Dos 21 deputados investigados na Operação Lava Jato, 16 votaram neste domingo (17) pela admissibilidade da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Houve uma ausência, do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). Os demais quatro congressistas votaram contra a abertura do procedimento.
Trata-se, portanto, de 76% dos investigados favoráveis ao impeachment.
A maioria deles é de parlamentares citados pelo doleiro Alberto Youssef, em delação premiada, e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, também por meio do mesmo procedimento. Ambos citaram dezenas de políticos como beneficiários do esquema de corrupção na estatal.
Esses depoimentos embasam o pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu a abertura de inquéritos contra parlamentares no STF (Supremo Tribunal Federal) em março do ano passado.
Desde então, a denúncia que mais prosperou foi contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já é réu. Ele é acusado de exigir e receber US$ 5 milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras.
O peemedebista também enfrenta um outro inquérito, que investiga a existência de contas secretas na Suíça em seu nome e de familiares. A suspeita também embasa relatório que pede a abertura de processo contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara.
Ausente neste domingo, Aníbal Gomes é investigado em inquérito cujo personagem central é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), Gomes passou por cirurgia e está de licença médica.
(Veja, abaixo, a tabela que preparamos. Ao clicar, é possível ver o levantamento completo e nossa apuração.)
O partido com mais deputados investigados na Lava Jato é o PP, com 17 parlamentares. Dois deles votaram contra o impeachment: Waldir Maranhão (MA) e Roberto Britto (BA). Missionário José Olímpio (SP), hoje no DEM, já foi do PP e tem sua conduta investigada por sua atuação na legenda antiga.
Já os dois deputados do PT na mira da Lava Jato votaram contra o impeachment. Vander Loubet (MS) e José Mentor (SP) são apontados como recebedores de dinheiro cuja origem é do esquema na Petrobras. Janot ofereceu denúncia em 2015 contra Loubet, segundo a qual o petista participou de um esquema na BR Distribuidora, subsidiária da petrolífera.