Checamos o debate da Globo entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo

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Os candidatos à Prefeitura de São Paulo se enfrentaram na noite desta quinta-feira (3) no último debate televisivo antes do primeiro turno das eleições municipais, organizado pela Globo. Aos Fatos checou em tempo real as declarações de Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).

Aos Fatos também entrou em contato previamente com as assessorias dos candidatos e está aberto a possíveis contestações.

A transcrição foi feita automaticamente pela ferramenta Escriba. Como erros de digitação e pontuação são comuns nesse tipo de tecnologia, Aos Fatos fará correções e atualizará a formatação do texto durante a cobertura do programa e nas horas seguintes.

Confira abaixo a transcrição completa e o que checamos:

Cesar Tralli

São 10 horas e 5 minutos. Uma boa noite pra você. Muito obrigado aqui pela sua companhia. Bem-vindos aos estúdios da Globo em São Paulo para o último debate do primeiro turno entre os candidatos à prefeitura da capital paulista. Oportunidade pra você, eleitora e eleitor, avaliar as propostas de cada um deles antes de votar no domingo. Este debate também está sendo transmitido ao vivo no G1, na Globo News e no Globoplayer. Tenho o prazer de receber aqui no estúdio Pablo Marçal, do PRTB, Thaba Tamaral, do PSB, Ricardo Nunes, do MDB, Guilherme Boulos, do PSOL e José Luiz da Atena, do PSDB.

Candidatos, boa noite. Muito obrigado aqui pela presença dos senhores. Agradeço muito mesmo a presença dos cinco candidatos. Os candidatos vão fazer perguntas entre si ao longo de quatro blocos, então eu trago agora aqui pra você a nossa dinâmica. No primeiro e no terceiro bloco os temas são livres, no segundo e no quarto bloco eu vou sortear os temas que estão aqui nessa urna. Ao longo do debate, então, a ordem em que os candidatos foram às perguntas foi decidida em sorteio, segunda-feira, na presença de representantes dos partidos. O candidato ou candidata que se sentir moralmente ofendido ou ofendida pode pedir direito de resposta. A produção do debate e eu vamos analisar o pedido e anunciar a decisão assim que possível. Se o pedido for considerado procedente, o candidato ofendido vai ter um minuto pra se defender. Ainda conforme as regras assinadas, os senhores não podem deixar suas posições, nem exibir pras câmeras documentos, panfletos ou textos, nem mostrar, nem usar tablet e celular.

As regras também estabelecem que este seja um debate respeitoso. Quando um candidato se referir diretamente ao outro, deve tratá-lo sempre pelo nome, sem qualquer insulto. O candidato que não cumprir as regras, que desrespeitar os concorrentes, que, portanto, desrespeitar o público, você, vai receber uma advertência. Na primeira advertência, perderá um minuto das considerações finais. Em caso de segunda advertência, ficará sem as considerações finais. E, na terceira, será excluído do debate. Nós esperamos que isso não seja necessário. Numa democracia, o que todos esperam e desejam é que o debate público ocorra em torno de ideias, de propostas pra cidade de São Paulo. Portanto, um encontro civilizado em respeito a você, eleitora e eleitor, que está, neste momento, acompanhando a gente aqui.

Vamos, então, começar o debate? Lembrando pra você também que, em cada bloco, todos perguntam e todos respondem. Portanto, quem pergunta tem que escolher um candidato que ainda não tenha respondido no bloco. Esse candidato vai ter 40 segundos pra fazer a pergunta e quem responde vai ter 1 minuto e 40 segundos. Em seguida, o candidato que perguntou terá 1 minuto e 15 para a réplica e o que respondeu, 1 minuto para a tréplica. Lembro, então, que, nesse primeiro bloco, o tema é livre e, pelo nosso sorteio prévio feito na segunda-feira, o candidato Ricardo Nunes, do MDB, é quem abre, portanto, o nosso debate. Candidato, peço ao senhor, por favor, que escolha pra quem o senhor vai perguntar. O senhor tem 40 segundos e o relógio começa a contar agora.

Ricardo Nunes

Escolho o candidato José Datena. Boa noite. Queria agradecer a Deus por estar aqui e agradecer a vocês que estão nos assistindo. Datena, eu fiz um trabalho bastante importante de uma economia liberal aqui na prefeitura. Não criei nenhuma taxa, reduzi impostos, inclusive, eliminei taxa. E essa redução de impostos foi muito importante porque atraímos muitas empresas para sair de São Paulo, gerando emprego e renda. Dentre os impostos que eu reduzi, por exemplo, do streaming, Netflix, que você usa, eu reduzi esse imposto. O imposto do aplicativo para chamar serviços da Uber 99. Qual é a sua posição sobre essa redução de impostos, Datena?

