Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. na noite da última sexta-feira (4), o candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) mencionou um documento falso que publicou em suas redes sociais para alegar que Guilherme Boulos (PSOL) teria sido internado em 2021, após um surto psiquiátrico por uso de cocaína.
O laudo falso divulgado por Marçal contém diversas inconsistências, como número do RG e nome da clínica incorretos. Além disso, o dono do estabelecimento tem relação com o ex-coach, e a secretária do médico citado — que morreu em 2022 — nega que ele tenha trabalhado na clínica.
Durante a entrevista, Marçal também negou que teria acusado o candidato José Luiz Datena (PSDB) de estupro durante o debate da TV Cultura, no dia 15 de setembro. Isso também é mentira: no evento, o ex-coach se referiu ao tucano como “jack”, gíria usada nas penitenciárias para se referir a estupradores.
Veja abaixo o que checamos:
- É mentira que Guilherme Boulos (PSOL) foi internado em 2021 por um surto psiquiátrico causado por uso de cocaína. O documento apresentado por Marçal para comprovar as alegações foi forjado;
- Marçal engana ao afirmar que o laudo do exame toxicológico apresentado por Boulos no debate da Globo tenha sido forjado. Não há indícios de falsificação;
- O ex-coach também disse que não “tirou nenhum dia de atestado” durante a campanha, mesmo após a cadeirada. Ele cancelou diversos eventos depois do ocorrido, o que torna a declaração FALSA;
- O ex-coach também voltou a dizer que só arrumava os computadores da quadrilha de fraudes bancárias, mas os membros do grupo criminoso afirmam que Marçal coletava a lista de emails e sabia sobre o esquema;
- Marçal repetiu que não teve defesa durante o processo que o condenou em 2010, mas o processo mostra que o advogado ad hoc tentou inocentar Marçal e entrou com recursos para tentar anular provas;
- Marçal disse que pediu desculpas para Tabata Amaral (PSB) após ela explicar o que aconteceu com seu pai, mas, na verdade, ele continuou mentindo sobre o caso mesmo após a candidata gravar um vídeo sobre o assunto;
- Marçal também mentiu ao negar que chamou Datena de estuprador no debate da TV Cultura, em 15 de setembro. Ele se referiu ao ex-apresentador como “jack”, gíria usada em presídios para se referir aos que cometem esse crime;
- O candidato também erra ao comparar os orçamentos da prefeitura de 2014 com 2024 sem fazer a correção pela inflação;
- Outro número incorreto citado por Marçal é o de favelas na capital paulista;
- Marçal voltou a repetir a declaração FALSA de que beneficiários do Bolsa Família não podem ter outra renda hoje em dia;
- É enganosa a afirmação de que beneficiários de auxílios sociais não são contabilizados nos dados de ocupação. A alegação já foi desmentida pelo IBGE;
- Ele também desinformou ao dizer que as pesquisas eleitorais são pagas com dinheiro público, uma vez que as pesquisas podem ser pagas por qualquer pessoa ou instituição e seguir regras para garantir sua regularidade e transparência;
- O ex-coach subestimou o número de facções criminosas no Brasil;
- Não é verdade que o ex-coach tenha recebido uma carta da equipe de Donald Trump. A declaração de apoio veio de um comitê americano independente, que não tem relação com a campanha oficial do republicano;
“É internação. E na internação constata que ele [Boulos] entrou por isso [uso de cocaína].”
Marçal mente ao afirmar que Guilherme Boulos teria sido internado por um surto psicótico decorrente do uso de cocaína em 2021. O documento apresentado pelo candidato como suposta prova para a alegação é forjado, como apontou Aos Fatos em texto publicado ainda na noite da última sexta (4).
Há uma série de indícios de que o laudo é manipulado:
- O RG de Boulos está errado. Há um dígito a mais do que o do documento original do candidato (confira aqui);
- O nome da clínica também está incorreto: de acordo com o registro do CNPJ e com sua própria página no Instagram, o estabelecimento se chama Mais Consultas, e não Mais Consulta, no singular, como consta no documento;
- O UOL mostrou que a assinatura presente no documento não condiz com a verdadeira, que pode ser encontrada em um processo do TJ-SP;
- O Globo entrevistou a ex-secretária do médico citado, morto em 2022, e ela disse que o profissional de saúde nunca trabalhou na clínica citada;
- A Folha de S.Paulo identificou ainda que o logotipo usado no papel timbrado é de uma clínica em Manaus, não em São Paulo;
- Por fim, o texto contém erros de português, como “por minha [mim] atendido” e “apresentou com quadro de surto psicótico grave”.
