Checamos o debate de segundo turno da Globo entre Nunes e Boulos

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Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) se enfrentam na noite desta sexta-feira (25) no último debate televisivo das eleições municipais de 2024. Aos Fatos está checando as declarações em tempo real.

As checagens serão publicadas assim que as apurações conduzidas por repórteres e editores forem finalizadas. A reportagem pode ser atualizada para incluir informações ao longo das próximas horas. Aos Fatos também entrou em contato previamente com as assessorias dos candidatos e está aberto a possíveis contestações.

A transcrição do evento é feita automaticamente pela ferramenta Escriba. Como erros de digitação e pontuação são comuns nesse tipo de tecnologia, Aos Fatos fará correções e atualizará a formatação do texto durante a cobertura do programa e nas horas seguintes.

Confira abaixo o que checamos e a íntegra da transcrição.

César Tralli

Muito boa noite, muito obrigado aqui pela sua companhia. São 10 horas mais um minuto. Está começando neste momento o último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo neste segundo turno. Você também pode acompanhar ao vivo no G1, na Globonews e no Globoplay.

Tenho o enorme prazer de receber aqui no estúdio o candidato Guilherme Boulos do PSOL, candidato Ricardo Nunes do MDB, muito obrigado pela presença dos senhores. Muito obrigado também à plateia presente aqui esta noite e um obrigado especial a você eleitora e eleitor de São Paulo. O debate desta noite está dividido em quatro blocos. O primeiro e o terceiro serão com temas livres, o segundo e o quarto com temas que os dois candidatos vão escolher. Os senhores podem se movimentar pelo nosso cenário, fiquem também à vontade para usar esse mapa da capital aí no centro como referência, zona norte, sul, leste, oeste e região central.

Os senhores podem passear pelo mapa de São Paulo. Lembro ainda que cada um dos senhores poderá usar o tempo como quiser. Pelas regras, um candidato não pode ser interrompido quando estiver com a palavra, o adversário portanto tem que esperar o oponente terminar de falar para só então começar a se manifestar. Peço à plateia que mantenha silêncio durante todo o debate, a não ser agora, para dar uma salva de palmas aos dois candidatos. Muito obrigado, vamos então começar.

Neste primeiro bloco de tema livre, cada candidato vai ter dez minutos e eu lembro que cada um pode administrar o tempo como quiser. Pelo sorteio feito previamente na presença das campanhas de ambos, o candidato Ricardo Nunes do MDB abre portanto o debate.

Candidato, tema livre, que pergunta, o senhor quer fazer ao seu oponente? E o tempo está correndo.

Ricardo Nunes

Muito bem, boa noite a todos. Você que nos acompanha em casa. Agradecer a Deus a oportunidade de estar aqui neste debate. Cumprimentar a Rede Globo pela realização, o César Tralli, o candidato Guilherme Boulos. Olha, o tema da segurança é um tema fundamental. Nós fizemos muitas ações para melhorar a segurança na nossa cidade.

Por exemplo, já contratei 2.000 guardas civis metropolitanos, tínhamos quase 5.500, hoje já temos quase 7.500 guardas civis metropolitanos. Vou contratar mais 2.000 guardas civis no meu próximo mandato.

Ricardo Nunes

Fiz a Operação Delegada. Eram 400 policiais militares, agora são 2.400.

Ricardo Nunes exagera o número de vagas que criou na Operação Delegada — convênio entre a prefeitura e o governo do estado que utiliza policiais militares de folga em serviços que caberiam à administração municipal, como o combate a ambulantes ilegais. Em 2023, a Subprefeitura da Sé divulgou que o número de agentes abrangidos pelo convênio em toda a cidade era de 1.163, não 400, como dito pelo prefeito. Já um texto no site da prefeitura dizia que, em maio de 2020, ainda na gestão de Bruno Covas (PSDB), a operação já tinha 964 vagas — também acima das 400 mencionadas por Nunes. O total de vagas hoje chega a 2.400, como disse o prefeito.

O SmartSampa, câmeras com inteligência artificial, já tem dezessete mil até o final do ano, serão vinte mil câmeras que estão ajudando muito a segurança.

Mas a questão da impunidade é algo muito sério, e por isso que eu queria perguntar para o candidato Guilherme Boulos, porque teve um projeto na Câmara dos Deputados do deputado Kim Kataguiri, que propunha o aumento de pena para criminosos. Queria saber do deputado, por que o deputado não votou favorável a esse projeto?

Já perguntei outras vezes, não respondeu, talvez esteja aqui uma oportunidade. Por que não votou favorável? E se você é contra o aumento de pena para criminosos.

Guilherme Boulos

O esclarecimento já foi dado e eu espero que você tenha também a mesma firmeza para dar os esclarecimentos do que eu vou te perguntar aqui nesse debate. Mas eu queria, num momento, conversar com você, que está em casa. Olha, daqui a dois dias você vai definir o futuro dos próximos quatro anos da nossa cidade.

Eu nasci ali, no Centro Expandido, e há vinte anos decidi morar aqui, no Campo Limpo. Tomei uma decisão que não foi, pura e simplesmente, atravessar a ponte. Foi uma decisão de vida, de lutar ao lado das pessoas que mais precisavam por moradia e aprendi muito com gente que, às vezes, nunca tinha sentado num banco de escola.

Me deram lições de humanidade, de solidariedade, que é o que eu trago pra mim na política. Me casei com a Natália, que está ali na plateia, tive nossas duas filhas, que estão ali também, a Sofia e a Laura, e isso me move. Ter uma cidade mais humana. Eu rodei nessa campanha a cidade toda e pude ver o sofrimento das pessoas de ponta a ponta, aqui do extremo sul, no Grajaú, até o extremo leste, na cidade Tiradentes, em Perusa, aqui no Noroeste.

Pude ver como as pessoas vivem de perto na cidade de São Paulo e ver que as pessoas querem mudança. Eu, ontem, voltando pra casa, Ricardo, eu vi que a gente precisava e aí tirei minha missão nesse debate.

São duas. Primeiro, mostrar pras pessoas que você não foi um bom prefeito, que você deixou de fazer muita coisa, que você não foi firme no momento que a cidade mais precisava. Mas, principalmente, mostrar pra você que tá em casa a importância que tem a mudança na cidade de São Paulo.

E que você pode acreditar nessa mudança. Eu sei que você ouviu muita coisa sobre mim nessa campanha, muitos ataques, muitas mentiras, e que às vezes fica uma insegurança, uma dúvida. Eu tô aqui pra dizer que você pode votar tranquilo na mudança. Vou responder todas as questões que surgem nesse debate, espero que o meu adversário faça o mesmo.

Eu me preparei pra governar São Paulo e pra mudar nossa cidade e eu espero contar com você de maneira tranquila, serena e decidida, sem medo. Não vote com medo, vote com esperança nos 50. E eu quero trazer um tema pra você, Ricardo, que é o seguinte.

Sobre deixar as pessoas pra trás, sobre fazer um governo sem pulso, sem energia. Nós vivemos um apagão há alguns dias, foi o terceiro apagão no seu governo em menos de um ano. As pessoas sofreram, perderam tudo. Você não teve pulso pra enfrentar a Enel.

Como deveria. Nós tivemos também a privatização da Sabesp, feita pelo Tarcísio, que você apoiou a troco de apoio eleitoral. Mas eu queria falar de uma outra, que é a dos cemitérios, que tem custado muito ao povo de São Paulo. Eu queria te fazer uma pergunta muito objetiva, me responda, por favor, se você souber.

Você sabe quanto custa pra uma família fazer uma oração na capela de um cemitério hoje, de um dos cemitérios que você privatizou?

Ricardo Nunes

Olha, candidato, eu gostaria muito que você pudesse ter respondido por que você não votou favorável a um projeto tão importante que é o aumento de pena de criminosos. Nós não podemos aceitar impunidade. Muitas ações eu estou fazendo junto com o governador Tarcísio.

Aumento do efetivo da Polícia Militar, da Guarda Civil Metropolitana, dei um aumento de 72% pros guardas civis metropolitanos no piso salarial. Armei, treinei. Agora, se continuar a impunidade, não adianta. Agora, o deputado federal, que vai lá pra votar um projeto importante desse, disse que não votou porque não estava no local.

Olha, com todo o respeito, Guilherme, é lamentável uma situação dessa. Mas eu também queria comentar sobre a questão da Sabesp que você falou. O governador Tarcísio está aqui nos prestigiando com a sua presença. A questão da Sabesp é fundamental pra poder universalizar o saneamento na cidade de São Paulo.

Aliás, em todo o estado de São Paulo. São 68 bilhões de investimentos, aonde desses 68, 28 bilhões aqui na cidade de São Paulo. Isso quer dizer o quê? Que até 2029 nós teremos toda a cidade de São Paulo com o serviço de saneamento.

Com rede de água e coleta e tratamento de esgoto. Como, por exemplo, Guilherme, pega essa região aqui, Pirituba e Perus. Aqui, eu estive outro dia com o governador Tarcísio. Não tem tratamento de esgoto nessa região. Agora, com as obras que estão sendo feitas, terá 100% tratamento de esgoto.

Sobre o serviço funerário, que é muito importante. Ali no serviço funerário, eu quero muito que vocês, por favor, prestem atenção. Nós temos que ser incisivos no combate à corrupção. O serviço funerário era um dos piores serviços avaliados do serviço da Prefeitura de São Paulo.

Volto a falar. O serviço funerário era um dos piores serviços de avaliação da população de São Paulo. As agências terríveis, os cemitérios terríveis. Nós fizemos a concessão. Que é assim que eu governo. Um governo liberal. A tabela de preço é a tabela de 2019. Todo mundo que está no CadÚnico, todos que estão no CadÚnico, tem o acesso gratuito e você pode pagar com 25% de desconto para o enterro social.

Então, a gente manteve a tabela de preços dos seis itens que você pode fazer os pacotes. Já foram reformadas todas as agências. Todos os cemitérios serão reformados. Agora, lógico. Aconteceu tem pouco tempo. Isso leva um tempo e vai melhorar muito o serviço. É algo que o greve não entende.

Mas, deputado, vamos falar da segurança aqui. Você sempre defendeu a liberação de drogas. Já tem vários vídeos. Você não entende que a liberação de drogas acaba prejudicando os nossos jovens? As famílias, as mães sofrem com isso? Por que você sempre defendeu a liberação de drogas?

Por que você não votou a favor do aumento da pena das pessoas criminosas? A gente precisa ter mais segurança, Guilherme.

Guilherme Boulos

Ricardo, eu achei que você só ia começar com mentira depois das 11h. Começou cedo hoje, hein? Rapaz, quis defender a liberação de drogas. Eu vou falar disso, mas até para a gente manter a lealdade com quem está nos assistindo Eu já te fiz uma pergunta. Quanto custa para uma família poder fazer oração numa capela num cemitério que você privatizou?

Ricardo Nunes

Você sabe? Guilherme, eu estou falando que o que eu tenho no contrato foi feita a concessão. O contrato estipula que o preço da tabela de 2019 para os 6 itens são os preços congelados. De que tem 25% de desconto no enterro social que não tinha e de que as pessoas pobres não pagam nada para poder fazer o enterro e o valor dos seus funcionários.

Agora, de uma coisa de uma capela, é uma cidade de 12 milhões de habitantes Vamos fazer uma conversa séria aqui com as pessoas? Respeitar? Negócio de pegadinha? É muito ruim isso.

Guilherme Boulos

Não é pegadinha não, Ricardo. Lamento que você desrespeite alguém que quer fazer uma oração e considere algo menor. Eu vou na missa todo domingo. Ricardo, não interrompa.

César Tralli

Por favor.

Guilherme Boulos

Olha, gente. Hoje, uma oração numa capela custa R$ 580 num cemitério. Em várias famílias. Teve um caso, inclusive, lá em São Miguel de uma família que teve que fazer a oração de corpo presente na calçada do cemitério porque não tinha dinheiro para pagar a capela.

É mentira. Aliás, você que está assistindo. Não precisa eu discutir com ele. Você sabe. Você que precisou do serviço funerário, lamentavelmente alguém que perdeu um ente querido em São Paulo. Você acha que está melhor? Está pagando estacionamento. Semana passada, uma jovem de 23 anos, Ricardo, morreu na Zona Leste.

Pneumonia. Sabe o que aconteceu? A família não tinha o dinheiro de 750 reais do caixão social. Três dias para ser enterrado. E o corpo foi enterrado sem ser lavado e maquiado. Depois da sua privatização. Queria te fazer uma pergunta muito objetiva. Você não se arrepende?

Ricardo Nunes

Olha, deputado. A gente precisa ter muita seriedade quando a gente vem para um debate. As pessoas estão nas suas casas para definir o seu voto no domingo. Eu espero que seja no 15, para você ver, porque não adianta vir com esses sistemas que desconstroem tudo aquilo que a gente foi construindo. A concessão é importante, tem um contrato rígido e a gente vai continuar melhorando o serviço funerário.

Você pode observar, por exemplo, as agências como já estão reestruturadas. O atendimento está melhorando. Mas é um serviço que eu fiz a concessão tem pouco tempo. Lógico, tem um prazo para poder adequar. E a gente vai continuar adequando e avançando.

Ricardo Nunes

Como, por exemplo, eu fiz a concessão do Anhembi.

O edital de licitação para a concessão do complexo Anhembi foi publicado em setembro de 2020 e a empresa vencedora foi anunciada em janeiro de 2021, durante a gestão de Bruno Covas (PSDB). Na época, Ricardo Nunes era vice-prefeito. A única etapa do processo realizada durante sua gestão foi a assinatura do contrato, em 26 de maio de 2021 — dez dias após Covas morrer e Nunes assumir o cargo.

Hoje, nós temos o maior centro de convenções aqui na cidade de São Paulo, o maior centro de convenções da América Latina. E lá gera o quê? Emprego e renda. Como foi feito antes de mim a concessão, Guilherme, do parque Ibirapuera. É bom a gente poder falar desse tema para ver que você é contra a concessão PPP.