José Luiz Datena

Primeiro, Ricardo, é uma pena que dá a realidade da reforma tributária para igualar todos os estados de São Paulo. Você cometeu um grave erro de não, de forma definitiva, lutar mais por São Paulo. A redução do ISS era importantíssima que São Paulo levasse alguma vantagem porque é a cidade que mais produz para todo o Brasil. Isso foi uma penalização, de uma forma geral, em termos de impostos. A arrecadação de impostos em São Paulo é absurda.

Só desse curso, 56 bilhões. É uma coisa impressionante. Ah, mas a possibilidade da prefeitura reduzir impostos é restrita. É, mas dá para fazer. A minha proposta é trocar imposto por emprego. Quem construir, quem contratar mão de obra local para construir e gerar, construir hospitais, construir escolas e gerar emprego, vai ter uma redução de IPTU mesmo. Taxa de fiscalização de empresa, que é um absurdo, você pode cortar pelo menos pela metade a um custo de 140 milhões. Dá para fazer? Dá para fazer. Penalizar menos quem tem que investir. Eu sou completamente contra essa história de que o Estado deve ficar contra a economia. Deve auxiliar a economia porque o rico tem obrigação e vai fazer, durante a minha gestão, que o pobre tenha uma vida mais digna. Eu não quero rico, menos rico. Eu quero pobre com uma vida digna e isso é o capital que gera.

Cesar Tralli

Candidato, o senhor tem 1 minuto e 15 para a sua réplica.

Ricardo Nunes

Olha, como foi importante essa ação que a gente fez. Na economia liberal, a redução de impostos possibilitou a vinda de muitas empresas para cá. Como eu falei para vocês, por exemplo, quando a gente pega o nosso celular e usa o aplicativo para chamar um táxi, um Uber, um iFood, o ISS era 5%, eu baixei para 2%. Toda atividade de audiovisual, de franquia, franchise, tudo era 5%. Nós reduzimos para 2%. A TFA, a taxa de fiscalização, eu eliminei com ela. Não criei nenhuma taxa. Não criei nenhuma taxa. E a gente poder... Parou o tempo lá. Pode continuar? Pode continuar, por favor. É que eu estou sem tempo. Ah, tá. Perdão. Para que nós possamos fomentar a economia, é de fundamental importância a atração de empresas. Qual foi o resultado? Só de 2021, início da nossa gestão até junho desse ano, 57 mil empresas que estavam em outros estados e municípios vieram para São Paulo, que nos trouxe uma arrecadação de R$ 1,5 bilhão.

Abriram novas 458 mil empresas.

De acordo com o Mapa das Empresas do governo federal, 458.193 empresas foram abertas em São Paulo desde maio de 2021, quando Nunes assumiu a prefeitura. Nem todas, no entanto, continuam abertas: o saldo final da atual gestão, considerando a diferença entre empresas abertas e fechadas, é de 261.277. Em nota ao Aos Fatos, a Prefeitura de São Paulo afirmou que o número atualizado de empresas abertas na capital é de 458.148, similar ao citado por Nunes. Em nova consulta à base de dados do Mapa das Empresas, a reportagem verificou que os números estão atualmente em 458.193. O saldo final entre empresas abertas e fechadas, no entanto, é de 261.277. Os números da checagem foram atualizados, mas o selo se mantém.

E é desse jeito, reduzir impostos, fazendo com que as empresas possam vir para cá, evoluir, gerar emprego e renda, é que a gente deve governar. E está dando certo. Mesmo assim, aumentamos a arrecadação, reduzindo impostos.

José Luiz Datena

Olha, a questão específica de territórios de emprego, explicando facilmente. Ao invés de você entrar com OAS, com organizações sociais de grandes conglomerados de saúde, por que não o hospital construir uma unidade no Einstein, construir uma unidade no Sírio de Bandeiras, construir uma unidade do Star, do São Luís, na periferia? Claro que instalações mais modestas, mas com equipamentos que o rico utiliza nos hospitais, nos grandes pontos da cidade de São Paulo, nos bairros de gente rica. Médicos com a mesma qualidade e capacitação. Ao redor disso, você pode criar comércio popular, escolas técnicas e ter uma saúde à altura de uma população que,

na Jacu-Pêssego, ali na zona leste, tem quase a população do Rio de Janeiro

A declaração é imprecisa. A zona leste paulistana soma cerca de 4 milhões de habitantes — 2,2 milhões de pessoas a menos que a população da cidade do Rio de Janeiro, que é de 6,2 milhões de habitantes —, segundo o Censo 2022, do IBGE.

e é completamente desassistida. Dá pra fazer? Dá. E nós vamos fazer.

