Não é verdade que o dólar atingiu a cotação de R$ 6,38 no Natal, como alegam peças de desinformação nas redes. Os posts enganosos compartilham um print da ferramenta de cotação do Google, que exibiu um valor errado durante o feriado. De acordo com o Banco Central, o mercado brasileiro encerrou o dia na última terça-feira (24) com o dólar cotado a R$ 6,15. Não houve negociação durante o Natal.
Publicações com a alegação enganosa somavam mais de 40 mil curtidas no Instagram e 13 mil compartilhamentos no X (ex-Twitter) nesta quinta-feira (26).
FAZ O L, ATÉ NO NATAL! 😂 MAIS UM PRESENTINHO DE NATAL DO LULA PROS IGNORANTES QUE FIZERAM O L! ALÉM DA CEIA DE NATAL SEM PICANHA, TEM DÓLAR A R$ 6,38!

Influenciadores e artistas têm compartilhado nas redes prints de uma ferramenta de cotação do Google que exibia o dólar a R$ 6,38 na última quarta-feira (25). Diferentemente do que alegam os posts enganosos, a cotação oficial da moeda na terça (24) fechou a R$ 6,15. Não houve negociação no dia 25, por conta do feriado de Natal.

A cotação de R$ 6,38 exibida pelo Google foi fruto de um erro da ferramenta, que estava fora do ar nesta quinta-feira (26) para o público brasileiro. Em outras localidades, ainda é possível acessar as cotações de outras moedas, exceto o real.
Questionado pelo Aos Fatos, o Google afirmou que “os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros".
A AGU (Advocacia Geral da União) informou na última quarta-feira (25) que vai ouvir o Banco Central sobre a cotação equivocada do dólar exibida pelo buscador durante o feriado. A instituição financeira afirmou que deve fornecer as informações ainda nesta quinta (26).
Esta não é a primeira vez que o Google exibe dados equivocados sobre a cotação do dólar. Em 6 de novembro, após a eleição presidencial americana, a ferramenta mostrou a moeda a R$ 6,18, quando a cotação oficial era de R$ 5,74.
O caminho da apuração
Aos Fatos buscou pela cotação oficial do dólar no dia 25 de dezembro no site do Banco Central e constatou que o último valor disponível, de 24 de dezembro, era incompatível com o informado pelas peças desinformativas. Também verificamos que a ferramenta de busca do Google estava fora do ar nesta quinta (26) e, por isso, pedimos um posicionamento à plataforma.
Por fim, contextualizamos a alegação por meio de notícias publicadas sobre o assunto na imprensa.