades.

A 40ª edição do Tusca (Taça Universitária São Carlos), que reúne competições esportivas entre atléticas universitárias e shows de música, ocorreu entre os dias 14 e 17 de novembro em São Carlos (SP). Dias após o término do evento, passou a circular nas redes sociais um boato de que os universitários teriam contraído esquistossomose depois de terem dançado em cima da lama supostamente infectada após o vazamento de banheiros químicos.

O surto de esquistossomose, no entanto, não ocorreu. De acordo com a Vigilância Epidemiológica do Município de São Carlos, não houve nenhuma notificação de esquistossomose no município durante e após o evento.

Uma das versões do boato traz uma manchete supostamente publicada pelo site Brasil de Fato no dia 19 de novembro e produzida por Lu Sudré. A imagem, no entanto, é uma edição de uma matéria publicada pela repórter no portal sobre o desastre de Brumadinho (MG) em março de 2019.

O Brasil de Fato, inclusive, publicou uma nota de esclarecimento sobre o caso, dizendo que a reportagem sobre o surto de esquistossomose é falsa: “Não é a primeira vez que materiais falsos são atribuídos ao Brasil de Fato. Desta vez, porém, a adulteração se refere a um assunto extremamente grave, de saúde pública, por isso o veículo vem a público prestar este esclarecimento”.

O boato circulou em diversas versões. Em algumas, os universitários infectados seriam da USP, em outras, da Ufscar. Também há postagens que afirmam que a contaminação teria se dado durante os Jogos Jurídicos Estaduais 2019 de São Paulo.

Por fim, é necessário explicar que a transmissão da esquistossomose não ocorre por meio do contato com fezes infectadas. Conforme explicado pelo Ministério da Saúde, a doença tem um ciclo: primeiro, o indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes; esses ovos viram larvas que infectam caramujos que vivem na água doce; após quatro semanas, as larvas saem do caramujo e ficam na água, podendo, assim, infectar outras pessoas.

Referências:

1. Tusca.esp
2. Brasil de Fato (Fontes 1 e 2)
3. Ministério da Saúde


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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