Eu sou a favor. Pega o Parque Ibirapuera porque é um bom exemplo. O Parque Ibirapuera gastava uns 23 milhões por ano para limpeza e segurança. Hoje a prefeitura não gasta nada. Continua público. O atendimento é muito positivo. A população avalia com mais 90% como ótimo. A gente não gasta e tem o parque todo reestruturado.

É assim que tem que governar. Enxugando a máquina, trazendo o privado para poder ajudar no melhor serviço. Mas eu queria falar do Smart Sampa da segurança. Guilherme, é muito importante não foge da segurança. Eu fiz o Smart Sampa, que é essa colocação das câmeras para combater a criminalidade. O PSOL entrou com ação judicial contra. Se você ganhar a eleição, você vai acabar com o Smart Sampa?

Guilherme Boulos

Não, eu vou ampliar o Smart Sampa. Aliás, uma correção para você. Não foi só opção, o Ministério Público entrou, até porque a empresa que você contratou, como em vários outros casos, tinha histórico de corrupção, de suspeitas, que é uma constante na sua gestão. É uma coisa impressionante. O Ministério Público barrou isso e depois, quando você corrigiu, fez as coisas direitinho, como deveria ter feito desde o começo, foi liberado.

Agora, você quer falar de segurança? Eu acho que você está querendo fugir do tema da sua falta de pulso, Ricardo. Você deixa as pessoas no pior momento, como é o caso da morte de um ente querido, como é no apagão quando você não faz poda. Como é? E eu fiz esse alerta, hein? A Sabesp, gente, pode virar a Enel da Água.

Essa turma que acredita que privatizar resolve tudo. Olha o que está acontecendo. Olha o que aconteceu nos cemitérios, olha o que aconteceu com a Enel, olha o que pode acontecer com a Sabesp. Mas vamos falar de segurança, Ricardo, já que você trouxe esse tema e está com vontade de falar? No debate passado, você falou que via crianças brincando 11 horas da noite na Praça da Sé, muito seguras, tranquilas.

Eu não sei se você vai ter coragem de repetir isso aqui para quem está nos assistindo. Mas eu te faço uma pergunta mais objetiva. Você deixaria seus filhos, seus netos irem brincar 11 horas da noite na Praça da Sé?

Ricardo Nunes

Olha, deputado, na Praça da Sé, eu enviei, inclusive saiu no portal Terra e no portal UOL aquilo que eu presenciei lá. Eu saí do debate e fui até a Praça da Sé. Fiz um vídeo, inclusive mandei para alguns jornalistas.

Com segurança, haviam quatro viaturas da polícia militar, duas viaturas da Guarda Civil Metropolitana, agora é lógico, a gente tem que continuar trabalhando. Agora, se a gente faz segurança, põe policial, quando quer aumentar a pena e você não vota a favor, como é que fica, Guilherme?

O deputado, o Kim Kataguiri, apresenta um projeto, as pessoas precisam saber. Olha, deixa eu falar aqui, você fica invadindo aqui meu pedaço. As pessoas precisam saber. Precisam saber de que um projeto de lei para aumentar a pena de criminosos, o deputado não votou.

Como que vai melhorar a segurança? Não dá para a gente ficar no discurso e na hora do voto não votar. Eu e o Tarcísio estamos trabalhando para aumentar a segurança de São Paulo. Trabalho sério, investimento. E aí eles fazem isso. Eu queria que você pudesse explicar por que a questão da droga.

Aliás, eu vou te dar o tempo, senão vai ficar sem tempo. Você falou assim que não defendia a liberação de drogas. Tem vários vídeos, coloquei na minha rede, tá todo mundo vendo isso. Você fala assim, tem que liberar a maconha, tem que descriminalizar as drogas. Como é que a gente vai poder melhorar a segurança se você não vota o aumento de pena, se você quer liberar drogas, se você tem uma ação contrária àquilo que toda a sociedade, que você que está na sua casa, precisa? Vamos poder entender o que o deputado pensa.

Guilherme Boulos

Vamos lá. Que bom, Ricardo. Pode ir lá, fica à vontade, meu caro. Acho que você está precisando de água mesmo, está gaguejando um pouquinho. Mas enfim, gente, sobre o aumento de penas, acho que eu já esclareci para vocês. Ele vai ficar insistindo porque esse é o jogo dele, tem pouco a falar. Sobre o tema da descriminalização de drogas, acho que é importante você trazer isso mesmo.

O que eu sempre defendi, ele quer te convencer? Ele quer te confundir?

Guilherme Boulos

O que eu sempre defendi foi a diferenciação de usuário e traficante, a descriminalização do usuário.

Questionado a respeito de sua defesa à legalização das drogas, Boulos tem dito que, na verdade, sempre foi a favor da “diferenciação entre usuário e traficante”. No entanto, há declarações do deputado em que ele defendeu, sim, a descriminalização das drogas e a legalização da maconha. Então candidato à Presidência da República, Boulos declarou em entrevista em setembro de 2018: “É preciso descriminalizar as drogas no Brasil. É preciso legalizar a maconha, como o Uruguai fez, como o Canadá fez, como os estados norte-americanos fizeram, como vários países europeus fizeram. O caminho é esse. Questão de substâncias químicas não deve ser tema do Código Penal. Deve ser tema de saúde pública, do SUS”. Outra declaração semelhante foi feita em agosto daquele ano, durante um encontro com movimentos de jovens.

O que que quer dizer isso, gente? Traficante de droga que estraga a vida dos outros é criminoso e é caso de polícia. Esse é um ponto. Usuário, o dependente químico, não tem que ser preso. Ele tem que ser tratado, tem que ser recuperado. É isso que eu defendo e que eu sempre defendi. Parece que você não. Eu não sei se você tem coragem de dizer isso para uma mãe que eventualmente teve um filho na droga. Você defende que ele seja preso em vez de resgatado?

Ricardo Nunes

Eu defendo, Guilherme, como eu sempre defendi, é o que está previsto na lei. Agora não foi o que você defendeu. A gente precisa ter essa seriedade de falar com as pessoas. A legislação já estava posta e você foi várias vezes e deu entrevistas falando sobre o seu posicionamento. O problema é que você sempre defendeu teses, defendia o aborto, defendia a liberação de drogas, defendia a desmilitarização, que é o fim da polícia militar, e agora você está mudando.

Tudo bem, a pessoa pode mudar. É isso, você está mudando. Você não defende mais aquilo, é porque está no período eleitoral e quer mudar. É isso. Só para as pessoas saberem.

Guilherme Boulos

Ricardo, eu fico impressionado. Eu não sei se é desespero, não sei o que está acontecendo com você, para você ter uma atitude dessa. Quem tem duas caras nesse debate é você. Teve durante a campanha toda... Eu não estou te ofendendo. Calma, calma, Ricardo, você está nervoso.

Fica tranquilo. Você é que defende uma hora uma coisa, defende outra hora outra. Você fez isso durante a campanha toda.

Por exemplo, você dizia que era a favor da vacina, aí recebeu o apoio do Bolsonaro, passou a dizer que é contra a vacina. Você dizia que o Bruno Covas tinha acertado na pandemia, recebeu o apoio do Bolsonaro, começou a dizer que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia.

Embora seja verdade que Ricardo Nunes tenha mudado alguns de seus posicionamentos em relação à pandemia, Boulos exagera ao dizer que o prefeito já afirmou ser contrário à vacina. Em entrevista ao influenciador de extrema-direita Paulo Figueiredo, Nunes declarou, na verdade, que mudou de opinião em relação à obrigatoriedade da vacinação e que errou por ter instituído o passaporte vacinal. O prefeito não disse, porém, ser contrário à imunização. Nunes também passou a defender a atuação de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia, contornando os atritos entre o então presidente e o então prefeito paulistano, Bruno Covas. Em maio deste ano, o Metrópoles publicou vídeo em que Nunes rebate um eleitor que se referiu a Bolsonaro como “genocida”: “Ué, mas não mandou a vacina? Não faltou nada para ninguém. Mandou R$ 4 bilhões só para a cidade de São Paulo na época da pandemia. Não faltou nada, a verdade tem que falar”, declarou. O prefeito também defendeu a atuação de Bolsonaro no campo econômico, dizendo que o ex-presidente “ainda pagava um valor para quem manteve as pessoas no emprego”.

Aliás, é uma oportunidade. Você tem um tempinho ainda aí? Você disse isso. Tem um vídeo. Tem um vídeo seu, dizendo que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia. Com certeza tem muita gente nos assistindo que perdeu, entes queridos, 700 mil pessoas e o Bolsonaro fazia deboche.

Ricardo Nunes

Guilherme, não fica inventando história, não. As pessoas não são bobas.

Ricardo Nunes

O que eu falei e vou voltar a falar é que São Paulo, sobre a minha gestão, se tornou a capital mundial da vacina.

De fato, a cidade de São Paulo conseguiu alcançar altas taxas de vacinação contra a Covid-19 em poucos meses. No entanto, não existem dados comparativos precisos e mensais capazes de determinar se São Paulo em algum momento foi a cidade que mais vacinou no mundo. O prefeito cita o suposto título de “capital mundial da vacina” a partir de uma reportagem do site da Forbes, publicada em janeiro de 2022, sob o título: “Como São Paulo se tornou a ‘capital mundial da vacina’”. O texto exalta o avanço da vacinação na cidade, mas em nenhum momento diz que São Paulo foi a cidade que mais vacinou no mundo. Em outubro de 2021, por exemplo, enquanto São Paulo alcançava o índice de 90% da população adulta vacinada, Canberra, capital da Austrália, se aproximava de 100% na mesma época.

No PNI, Programa Nacional de Imunização, nós estamos batendo todos os índices de vacinação, de todas as categorias. O que não teve foi a vacina da dengue, na pandemia da dengue, que esse governo não mandou. Mas eu queria te perguntar mais uma questão importante e fundamental. Você foge da questão da segurança e todo mundo que está em casa quer saber, quer entender o seu posicionamento. Você sempre foi, então, a favor da liberação de drogas, sobre a desmilitarização.

Você podia explicar um pouquinho? Você já falou várias vezes que é a favor da desmilitarização, tirar as armas da polícia. Você deu uma entrevista que ia tirar os fuzis que eu comprei para a GCM. Você vai fazer isso? Você vai tirar da GCM os fuzis?

Guilherme Boulos

Ricardo, eu não vou tirar fuzil. Aliás, é importante dizer que os fuzis que foram comprados para a GCM não foram utilizados uma única vez até hoje. Agora, a questão é a seguinte, vocês percebem, gente? Vocês estão vendo o jogo dele? Ele foge das questões.

A gente explica, a gente fala, olha, não é descriminalização do traficante. O traficante tem que ser combatido. É tratar o usuário. Aí eu pergunto para ele, você defende que o usuário seja preso? Ele blá, blá, blá, blá. Não fala. Pergunto para ele se ele deixaria os filhos dele e tranquilos na Praça da Sé 11 horas da noite.

Ele não fala. Ele tinha dito isso num debate anterior. Mas para não ficar o dito pelo não dito, que às vezes você está em casa, fica meio vendo esse ping pong. Eu vou subir agora na minha rede social, infelizmente eu não posso mostrar aqui pelas regras do debate. Eu vou subir agora na minha rede social o vídeo dele dizendo que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia.

Vou te dar uma última chance, porque o vídeo vai subir e as pessoas vão ver que você falou isso. Bolsonaro fez ou não fez tudo certo na pandemia?

Ricardo Nunes

Guilherme, eu nunca mudei minha posição de nada. Você tomou vacina, certo? Eu tomei a vacina. A vacina que você tomou foi o Bolsonaro que mandou para cá. Olha, as vacinas que chegaram aqui, que ele mandou na época que ele era o presidente, nós fizemos a distribuição

Ricardo Nunes

e São Paulo foi reconhecida como capital mundial da vacina.

De fato, a cidade de São Paulo conseguiu alcançar altas taxas de vacinação contra a Covid-19 em poucos meses. No entanto, não existem dados comparativos precisos e mensais capazes de determinar se São Paulo em algum momento foi a cidade que mais vacinou no mundo. O prefeito cita o suposto título de “capital mundial da vacina” a partir de uma reportagem do site da Forbes, publicada em janeiro de 2022, sob o título: “Como São Paulo se tornou a ‘capital mundial da vacina’”. O texto exalta o avanço da vacinação na cidade, mas em nenhum momento diz que São Paulo foi a cidade que mais vacinou no mundo. Em outubro de 2021, por exemplo, enquanto São Paulo alcançava o índice de 90% da população adulta vacinada, Canberra, capital da Austrália, se aproximava de 100% na mesma época.

Mas eu queria que você pudesse nos explicar uma questão também importante. Por que o seu partido, por que vocês entraram no STF para poder manter a saidinha dos criminosos?

Guilherme Boulos

Gente, é uma mentira atrás da outra. É impressionante. Aí depois até os fatos, ter a checagem de fatos e tal, o que ele quer é confundir sua cabeça. Se lembre, já fizeram isso outras vezes. Diziam que o Lula ia fechar igreja há dois anos.

Ia fazer kit gay. Você lembra disso? O Lula ganhou a eleição. Teve alguma coisa disso? Não teve. Esse é o jogo. É botar medo nas pessoas. Vou te dar a última chance. O vídeo está subindo agora. Bolsonaro fez ou não fez tudo certo na pandemia?

Ricardo Nunes

Bolsonaro enviou as vacinas para São Paulo. Você tomou, eu tomei com a vacina. Eu fiz o meu papel. Eu não sou julgador do presidente.

Ricardo Nunes

Como prefeito, tornei São Paulo a capital mundial da vacina.

De fato, a cidade de São Paulo conseguiu alcançar altas taxas de vacinação contra a Covid-19 em poucos meses. No entanto, não existem dados comparativos precisos e mensais capazes de determinar se São Paulo em algum momento foi a cidade que mais vacinou no mundo. O prefeito cita o suposto título de “capital mundial da vacina” a partir de uma reportagem do site da Forbes, publicada em janeiro de 2022, sob o título: “Como São Paulo se tornou a ‘capital mundial da vacina’”. O texto exalta o avanço da vacinação na cidade, mas em nenhum momento diz que São Paulo foi a cidade que mais vacinou no mundo. Em outubro de 2021, por exemplo, enquanto São Paulo alcançava o índice de 90% da população adulta vacinada, Canberra, capital da Austrália, se aproximava de 100% na mesma época.