Cesar Tralli

Pelo nosso sorteio prévio, quem faz a pergunta agora é a candidata Tabata Amaral. Candidata, por favor, pra quem a senhora gostaria de dirigir a sua pergunta, a senhora tem 40 segundos e o tempo está correndo.

Tabata Amaral

Candidato Nunes, quando você assumiu a prefeitura, São Paulo tinha 30 mil pessoas na rua. Agora são mais de 80 mil pessoas, na cidade mais rica do país.

São Paulo foi a capital que mais caiu em alfabetização.

Não é possível afirmar que São Paulo teve a maior queda em índices de alfabetização, uma alegação já repetida pela candidata em outros momentos. Tabata compara dois rankings nacionais de alfabetização que usam dados de 2021 — último ano da gestão de Bruno Covas (PSDB) — e de 2023. Mas os rankings utilizam metodologias distintas e não podem ser comparados diretamente: a pesquisa Alfabetiza Brasil estabeleceu como critério para alfabetização uma nota de 743 pontos na escala Saeb, enquanto o indicador Criança Alfabetizada se baseia em avaliações realizadas pelos estados, nas quais cada um aplicou sua própria prova de alfabetização.

Na saúde, as filas explodiram. Tem mais de 400 mil pessoas aguardando por o exame. São Paulo viu aumentar homicídio e batemos recorde de estupro e feminicídio. Então eu lhe pergunto, por que isso está acontecendo? Você está satisfeito? Você não acha que são resultados muito medíocres, muito ruins, pra cidade mais rica do nosso Brasil?

Ricardo Nunes

Deputada, deputada, é muito fácil ficar só criticando. Seis anos de mandato, a gente viu pouquíssimo da sua ajuda aqui pra nossa cidade. Inclusive, fazer uma observação, você falou de segurança. Segurança teve um projeto na Câmara dos Deputados pra aumentar a pena de criminosos. A senhora, deputada, não votou. O que a gente esperava, representando aqui o Estado de São Paulo, é que votasse, porque é preciso aumentar a pena de criminosos. Aí a gente combate, não é só no discurso. Com relação às pessoas que passaram de rua, eu fiz, olha só gente, 10 vilas em encontro. Aluguei 4 mil vagas de hotéis. Dá um dado geral. Nós tínhamos 16 mil vagas para abrigos. Sabe quantas tem hoje? 29.400 vagas. Eu trabalhei duro, chegando cedo na prefeitura, saindo tarde, com uma grande equipe, cuidando das pessoas. O Smart Sampa, que vai ter 20 mil câmeras, já tem 15 mil instaladas, vai ser uma revolução na questão da segurança pública. Nessa parceria que eu tenho com o governador Tarcísio, é com ações concretas. Não adianta ficar só criticando. É preciso fazer. Como, por exemplo, eu fiz lá do bairro que você mora, a UPA do Doroteio, o alargamento da estrada do Alvarenga. É com trabalho, gente. Vim aqui falar, criticar, criticar. Mas vamos falar do que fez. Eu fiz, estou fazendo e vou continuar fazendo. Comentei agora antes como eu consegui elevar as finanças da cidade. Reduzindo impostos, atraindo empresas, aumentamos o orçamento, mesmo reduzindo impostos. E nessa arrecadação, retornar para a sociedade e fazer aquilo que é preciso. Trabalho concreto. Não ficar só criticando.

Tabata Amaral

Eu poderia falar dos muitos projetos que tive a alegria de apresentar, relatar, como é o Pé de Meia, como são os absorventes nas escolas, como é um projeto importantíssimo que está hoje no Senado para a mulher que foi vítima de violência doméstica ter o seu agressor usando tornozeleira eletrônica. Mas eu queria perguntar para você que está nos acompanhando. Você conhece essa São Paulo que o Nunes está descrevendo? Você, eleitora e eleitora, está satisfeito? Porque eu não estou. Ele não responde e ainda diz que está a oitava maravilha. Mas se Deus me desse a oportunidade, se o povo me desse a oportunidade de a gente ter mudança aqui em São Paulo, saibam que eu vou trabalhar amanhã, tarde e noite. Doze, dezoito horas por dia. Por você que está nos acompanhando. Para São Paulo ter a melhor escola pública do Brasil. Para sua criança ter o dia todo de atividade. É robótica, é inglês, é uma dança, é um teatro, é um basquete. Para a saúde voltar a funcionar. Vou ter coragem para combater essa corrupção que a gente tem nas filas. E dá para fazer muito mais, gente. Dá para a gente ter monitoramento por câmera, reforçar o policiamento onde está inseguro, ter acolhimento para quem está doente. Mas eu preciso que vocês me respondam. A gente merece ou não merece mais? Porque eu acho que sim. E esse prefeito é pequeno demais.

