Não é verdade que a Polícia Federal realizou uma operação na casa da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) em meio às apurações sobre supostos contratos milionários da pasta comandada por ela no governo de Jair Bolsonaro (PL). A ação não teve a ex-ministra como alvo. Em nota, Damares ressaltou que a investigação foi iniciada a partir de uma auditoria solicitada por ela própria em 2022.
Publicações com o conteúdo falso acumulavam centenas de compartilhamentos no X e no Facebook, além de milhares de visualizações no TikTok até a tarde desta quarta-feira (20).
🚨URGENTE: Polícia Federal AGORA na porta da casa da Senadora BOLSONARISTA Damares Alves. A operação INVESTIGA DESVIOS MILIONÁRIOS na pasta de Damares Alves no GOVERNO BOLSONARO. GRANDE DIA. TIC-TAC…⏱️👍

Publicações nas redes enganam ao afirmar que a PF realizou uma operação na casa de Damares Alves. A ação policial não teve a senadora como alvo e mirou apenas pessoas sem foro privilegiado.
Na terça-feira (19), a PF deflagrou a operação Kabali, em conjunto com a CGU (Controladoria Geral da União), para apurar supostos crimes de peculato, fraude em licitação e associação criminosa em contratos firmados pelo antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela então ministra Damares Alves.
Os contratos, que somavam cerca de R$ 3,8 milhões e tinham como objetivo a formação profissional de mulheres e adolescentes, apresentaram indícios de desvio de recursos e direcionamento na contratação dos serviços.
Entre os investigados está um ex-assessor do ex-deputado Professor Joziel (Patriota-RJ), responsável pelas emendas que destinaram recursos ao IDSH (Instituto de Desenvolvimento Social e Humano do Brasil). Segundo a CGU, o instituto, gerido por esse assessor, firmou termos de fomento com o ministério sem comprovar a realização dos cursos previstos.
Em nota, Damares afirmou que a auditoria foi solicitada por ela mesma em 11 de fevereiro de 2022 à CGU “diante de fortes indícios de irregularidades” detectados por meio de uma análise e mapeamento de riscos nos termos de fomento.
A senadora alegou que o relatório da CGU teve origem em informações repassadas pela Assessoria de Controle Interno da pasta, que exigiu esclarecimentos e providências. Ela também ressaltou não conhecer os dirigentes das instituições investigadas.
O caminho da apuração
Aos Fatos buscou informações sobre a operação na imprensa e nos sites do governo, constatando que a residência da ex-ministra não foi alvo de busca e apreensão e que ela sequer é investigada no caso. Também consultamos uma nota publicada por Damares Alves após a operação.