Olha, vocês estão vendo a diferença? A questão de tratar da segurança com muita seriedade. E a questão de você defender criminosos. Essa é a diferença.

Gente, olha, sabe o que ele quer? Colocando uma mentira atrás da outra? Que você tenha medo na hora de votar. Ele sabe que o governo dele foi ruim. Ele não tem o que dizer do governo dele. Ele quer que você tenha medo. Não vote com medo, não. Vote nos 50.

César Tralli

Candidato Ricardo Nunes, o senhor pediu um direito de resposta. O pedido foi negado. Os senhores, portanto, já falaram dez minutos cada um. Nós vamos, então, encerrando aqui o nosso primeiro bloco. E no próximo bloco, depois do intervalo, os candidatos fazem pergunta entre si com temas determinados. Não percam, então. Nós voltamos daqui a pouquinho. Esse debate é pra você. É a Globo nas eleições 2024.

César Tralli

Dez horas e vinte e sete minutos. Agradeço sempre muito aqui a sua companhia. Estamos de volta com o último debate entre os candidatos que disputam a prefeitura da capital, agora com duas rodadas de temas determinados. Em cada rodada, os candidatos vão ter cinco minutos cada um para administrar como quiserem. Pela ordem sorteada anteriormente, quem começa este bloco é o candidato Guilherme Boulos, do PSOL. Candidato, por favor, nesse telão aí ó a sua frente o senhor está vendo seis temas: educação, mobilidade, moradia, saúde, segurança e trabalho. Peço ao senhor, por favor, que escolha um dos temas e que faça a pergunta ao seu adversário dentro do tema. O tempo está correndo.

Guilherme Boulos

Meu tema é saúde pra ele. Ricardo, pra entrar no tema da saúde, eu quero te fazer uma pergunta objetiva: quanto a Prefeitura de São Paulo tem em caixa hoje?

Ricardo Nunes

Não existe essa conta da forma como você coloca, Guilherme. Nós temos hoje a Prefeitura de São Paulo com caixa saudável. Tudo que a gente tem está empenhado ou comprometido para os pagamentos. O saldo hoje deve ter em torno de R$ 22 bilhões. Não quer dizer que está com dinheiro livre. Não quer dizer que está com dinheiro livre. Eu consegui elevar a saúde financeira da cidade. Resolvi a saúde financeira para cuidar da saúde das pessoas.

Ricardo Nunes

Por isso que o orçamento em 2017 eram 10 bilhões. Esse ano, serão 21 bilhões.

Na LOA (Lei Orçamentária Anual) aprovada para 2024, o orçamento da municipal para a função orçamentária da saúde foi de R$ 19,1 bilhões. Quando Nunes assumiu a prefeitura, em maio de 2021, o orçamento era de R$ 12,4 bilhões — ou R$ 14,3 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. Foram gastos naquele ano R$ 14,5 bilhões com a função saúde — o que equivale a R$ 16,7 bilhões corrigidos. Uma vez que os números diferem dos citados pelo prefeito, a declaração foi considerada imprecisa.

Por isso que eu abri aqui na Cidade Tiradentes, a UPA aqui no Grajaú, a UPA aqui no Peri. Abriu uma UPA aqui na Mooca abriu uma UPA.

Ricardo Nunes

Eu abri 19 UPAs na cidade.

Nunes, mais uma vez, contabiliza UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) que não foram inauguradas em sua gestão. Questionada pelo Aos Fatos no início da campanha, a Secretaria Municipal de Saúde enviou uma lista de 18 unidades que teriam sido entregues pelo prefeito. Três delas, no entanto, foram inauguradas antes da atual gestão: a UPA Jabaquara, a UPA 24h Vera Cruz e a UPA Santo Amaro. A partir de meados de setembro, o prefeito passou a contabilizar mais uma unidade na lista: a AMA (Assistência Médica Laboratorial) Jardim Helena, na zona leste, que foi reformada e transformada em UPA.

Só pra você ter uma ideia, pessoal: para construir uma UPA custam 10 milhões; o custeio, 5 milhões por mês. Para saber fazer gestão para cuidar. Então, na cidade de São Paulo eu ajustei a saúde financeira. Está com capacidade de investimento. Por isso, estou batendo o recorde investimento. Nunca teve a quantidade de investimentos que nós estamos tendo agora. Mas dinheiro sobrando, num tempo que tem muita demanda para fazer, bom…

Guilherme Boulos

Você fala em saúde financeira. É importante dizer que você fez déficit de mais de cinco bilhões de reais no ano passado. Fez. As pessoas pesquisem, saibam. Mas, enfim, agora mais importante do que isso: hoje a cidade tem mais de 22 bilhões de reais no caixa. Mas porque esse dinheiro não foi de verdade para cuidar da saúde das pessoas? E aqui coloco de forma muito objetiva falando com você que está em casa. Você que vai num posto de saúde, você encontra um remédio? você que vai no hospital, você encontra médico? Você consegue um exame em menos de um ano? Eu deixo pra vocês essa resposta. Pra quem precisa dos CEUs em São Paulo. Porque que mesmo tendo dinheiro em caixa, Ricardo, você não melhorou de verdade a saúde das pessoas na cidade?

Ricardo Nunes

Nós melhoramos grande. Eu acabei de falar do quanto a gente conseguiu elevar o investimento da saúde. Olha só: São Paulo foi fundado em 1554. Até 2020, portanto 466 anos, foram feitos 20 hospitais. Hoje, são 30. O Bruno e eu abrimos 10 hospitais até 2017. Eram três UPAs; hoje são 30. O Bruno e eu abrimos 27 dessas.

Esse ano inaugurou mais duas. Ainda eu inaugurei a UPA da Lapa, inaugurei a UPA do Sacomã e eu vou, no meu próximo mandato, fazer, inaugurar mais 15 UPAs. Centro de [inaudível] não tínhamos nenhum, inaugurei seis. A gente está fazendo muita coisa pela saúde agora.

Lógico que tem muita coisa ainda pra fazer, mas, como eu falei, eu sou um gestor. Ajustei a saúde financeira da cidade. Nós vamos poder continuar avançando: diminuir a fila, ampliar os equipamentos de saúde. Vou fazer 25 destes e 15 UPAs ainda. Bom…

Guilherme Boulos

Primeiro, das UPAs que ele fala que fez, três foram do Dória. Eu acho que ele se vê como continuidade do governo do Dória. Então é natural que coloque dessa maneira. Gente, eu deixo pra vocês analisarem e fazerem o julgamento. O que ele fala, ele fala vários números e tal, o marqueteiro falou, você decorou. Tem problema é agora. Você que tá na vida real, que vai para uma UPA e espera 89 horas para ser atendido, que vai pro posto de saúde, não encontra remédio. Você acha que melhorou a saúde em São Paulo? Eu decidi fazer o Poupa Tempo da saúde pra que isso melhore na realidade, não só no discurso na propaganda do Ricardo Nunes.

Poupa Tempo da saúde. Eu vou ter ajuda do presidente Lula, que já se comprometeu a contratar médicos especialistas trazendo recursos federais. Pra isso, eu sei que se rir porque você não contou com a ajuda do presidente eu entendo não…

Ricardo Nunes

Porque não quis um sorriso de você não está...

Guilherme Boulos

Bem, mas enfim, porque, porque não quis o apoio do presidente até no caso do hospital do câncer. Eu vou fazer o Poupa Tempo da saúde. Vai ter aqui no Grajaú, vai ter no Capão, porque hoje o Capão, quem tá no Capão, tem que ir ou pro hospital do Campo Limpo ou pro hospital da M´Boi Mirim. Satura essas regiões. Vai ter Poupa Tempo da saúde em Perus, que tem que ir hoje pro hospital de Taipas, que tá, que tá saturado. Quem é de Perus sabe disso. Vai ter no Itaim Paulista, que hoje não tem hospital. Vai ter entre Cidade Tiradentes e São Mateus.

Nós vamos fazer 16 Poupa Tempos da saúde nas regiões que mais precisam. Naquelas regiões onde a fila de exame e consulta é maior, pra zerar a fila da saúde em São Paulo. Agora, te faço uma pergunta novamente. O objetivo é claro: num debate anterior, você disse que quem vai na UBS, num posto aqui em São Paulo, encontra remédio, o que precisar. Você tem coragem de repetir isso olhando para as pessoas?

Ricardo Nunes

Nós temos o fornecimento de 300 milhões de medicamentos por mês. Só de fraldas, são 6 milhões por mês, que agora mudei: tô entregando em casa. Obviamente, com 478 UBS, com 30 UPAs, com 30 hospitais. Nós temos ainda 17 hospital-dia. Você pode ter algum local, algum medicamento que não tem aqui naquele momento, mas a gente recompõe. Agora eu coloquei em ordem isso. Você falou do Grajaú. Grajaú aqui sabe quantas UBS eu tô fazendo aqui? Sete só no grajaú. Aliás, cinco, que duas eu já entreguei: a do Gaivotas e a UBS do Jardim Helena.

Entreguei semana passada aqui ó, no Jardim Helena, que me conhece bem. Uma coisa que eu não posso negar com essa cidade, aqui no Jardim Helena eu entreguei uma UPA que parece um hospital e tô concluindo a UBS. Como que a gente vai dizer que não melhorou? Como é que a gente não vai comemorar os avanços que tivemos? Mas é lógico, gente. Tem que fazer mais e é por isso que eu vou fazer o paulistão da saúde. Já comecei o primeiro ali nas aqná que 17 mil metros quadrados. Vai ter um hospital-dia, tratamento pra mulher sem tratamento, exames pra mulher, centro oftalmológico, centro odontológico, toda a infraestrutura no local eu vou ter um paulistão da saúde um em cada região da cidade.

Agora, quem já fez, quem ajustou as contas, quem já entregou, pode falar pra você que vai continuar entregando. Inclusive, quero te dizer que ele somou de prometer.

O Haddad havia colocado no plano de metas dez itens de saúde. E sabe quantas ele entregou? Um. Nove não entregou. Quem fala isso é o Tribunal de Contas do Município.

Nunes faz referência a uma auditoria realizada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) em 2017. Segundo o levantamento, a gestão do petista Fernando Haddad (2013–2016) na prefeitura não cumpriu nove das dez metas prometidas para a área da saúde. A auditoria apontou que a gestão de Haddad só completou a meta de implantar 12 novos consultórios de rua com tratamentos odontológicos e relacionados ao abuso de álcool e outras drogas.

Como é que vai confiar direto se vocês não têm experiência quando vocês prometem do entrega eu tô te falando que eu já entreguei e vou continuar entregando.

Guilherme Boulos

Está vencido, Ricardo. Eu acho que você acha que não tem gente do Gaivotas e do Jardim Helena assistindo e sabe que você fez no Gaivotas. Você sabe. Não quis dizer se fechou a UBS que tinha ali no final no ponto final e levou uma pra baixo perto da represa. Eu estive visitando lá essa semana, Ricardo. Povo está indignado. Inclusive que ficou menos acessível. Sabe que você fez no Jardim Helena, você que é do jardim Helena sabe. Pra abrir uma UPA você fechou três AMAs, três AMAs na região do Jardim Helena. Ô Ricardo, cobrir um pé descobrindo outro? Você que é do Jardim Helena, você que é do Gaivotas sabe o que eu tô falando. De fato, obrigado pelo reconhecimento.

Eu conheço a cidade. Fui buscar conhecer a ponto de, inclusive, poder questionar o que você está dizendo aqui. Não fez, gente. Pensa bem. Você vai fazer um casamento. Aí você vai lá, resolve fazer um almoço com a feijoada. Aí você contrata o melhor chef de cozinha, o que você acha que é o melhor, compra os melhores ingredientes. Quando vai os convidados comer a feijoada, a feijoada tá ruim. O que você vai fazer? Você vai contratar esse chef de novo? Não, né? É a mesma coisa com o prefeito. O Ricardo Nunes teve a chance dele e não fez. Teve três anos e meio. Teve tempo e teve dinheiro.

Você sabe que, que, como se começou a fazer coisa agora só na eleição, tem gente que acha que você está pouco tempo, não está três anos e meio na prefeitura. Teve a chance, não fez. O que eu tô pedindo pra vocês é que me deem essa chance pra que eu possa fazer. Pra mim e pra Marta Suplicy, que, com muito orgulho, a minha vice foi uma grande prefeita. Você falou que a Marta promete, que os nossos governos do campo progressista prometem e não faz. A Marta tá ali, inclusive. E você achou ruim o governo da Marta?

Ricardo Nunes

Podia responder como é que você acha que ela liderou o processo do impeachment da Dilma, talvez. Olha, que eu tô falando da cidade. Eu quero falar de São Paulo. Quero falar pra você do futuro da nossa cidade. Eu não tô aqui pra fazer julgamento de outras pessoas. Sempre que ser julgado, eu e ele, porque, a partir do dia 1 de janeiro, eu ou ele estaremos à frente da Prefeitura de São Paulo. Espero que eu, porque eu tô demonstrando a minha experiência, a capacidade das entregas que eu fiz, reconhecendo que tem muita coisa pra fazer. Mas a justiça, as finanças para continuar fazendo, lembre-se. Podia responder pelo seguinte: eu vou fazer o primeiro grande centro TEA aqui na cidade de São Paulo. O que você acha do centro TEA, desse meu grande projeto?

Guilherme Boulos

Olha, só lamento que você tenha começado a fazer só no ano da eleição. Eu vou fazer cinco na cidade de São Paulo. Eu pergunto pra você que é mãe atípica, mãe de crianças autistas, quando você vai precisar do serviço de saúde para seu filho, encontra educação especial. Essa é a minha resposta, Ricardo.