Ricardo Nunes

Olha, deputada, acho que não precisa de ofender. Nós estamos aqui em um debate, há poucos dias da eleição, para trocar ideias, falar o que fez, o que está fazendo.

Você poderia falar por que não votou no projeto de aumento de pena de criminosos.

O prefeito se refere ao PL 3.780/2023, cujo substitutivo foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 31 de outubro de 2023, que aumenta as penas para os crimes de furto, roubo e outros. É verdade que Tabata Amaral não votou no projeto: a deputada e candidata à prefeitura não estava presente na sessão em que o texto foi apreciado pelos deputados.

Eu tenho certeza que todo mundo que está nos assistindo concorda comigo que é preciso ter mais rigor com relação a isso. Na questão das filas de saúde. Nós tínhamos uma fila enorme. Eu estou reduzindo a fila. Tem muita coisa para fazer? Gente, eu sei que tem. E é por isso que eu ajustei a saúde financeira da cidade. Fiz no ano passado 6 milhões e 500 mil exames. Estamos com vários exames já com a fila zerada. Outros caminhando para reduzir e pode ter certeza. Com o ajuste financeiro que eu fiz na cidade, com as ações que a gente desenvolveu, a gente vai continuar trabalhando duro, firme. Não é só ficar criticando, não. É trabalhar para poder diminuir a fila da saúde. Olha só.

Eu inaugurei 19 UPAs.

Nunes repete um dado incorreto que já citou em outras entrevistas e debates durante a campanha. Questionada previamente pelo Aos Fatos sobre quais seriam as unidades citadas pelo prefeito, a Secretaria Municipal de Saúde enviou uma lista que continha ao menos três equipamentos inaugurados em outras gestões: a UPA Jabaquara, entregue por Bruno Covas (PSDB) em abril de 2021; a UPA Vera Cruz, inaugurada em 2018 por João Doria (PSDB); e a UPA Santo Amaro, também entregue em 2018 por Doria.

E essas UPAs, Unidade de Pronto Atendimento, inclusive com laboratórios. E vou inaugurar mais duas esse ano. É assim. Trabalhando com seriedade que a gente vai para frente.

Cesar Tralli

Sua vez, candidato. Guilherme Boulos, por favor. Para quem o senhor gostaria de fazer a pergunta? E o senhor tem 40 segundos.

Guilherme Boulos

Boa noite, Tralli. Boa noite a quem está nos assistindo. A minha pergunta é para a Tabata. Mas antes eu quero falar com você que está em casa. Eu estava ouvindo aqui o Ricardo Nunes falar. Acho que você estava ouvindo também. Não é possível. Você acha que a saúde em São Paulo está desse jeito que ele está falando? Está boa? Mil maravilhas? Você que vai para um hospital e demora oito, nove horas para ser atendido. Você acha que está tudo bem? As pessoas vão para uma UBS. Às vezes nem de pirona tem. Falta tudo. Um ano esperando na fila. Eu sou filho de pais médicos há 40 anos no SUS. Acompanho isso há muito tempo. Por isso, Tabata, eu queria te perguntar onde você acha que a gestão Nunes errou?

Tabata Amaral

Se a gente olha hoje para a saúde e acho que é muito importante que a população entenda hoje. Isso tem mais recurso. São quase 20 bilhões de reais. E ainda assim foi uma gestão tão medíocre, tão inoperante que as filas explodiram, gente. Não é razoável as pessoas ficarem esperando meses para fazer um exame. Eu estava no Tucuruvi faz três dias e uma senhora que está diagnosticada com câncer me relatou que ela vai esperar até janeiro para fazer uma tomografia. Isso é desumano, essa é uma conta estúpida. Se a gente investe em exame, se a gente investe em prevenção, promoção da saúde, é melhor para a pessoa, é respeitoso, mas é melhor para o financiamento do SUS. Qual que é a minha proposta? A primeira coisa, ninguém vai esperar mais de um mês para marcar um exame. Eu vou ter coragem de enfrentar esse furafila porque a gente está cansado de ouvir que quem tem amigo na prefeitura sempre tem uma denúncia dessa, consegue passar na sua frente. Então é usar dados e tecnologia para organizar melhor essas filas e com coragem e independência combater a corrupção. Eu quero que você que está nos acompanhando saiba, na minha gestão, você vai saber qual é a sua posição na fila e todo mundo vai poder saber qual é o tempo de espera para cada especialidade, para cada UBS, porque assim a gente enxerga o buraco. Onde é que está faltando UPA? Onde é que eu tenho que contratar mais médico? Então a primeira coisa é organizar essa fila para dizer para você qual é a sua posição. E aí, diferentemente do que acontece hoje, é a gente garantir que ninguém vai esperar mais de um mês para fazer o exame. Quem esperar, eu me comprometo. Se a prefeitura falhar, a gente vai contratar essa vaga no privado.

