É falso que 91 fuzis apreendidos em megaoperação policial no Rio pertenciam a CACs

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Não é verdade que 91 fuzis apreendidos pela Polícia Civil durante a operação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho pertenciam a CACs (caçadores, atiradores e colecionadores). Em nota ao Aos Fatos, a corporação afirmou que não identificou, até o momento, nenhuma arma adquirida legalmente em território nacional.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 18 mil visualizações no X e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (4).

Moraes quer explicação. Dos 100 fuzis apreendidos na favela do Alemão, 91 pertencem a CACs com registro em 2022, governo Bolsonaro

A imagem tem fundo predominantemente preto e contém textos em branco e vermelho. Na parte superior, há uma faixa vermelha com letras brancas em caixa alta que diz: 'MORAES QUER EXPLICAÇÃO'. Abaixo, no centro da imagem, está o texto em branco: 'Dos 100 fuzis apreendidos na favela do alemão, 91 PERTENCEM A CACS com registro em 2022 - governo Bolsonaro'. A expressão 'PERTENCEM A CACS' está destacada em letras maiúsculas e maiores que o restante do texto. No canto inferior esquerdo, há a imagem de um homem com o rosto pixelizado. Ao fundo, na parte superior da imagem, há uma fotografia desfocada mostrando várias armas enfileiradas.

Publicações nas redes enganam ao afirmar que 91 fuzis apreendidos pela Polícia Civil durante a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão na semana passada pertenciam a pessoas registradas como CACs.

Em nota enviada ao Aos Fatos, a Polícia Civil informou que a CFAE (Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos) realizou uma análise preliminar e não identificou, até o momento, nenhuma arma adquirida legalmente em território nacional.

A corporação acrescentou ainda que “grande parte dos fuzis apreendidos é composta por armas conhecidas como copyfake ou fantasmas — falsificadas ou montadas de forma irregular”.

As publicações falsas alegam que 91 armas pertenceriam a CACs. Esse número, no entanto, se refere à contagem inicial de fuzis apreendidos divulgada pelas autoridades na última quinta (30).

No sábado (1º), após uma recontagem, a Polícia Civil afirmou ter apreendido ao todo 120 armas de fogo, sendo 93 fuzis, além de pistolas, metralhadoras, explosivos e equipamentos militares. Segundo a CFAE, o material é avaliado em cerca de R$ 12,8 milhões.

A megaoperação é considerada a mais letal da história do país e resultou na morte de ao menos 121 pessoas. O objetivo era prender líderes do Comando Vermelho e interromper a expansão territorial da facção criminosa.

O caminho da apuração

Aos Fatos entrou em contato com a Polícia Civil, que informou ter realizado uma análise preliminar e não ter identificado fuzis adquiridos legalmente no Brasil. Também recorremos à imprensa para contextualizar informações sobre a megaoperação ocorrida no Rio de Janeiro na semana passada.

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