Ricardo Nunes

Vamos lá. Nós temos o assistente de videoescolar. Era 1.200 nas escolas, hoje são 2.400. Eu dobrei o centro TEA. É uma área que eu tô fazendo ali na Santos Dumont. Cinco mil metros quadrados para atender as pessoas com transtorno do espectro autista, para atender os autistas e seus familiares. Uma área de cinco mil metros quadrados. E vou fazer um centro TEA, um em cada canto da cidade. Agora, gente, eu vou entregar 8 mil obras. Ninguém faz 8 mil obras no ano, não. Eu comecei desde cedo até porque eu acordo cedo, durmo tarde, estou no trabalho…

César Tralli

Tempos esgotados. Vamos então aqui a mais uma rodada de pergunta com o tema determinado e agora é a vez do senhor, candidato Ricardo Nunes. Só tá vendo ali no telão, ainda temos cinco temas, e peço ao senhor, por favor, que escolha um. Os senhores têm cinco minutos para administrar como quiser. O senhor faz a pergunta e o tempo está correndo, por favor.

Ricardo Nunes

Muito bem. Eu escolho trabalho. O trabalho é fundamental. A melhor ferramenta para diminuição da desigualdade social é a oportunidade de trabalho e renda. Eu reduzi impostos, eliminei taxas e a gente está avançando, trazendo muitas empresas para São Paulo e abrindo muitas empresas aqui. As ações que nós estamos desenvolvendo com relação à desburocratização, combate a corrupção e um ambiente saudável para as pessoas empreenderem aqui tem feito da nossa cidade essa cidade da oportunidade do trabalho, um local propício para as pessoas viverem aqui e trabalhar e empreender.

Agora, tem uma coisa fundamental. Eu, que vim lá da periferia e sonhava, como todo jovem, o que eu ia conseguir fazer no meu futuro, qual que seria o meu futuro, quais seriam as oportunidades. Eu criei um projeto muito importante que é o Meu Trampo. O Meu Trampo, ele ensina as pessoas a empreenderem e depois acompanha. Deputado Guilherme, o que você acha desse meu projeto, o Meu Trampo?

Guilherme Boulos

Ricardo, dá pra fazer muito mais e melhor. Sabe o que eu vou fazer em relação a você, jovem da periferia que entrar no mercado de trabalho? A Marta, minha vice, fez o CEU. O CEU cuida da criançada e dos adolescentes até 14 anos, que é até o nono ano, porque está ligado à educação infantil e ao ensino fundamental. Agora nós vamos fazer o CEU 2.0, que é o CEU Profissões, uma coisa que você não fez e acho que faltou, inclusive, inovação. Criatividade foi um dos maiores problemas seu governo, fora as suspeitas, os temas de corrupção.

É, o CEU num único espaço, como o CEUs, vai ter lá o wi-fi livre, estúdio de audiovisual, ilha de edição e formação em economia digital. Você, jovem da periferia, vai se formar em programador, designer, robótica, inteligência artificial, que são as profissões do futuro.

Vai trazer, para além disso, vai ter formação para serviços, como gastronomia, turismo, moda, idiomas. Hoje, o custo de um curso desse numa instituição privada é de 45 mil reais. O jovem da periferia vai ter isso gratuitamente, acessível, no CEU Profissões.

É isso que eu vou fazer. Sabe por que, Ricardo? Porque tem gente que prefere apontar o dedo quando o jovem vai para um caminho errado. Eu prefiro estender a mão antes para dar uma oportunidade para ele, né? Agora, falando em CEU Profissões, CEU e uma pergunta, porque o CEU também forma as crianças para o futuro, os adolescentes para o futuro. Por que que você não fez nenhum CEU na sua gestão, tendo três anos e meio, tendo dinheiro? Não vem dizer “eu tô fazendo cinco”, não. Se teve tempo, entregou. Entregou nenhum. Você acha que o CEU não é importante ou foi por falha em competência de gestão que se não fez nenhum CEU?

Ricardo Nunes

Guilherme, eu já respondi você, tá? Também vou responder de novo. Aqui, ó. Dos CEUs, equipamento importante, hoje nós temos 58 CEUs. Desses 58, 12 o Bruno Covas entregou. Portanto, 46 são CEUs que já vinham de outras gestões. Eu fiz a reforma de todos eles. Era necessário. Tinha muitos CEUs, o CEU da Alvarenga, da Pedreira, a piscina não funcionava. Enfim, vários problemas. Eu tive que fazer a reforma de todos esses CEUs. Esses 12 estão em obra, como você outro dia gravou um vídeo. Foi muito engraçado. “O prefeito não faz nada”. Só que estava na frente da construção do CEU da Cidade Ademar.

Nós já vamos ter, em muitos deles, aulas no começo do ano que vem, e, por uma coincidência, antes de outras, totalização para mais seis CEUs, inclusive ali na Pedreira dos sete campos. Então, olha, não é só os que a gente falou. Os 12 serão 16, que já estão em obras, já concluindo outros, já estão contratados agora. Eu queria que você pudesse me falar o seguinte: você não falou do programa Meu Trampo. Eu queria insistir. No Meu Trampo, a gente ajuda as pessoas a empreenderem. Você, que é jovem, ajuda a empreender, você montar o teu negócio, isso é fundamental. E aí tem um outro programa muito bacana da fundação paulistana, que tinha mil pessoas fazendo curso e hoje são 23 mil, que ganham ainda 700 reais. Que, às vezes, o jovem precisa de uma ajuda para poder estudar.

E tem um outro programa muito importante na área de tecnologia. São Paulo se tornou a grande cidade da área de tecnologia. A gente tem muitas vagas para esse setor, remunera bem. Os nossos jovens têm essa habilidade da área de tecnologia. E eu criei um programa muito bacana, que é o Avanço, até que já está funcionando. Já inaugurei cinco Avanços. Mas pra gente poder ter emprego e renda é preciso ter as empresas aqui e baixar impostos. Eu queria te pedir pra você explicar porque que o PSOL, o seu partido, vocês votaram contra o meu projeto para reduzir o ISS de streaming e reduzir o ISS dos aplicativos para a determinação de serviço, reduzir o ISS de audiovisual, reduzir o ISS de franquia franchise. Por que vocês votaram contra?

Guilherme Boulos

De novo, Ricardo, com essa mentira. Eu já esclareci no outro debate num dos que se foi porque você fugiu de um monte como foge de responsabilidade, mas esclareço aqui de novo acho que você quer só jogar com o tempo, né, deve ser isso.

Guilherme Boulos

Bom, o PSOL votou a favor do projeto que ele está fazendo, falando, na primeira votação.

É FALSO que a bancada do PSOL votou a favor na primeira votação em plenário do PL 755/2023, projeto enviado por Nunes à Câmara Municipal de São Paulo que propunha redução na alíquota do ISS (Imposto sobre Serviços) sobre plataformas de streaming de 2,9% para 2%. O projeto foi aprovado em votação simbólica, e a vereadora Elaine do Quilombo Periférico registrou a abstenção de toda a bancada do PSOL, conforme as notas taquigráficas. Antes, durante o trâmite legislativo, o projeto passou pela Comissão de Administração Pública, onde foi aprovado por unanimidade, incluindo o voto da vereadora Jussara Basso (PSOL). Na segunda votação em plenário, em 21 de dezembro, o partido de fato encaminhou voto contrário, sob a alegação de que o projeto representaria um perdão a empresas que não pagavam ISS na cidade. O texto acabou sendo aprovado e sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes em 28 de dezembro do ano passado.

Lá no parlamento, tem primeira e segunda votação. Na segunda votação, ele, e a turma dele, incluiu jabutis, que são coisas que não têm nada a ver com o projeto, em geral por algum esquema, não é? E botam junto. E aí, o jabuti que botaram era a prefeitura poder pegar dinheiro em várias moedas estrangeiras, uma coisa totalmente estranha o projeto. Por isso que o meu partido votou contra, né?

Então, eu já te disse isso, mas digo de novo para quem está assistindo a gente, que talvez não tinha tido a oportunidade de ouvir. Já que ele falou de empreendedor, eu recebi com muito orgulho o apoio da Tabata Amaral nesse segundo turno. Incorporei uma proposta da Tabata, que é o Jovem Empreendedor, que é dar um crédito para que o empreendedor toque sua pequena empresa, faça o seu trabalho, possa levar adiante. Nós vamos fazer também o Acredita Mulher junto com o presidente Lula. Tive com o presidente. O presidente lançou o Acredita. Agora vai ser o Acredita Mulher, para a mulher que é esteticista, manicure, boleira, salgadeira. Tem um apoio, tem um empurrãozinho para poder cuidar do seu trabalho.

Agora, eu acho que tem um ponto importante, Ricardo, sobre essa questão de trabalho. Nós temos vendedores ambulantes na cidade de São Paulo e tal. Saiu uma denúncia esses dias na sua gestão, imagino que você tenha conhecimento, de um grupo de fiscais da sua gestão extorquindo os vendedores ambulantes que não que estavam com dificuldade no programa Tô Legal, criado pelo Bruno Covas. Eu queria que você pudesse comentar sobre extorsão daquelas pessoas que estão ali, fazendo um fim, tentando levar o pão pra casa, com a atitude que você tomou.

Ricardo Nunes

Guilherme, você desvirtua, né? Você fala de uma denúncia. Não fala o que é, onde foi. O que tem de concreto da minha gestão é tolerância zero com corrupção. Por isso que eu fiz o concurso, coloquei mais controladores, reforçamos o serviço da controladoria. E nós estamos recebendo prêmios nacionais e internacionais com combate à corrupção e transparência. Comigo, é o seguinte: andou errado, é procedimento administrativo e rua. Como eu já demiti vários, mas eu queria falar também do Vai Tec. Nós temos que é o Vai Tec. É um programa muito importante, que a gente fomenta essas, esses jovens quando eles trazem projetos importante, essas startups.

E tem também, por exemplo, o Vai Tec Games, que também é um mercado importante para as pessoas poderem ganhar o seu dinheiro. Nós temos que estar acompanhando a evolução. Hoje, pessoal, existem profissões que, daqui a dez anos, não terão mais. Serão outras. E a gente vai acompanhando e dando sempre é o incentivo para essas pessoas. Eu fui receber um prêmio, participar da maior feira dessa área em Lisboa, e eu levei 20 startups que a gente fomenta aqui da cidade para me acompanhar lá nesse trabalho. Tenho muito orgulho. Mas eu queria que você pudesse falar que… é… aliás, não vou nem te perguntar.

Deixar você falando aqui só para esclarecer para você quando você fala que votou contra o projeto que tinha que autorização para tomar recurso, como é? De estrangeira. É para fazer o recurso para os ônibus elétricos. Porque o dinheiro lá fora muitas vezes é mais barato que aqui. Olha que incoerência. Não conhece, não sabe fazer gestão. E não é verdade que ele votou contra porque são projetos distintos. Cada um desses que eu falei foi um projeto diferente. Então PSOL vota contra a redução.

Guilherme Boulos

Gente, é impressionante. Ele conseguiu aqui fazer uma fazer um malabarismo para manter a mentira em pé. A questão do mentiroso é essa, né? Ele tem que se manter coerente com a mentira até o fim. Mas tem uma coisa que me chamou a atenção, Ricardo. Você falou que você é duro contra a corrupção. Talvez pro próximo bloco, como não tem mais tempo, você explique porque que a sua gestão pagou 40 vezes mais para armadilha de mosquito de dengue. A Fiocruz produzia por 10 reais, você pagou 400 de um amigo.

Porque que a sua gestão é investigada por obras emergenciais sem licitação e você gastou 50 milhões de reais para dar para a empresa de um compadre, o padrinho da sua filha? Porque a sua gestão superfaturou até garrafinha d 'água no carnaval? Você vir aqui e falar que é contra a corrupção, Ricardo. Pelo amor de Deus! As pessoas estão enxergando. O povo tá vendo. Busquem tudo que eu tô falando aqui. Vocês não precisam acreditar. Vai lá e procure no Google cada uma delas. Gente, ele teve a chance dele, não fez. Quando fez, fez de maneira suspeita. Por isso, eu peço uma oportunidade no 50.

César Tralli

Candidato Ricardo Nunes, o senhor pediu oito direitos de resposta. Foi concedido um direito para o senhor. O senhor tem um minuto, por favor.

Ricardo Nunes

Ô César, por favor, ele fica falando um monte de coisas. Bom, desculpe, tá bom. Olha, deixar uma coisa para vocês. O deputado Guilherme Boulos foi condenado 32 vezes só agora no segundo turno. Trinta e duas, trintas e duas condenações. A justiça foi lá e identificou que ele colocava mentiras no ar no horário eleitoral, atacando a mim, atacando a minha família, atacando a minha gestão. Gente, a Justiça identificou e condenou o seu Guilherme Boulos em 32 vezes e agora ele resolveu – não é? – mesmo descumprindo a decisão judicial, vir aqui ao vivo fazer isso novamente, o que eu lamento profundamente.

A questão dessas iscas é mentira. Eu mandei o ofício para o Ministério da Saúde. A Fundação Fiocruz não comercializa iscas. É uma conversa fiada. Não existe nada com relação de errado nas obras que eu estou fazendo. Muito pelo contrário, eu tive todas as minhas contas aprovadas pelo tribunal de contas do município em 2021, 2022 e 2023 e aprovado pela Câmara Municipal.

César Tralli

Tempo esgotado. Candidato Guilherme Boulos, o senhor pediu direito de resposta. O pedido foi negado. Nós vamos encerrando aqui a nossa segunda rodada do debate. Eu peço a você por favor que continue conosco. A gente vai fazer um intervalo bem rápido e na sequência voltamos ao debate com tema livre. Esse debate é pra você eleitora e eleitor. E a gente volta já. É a Globo.

César Tralli

Estamos de volta. Muito bom ter você aqui com a gente. 10 horas e 53 minutos. Neste bloco, as perguntas são novamente de tema livre. Como o candidato Ricardo Nunes abriu o primeiro bloco de tema livre, quem começa, portanto, este bloco é o senhor candidato Guilherme Boulos.

O senhor tem, enfim, cada um com 10 minutos para usar como bem entender. Peço ao senhor, portanto, que faça a pergunta e o tempo está correndo.

Guilherme Boulos

Obrigado, Tralli. Eu quero falar nesse bloco, Ricardo, sobre transparência de gestão. Para o recurso da cidade ser bem usado, não pode ter corrupção e as pessoas que vão domingo às urnas, você tem o direito de saber se um candidato tem suspeitas ou não.