Após pedido da campanha de Boulos, a Justiça Eleitoral emitiu decisão provisória neste sábado (5) ordenando que Google, Facebook e Bytedance — empresa responsável pelo TikTok — removam o vídeo em que Marçal apresentou o documento falso. O juiz Rodrigo Marzola Colombini também determinou a suspensão da entrevista do candidato ao Inteligência Ltda., em que a alegação falsa foi inicialmente disseminada.
Ainda na noite de ontem, cerca de duas horas depois da publicação do documento falso, a Meta removeu o post de Marçal do Instagram.
Marçal faz referência ao exame toxicológico apresentado por Boulos durante o debate da Globo. Diferentemente do que sugere o candidato do PRTB, não há evidências de que o documento seja falso.
A íntegra do exame foi publicada no Bluesky do candidato do PSOL. O laudo do laboratório Fleury é assinado pelo médico Álvaro Pulchinelli Júnior, que tem registro ativo no Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

O documento é assinado digitalmente e não contém nenhum indício de edição, como informações inventadas ou fontes desalinhadas.
Aos Fatos entrou em contato com a assessoria de Marçal para que ele apresentasse provas de que o documento foi forjado. A campanha não respondeu.
Nesse trecho da entrevista, Marçal se gabava de nunca ter tirado um dia de atestado médico enquanto trabalhava e disse que também fez isso durante a campanha eleitoral, mesmo tendo sido hospitalizado por causa da cadeirada. A declaração, no entanto, é mentirosa, porque o candidato cancelou eventos de agenda por motivos de saúde.
Datena agrediu Marçal durante o debate da TV Cultura, na noite do dia 15 de setembro. O candidato ficou internado e teve alta na manhã do dia 16. Logo depois de sair do hospital, ele caminhou com apoiadores no centro de São Paulo.
Nos dias 17 e 18, no entanto, o ex-coach cancelou compromissos de campanha sob a alegação de que estava com “dores na costela fraturada”.
Ele também faltou à sabatina da Aesp (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo), marcada para o dia 24 de setembro, um dia depois de seu assessor agredir o marqueteiro de Ricardo Nunes. Sua campanha alegou que ele havia marcado uma ressonância da mão lesionada.
Na última sexta-feira (4), mesmo dia da entrevista ao Inteligência Ltda., Marçal também cancelou um almoço com jornalistas que havia marcado naquela tarde. O candidato não informou o motivo.
“Ele arrumou esse negócio, essa bandidagem dele aí, ele colocava o computador em uma casa, e a casa só ficava lá com o computador, eu não operava esse negócio. Eu ia arrumar o computador. Só que algumas vezes ele me pedia favor. Cara, tem como você abrir uma lista aí? Tem como você mandar um email?”
A declaração é FALSA, porque, ainda que Marçal também fosse responsável pela manutenção dos equipamentos da quadrilha, há provas de que ele sabia da existência do esquema criminoso.
As investigações e os depoimentos colhidos na época evidenciaram que o ex-coach era responsável por captar listas de emails para a quadrilha que aplicava golpes bancários. Esses endereços recebiam as mensagens infectadas com um vírus, usado para roubar informações financeiras das vítimas.
Apesar de ter alegado em sua defesa na época que achava que os emails eram usados para distribuir propaganda para um médico, Marçal entrou em contradição mais tarde ao mencionar que um dos criminosos teria tido acesso a “todas as contas bancárias que seriam fraudadas”.

Um áudio obtido pela Polícia Federal na época da investigação e divulgado pelo jornal O Globo também mostra que o ex-coach chegou a pedir a um dos membros da quadrilha para enviar os emails fraudulentos.
Marçal foi condenado a quatro anos de prisão em 2010 por furto qualificado, mas a sentença prescreveu.
“Só que isso não é uma condenação. (…) Isso foi na primeira instância, não tive defesa. Teria que ir para a segunda instância até chegar no final. Condenado é outra coisa.”
Marçal argumentava que ele não poderia ser chamado de “ex-condenado”, assim como ele apelida o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porque sua condenação não foi para a segunda instância e ele não teve defesa na primeira. Isso, no entanto, não é verdade.
O ex-coach foi condenado a quatro anos de prisão em 2010 por furto qualificado, em um esquema que enviava mensagens infectadas com vírus para tentar roubar os dados bancários das vítimas. Segundo a quadrilha, Marçal era responsável por formatar os computadores e captar listas de emails para onde seriam enviados os vírus.
A Justiça o condenou à pena de quatro anos e cinco meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de multa de cerca de R$ 25 mil (valores corrigidos pelo IPCA).
Durante o processo, Marçal foi defendido por um advogado ad hoc, apontado pelo juiz. Na íntegra do processo, é possível ver que o defensor interrogou réus para tentar inocentar Marçal e entrou com recurso pedindo que as provas obtidas por interceptação telefônica fossem consideradas nulas, o que a Justiça negou.
