🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que antigripais contenham substância mortal proibida pela Anvisa

Por Amanda Ribeiro

28 de janeiro de 2020, 14h07

Uma corrente que circula no WhatsApp desinforma ao sugerir que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) baniu recentemente a fenilpropanolamina, substância que estaria presente em 22 medicamentos, principalmente antigripais (veja aqui). Na verdade, foi há quase 20 anos que a agência reguladora proibiu a substância no país por conta de reações adversas, como hemorragias cerebrais.

A desinformação tem sido difundida por meio do WhatsApp, onde não é possível medir com exatidão o seu alcance, e foi enviada por leitores do Aos Fatos como sugestão de checagem (inscreva-se aqui). No Facebook, posts com a informação falsa reuniam ao menos 1.300 compartilhamentos nesta segunda-feira (27) e foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


FALSO

A substância fenilpropanolamina não está presente em 22 medicamentos comercializados hoje, principalmente antigripais, como afirma uma corrente que circula nas redes. Com informações antigas e descontextualizadas, o texto sugere que o composto, que causa efeitos fatais, foi banido apenas recentemente pela Anvisa. No entanto, a proibição da substância pela agência ocorreu há quase 20 anos por meio da Resolução RDC 96/2000.

Publicada no dia 8 de novembro de 2000, a resolução estabeleceu que os laboratórios teriam 30 dias para retirar os medicamentos de circulação no Brasil. Desde então, nenhum remédio com ela é vendido no Brasil. De maneira distorcida, no entanto, as informações sobre a proibição circula no Facebook desde 2010 e já foi desmentida pela Anvisa em 2017 por meio de nota divulgada em seu site.

A fenilpropanolamina fazia parte de medicamentos como descongestionantes nasais, antigripais e expectorantes até a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) constatar que ela estava relacionada a casos de hemorragia cerebral. Alguns anos depois, o composto também foi proibido no mercado americano.

Checagens similares da mesma desinformação foram feitas pelo Fato ou Fake no ano passado e pelo Boatos.org neste ano e em 2016.

Referências:

1. Anvisa (Fontes 1 e 2)
2. Terra
3. FDA (Fontes 1 e 2)


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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