Em novembro de 2020, foi aberto o inquérito da máfia das creches. Você faz parte dele. Num debate anterior, eu te perguntei e depois de muita insistência você acabou admitindo que você recebeu dois cheques de uma das pessoas investigadas na máfia das creches.

Bom, você dizia que foi por um serviço prestado pela sua empresa de dedetização, a Nikkey. Agora, se foi um serviço prestado pela empresa, para alguém que estava sendo investigado, por que foi recebido na sua conta pessoal do Santander e não da conta da empresa?

Essa pergunta foi feita a você pela Polícia Federal num depoimento e você não respondeu. Eu estou te dando mais uma oportunidade de responder ela para que o povo de São Paulo saiba.

Ricardo Nunes

Vamos lá. Olha, Guilherme, é muito triste que a gente queira aqui discutir a cidade e você vem criar essas mentiras que você já foi condenado por trazer essa mentira no horário eleitoral. É uma das 32.

César Tralli

Pessoal, licença, o senhor, o relógio está parado, o senhor está com uma ficha que tem um número aí. Então, por favor, eu peço ao senhor, se o senhor deixar a ficha baixa, assim, para não aparecer o número, não há problema algum.

Ricardo Nunes

Ok. Eu vou fazer o seguinte, eu vou só dobrar aqui para não aparecer, então, e uso assim, tá ok?

César Tralli

Tá bom. Por favor, agora o relógio vai começar a correr de novo.

Ricardo Nunes

Muito obrigado. Olha, você já foi condenado, Guilherme, pela Justiça por colocar isso no horário eleitoral, foi identificado que é uma mentira. E você, agora, além de descumprir a decisão judicial que lhe condenou, me deu direito de resposta, inclusive no seu horário eleitoral, você vem aqui falar isso.

Mas, como eu não tenho nada para esconder, é porque eu não tenho, nunca tive um indiciamento, eu nunca tive nenhuma condenação. O que tem da investigação do Ministério Público aqui, o relato é de que foi investigado, inclusive, a quebra do meu sigilo do Coaf, e não foi identificado nada, porque eu não devo nada.

Agora, diferente de você, como eu disse da outra vez, que o promotor, promotor João Carlos de Camargo, num dos processos que você respondeu, ele disse que — isso está lá no processo — o criminoso conseguiu fugir por manobra jurídica, se referindo a você como criminoso.

Então, isso aqui é o que está lá no processo, é o que está lá no processo. E aí ele continua aqui ainda, ele fala aqui ó: “alto investimento em escritórios, chicanas jurídicas, é o que está escrito aqui do seu processo. O que eu tenho é uma vida limpa.

Nunca tive um indiciamento, nunca tive uma condenação. Todos os recebimentos da minha empresa são recebimentos de serviços prestados. Uma empresa com quase 30 anos, 30 anos. Imagine você, é que ele não sabe. Ele teve uma empresa registrada, um CNPJ, na casa dele por um tempo e fechou.

Ele não sabe o que é empreender, não sabe o que é trabalhar, não sabe o que é fazer as ações do dia a dia. Minha empresa faz 2.000 serviços por dia. Isso já foi investigado, já foi esclarecido, e o gestor público tem que ser investigado, é isso que tem que ser feito. Agora, é muito ruim a gente querer falar da cidade e ele vir aqui trazer mentiras pra você.

Volto a falar. Quem falou aqui, o promotor, sobre ele, né, que é o promotor, volto a citar aqui, ó, promotor João Carlos de Camargo Maia. Contra mim, absolutamente nada. Nunca fui indiciado, nunca fui condenado, sequer sou investigado, não tenho nenhuma denúncia contra mim.

César Tralli

Candidato Guilherme Boulos, eu sei que o senhor está esperando uma resposta para o seu pedido de direito de resposta. Eu peço ao senhor, por favor, que espere. Estamos analisando, no final nós vamos responder. A palavra está com o senhor agora.

Guilherme Boulos

Ok, Tralli, vamos lá. Ele não responde, né? Você viu que eu trouxe uma questão de maneira muito direta e objetiva, ele fugiu, fugiu, fugiu, me atacou, disse que eu não trabalho. Quando ele, não é a primeira vez que ele disse que eu não trabalho. Quando ele diz isso, ele não está ofendendo a mim.

Viu, Ricardo? É importante você saber. Você está ofendendo os professores. Eu trabalho como professor há mais de 20 anos. Qual professor já não ouviu, né, aquela piadinha de mau gosto? Ah, você só dá aula ou trabalha também?

Desvalorizar o trabalho de professor, que é o que você fez ao longo da sua gestão toda, é o que você está fazendo aqui novamente. Quero dizer para você, professor, que você vai ser valorizado no meu governo. Por um professor. Para você, professor da rede parceira, que nós vamos equiparar suas condições de trabalho com a rede direta.

Não só professor, mas grupo de apoio. Para você, professor contratado temporário, que nós vamos garantir que você continue. Agora, dito isso e feita essa defesa, Ricardo, você não respondeu o porquê, você está vendo a colinha aí, né? Você não respondeu o porquê o dinheiro caiu na sua conta e não na conta da sua empresa, se teria sido um serviço prestado pela sua empresa.

Você não respondeu para mim e não respondeu para a Polícia Federal. É importante que fique claro. Não respondeu. Agora, dito isso, eu acho que você não vai responder de novo, você vai fugir, é seu método. Eu não vou querer ficar te constrangendo aqui. Então, eu te faço uma pergunta, novamente, objetiva.

Eu vou repetir uma pergunta que eu te fiz. Quando você me acusou da última vez que eu não trabalhava, eu te disse que eu abriria meu sigilo bancário para mostrar que todo rendimento meu, ao longo da minha vida, como eu sustento minha família, é fruto do meu trabalho com salário.

Eu estou aqui colocando em suspeita, em questão, várias situações que não estão esclarecidas e estão sendo investigadas, sim, pela Polícia Federal, pela Polícia Civil. E te desafiei, já que você está se dizendo transparente, uma pessoa correta, honesta, a abrir o seu sigilo bancário também, não para mim, para o povo de São Paulo. Por que você não abre o seu sigilo bancário, Ricardo? Eu abro o meu. Você abre o seu?

Ricardo Nunes

Eu abro para qualquer autoridade.

César Tralli

Candidato Ricardo Nunes, só antes do senhor falar, eu peço ao senhor, por favor, que guarde o seu telefone celular. O senhor não pode usar o telefone celular, por favor. Estou aqui. O senhor pode ler seus papéis, fazer a consulta nos papéis, mas não o telefone celular, por favor. Agora sim, o senhor pode retomar a palavra e o relógio vai correr.

Ricardo Nunes

Ok. Olha, isso que eu estava querendo explicar. Essa técnica, essa tática de mártir, de querer fazer uma cortina de fumaça, ficar criando história. Imagina uma pessoa que foi condenada 32 vezes só no segundo turno.

O que ele ganhou, o que ele ganhou nessa eleição foi o recorde de condenações no segundo turno aqui, 32 vezes. Porque fica inventando essas mentiras. Eu volto a falar para você com muita tranquilidade. Eu tenho minha vida absolutamente limpa, nunca tive um indiciamento, nunca tive uma condenação, não sou investigado.

O que teve foi uma denúncia anônima em 2019, que o Ministério Público investigou, fez todas as investigações, abriu o meu sigilo do Coaf, foi tudo esclarecido. E o que eu ia ler ali é justamente o relatório do promotor, que diz o seguinte: que o Ricardo Nunes não tem absolutamente nada de errado na vida dele, não existe absolutamente nada de errado com relação a isso.

O que eles ficam com dor de cotovelo é porque eu fiz um trabalho importante.

Nós, hoje, temos, pelo quarto ano consecutivo, vaga de creche para todas as crianças. Todas as crianças têm vaga de creche.

A fila da creche na cidade de São Paulo de fato está zerada desde 2020, último ano do primeiro mandato de Bruno Covas (2016–2020). Reeleito, Covas morreu em maio de 2021, e Nunes, seu vice, assumiu. A Secretaria Municipal de Educação afirma que a fila da creche continua zerada em 2024.

E essas crianças com cinco refeições, feita por nutricionistas.

Agora, observe aqui, observe aqui um item importante que eu vou passar para vocês. A nota oficial da Polícia Civil, eu não queria, eu não queria trazer esse tema aqui. Eu queria falar, eu quero falar inclusive aqui do arcabouço fiscal. Nota de janeiro de 2017, da Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Diz o seguinte, abre aspas, relatório da Polícia Civil: dois integrantes do MTST, Guilherme Boulos e José Ferreira Lima, foram detidos, encaminhados ao 48 DP. A dupla foi detida, acusada de participar de ataques contra a polícia militar. Então, você acha que uma pessoa que tem esse histórico de vida, que foi lá depredar a Fiesp — aliás, você podia responder aqui, você se arrepende de ter depredado a Fiesp?

Guilherme Boulos

Ricardo, vamos lá.

Guilherme Boulos

Primeiro, eu não depredei a Fiesp.

A declaração é VERDADEIRA. Não há registros de que Boulos tenha participado da depredação da sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em 13 de dezembro de 2016, quando manifestantes invadiram o prédio durante um protesto contra o governo Michel Temer. Boulos, então coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), não foi indiciado por vandalismo e não foi citado por reportagens veiculadas à época como autor dos atos. É fato, no entanto, que há filmagens em que Boulos aparece próximo a pessoas que depredaram a construção e que ele minimizou os atos em declaração ao g1: “O dano na fachada da Fiesp é muito pouco perto do dano que a Fiesp está causando há muito tempo ao povo do Brasil”.

É mais uma das suas mentiras. Mas você vê que ele faz tudo para fugir da questão do sigilo bancário e de responder da máfia das creches. Essa é a tática dele, de ficar saboneteando.

Guilherme Boulos

Está sendo investigado, sim, pela Polícia Federal na máfia das creches. Sabe quem disse isso? Seu advogado.

Boulos afirmou que a defesa de Nunes teria dito, em documento enviado ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que o prefeito está incluído na investigação sobre a máfia das creches, aberta para apurar um suposto desvio de verbas originalmente destinadas ao atendimento de crianças. Minutos depois, o candidato do PSOL publicou o depoimento em suas redes. Nele, é possível ver que os advogados de Nunes disseram “que o reclamante [Nunes] sempre foi alvo das investigações, até que, em um dado ponto do inquérito, não havendo mais como disfarçar ser verdadeiro objetivo, a Polícia Federal houve por bem desmembrar o feito — o que já seria errado, segundo as normas processuais — e remeter os autos ao Tribunal Regional Federal”. A defesa de Nunes, portanto, não disse que o prefeito está sendo investigado. Na verdade, eles acusavam a PF de perseguição e de tentar atingir o prefeito com a investigação. Posicionamento semelhante já foi dado pela equipe de Nunes: “É perversa e muito suspeita essa manobra rasteira às vésperas de uma eleição em tentativa de prejudicar a reputação do líder das pesquisas”. Vale ressaltar que a PF entregou um relatório do inquérito e não indiciou Nunes.

Você pode ver agora, nós vamos subir na nossa rede social, porque eu não posso mostrar aqui. E diferente dele, eu sei andar de bicicleta sem rodinha, então não preciso ficar lendo as coisas. O Ricardo parece aquela criança que anda de bicicleta. Uma rodinha é o Tarcísio e a outra é o Bolsonaro.

Se não tiver, ele cai. É impressionante. Mas enfim, em relação ao sigilo bancário, você não quer abrir porque você provavelmente deve temer. Minha mãe me ensinou que quem não deve, não teme. Eu não devo, eu abro o meu. Você não abre o seu, porque deve ter alguma coisa ali cabeluda.

Ricardo Nunes

Quem é você?

César Tralli

Candidato Ricardo Nunes, por favor, espere ele concluir, pelas regras, aí o senhor retoma a palavra.

Guilherme Boulos

Eu sou um cidadão, mas você não precisa abrir para mim. Você pode não gostar de mim, ter rancor, ressentimento. Abra para o eleitor de São Paulo que vai à urna domingo. Abra para ele. Porque ele precisa saber em quem vai votar no domingo. E não pode votar em alguém que esconde coisas, que esconde passado.

Alguém que é investigado e diz que não é. Vai subir na minha rede seu advogado dizendo textualmente no inquérito da Polícia Federal que você está sendo investigado. Ricardo, a mentira tem perna curta. Não dá para você sustentar ela por muito tempo.

Mas você citou um caso aqui que é real. Esse caso que ele citou, que eu fui levado para a delegacia, sabe por que foi? Porque eu estava defendendo famílias sem teto em São Mateus, na Zona Leste, que estavam sendo despejadas e perdendo tudo. O Ricardo talvez não saiba o que é isso. Uma família, uma mãe, perdendo o seu último colchão.

Para mim é um dever moral defender essas pessoas e foi isso que eu fiz. Assinei um termo e saí no mesmo dia.

Guilherme Boulos

Diferente de você, Ricardo, que gosta de me chamar de extremista, mas foi preso em Embu das Artes por dar tiro em porta de boate.

Boulos tira de contexto um episódio ocorrido em 23 de setembro de 1996. Na ocasião, um policial civil que fazia um trabalho extra como segurança em uma boate em Embu das Artes (SP) disse ter ouvido disparos de arma de fogo no estacionamento e visto Ricardo Nunes segurando uma pistola. Apesar de ter sido conduzido para a delegacia, Nunes não foi preso: ele assinou um termo circunstanciado e foi liberado — na época, portar armas e atirar em via pública eram contravenções penais, delitos de menor gravidade. O atual prefeito negou ter disparado a arma e afirmou que a responsabilidade seria de Márcio Gonzales Garcia, um amigo que o acompanhava e que teria fugido do local. No ano seguinte, Nunes foi denunciado por uma promotora, que ofereceu um acordo para encerrar o processo. A proposta foi aceita pelo político, que cumpriu uma pena alternativa. Garcia nunca foi ouvido pela polícia.

Eu, quando fui para a delegacia, fui por defender famílias sem teto. Você, quando foi, foi por dar tiro em porta de boate. É impressionante. Pesquisem, gente. Porque senão fica o dito pelo não dito. É impressionante. Ele mente sem ficar vermelho.