O advogado recorreu à segunda instância, mas o pedido só foi analisado oito anos depois, quando a pena já havia prescrito. Como Marçal tinha 18 anos na época em que cometeu o crime, o prazo de prescrição era de quatro anos.
“Não foi de maldade, eu achava que era realmente desse jeito [história do pai de Tabata Amaral]. Aí depois eu fui ouvir a história dela e eu pedi perdão.”
A declaração é FALSA. Marçal repetiu a mentira sobre a morte do pai de Tabata Amaral (PSB) mesmo após a candidata ter mostrado que não era verdade. E ele só se desculpou meses depois de espalhar a história.
No dia 4 de julho, Marçal afirmou em entrevista que ela abandonou o pai para viajar para os Estados Unidos e o deixou para morrer. “Ela foi para Harvard, o pai dela acabou morrendo. Igual imagino que ela pode fazer com o povo de São Paulo”, disse.
No mesmo dia, Amaral rebateu e desmentiu as acusações de Marçal. Poucos dias depois, no entanto, o ex-coach voltou a atacar a candidata durante entrevista à Jovem Pan. “Eu não falei de suicídio, eu nem sabia que o pai dela tinha suicidado. Eu falei sobre abandono. (..) A nossa família, a gente ajudou o nosso pai. Eu acho que alguém acabou deixando ali.”
Pouco tempo depois, em 10 de julho, ele citou novamente o caso, dessa vez culpando toda a família da candidata. “A família é responsável pelos seus. É papel de todo ser humano cuidar dos seus pais. Ninguém se mata do nada, ninguém entra no vício do nada.”
O pedido de desculpas formal só veio meses depois, em 17 de setembro, durante o debate promovido pela RedeTV! e pelo UOL.
A declaração é FALSA. Durante o debate da TV Cultura, evento em que ocorreu a cadeirada, Pablo Marçal disse: “Tem alguém aqui que é Jack, e está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual, e essa pessoa é o ‘Dá Pena’”. Jack é um termo usado nos presídios para se referir a estupradores.
O ex-apresentador, no entanto, não foi acusado de estupro. Segundo a acusação, Datena teria dito frases de teor sexual a uma jornalista durante uma confraternização entre colegas de trabalho em 2018. Na época, o apresentador chamou as acusações de “calúnia e delírio”.
A própria vítima retirou as acusações por meio de uma carta registrada em cartório meses depois, e o processo foi arquivado ainda naquele ano. Mais tarde, no entanto, a repórter afirmou ter sido induzida a voltar atrás da denúncia. O processo não foi reaberto.
“Você pega dez anos atrás, o orçamento da cidade de São Paulo era de R$ 56 bilhões. Ano que vem é o quê? Mais que o dobro.”
A declaração de Marçal é incorreta, porque ignora que uma comparação do tipo deve ser feita com os valores corrigidos pela inflação.
Em 2014, o orçamento da prefeitura da capital paulista era de R$ 50,6 bilhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, a cifra salta para R$ 93,7 bilhões.
Como ainda não há a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2025, como sugeriu Marçal, Aos Fatos fez a comparação com base no orçamento de 2024. Neste ano, a previsão de receitas é de R$ 111,8 bilhões — valor 19% maior do que o aprovado para 2014.
A declaração, também já repetida por Marçal, é imprecisa, porque subestima o número de favelas existentes na capital paulista. No levantamento feito pela Secretaria Municipal de Habitação no ano passado, São Paulo tinha 1.747 comunidades cadastradas, número 75% maior do que o citado pelo candidato.
Em nota, a própria pasta afirmou que esses dados também são parciais. “Os números se referem a favelas monitoradas pela pasta e não representam o total existente na capital. Esses locais são cadastrados para futuras intervenções ou por meio de determinações judiciais para atendimentos específicos.”
“Inclusive, quando o Bolsonaro era presidente, ele deixava ter o Bolsa Família com renda alternativa. (…) O Lula ganhou, a primeira coisa que ele fez foi revogar isso.”
Marçal repete uma informação FALSA, já dita durante entrevista ao Flow Podcast. As regras do Bolsa Família permitem, sim, que os beneficiários tenham emprego com carteira assinada.
O que define o direito ao auxílio é a renda per capita de uma família. Pelas regras atuais, o limite por pessoa é de R$ 218 mensais. É permitido exercer atividade remunerada.
Caso a renda mensal extrapole o limite, a família entra na chamada Regra de Proteção, que permite que aqueles que elevam a renda para até meio salário mínimo mensal (atualmente R$ 706) por integrante passem a receber 50% do valor regular do benefício por um período de até dois anos.
Se a família tiver a renda reduzida depois dos dois anos, ela tem direito ao Retorno Garantido, e o benefício volta a ser pago integralmente.