Guilherme Boulos

Gente, eu juntei um time muito qualificado para revolucionar a saúde em São Paulo. Eu juntei e chamei a Marta Suplicy, prefeita do CEUS, do Bilhete Único, para ser minha vice. A Marta é minha vice. Tem o apoio do presidente Lula, que já disse, conversei com ele hoje, que vai me apoiar para fazer o poupatempo da saúde. Como é que vai funcionar? A gente vai zerar a fila de exame e consulta na cidade de São Paulo. Pode confiar e me cobrar depois. Vocês vão se lembrar disso. Vão ser 16 unidades, onde vai ter lá centro diagnóstico, então vai ter ressonância, tomografia, endoscopia, um exame simples, que aumentou muito a fila, e vai ter médicos especialistas, que a consulta também está demorando muito, às vezes um ano. Uma mulher para passar num ginecologista, por isso nós vamos fazer um hospital municipal da saúde da mulher também. Esses poupatempos da saúde vão ser onde a fila é maior. Você vai ser atendido lá na hora, com hora marcada. Por exemplo, vai ter poupatempo da saúde no Grajaú, em Parelheiros. Vai ter poupatempo da saúde no Capão, porque hoje tem hospital no Campo Limpo, e no Emboi no Capão não tem. Vai ter em Perus, vai ter no Itaim Paulista, para que você possa ser atendido com a dignidade que merece.

Tabata Amaral

Um dos maiores problemas que a gente tem em São Paulo e no Brasil não é falta de recurso público, é falta de coragem e trabalho duro para enfrentar a corrupção e garantir que o dinheiro está indo para onde mais precisa. E tem uma área que para mim está gritando aqui em São Paulo, que é a área da saúde mental. A gente está vendo, pessoal, um adoecimento de toda a população. São policiais que se suicidam.

Hoje tem mais policial que morre por suicídio que em confronto.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 mostram que, no ano passado, o total de suicídios de policiais militares registrados no país superou a soma de mortes em confronto. Foram 110 suicídios contra 107 óbitos em confronto — 46 em serviço e 61 em conflitos ou lesões não naturais fora do expediente.

São mães com depressão, jovens com ansiedade. E se a gente olha, uma cidade tão grande como a nossa, 12 milhões de habitantes, apenas 1.300 psicólogos. Esse é um compromisso que eu tenho com vocês. A gente vai olhar para a questão da saúde física e também da saúde mental. Todo posto vai ter uma equipe de saúde mental. Toda escola vai ter um psicólogo. E a gente vai ter vaga para quem está doente, inclusive para quem está na rua. Trago esse compromisso com vocês porque criei a primeira bancada da saúde mental no Congresso e eu sei que nossa população está adoecendo aqui e não está dando conta hoje.

Cesar Tralli

Candidato José Luiz Datena, é a vez do senhor perguntar. O único candidato que ainda não perguntou e respondeu nesse bloco é o candidato Pablo Marçal. Então eu peço ao senhor que, por favor, pelas regras, dirije a pergunta ao candidato Marçal. O senhor tem 40 segundos e o tempo está correndo. É interessante a gente ficar ouvindo essa conversa política. É muito legal. Parece que tudo vai ser resolvido aqui e, de vez em quando, acho que é melhor simplificar e fazer um papo reto com você. Sabe, o Marçal, é uma pergunta muito simples, porque parece simples, mas não é.

José Luiz Datena

É interessante a gente ficar ouvindo essa conversa política. É muito legal. Parece que tudo vai ser resolvido aqui e, de vez em quando, acho que é melhor simplificar e fazer um papo reto com você. Sabe, o Marçal, é uma pergunta muito simples, porque parece simples, mas não é. Como é que você pretende, por exemplo, ...

... resolver o problema de roubo de celular, que na maioria das vezes ou muitas vezes vira latrocínio, morte...

Os dados oficiais da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) registram 176.944 roubos ou furtos de celulares na cidade de São Paulo em 2023. Deles, apenas 11 foram registrados junto com o crime de homicídio. Os dados gerais também desmentem Datena: no ano passado, foram registrados 133 mil roubos e 43 latrocínios.