É real. Pesquisem isso que eu estou falando. Agora, eu volto aqui, Ricardo, novamente. Você abre ou não abre o seu sigilo bancário? Não precisa ser para mim. E se alguma autoridade judicial pedir? Aí, lógico. Se alguma autoridade, não está na sua opção abrir. Você vai ter que abrir. Eu estou perguntando pela transparência, para o povo de São Paulo. Se abre ou não abre o seu sigilo? Para provar que, de fato, você é uma pessoa honesta, como está dizendo.

Ricardo Nunes

Então, pela transparência, ele fala que foi lá defender as pessoas. Eu vou voltar a falar aqui para vocês. Eu estou só lendo aqui para não cometer nenhum erro. Nota oficial da Polícia Civil. “Dois integrantes do MTST, Guilherme Boulos e José Ferreira Lima, foram detidos e encaminhados ao 49º DP.

A dupla foi detida, acusada de participar de ataques contra a Polícia Militar”. Gente, espera aí. Ele não gosta da Polícia Militar. A gente está falando aqui que não votou a favor do aumento de pena. Nós estamos falando aqui que sempre defendeu a liberação de drogas. Nós estamos falando aqui das ações que ele fez de invasão e de depredação.

A Fiesp representa 130 mil empresas. Essas 130 mil empresas geram 2,5 milhões de empregos. A gente precisa de empresa na cidade de São Paulo. A gente precisa gerar emprego e renda, ter oportunidade para os nossos jovens.

É isso que nós precisamos. Mas, infelizmente, o radicalismo, o extremismo, não vai permitir que ele chegue a lugar nenhum, porque ninguém vai querer isso para a cidade. E eu comentei aqui com vocês, no bloco anterior, que nós reduzimos impostos, combatemos corrupção, desburocratização, um solo fértil na cidade para atrair empreendimentos e trouxemos 57 mil empresas que estavam em outros estados e municípios e vieram para São Paulo. Gente, só de 2021 até junho deste ano, 57 mil — são dados oficiais.

Ricardo Nunes

Abriram novas, aqui em São Paulo, 458 mil empresas.

De acordo com o Mapa das Empresas do governo federal, 458.193 empresas foram abertas em São Paulo entre maio de 2021 — quando Nunes assumiu a prefeitura — e o fim de setembro deste ano. Nem todas, no entanto, continuam abertas: o saldo final da atual gestão, considerando a diferença entre empresas abertas e fechadas, é de 261.277.

Qual o resultado? Eu aumentei o orçamento, mesmo tendo reduzido impostos e eliminado taxas. E hoje nós temos o menor índice de desemprego desde 2015. Sobre esse negócio que ele falou de Embu, isso aí é um negócio de 20 anos atrás que não teve nem inquérito. Isso foi um problema que teve lá, que eu fui separar. Não existe nada. Está lá o meu depoimento, não tem tiro em ninguém.

Não existe. O que eu fiz foi uma confusão que teve lá entre um amigo meu, chamado Márcio, que eu fui separar. Foi só isso e mais nada.

Ricardo Nunes

Não teve nem indiciamento. Esse negócio não foi para frente. Isso foi arquivado. Foi feito um arquivamento desse processo.

A declaração é FALSA. Em junho de 1997, meses após o episódio em Embu das Artes, Nunes foi denunciado pelo Ministério Público por porte de arma sem licença e disparo de arma de fogo em local público. O prefeito virou réu e seria julgado naquele ano, mas assinou um acordo proposto pela promotoria e, para encerrar o processo, concordou com uma pena alternativa — uma doação para o serviço social. Só então o caso foi arquivado, em agosto de 1998.

Eu volto a falar, precisamos ter equilíbrio, experiência para tocar uma cidade de 12 milhões de habitantes.

Mas eu queria te perguntar, Guilherme, que é muito importante, a questão da gestão, falar da cidade. Quem está nos assistindo quer saber da cidade. Falar da cidade. Por que você votou contra o arcabouço fiscal, que é tão importante para a gente poder manter o equilíbrio das contas públicas?

Guilherme Boulos

Gente, vocês entenderam? Ele falou que ia falar da cidade e me pergunta de uma votação minha como deputado federal. Eu acho que o marqueteiro não treinou bem essa. Ricardo, eu insisto, porque isso também é falar da cidade. Você fica toda hora botando medo nas pessoas, me acusando de extremismo.

Extremismo, extremismo, extremismo, jogando isso. Eu acho que se tem um extremista nessa campanha, nesse debate, é você. Você que anda com o Bolsonaro, que é o cara que trabalhou contra a vacina, que tentou golpe, que desprezou o povo brasileiro. Você que deu tiro em porta de boate.

Tudo bem, você se arrependeu, era jovem, não tem problema. Que bom, é digno você dizer isso. Porque você não reconhece um erro. Para você, você fez tudo certo. É impressionante. Agora, você falou também de polícia, de ser contra a polícia. Vamos falar de crime. Eu já te perguntei em outros debates, inclusive aqui na Globo, no primeiro turno, você nunca, você sempre samba e não responde.

Tem um caso muito grave, um cidadão chamado Eduardo Olivatto, era funcionário de carreira da prefeitura há um tempo, mas no seu governo ele virou um chefão, chefe de gabinete da Secretaria de Obras. Seu amigo, esse cidadão, é cunhado do Marcola do PCC.

É o crime organizado entrando na prefeitura. É o crime organizado que já tinha entrado nos ônibus, que já tinha entrado em milícia na GCM, que a própria polícia civil associou à máfia das creches, no seu governo tomando conta. Eu te pergunto de maneira muito objetiva, não fuja dessa vez.

Se você não gosta de mim, não tem problema, você não precisa gostar. Agora, em respeito a quem está assistindo a gente, não fuja. Por que você indicou o cunhado do Marcola do PCC para cuidar das obras da prefeitura? E fica falando aqui de segurança, de polícia, mas por que você indicou?

Ricardo Nunes

Olha, isso que ele está falando, ele também foi condenado por ter colocado isso no programa. Outra mentira, que a Justiça condenou ele e ele vem de novo aqui ao vivo. Está ao vivo, né? Como é que vai fazer a Justiça? Não tem como fazer. É lamentável, gente. Trinta e duas condenações por colocar mentira.

Mas mesmo que ele já tenha sido condenado, eu queria rapidamente te falar. Esse rapaz entrou em 1988 por concurso, passou pela gestão da Erundina, passou pela gestão da Marta, passou pela gestão do Haddad, como passou pela gestão do Bruno, passou pela gestão do Dória, passou pela gestão do Kassab, do Serra, enfim. É um funcionário de carreira.

Que a irmã dele, que eu nunca vi na minha vida, morreu há 22 anos atrás. Olha o nível que o cara quer trazer para cá. Uma pessoa que morreu há 22 anos atrás, que era irmã desse cara. Não tem nada a ver. É um funcionário de carreira, que exerce uma função administrativa de chefia de gabinete, que é questão protocolar e documental. O que é o arcabouço fiscal? Vamos para o que interessa. Ele fala que não interessa. Ele não vota, não participa, não sabe nem o que é. Se eu perguntar para ele o que é o arcabouço fiscal, eu não vou fazer ele passar vergonha. Ele não sabe o que é. Mas eu vou explicar para você, porque é importante.

Isso estabelece o equilíbrio das contas públicas. Você não pode gastar mais do que você arrecada. Senão a gente quebra. É importante que o governo federal tenha as suas contas equilibradas, porque isso repercute em tudo. Como eu faço aqui na prefeitura. Eu recuperei a saúde financeira, resolvi a questão da dívida da cidade de São Paulo.

E eu quero perguntar para o deputado Guilherme. Nós tínhamos uma dívida de R$ 25 bilhões. A cidade de São Paulo pagava R$ 280 milhões por mês de dívida. Eu fiz um acordo com o governo federal em julho de 2021, assinamos em dezembro de 2021, com o presidente Jair Bolsonaro, e resolvemos essa dívida.

Deputado Guilherme Boulos, qual é a sua opinião sobre esse acordo que eu fiz de ter resolvido a questão da dívida da cidade de São Paulo e não pagar mais R$ 280 milhões por mês?

Guilherme Boulos

Vamos lembrar que o que você fez foi uma venda de patrimônio, só isso. Do Campo de Marte para a União. Quem resolveu a dívida foi quem você fala tão mal, que é o Fernando Haddad, que renegociou com a União e reduziu a dívida de R$ 79 bilhões para R$ 32 bilhões. Agora, Ricardo, você foge, foge, foge.

Eu entendo que esse tema te constranja. Sobre o cunhado do Marcola do PCC. Aliás, você e ele, hoje, por uma decisão de hoje do Ministério Público, o Ministério Público propôs a investigação contra vocês dois por assédio eleitoral. Porque ele está fazendo campanha para você, pressionando funcionários de empresas contratadas da prefeitura.

Você e ele. Pesquisem. Jesus, eu vou ter que botar tudo na rede social, tudo no Google, porque o sujeito não admite nada. Indicou Marcola do PCC. O cunhado do Marcola do PCC. PCC dentro do ônibus no seu governo.

PCC criando milícia na GCM no seu governo. Ricardo, isso é grave. As pessoas têm o direito de saber. Esse é o problema de ter um prefeito fraco, que não tem pulso. Aconteceu isso no Rio de Janeiro. Quando tinha governo fraco, a milícia foi tomando conta, extorquia comerciante, cobrava taxa de segurança.

Esse é o risco que você representa. Porque às vezes as pessoas vêm falar, Ricardo Nunes, é isso aí mesmo. Não, é um risco, pela fraqueza da sua gestão, acontecer isso. Agora, eu vou te fazer uma pergunta muito objetiva, que eu espero que você responda. Você disse, colocou o Olivatto como se fosse uma coisa protocolar. Você tem um apartamento no condomínio Green Village, na rua Cambuci do Vale?

Ricardo Nunes

Tenho. Apartamento 155.

Guilherme Boulos

Ok. Nesse mesmo condomínio, o Olivatto tem um apartamento.

A sua relação de proximidade com ele não vem de hoje, né, Ricardo? Vem de longa data. Ele também, o Olivatto, está envolvido na máfia das creches, como você. E tem uma suspeita grave, não sei se você chegou a ver o vídeo, a reportagem, de um funcionário da prefeitura... Meu tempo acabou.

César Tralli

Tempo esgotado, candidato Boulos. Candidato Nunes, por favor, seu tempo.

Ricardo Nunes

Gente, eu estou aqui estarrecido, imagina você. A gente precisa discutir a cidade. Ele não sabe o que é arcabouço fiscal, não votou. Não falou da questão da dívida. Quem zerou a dívida foi eu, eram R$ 25 bilhões. Nós assinamos o acordo em dezembro de 2021, num acordo com o Campo de Marte.

Porque em 1932, na Revolução Constitucionalista, Getúlio veio aqui, bombardeou e pegou aquela área. Em 1958, a advocacia pública, os procuradores entraram com uma ação, a gente perdeu em primeira instância, em segunda. Estava tramitando isso há décadas. E aí a gente fez um ajuste de conta e nos livramos dessa dívida.

É triste, alguém que seja candidato a prefeito da cidade de São Paulo não tem ideia do que está acontecendo e vem aqui e fala um monte de mentira. Agora, apartamento está no meu imposto de renda, inclusive na minha declaração, eu sou candidato. A pessoa pública anuncia tudo aqui, o seu patrimônio. Está lá, apartamento 145, na rua Cambuci do Vale, que eu adquiri em 2001.

Em 2001, nem conhecia o Olivatto, era um funcionário de carreira. E ele não responde absolutamente nada. Ele não quer discutir a cidade, ele só quer atacar. Vocês estão percebendo isso? Eu quero discutir a saúde financeira, quero discutir a cidade, quero discutir as coisas e ele só fica atacando, criando mentiras. Ele foi condenado 32 vezes, inclusive por essa mentira.

César Tralli

Tempo esgotado, candidato. Os senhores falaram por dez minutos cada um. Candidato Guilherme Boulos, concedido o seu pedido de direito de resposta anteriormente. O senhor tem um minuto, por favor, o tempo está correndo.

Guilherme Boulos

Obrigado, Tralli. Vou aproveitar esse pedido, ele foi concedido porque ele me chamou de criminoso. Vou aproveitar esse pedido só para pedir para vocês digitarem agora no Google: Nunes rachadinha Marcola. Vai sair a reportagem com um vídeo estarrecedor para poder comprovar o que eu estou falando. Porque senão, gente, fica o dito pelo não dito.

Eu quero que vocês tirem suas conclusões, para saber em quem estão votando. Ele falou também de responsabilidade fiscal. Eu quero assumir um compromisso com vocês. Meu secretário ou secretária da Fazenda, a partir de 1º de janeiro do ano que vem, vai ser uma pessoa com um compromisso inquestionável com a responsabilidade nas contas públicas.

Podem confiar. Ele só quer botar medo. Aí fica nessa discursividade, não sei o que e tal, porque não tem o que responder. Não abre sigilo, não responde as questões, e fica querendo botar medo em você. Não vote com medo, gente. Domingo é dia de votar com esperança pelos próximos quatro anos, 50.

César Tralli

Obrigado, candidato. Tempo esgotado, vamos aqui a mais um rápido intervalo e daqui a pouco nós voltamos com o último bloco do nosso debate. Debate que é pra você, eleitor e eleitora. Voltamos já, já. É a Globo. Eleições 2024. Voltamos já, já.

César Tralli

Agora, agradeço sempre muito aqui a sua companhia. Estamos de volta com o último debate entre os dois candidatos que concorrem à Prefeitura de São Paulo. As perguntas agora são novamente por temas determinados. Cada candidato vai fazer uma pergunta e cada um, portanto, terá cinco minutos para usar como bem entender. Como o candidato Guilherme Boulos abriu o segundo bloco de temas determinados, agora, portanto, é a vez do senhor candidato Ricardo Nunes. O senhor está vendo aí quatro temas que sobraram: educação, mobilidade, moradia e segurança. Peço ao senhor, por favor, que escolha um e faça a sua pergunta. O tempo começa a correr agora. Obrigado.

