🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Abril de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Diretor-geral da PF não tuitou que STF e Lula mandaram matar Bolsonaro

Por Marco Faustino

19 de abril de 2021, 18h03

Não é verdade que o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Paulo Maiurino, tenha publicado no Twitter que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenaram a morte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), conforme afirmam posts nas redes (veja aqui). A PF informou que o perfil de Maiurino na plataforma é o @PMaiurino, não o @d_delegado usado para espalhar a teoria conspiratória.

A informação falsa ganhou força por meio de um vídeo da jornalista Leda Nagle, que posteriormente pediu desculpas e disse que a gravação foi vazada de um grupo fechado mantido por ela. No Facebook, a peça reunia ao menos 3.431 compartilhamentos nesta segunda-feira (19) e foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (veja como funciona).


Selo falso

SEGUNDO CONSTA, PAULO MAIORINO DIZ QUE A ORDEM DE MATAR BOLSONARO PARTIU DE ALGUÉM DO STF EM CONJUNTO COM LULA! DUVIDAM? ENTÃO ASSISTAM. ESTA É UMA DAS JORNALISTAS MAIS SÉRIAS E CORRETAS QUE O BRASIL JÁ VIU. A CONTA DO DELEGADO FOI SUSPENSA NO TWITTER.

Tuíte do delegado Paulo Maiurino sob transparência com selo

Partiram de um perfil falso, e não de Paulo Maiurino, diretor-geral da PF (Polícia Federal), tweets com uma teoria da conspiração que atribui a membros do STF (Supremo Tribunal Federal) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um plano para matar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com a corporação, o perfil do diretor no Twitter é @PMaiurino, diferente do @d_delegado, que fez as postagens e já foi excluído da plataforma.

Além disso, a PF negou ainda que Maiurino tenha veiculado tais informações por outros meios e ressaltou que os dois inquéritos que instaurou para investigar a facada sofrida por Bolsonaro na campanha de 2018 foram concluídos e remetidos à Justiça Federal.

Nos dois inquéritos (confira aqui e aqui), a Polícia Federal concluiu que o agressor Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho e não foi comprovada a participação de partidos, facções criminosas, grupos terroristas ou mesmo paramilitares nas diferentes etapas do crime. Posteriormente, o MPF pediu o arquivamento provisório da investigação. Isso porque ainda resta uma diligência pendente referente a análise do celular e dos materiais apreendidos no escritório do ex-advogado de Bispo, Zanone Manoel de Oliveira Júnior. Essa análise, no entanto, aguarda julgamento do TRF1 sobre a legalidade do uso do material

A teoria conspiratória do perfil falso ganhou fôlego nas redes sociais por meio de um vídeo em que a jornalista Leda Nagle lê o conteúdo dos tweets enganosos. Porém, em nota nas redes, ela pediu desculpas pela divulgação e disse que a gravação era trecho de uma transmissão ao vivo que fez no sábado (18) em um grupo fechado que mantém com apoiadores.

“Algum membro do grupo, por má fé ou porque ficou impactado pela notícia, pinçou um trecho de dois minutos de uma live de 47 minutos e viralizou antes mesmo que eu tivesse voltado com a checagem completa da informação”, afirma em um trecho da nota.

A assessoria do ex-presidente Lula classificou a peça como "fake news" e disse que o petista e sua família seriam vítimas frequentes de "mentiras divulgadas por grupos políticos adversários". Procurado, o STF não se pronunciou.

Sistemático. Na semana passada, ao menos dois perfis falsos de Maiurino foram suspensos pelo Twitter. Um deles foi usado para aplicar golpes financeiros e o outro para atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adversário de Bolsonaro.

Esta peça de desinformação também foi checada por Boatos.org, Estadão Verifica e Lupa.

Referências:

1. UOL
2. G1 (Fontes 1 e 2)
3. Estadão
4. Twitter
5. O Globo

A matéria foi alterada no dia 20 de abril, às 16h57 para incluir que ainda resta uma diligência pendente que aguarda julgamento do TRF1 sobre sua legalidade. Essa alteração não modifica o selo da checagem.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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