É falso que Estados Unidos baniram testes RT-PCR a partir de 1º de janeiro de 2022

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Não é verdade que os Estados Unidos baniram os testes que usam o método RT-PCR para diagnosticar o novo coronavírus a partir de 1º de janeiro de 2022, como alegam postagens nas redes (veja aqui). Na verdade, o CDC (Centers for Disease Control), órgão de saúde do governo americano, recomendou aos laboratórios do país a adoção de um novo modelo de exame, também com a tecnologia RT-PCR, mas capaz de detectar os vírus influenza A e B além do novo coronavírus, para economizar tempo e recursos.

As publicações com o conteúdo enganoso somavam centenas de compartilhamentos nesta quarta-feira (5) no Facebook.


Selo falso

1. Urgente! Estados Unidos banem o teste RT-PCR a partir de hoje, 01/01/2022. O órgão americano conhecido como CDC, Centers for disease control and prevention, por sua DSL, Division of Laboratory Systems, excluiu o teste Covid RT-PCR para detecção do vírus. Segundo o CDC, ...

Circulam nas redes sociais publicações que afirmam que os Estados Unidos baniram o teste RT-PCR para detectar o novo coronavírus em 1º de janeiro deste ano. A alegação, no entanto, distorce o conteúdo de um comunicado feito em julho de 2021 em que o CDC, órgão de saúde dos EUA, recomendou aos laboratórios americanos a substituição de um teste específico (2019-nCoV), não de todos os testes para a doença que usam o método RT-PCR.

A autoridade indicou o uso de um novo exame, chamado CDC Influenza SARS-CoV-2 (Flu SC2) Multiplex Assay, que também usa a tecnologia RT-PCR, mas tem a capacidade de identificar também, além do novo coronavírus, os vírus influenza A e B. Na ocasião, o CDC avisou que solicitaria à FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de medicamentos e alimentos dos EUA) que o teste 2019-nCoV, capaz de detectar somente o novo coronavírus, fosse retirado da lista de exames com autorização de uso emergencial.

Isso indica, na prática, que apenas o 2019-nCov seria aposentado em 31 de dezembro de 2021. Em agosto, o órgão informou que a decisão foi tomada visando uma economia de recursos e tempo, e não por uma suposta ineficácia do exame. Aos Fatos entrou novamente em contato com o CDC, que reiterou as informações.

O RT-PCR é o teste considerado “padrão-ouro” por autoridades sanitárias brasileiras, como a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e internacionais, como o ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças). O exame é capaz de detectar o material genético do coronavírus na fase aguda da doença – a partir do terceiro dia de sintomas – em amostra da mucosa da nasofaringe (nariz e garganta) obtida por meio de swab (cotonete).

Pouco depois de o CDC anunciar a recomendação do exame que identifica o novo coronavírus e os vírus influenza A e B, o Aos Fatos também checou uma peça de desinformação que alegava que a medida tinha sido tomada porque o RT-PCR seria ineficaz, o que é falso.


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Referências

  1. CDC (1, 2 e 3)
  2. ANS
  3. Anvisa
  4. ECDC
  5. UOL
  6. Aos Fatos

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