Ricardo Nunes

Eu vou escolher moradia. Nós tínhamos mais de 400 mil unidades de déficit habitacional na cidade. Comecei a fazer um grande trabalho, tanto direto da prefeitura de São Paulo como junto com o setor privado. Eu vou entregar até o final do ano 72 mil unidades — as que já foram concluídas, as que estão em obras e as que já estão contratadas — dentro do programa chamado Pode Entrar. O Pode Entrar inovou no modelo que a gente tem habitacional. São milhares e milhares de sonhos realizados, inclusive junto com as entidades.

Nós temos o Pode Entrar Entidades, o Pode Entrar Aquisição Direta, nós temos dentro do programa de moradia o Pode Entrar Reforma, que reforma a casa das pessoas. Eu queria perguntar para o deputado Guilherme Boulos: esse modelo que eu faço de construção, poder dar acesso à habitação das pessoas, o Pode Entrar, qual sua opinião, deputado Guilherme Boulos, sobre o programa Pode Entrar?

Guilherme Boulos

O programa Pode Entrar não foi criado por você, né, foi criado pelo Bruno Covas, e eu acho que é um bom programa. Precisa ser aprimorado, aqui e acolá. Eu não tenho nenhum problema, Ricardo, diferente de você, que tem uma certa arrogância, eu não tenho nenhum problema em reconhecer quando o adversário meu acerta, né. O Bruno foi meu adversário na última eleição e acertou com o Pode Entrar. Infelizmente, os números que você traz não são reais. Na verdade, casa com, assim, chave na mão, gente morando, você não entregou nem 8.000, e teve três anos e meio para fazer. Você sabe que é real, Ricardo, que coisa. Por que você fica querendo brigar com os fatos?

As pessoas também sabem. Aliás, é impressionante a sua, você de fato tem uma coisa com mentira mal explicada. A piadinha, né. Você quer brincar? Isso não é brincadeira, Ricardo, é coisa séria, é o futuro da maior cidade do Brasil. Eu sei que você fica meio apavorado, um pouco com medo, assustado, com medo de discutir questões olho no olho. Você tem medo de debate, fugiu de vários. Eu debato olho no olho, com as pessoas, com o povo na rua e não tem esse problema. Mas voltando ao tema da moradia, né, é porque a população de rua mais do que dobrou no seu governo, chegando a mais de 80 mil pessoas morando nas ruas de São Paulo. Onde você errou para que isso pudesse acontecer?

Ricardo Nunes

Dá licença, dá licença.

Guilherme Boulos

Fique à vontade.

Ricardo Nunes

Olha, ter alguém desinformado é muito ruim. Eu fiz o censo das pessoas em situação de rua em 2021, publiquei em janeiro de 2022, 31.800 pessoas. O censo que é de um instituto capacitado, com tecnologia, com expertise para poder fazer. O que ele fala de 80 mil pessoas, talvez até não esteja falando por maldade, talvez seja por desconhecimento, a Universidade Federal de Minas Gerais pega os dados do CadÚnico. O CadÚnico, ele é acumulativo e autodeclaratório, então ele vai acumulando. Por exemplo, no ano passado, muitas pessoas saíram da situação de rua. 10.744.

E o que que a gente fez para melhorar essa população em situação de rua?

Eu tinha 14 mil vagas. Hoje, eu tenho 29.400 vagas.

Nunes volta a repetir um dado incorreto sobre o número de vagas de acolhimento para a população de rua na capital. Em abril de 2021, um mês antes de ele assumir a prefeitura, a cidade já contava com mais de 23 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua, de acordo com dados oficiais. Já em agosto de 2023, havia cerca de 25 mil vagas. Apesar de não haver dados mais recentes, foram abertos desde então novos centros, que ampliaram a abrangência dos atendimentos. É o caso da Vila Reencontro Guaianases (1.200 vagas) e da Vila Reencontro Jabaquara I (520 vagas).

Eu aluguei 4.000 vagas de hotel. Para quê? Família com crianças e idosos. Tô fazendo as Vilas Reencontro, já inaugurei dez Vilas Reencontro. São vilas, gente, é a coisa mais linda, são vilas que tem as casinhas de 18 metros, tem o seu banheiro, a sua cozinha. Nessa vila, nas casinhas, que é especialmente para famílias com crianças, se tiver um casal com bebê, a gente põe a cama de casal e um bercinho. Tem ali a horta comunitária, curso profissionalizante. Aliás, queria te perguntar, o que que você acha, já que você não vai responder sobre o programa habitacional, sobre a Vila Reencontro, Guilherme Boulos? Que que você acha da Vila Reencontro, você já visitou alguma?

Guilherme Boulos

Ricardo, você tá nervoso, né? Eu respondi sobre o programa habitacional, disse que concordava com o Pode Entrar. Você tá nervoso, não sei se é pela proximidade, se é pela insegurança… Eu fico imaginando você numa reunião com as empresas de ônibus, com as empreiteiras, com a Enel, é só, tá? Se você, se você não consegue ter uma postura firme num debate diante das pessoas que estão assistindo, eu imagino defendendo os interesses da cidade. Mas, enfim, gente, você viu que pra ele tá tudo bem, a população em situação de rua na cabeça dele diminuiu.

Eu não vou aqui ficar discutindo dados, foi de lá, de cá, vocês pesquisem os dados, mas eu pergunto pra você: você acha que tem mais ou menos gente morando na rua em São Paulo do que há três anos atrás? Essa questão, a resposta é clara pra todo mundo: é lógico que tem muito mais gente morando na rua. Nós vamos resolver esse problema, Ricardo, que você não resolveu. Eu vou fazer, eu vou conseguir resolver o problema da população de rua e de moradia na cidade de São Paulo. Podem confiar, eu sei como fazer. Fiquei mais de 20 anos lutando com as pessoas que mais precisam de casa. Eu vou fazer o programa Periferia Viva, inclusive para você que mora numa comunidade, Paraisópolis, Heliópolis, para você que mora nas comunidades de São Paulo, para poder ter melhora na sua casa, o reboco, melhores condições. Porque tem família às vezes acha: pô, reboco é só questão estética.

Não é não, isso gera infiltração, bronquite na criançada. E fazer a urbanização necessária e dar o documento título de escritura em papel passado, eu vou fazer isso, né? E vou resolver o problema da população de rua. Vou te dar mais uma chance, Ricardo, é: onde você falhou para que a população de rua aumentasse e o maior legado da sua gestão é ter mais de 80 mil pessoas vivendo nas ruas de São Paulo?

Ricardo Nunes

Eu te ensino, você não aprende, né, mas vamos lá. Olha, é, gente, todas as grandes cidades do mundo, todas as capitais do mundo, elas tiveram aumento das pessoas em situação de rua por conta da pandemia. Agora aqui na nossa cidade a gente agiu muito. Eu já falei, vou repetir, ele não escuta. Vou falar, conversar com você, nós, nós aqui, eu, você na sua casa que tá assistindo. Tinha 14 mil vagas hoje nós temos 29 mil 400 vagas para as pessoas de rua. Eu te convido a assistir uma Vila Reencontro, que até pedi para minha equipe, se a gente puder subir na minha rede prefeito Ricardo Nunes uma Vila Reencontro ou você pode por no Google.

Teve várias matérias, a Globo toda vez que inaugurava uma Vila Reencontro a Globo ia lá cobrir. Acho que talvez você vai achar aí na Vila Reencontro, você vê que coisa linda, uma forma humanizada da gente fazer. Pega o Programa Operação Trabalho, tinha mil e poucas vagas. Hoje eu tenho 20 mil vagas, 5 mil vagas são para as pessoas em situação de rua. Programa Operação Trabalho. A gente dá cursos profissionalizantes, uniforme, um valor mensal que vai até 1.200 reais para pessoa ter a sua autonomia. O que você acha do POT (Programa Operação Trabalho), que é um programa importante para ajudar as pessoas se reconstruírem se inserir no mercado de trabalho?

Guilherme Boulos

Acho que o POT é extremamente importante. Vou manter, vou ampliar, inclusive qualificando a população em situação de rua acolhida nos abrigos. E não só para pop rua, naturalmente, mas para que se formem, por exemplo, na construção civil, para poder se formar em pedreiro, ajudante, mestre de obra, carpinteiro, não é? E garantir que essas pessoas possam ter sua autonomia e possam cuidar da sua vida sem precisar depender do abrigo da Prefeitura. Agora vocês perceberam a arrogância dele, né? Você não aprende! O cidadão acha que tem menos gente morando na rua e quando é questionado reage dessa forma. É assim que ele reage, é assim que agiu durante toda a campanha desrespeitando, mas não foi a mim.

Eu não levo esse tipo de mágoa, não, não me abalo com isso, não. Mexe com meu pulso foi com você desrespeitando você, morador de São Paulo. Alguém que não reconhece erro, alguém que diz que a população de rua não aumentou, que você vai no UBS tem remédio, que a saúde melhorou em São Paulo. Isso é um deboche com você que fica na fila um ano para um exame, com você que passa na cidade real todo dia que não é da propaganda dele. E verifica, e vê a população de rua só aumentando em São Paulo.

Ricardo, eu vou, enfim, moradia. Tentar por uma última vez, ...

... porque você foi o governo que vai ficar marcado por ter mais do que dobrado a população de rua em São Paulo.

O candidato do PSOL se refere ao acompanhamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População de Rua da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), elaborado a partir de dados do Cadastro Único (CadÚnico), base do governo federal para pagamento de benefícios sociais atualizada pelas prefeituras por meio dos CRAS (Centros de Referência em Assistência Social). Em junho deste ano, segundo os dados, havia 80.369 pessoas em situação de rua em São Paulo — um aumento de 116% em relação aos números de 2021, que registraram 37.200 pessoas nessa situação.

Vamos ver se tem um pouquinho de humildade para reconhecer algum erro.

Ricardo Nunes

Aí quando eu falo que ele não aprende, acha ruim. Olha, eu tinha 14 mil vagas, escreve aí, eu tinha 14 mil. Hoje eu tenho 29.400 vagas. Aluguei 4.000 vagas de hotel. Hotel com café da manhã, almoço, café da tarde, jantar para as famílias. Eles têm curso profissionalizante. As Vilas Reencontro, inaugurei dez. Eu vou fazer mais dez Vilas Reencontro. O POT, 5.000 pessoas em situação de rua que fazem cursos e trabalham são remuneradas, para eles poderem ter sua autonomia. A Vila Reencontro é justamente por isso. Vila Reencontro é a pessoa se reencontrar. Mas o tema que é moradia, você é contra as parcerias com a iniciativa privada. Esse programa Pode Entrar, eu adquiro unidades direto do privado. Você pretende acabar com isso? Você é contra ou você manteria?

Guilherme Boulos

A única coisa que eu não vou manter é a corrupção que está sendo investigada pelo Ministério Público, gerou até a saída do seu secretário por um empreendimento na Cidade Tiradentes. Isso comigo não.

Ricardo Nunes

Corrupção, gente, ele tá com algum problema. Não existe absolutamente nada disso. Olha, eu tô aqui para discutir a cidade, um governo limpo, que infelizmente a gente não está conseguindo, porque ele só quer atacar.

César Tralli

Tempo esgotado, candidato.

Guilherme Boulos

Estão vendo, né, gente? É 50.

César Tralli

Candidato Guilherme Boulos, é a sua vez agora de fazer a pergunta para o seu adversário. Lembrando que cada um dos senhores tem cinco minutos para usar como quiser esse tempo. O senhor está vendo aí no telão os três temas que sobraram: educação, mobilidade e segurança. Por favor, escolha um, pode fazer a sua primeira pergunta, tempo correndo.

Guilherme Boulos

Mobilidade. Eu até pensei em perguntar de segurança para ver se ele respondia se se sente seguro mesmo na Praça da Sé às 23h, mas vou falar de mobilidade. Pegando um mapinha, voltou aqui: Grajaú. Foi em 2020 que o Bruno Covas se comprometeu e assinou a ponte do Gaivotas até o Graúna para desafogar a Belmira Marin. Faz quatro anos. Você não fez. Não tirou do papel. Agora, a cinco dias da eleição, você assinou algo de um jeito eleitoreiro, visivelmente eleitoreiro, quando nós colocamos o tema. Ricardo, por que você não fez a ponte do Gaivotas até o Graúna, lá no Grajaú, para desafogar a Belmira Marin?

Ricardo Nunes

Guilherme, você já andou no transporte aquático lá? Olha, aqui no Grajaú, ele correu lá, “eu vou fazer a ponte”. Só que eu já tava com o projeto todo pronto, já tinha feito a licitação, já tava contratado, tava faltando só sair a licença ambiental provisória. Chama LAP. Por que que a gente teve que ter essa demora, que já era para ter saído essa licitação realmente no começo do ano? Porque a gente aqui passa a linha da CTEEP. É um linhão que essa ponte vai passar do lado. Ela vai ligar lá o Gaivotas, o bairro do Gaivotas até o Graúna, perto do Sesc, ali do lado de cada represa. Então, esse linhão que passe, quem mora lá sabe, demorou para sair essa licença, porque essa ponte vai passar do lado. Que que é importante? Projeto já tá feito, a licitação tá feita. Então, se ele quis nadar em cima das minhas obras. Até ele tem 119 propostas, 86 eu já tô fazendo. A ponte Graúna-Gaivotas é uma realidade, já tá com a licitação na rua. Como também é uma realidade a duplicação da ponte Interlagos-Jurubatuba. Já tá com o contrato assinado. Vai sair a extensão da Teotônio Vilela até a Estrada do Jaceguava, já tá licitado, contratado, início de obras.

Como também ali na praça João Beiçola, que liga com a Rubens Montanaro de Borba, Cidade Dutra, até o Primavera. Já tô com a obra lá, daqui uns dois, três meses termina. Vocês estão vendo como é que tá lá a obra. Ou seja, se você quiser falar de obra comigo, lembra que eu falei no começo que eu ajustei a saúde financeira da cidade e a gente tá batendo o recorde de obras. Porque nada dessas obras aí você faz ela em poucos meses. Você tem licença, projeto, né. Mas, por falar em mobilidade, o transporte hidroviário, você gostou, Guilherme, você já chegou a visitar, não?

