É falso que o general-comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, David Berger, disse que seus subordinados não seriam obrigados a se vacinar contra a Covid-19, como afirmam publicações nas redes sociais (veja aqui). Aos Fatos não encontrou registro de fala semelhante e a corporação desmentiu a alegação. A imunização para a doença é obrigatória nas Forças Armadas dos EUA desde setembro deste ano.
As postagens enganosas reuniam ao menos centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quinta-feira (25), e também circulam no WhatsApp (Fale com Fátima).
Circula nas redes sociais uma alegação de que o general-comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, David Berger, teria dito ao secretário de Defesa, Lloyd Austin, que não haveria vacinação obrigatória para sua equipe, o que não é verdade. Além de não haver registro de que o oficial tenha feito tal declaração, a corporação negou o teor das postagens em nota enviada a agências de checagem americanas (aqui e aqui).
Os fuzileiros navais americanos são obrigados a se vacinar desde o dia 1º de setembro de 2021, com prazo de 90 dias para quem está na ativa e 120 dias para quem está na reserva. Todos os militares dos EUA precisam estar completamente imunizados, com prazos diferentes para cada força armada (veja aqui).
A peça de desinformação omite que Berger tomou a vacina contra a Covid-19 e tem encorajado outros militares a seguirem o exemplo. Em seu perfil no Twitter, no dia 22 de dezembro de 2020, por exemplo, o general publicou uma foto em que aparece recebendo uma dose, com a legenda “quando as vacinas estiverem disponíveis, eu encorajo todos os fuzileiros e suas famílias a serem vacinados e diminuir a transmissão do vírus”.
Em entrevista recente ao site Marine Corps Times, Berger disse que se recusar a se vacinar vai contra a missão dos fuzileiros navais, e culpou a desinformação e as teorias da conspiração pelo atraso da imunização de sua equipe.
A peça de desinformação usa como fonte o site Real Raw News, que publica apenas textos falsos. Na seção “Sobre nós”, o blog explica que as informações divulgadas são para fins de entretenimento e que se trata de um “website que contém humor, paródia e sátira”.
Antes de circular em português, a alegação enganosa viralizou em inglês, em agosto deste ano, logo após o governo americano anunciar que a vacinação de militares seria obrigatória. Naquela época, ela foi desmentida pelas equipes da Reuters, AFP, USA Today e Politifact. No Brasil, essa desinformação já foi checada pelo Estadão Verifica e pelo Fato ou Fake.
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