Não é verdade que o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Ghebreyesus, afirmou que não recomenda a realização de Carnaval em 2022, como alegam postagens nas redes sociais (veja aqui). Além da entidade ter desmentido a existência da fala, Aos Fatos não encontrou registro de tal declaração do executivo. A OMS orienta de maneira geral que se evite grandes aglomerações, mas considera que a decisão de manter o calendário de festas populares deve ser tomada pelos próprios países.
Esta alegação enganosa acumulava mais de 25 mil compartilhamentos nesta segunda-feira (22) em posts no Facebook.
Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Ghebreyesus, disse não recomendar Carnaval em 2022. De acordo com a entidade, o executivo nunca orientou que se cancelasse o evento. Tampouco há registros de fala similar a essa na imprensa e nos discursos oficiais de Ghebreyesus.
A única menção a carnaval e pandemia de Covid-19 em conferências da OMS foi feita por outro membro da diretoria, Sylvain Aldighieri, em abril de 2021. Na ocasião, ele afirmou que os eventos realizados na América do Sul entre o final de 2020 e início de 2021 (Natal, Ano Novo, Carnaval e Páscoa) foram acompanhados do relaxamento das medidas sanitárias, o que levou a “um aumento de casos e mortes que poderia ter sido evitado”.
Em seu site, a OMS afirma que, “como cada aglomeração internacional é diferente, os fatores a serem considerados ao determinar se o evento deve ser cancelado também podem ser diferentes. Qualquer decisão de alterar um evento planejado deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e como eles podem ser gerenciados, e o nível de planejamento do evento”.
De maneira geral, a OMS recomenda ainda que países com transmissão comunitária - como o Brasil - devem considerar o adiamento ou redução de aglomerações com potencial para amplificar a doença. Em agosto de 2021 e no último dia 4 de novembro, a entidade publicou documentos em que afirma que grandes reuniões de pessoas, caso aprovadas pelas autoridades, devem aplicar medidas de proteção e prevenção para diminuir o risco de Covid-19, como uso de máscaras, distanciamento social e preferência por locais abertos.
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