Guilherme Boulos

Não, eu conheci lá e conversei com o povo do Grajaú, inclusive. O problema que teve é que você passou, você pode não gostar do que eu vou dizer, mas as pessoas pesquisam, né, e você passou sem licitação para uma empresa que foi alvo das investigações por estar ligada ao PCC né, que é a Transwolff. Mas, enfim, vamos falar, eu quero falar com você objetivamente, porque senão não dá. Gente, você, do Grajaú, a ponte saiu do papel? Ele disse, eu tô fazendo, eu tô fazendo, eu tô fazendo. Teve três anos e meio. Teve tempo, teve dinheiro, não fez, pessoal. Eu vou fazer a ponte do Gaivotas até o Graúna, é um compromisso meu para desafogar a Belmira.

E, aliás, trabalhar para tirar aquela Garagem da Bola Branca lá, da antiga Bola Branca, que não recolhe, é um terror na Belmira Marin. Outro ponto importante que eu ouvi de muita gente na cidade, Ricardo, é que diminuiu a frota de ônibus. É impressionante.

Você dobrou o dinheiro que você dá para as empresas de ônibus como subsídio e as empresas reduziram em 20% as viagens.

Embora tenha acertado ao afirmar que as empresas de ônibus de São Paulo estão realizando menos viagens, o candidato exagera ao falar do aumento no valor pago a elas pela prefeitura. De acordo com dados obtidos pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o total de viagens de ônibus em São Paulo diminuiu cerca de 20% entre 2019 e 2023. Nesse mesmo período, o subsídio pago às empresas cresceu de R$ 3,1 bilhões para R$ 5,6 bilhões — um aumento de 80%, não 100%, como afirma o candidato.

Você, que tá em casa, sabe do que eu tô falando. Ônibus demorando mais e mais lotado. Ricardo, por que você permitiu que as empresas de ônibus, recebendo o dobro do nosso dinheiro — não é do seu —, de todos os cidadãos, reduzissem as viagens em 20%?

Ricardo Nunes

Guilherme, você vai acabar com o subsídio do ônibus? Só para poder fazer a resposta.

Guilherme Boulos

Não, logicamente não.

Ricardo Nunes

Você vai manter?

Guilherme Boulos

O subsídio?

Ricardo Nunes

É.

Guilherme Boulos

Sim, mas vou fiscalizar, para que as empresas do crime organizado não tomem conta como aconteceu no seu governo, né.

Ricardo Nunes

Era pegadinha, só para vocês verem como ele fica fazendo jogada aqui. Para ser honesto com vocês, por que tem um subsídio? O subsídio existe porque a gente precisa manter a tarifa. Eu tô mantendo a tarifa pelo quarto ano consecutivo congelada. Se não fosse o subsídio, a gente não teria a tarifa do valor que está hoje, a gente estaria com a tarifa de R$ 11,20. Tem mais: a gente tem que remunerar a gratuidade do idoso. R$ 1,4 bilhão. A gente precisa remunerar a gratuidade do estudante, R$ 750 milhões. Nós precisamos remunerar a gratuidade das pessoas PCD, R$ 500 milhões. Ele não conhece, não sabe, não estudou e é por isso que tem o subsídio, para manter a tarifa e para poder fazer com que essas gratuidades, que são direitos das pessoas. A não ser que ele queira tirar o direito das pessoas, né? Eu quero manter. Quero até ampliar. Tanto é que eu fiz o Domingão Tarifa Zero. Até você podia falar que sempre prometeram. Eu fiz o Domingão Tarifa Zero. Tem sido sensacional. Mas o que é importante a gente falar é que eu ajustei a saúde financeira da cidade. Sei fazer gestão. Eu me preparei, e é por isso que a cidade tá com toda essa evolução, avançando. Não existe questão de diminuição dos ônibus, conforme ele diz, porque nós tínhamos em 2019, antes da pandemia, 9 milhões de usuários do transporte coletivo. Hoje são 7 milhões. E a gente mantém na região periférica 95% da frota que tinha mesmo quando era 9 milhões, e agora transportando 7 milhões de passageiros.

Guilherme Boulos

Gente, eu pergunto para você que tá em casa. Você acha, você que anda de ônibus em São Paulo, que ele tá falando a verdade? O ônibus tá demorando mais e tá mais cheio, todo mundo diz isso na cidade inteira. É só na ricardolândia, na sua cidade da fantasia, que é diferente. É impressionante, gente, não admite um erro. O que ele não fez, diz que tá fazendo, não é? Não tá. É uma coisa que é grave. Tarifa zero eu sempre defendi. Eu não defendo a tarifa zero com ônibus zero, é o que está acontecendo nos domingos.

As pessoas esperando mais de uma hora no ponto para poder pegar. Eu vou botar ônibus porque eu não tenho medo, eu tenho peito para chegar nas empresas de ônibus e falar: vai cumprir o contrato e ponto. É isso que eu vou fazer que você não fez. Você cedeu, foi lá visitar a garagem da UPBus no dia seguinte que o dono tinha sido preso por ligação com o crime. Não explicou isso até hoje. Mas eu não vou falar mais disso que eu vi que isso te irrita, você sai um pouquinho do prumo. Vamos falar para o que interessa mais para as pessoas. Você não fez a ponte Graúna-Gaivotas, infelizmente. Não fez, Ricardo, seu mandato está acabando agora em três meses. Não fez.

Você não fez. E a duplicação da M Boi Mirim, por que que você não fez? M Boi Mirim, aqui ó, por que que você não fez a duplicação?

Ricardo Nunes

Ele sabe, aí fica querendo te confundir. Ali, na M’Boi Mirim, era uma obra do governo do Estado que agora, nessa parceria, com o governador Tarcísio, ele passou para a Prefeitura de São Paulo. Então, nós já retomamos, já repassou o recurso — 43 milhões —, já está iniciando. Eu tô aqui te falando: vai sair agora sim, porque quem fez… quem sabe fazer gestão é que vai dar continuidade nesse processo.

Ele falou aqui, gente, infelizmente, mais uma inverdade: que eu dei o negócio do transporte aquático para Transwolff. Quem opera, quem opera, é a Prefeitura de São Paulo, é a SPTrans.

Ao se referir ao Aquático SP, transporte público feito por barcos na represa Billings, Nunes omite que, de junho de 2023 a abril de 2024, o projeto, em caráter experimental, de fato esteve sob responsabilidade da Transwolff, empresa de ônibus suspeita de ligação com a facção criminosa PCC. A escolha foi feita sem licitação, por meio de um aditivo ao contrato pelo serviço de ônibus. Em abril deste ano, a prefeitura tirou o projeto da Transwolff, que estava sob intervenção da administração municipal, e repassou para a SPTrans, empresa que gerencia o transporte público municipal. O transporte de passageiros na represa Billings foi inaugurado no mês seguinte.

Você que usa, você vai ver lá todo mundo com o uniforme da SPTrans.

A gente precisa tratar com seriedade esse tema aqui. Mas eu queria te perguntar, Guilherme: eu lancei o PMI ali do VLT do centro. O que que você acha? Você acha bacana a gente poder ter o VLT ali no centro? Você chegou a acompanhar o PMI que eu lancei?

Guilherme Boulos

Vai ter recursos do PAC, Ricardo, que nós vamos negociar com o presidente Lula para poder tirar do papel não é coisa que você infelizmente não fez. Agora, agora, deixa… calma! você tá… Vai ter recursos do PAC, para viabilizar o VLT do centro. Está na Casa Civil. Ricardo, o projeto sendo analisado… Eu vi lá, com a Miriam Belchior. Meu Deus do céu! Nem isso você tá sabendo?

Poxa, você não manda na prefeitura mesmo, né? Man… Não te informaram. É, agora, deixa eu… você falou uma coisa de gratuidade, que eu acho que é importante. Você falou da gratuidade dos idosos, insinuando que eu seria contra. Quem acabou com a gratuidade dos idosos foi você e só voltou depois por determinação da Justiça. Quem é idoso, de 60 a 65 anos, sabe. Acabou sim. Você. Você e o Bruno. Quando o Bruno estava terminando o governo, você já tinha sido eleito vice dele. Acabou com a gratuidade, você que é idoso sabe do que eu tô falando. Só retomou por decisão da Justiça, no mesmo período que aumentou o seu próprio salário, você votou a favor como vereador, na época. Conte pra nós aí porque você fez isso.

Ricardo Nunes

Primeiro que eu não votei. Gente, eu tô ficando assustado aqui, não é possível. Precisa ter verdade! Olha, não foi eu que eliminei… A lei federal fala de 65 +. Aqui, na cidade de São Paulo, é quem tem mais de 60 que tem a gratuidade. Eu sempre fui favorável e as pessoas que têm mais de 60 anos podem pegar o bilhete da gratuidade. Do VLT, ele não sabe o que é PMI, como também não sabe o que é arcabouço fiscal. É uma pena alguém que pretende ser prefeito não saber de nada disso, mas vote 15 que eu sei governar.

Guilherme Boulos

Vocês viram, né, gente, o que que é. Teve a chance dele e não fez. Eu vou duplicar em M’Boi Mirim, que ele não duplicou, corredor da Radial, Aricanduva…

César Tralli

Tempo esgotado, candidato. Agradeço muito, mais uma vez, pela segunda rodada, portanto, aí, de perguntas, de tema determinado. Candidato Ricardo Nunes, o senhor pediu um direito de resposta, foi negado. Nós vamos agora, então, para as confederações finais. Cada um dos senhores vai ter dois minutos para se despedir de quem está nos assistindo — da eleitora, do eleitor — e pela ordem sorteada anteriormente, na presença das campanhas dos senhores, quem começa a se despedir do eleitor e da eleitora é o candidato Ricardo Nunes. Candidato, dois minutos, por favor, a sua despedida.

Ricardo Nunes

Muito obrigado para você que nos acompanha nesse debate, último debate. Domingo, o encontro com as urnas, a definição dos próximos quatro anos da cidade. Agradecer a Deus por essa oportunidade. Cumprimentar o Tralli, cumprimentar o candidato Guilherme Boulos, as pessoas que estão aqui, tanto que me acompanham como acompanham o Guilherme Boulos. Uma boa noite para vocês. Governador Tarcísio, que tem a honra de estar aqui, me acompanha nesse debate. Olha, eu vim da periferia, montei o meu negócio. Era uma salinha de dois por dois alugado, antes cedido pelo meu amigo dentista, aquele espaço pequenininho. Aí fui crescendo: filial em Campinas, Guarulhos, filial em Minas, enfim, eu sei o que é empreender, eu sei o que é viver na periferia. Estudei em escola pública e eu fui me preparando. Fui presidente de várias entidades, fui vereador por dois mandatos, relatei o orçamento várias vezes, vice-prefeito, uma honra muito grande de ter sido vice-prefeito do Bruno Covas, prefeito de São Paulo. Hoje a cidade de São Paulo está com a sua finança em dia, com a saúde financeira. Estamos batendo o recorde de investimento, vou entregar mais de 8.000 obras. A gente tem muita coisa para fazer, muita coisa, mas eu tô com muita energia, muita vontade de continuar esses quatro anos para a gente poder avançar. A experiência faz a diferença. Aqui tem experiência, ali a inexperiência. Aqui o equilíbrio, você vê ali um pouco nervoso. Aqui a ordem, ali a desordem com as histórias de vida… Mas eu quero pedir para você, para você domingo ir lá voltar no 15 para a gente continuar nesse caminho seguro, essa parceria que eu tenho com o governador Tarcísio. Para a gente continuar mantendo essa cidade num caminho seguro com prosperidade, com oportunidade para as pessoas. Nós avançamos bastante mas temos muito para fazer e essa questão que eu quero que você reflita bem. No dia 27, no domingo, você vai votar 15 para São Paulo continuar avançando. Muito obrigado. Deus te abençoe.

César Tralli

Obrigado, candidato Ricardo Nunes. Candidato Guilherme Boulos, a sua despedida. O senhor tem dois minutos. O tempo está correndo, por favor.

Guilherme Boulos

Obrigado, Tralli. Agradecer o debate. Boa noite a você. Olha, gente, o que eles querem é que você tenha medo, que você vá quase para as urnas com medo. Por isso inventam tanta coisa, atacam tanto. Eu sei e você, quando vê esse debate, e percebe a diferença entre a cidade real e o que diz o meu adversário, eu sei que a maioria de São Paulo quer mudança. Mas eu vejo que alguns de vocês ainda ficam inseguros até por tanta mentira. Em relação a essa mudança eu quero te dar essa tranquilidade para você ir com a alma leve no domingo votar. Eu me preparei para governar nossa cidade, chamei a Marta Suplicy, uma grande prefeita, para ser minha vice, juntei um time extremamente qualificado, gente que passou por governos de diferentes partidos. A mudança que São Paulo precisa é aqui. O outro lado é deixar como tá, ou piorar. A mudança para melhor, para melhorar a sua vida na saúde, na educação, na segurança. São Paulo nunca teve tão insegura. Não se deixe levar por mentiras. Eu quero fazer dois pedidos para você. Primeiro: você que acredita na mudança, não deixe de ir às urnas nesse domingo, compareça, deixe seu voto. Segundo: para todos vocês e para você que talvez ainda esteja indeciso, vote com esperança, vote com o coração, não vote com medo, não vote em alguém que tenta se vender que é o menos pior, alguém que teve a chance e não fez. Eu tô pedindo para você, humildemente, olhando no seu olho, uma chance para poder melhorar São Paulo, fazer uma cidade mais humana, mais inovadora. mais justa para todo mundo. Eu e a Marta vamos governar para todos. Por isso, eu peço o seu voto no 50 no próximo domingo. Obrigado.

César Tralli

Obrigado, candidato. Chegamos ao fim, portanto, do nosso debate. Agradeço muito a presença dos dois candidatos. Desejo boa sorte aos senhores no domingo. Nosso muito obrigado também à plateia aqui presente nessa noite e, claro, um agradecimento todo especial a você, eleitora e eleitor. Esperamos que você tenha conhecido melhor as propostas dos candidatos para São Paulo. Até domingo, então, pense, reflita, e vote consciente. Nós lembramos que você poderá rever esse debate no g1. Boa noite, um excelente fim de semana, e um ótimo voto. É a Globo nas eleições 2024.

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