... e a pessoa não é penalizada da forma que deve ser penalizada e isso é coisa de crime organizado?

Pablo Marçal

Boa noite, a todos. Boa noite, candidatos. Ao Tralli, em memória do Cid Moreira, eu lamentei pela grande perda do Brasil hoje. O que eu vi e a Bíblia inteira, pelas vozes do Cid Moreira, agradeço por tudo que você fez pela televisão brasileira. Sobre roubos e furtos de celulares, obrigado pela pergunta Datena. Tem como você tratar a segurança pública com a causa e tratar no efeito? No efeito, é com tecnologia estourando os lugares onde esses celulares estão sendo recepcionados, rastreando isso através de aplicativo e bloqueando essas máquinas, na causa gerando emprego. Nós vamos gerar 2 milhões de empregos nas periferias de São Paulo e o maior direito social que existe no mundo é o emprego, com empregabilidade. Ter uma oferta de emprego já diminui a criminalidade. O que está acontecendo hoje? As pessoas, elas percebem que não são vigiadas, por isso a gente no nosso plano de governo tem um anticrime e a gente vai fazer através de câmeras inteligentes análise preditiva, não pra encarcerar, mas pra mostrar que tem vigilância nessa cidade. Nós vamos reforçar a operação delegada, trazendo também pras polícias civil e militar, hoje é só militar, vamos aumentar esse contingente. E uma coisa que todo mundo vai saber a partir de 1º de janeiro, votando no 28, agora no final de semana, fazendo o M, faz o M aí. No próximo ano, vai ter um jejum de crime, no primeiro mês do próximo ano. O bandido vai ter que praticar essas coisas em outra cidade ou então vai ter que arrumar um emprego aqui. Eu acredito de verdade que chegou um tempo onde a gente vai experimentar a última geração do crime. Com educação, com educação focada, a nossa cidade vai mudar.

José Luiz Datena

Olha, meus amigos e minhas amigas, eu sei que você tem o direito de ir e vir, isso é um direito constitucional, mas por favor, não use celular na rua, a não ser em caso de extrema necessidade, senão você vai ser roubado. Tá certa a colocação que o combate tem que ser direto à recepção, ao receptador. Esse é o grande criminoso, a história do ovo ou da galinha. Tem um projeto piloto em Santos que se a polícia chegar numa loja que vende celular, tiver um celular sem nota, o cara vai responder por receptação e ter a sua loja fechada. Por que não imitar isso aqui na Prefeitura de São Paulo? Outro detalhe, grandes shows, aglomeração, a polícia militar conseguiu, a polícia civil e militar conseguiram reduzir 50% o roubo de celular por que? Drones, percebendo o cara que está lá roubando e policiais civis principalmente infiltrados. Isso é fundamental, porque o roubo de celular que parece um crime menor, não é. Ele é terrível, tem que ser combatido como roubo de carro, como roubo de moto, porque leva vidas todos os dias.

Pablo Marçal

Tem um roubo que é bem pior que esse, que é o roubo do dinheiro público. E eu estou num julgo desigual aqui nesse debate, porque eu não apareci nem uma vez na televisão, nem uma vez no rádio e as pessoas que estão aqui, exceto eu, gastaram mais de 100 milhões de reais em dinheiro público pra fazer campanha e propaganda enganosa inclusive. O que a gente precisa de verdade é de usar uma mudança de mentalidade na nossa sociedade, senão a gente sempre vai ficar se curvando pra políticos. Eles usam o nosso dinheiro, conseguem contratar marqueteiros multimilionários, entram na nossa cabeça e a gente sempre escolhe o menos pior. Eu me coloquei à disposição, se você puder entrar aí no meu Instagram, derrubaram até as minhas contas do Instagram, estou com a conta reserva Pablo Marcal por SP. Agora está sendo postada uma proposta para a segurança pública. Eu quero te pedir. Nesse final de semana vai estar fazendo 28 graus em São Paulo, não sei se é coincidência. O número que você vai colocar naquela unha, eu quero que você me encare ali e aperte 28 e confirma.

César Tralli

Candidato Pablo Marçal, é a vez do senhor perguntar, o senhor é o quinto a perguntar pelo nosso sorteio prévio e necessariamente o senhor tem que fazer a pergunta pro candidato Guilherme Boulos. 40 segundos, o tempo está correndo, por favor.