Já o Auxílio Brasil, criado no governo Bolsonaro para substituir o Bolsa Família, determinava que as famílias que tivessem uma renda mensal per capita que ultrapassasse a linha da pobreza — estabelecida na época em R$ 210 — continuariam recebendo o benefício por mais dois anos. O pagamento era suspenso caso os valores superassem o limite em duas vezes e meia.
“Se o cara ganha alguma coisa de assistência social que não dá pra ele sobreviver, ele é contado como desempregado profissional. Ele não tá nessa conta aí [de ocupação].”
A declaração é FALSA. Conforme explicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o recebimento de benefícios de programas sociais “não tem correlação direta com a ocupação ou desocupação”.
Quem recebe benefícios como o Bolsa Família, por exemplo, pode ser classificado como ocupado, desocupado ou estar fora da força de trabalho, a depender da situação do beneficiário.
Um exemplo citado pelo IBGE é alguém que recebe seguro desemprego, mas trabalha na informalidade. Segundo a classificação do instituto, ele será incluído em “ocupados”.
Já quem recebe o benefício, mas não está trabalhando e nem procurando emprego, é considerado “fora da força de trabalho”.
“[As pesquisas eleitorais] usam dinheiro público para manipular o público.”
Diferentemente do que alega Marçal, há diversas regras e punições estabelecidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para garantir a regularidade e a transparência das pesquisas eleitorais no Brasil.
As pesquisas podem ser pagas por qualquer pessoa ou instituição, mas precisam ser registradas previamente na Justiça Eleitoral. É necessário fornecer um relatório com os dados de quem contratou o levantamento, quem pagou por ele, o valor e a origem dos recursos, a metodologia e o período de realização das entrevistas.
O TSE determina ainda que pesquisas de intenção de voto feitas no dia das eleições — também conhecidas como pesquisas de boca de urna — somente poderão ser divulgadas a partir das 17h, no horário de Brasília — ou seja, após o encerramento da votação.
Já as campanhas políticas realizam trackings, termo citado por Marçal durante a entrevista, que são pesquisas de opinião de consumo dos profissionais de marketing eleitoral. Esses levantamentos não são registrados no TSE e não podem ser divulgados, já que não há como verificar e fiscalizar a metodologia, o número de entrevistados ou o objetivo dos levantamentos.
Em maio, uma pesquisa da Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) com base em dados do TSE verificou que quase metade dos levantamentos sobre as eleições nos quatro primeiros meses deste ano foram financiados com recursos próprios — ou seja, feitos gratuitamente por empresas. A prática é legal e está prevista em resolução editada em fevereiro pelo TSE.
O controle judicial das pesquisas eleitorais é feito pelo MPE (Ministério Público Eleitoral), por candidatos e por partidos, que podem acessar o sistema de controle e fiscalização dos dados de institutos e empresas que divulgarem pesquisas eleitorais.
Caso seja comprovada alguma irregularidade, a Justiça Eleitoral pode conceder liminar para suspender a divulgação dos resultados da pesquisa impugnada. Além disso, pode ser aplicada uma multa que varia de R$ 53 mil a R$ 106 mil, caso a pesquisa seja divulgada sem o registro prévio das informações solicitadas pela Justiça Eleitoral.
Por fim, a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com multa e detenção de seis meses a um ano.
O candidato erra ao afirmar que existem apenas 34 facções criminosas atuando no país. Dados coletados pela Secretaria Nacional de Políticas Penais e divulgados em levantamento da organização Esfera Brasil em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que há ao menos 72 facções criminosas ligadas ao narcotráfico no Brasil.
Marçal mente que recebeu uma carta do ex-presidente Donald Trump. O próprio porta-voz da campanha do americano, Jason Miller, negou o envio do documento ao Metrópoles.
Para rebater a informação de Miller, Marçal divulgou um print de uma suposta carta enviada por Bethany Movassaghi, que se apresenta como consultora e captadora de recursos do Place America First.
O Place America First é classificado como um PAC (comitê de ação política). Nos Estados Unidos, um PAC é uma organização isenta de impostos que reúne contribuições de campanha a favor ou contra determinados candidatos e iniciativas eleitorais.
A carta, portanto, foi enviada por um comitê pró-Trump, mas não representa a coordenação da campanha do republicano, já que isto é proibido pela legislação americana.
Vale ressaltar ainda que a carta não é datada, não cita o episódio da cadeirada e sequer foi endereçada a Marçal. O texto foi enviado a Alex Barata, amigo do ex-coach, no que aparenta ser uma resposta a um contato anterior feito por ele.
O caminho da apuração
Com auxílio da ferramenta de inteligência artificial Escriba, Aos Fatos transcreveu a íntegra da entrevista de Marçal. As declarações checáveis foram divididas entre os repórteres, e a equipe verificou as afirmações a partir de bases de dados públicas, documentos, pesquisas e outras verificações. A assessoria do candidato foi procurada para que pudesse comentar as checagens.