Pablo Marçal

É uma grande oportunidade que a cidade de São Paulo tem de ter alguém que gera emprego, que é empreendedor raiz, é alguém que estudou escola pública. Eu estou me apresentando aqui porque você não me viu na propaganda eleitoral. Filho de faxineira, filho de funcionário público, venci na vida e eu quero te servir, eu quero que a política a partir da minha entrada seja ato de filantropia e não de gente querendo usar da política para crescer na vida. Aí a pergunta pro Guilherme, Guilherme, o que vai ter de disruptivo? Como você vai abrir empresas? Como você vai baixar imposto? O que tem de inovação no seu governo? O que em São Paulo vai brilhar em relação ao mundo caso você consiga liderar São Paulo?

Guilherme Boulos

Olha, gente, o trabalho que nós vamos fazer a partir de 1º de janeiro do ano que vem, vai levar emprego para a periferia da cidade. Você que mora na Zona Leste e atravessa a cidade toda, pega a raguebe lotada lá em São Mateus, pega a radial, a aricanduva, a marechal título, o Itaim paulista, toda lotada, ou você do extremo da Zona Sul, que demora duas horas no ônibus lotado, a gente vai gerar emprego perto da sua casa, estimulando inclusive com redução de IPTU para as empresas que forem gerar empregos na periferia. Esse é um compromisso que eu faço com vocês. Agora, eu queria dialogar com você que está vendo hoje, e às vezes vê candidatos com uma postura aqui, que tiveram posturas diferentes, com gente que às vezes perdeu a crença na política, que acha que é tudo igual, que não vai mudar. Eu te entendo. Te entendo porque, de fato, tem gente que usa política pra ganhar dinheiro. Porque, de fato, tem gente que só aparece de quatro em quatro anos fingindo que se importa com você. Essa é a nossa diferença. Eu tô na luta e não é de hoje. Não é só em tempo de eleição. Eu já participei de quatro eleições, sou deputado, e moro na mesma casa lá no Campo Limpo. Pra mim, a política é instrumento da gente melhorar a vida das pessoas. É pra isso que eu luto, por justiça social. Agora, sozinho, eu não consigo. Por isso, eu preciso do seu apoio, da sua confiança no domingo que vem, votando nos 50, pra que a gente consiga fazer uma mudança de verdade na cidade de São Paulo.

Pablo Marçal

Eu sou o único candidato aqui que não deve favor pra ninguém, não tô devendo a prefeitura pra ninguém, e eu acredito de verdade que a gente pode vencer no primeiro turno. É um governo do povo. Começamos com 5%, estamos liderando na pesquisa Veritac, acertou, do governo do Estado. Estamos 15 pontos aí na frente do terceiro colocado, pra você ter uma ideia. Na futura, estamos em primeiro, nas trackings estamos em primeiro, tem 30 dias, e no data povo é assustador. Todo mundo fazendo isso aqui, fazendo um M. Eu quero te falar que esse não é um sonho de vida meu ser prefeito, mas é uma missão que Deus colocou no meu coração. Eu sou um cidadão que tô indignado com esse estilo de política. Eu não quero pegar tudo que eu construí e ir embora desse país. Eu quero que esse país dá certo. Eu tenho certeza que São Paulo dando certo, o Brasil inteiro vai dar certo. Eu te peço, peço humildemente que você avalie, não só as propostas, mas o que cada um carrega e a potência que cada um pode desenvolver pra construir essa cidade pra um outro patamar, levar a gente pra um patamar de desenvolvimento tecnológico, onde vai ter tanta oferta de emprego que vai ter que vir gente pra cá pra ocupar esses empregos. No domingo, é 28, tamo junto.

Guilherme Boulos

Olha, gente, você que tá assistindo esse debate numa quinta-feira à noite, há três dias de uma eleição, precisa saber o que vai tá em jogo no próximo domingo. Você vai poder decidir se você quer São Paulo do jeito que ela tá hoje, e aí vem a propaganda do Ricardo Nunes, diz que tá tudo lindo, maravilhoso, que não tem fila na saúde, que o ônibus não é lotado, mas você vive a cidade real. Ou então se você quer uma mudança pra valer. Essa mudança é comigo e com a Marta. A mudança pra fazer São Paulo avançar, pra olhar pras periferias. A Marta que fez o Céus. Todo mundo sabe a revolução que o Céus representou na periferia. Hoje ela tá comigo. E aí você precisa fazer a comparação. E o melhor, olhe no olho de cada um que estiver aqui quando estiver falando. Olhe no olho do Nunes. Você vê verdade nele? Olhe no olho do Marçal. Você vê alguma coisa que não seja vaidade ali? Por isso, vote 50 no domingo.

César Tralli

Muito bem, todos os candidatos perguntaram, todos os candidatos responderam, nós vamos fechando aqui o nosso primeiro bloco então. Vamos fazer um intervalo bem rápido e na volta os candidatos farão perguntas com temas determinados que eu vou sortear aqui na hora no estúdio. Tá bom? Não perca esse debate é pra você eleitora e eleitor. É a Globo nas eleições 2024.

César Tralli

São 10 horas e 36 minutos, estamos de volta ao vivo aqui com você dos estudos da Globo em São Paulo, com o último debate entre os candidatos à prefeitura da capital paulista antes do primeiro turno neste domingo. E neste bloco agora as perguntas serão feitas com temas determinados por sorteio. Vou então sortear um tema aqui. Aqui nós temos 15 temas na urna e o tema sorteado é mobilidade. Pelo sorteio que nós fizemos na presença das campanhas na segunda-feira, quem abre este bloco é a candidata Tabata Amaral. Candidata, para quem a senhora gostaria de dirigir a pergunta, neste tema mobilidade, 40 segundos e o relógio está contando.

Tabata Amaral

Candidato Pablo, a gente tem uma coisa em São Paulo que sufoca a gente, que nos angustia muito, que é o trânsito que aumenta. Mas quem está no transporte público, a situação é muito pior. A gente tem hoje as pessoas passando em média 2 horas e 40, na verdade um pouquinho mais. E quando a gente pensa quem está em Perus, quem está em Marsilac, a gente sabe que pode ser muito maior o deslocamento. Até agora eu vi muito pouco do candidato Pablo de proposta real, concreta. Eu vi ele falando de um bondinho, de um teleférico, então eu acho que vale a oportunidade. Qual é a sua proposta concreta, real, para dar velocidade ao transporte público aqui em São Paulo?

Pablo Marçal

Terminar os corredores que foram prometidos no plano de governo do Covas, fazer os 10 bolsões de entrada das 10 rodovias da cidade de São Paulo, Castelo Branco, Anguera, Fernão Dias, Dutra, todas as entradas, Raposo, Tavares, para quê? Para que as pessoas, mais de 500 mil carros que entram todos os dias na cidade, ajude a não poluir ficando nesses bolsões, interligando o sistema de transporte. A solução mais inteligente de mobilidade da cidade é o cinturão de empresas, o rodo empresa, vai ser 120 quilômetros de empresarização nas periferias para fazer 2 milhões de novos empregos. Para você ter uma noção, a cidade de São Paulo tem mais de 2 milhões de CNPJs, é como se fosse um emprego para cada empresa, só que vai ser criada onde? Nas periferias. Tendo na periferia, você vai diminuir esse deslocamento, imagina você que mora na periferia não precisando de ficar uma hora e meia, duas horas aí. Nós vamos fazer o giro de quadra, a legislação brasileira hoje permite você virar à direita com o sinal fechado, começar testando nos distritos no centro da cidade e depois levando para os outros 95 distritos aí da cidade de São Paulo. Colocar a via expressa nas marginais, controlada com câmeras inteligentes, duas ou mais pessoas para trafegar um pouco mais rápido e essas soluções, de todas, do transporte, você tem que entender que a gente despolui no rio, a gente vai usar rio também, nós iremos fazer com que esses corredores e as zonas azuis também dos motociclistas sejam ampliadas, tudo porque hoje você que mora na periferia, sabendo que o emprego está perto da sua casa, você vai ter paz e tempo com a sua família, vote 28.

Tabata Amaral

Candidato, eu tenho propostas concretas para a gente ter mais emprego na periferia, mas quem está hoje no ônibus lotado, que te aperta com a porta na cara, que demora a passar, que está quebrando, não quer uma solução para daqui 5, 10, 20 anos. Eu sou filha de um cobrador de ônibus, meu pai foi cobrador 15 anos atrás, por 8 anos, e tem uma coisa que sempre me surpreende, a linha que meu pai fazia, que é 507J, lá do Selma até o centro de São Paulo, ela está exatamente igual. Veio a tecnologia, a cidade cresceu,

Tabata Amaral

Veio a pandemia e as linhas de ônibus não foram alteradas.

A candidata do PSB repete a informação incorreta de que as linhas de ônibus em São Paulo não passaram por mudanças nos últimos anos. No último dia 9 de setembro, por exemplo, entrou em operação a linha 695Y-23, que liga a estação Bruno Covas/Mendes-Vila Natal ao Terminal Parelheiros, também na zona sul. Em maio de 2022, a SPTrans criou a linha 8019/31 Parque Continental-Terminal Vila Sônia. Questionada em outras ocasiões, a equipe da candidata afirmou que “nas últimas gestões não houve um redesenho robusto das linhas de ônibus”, mas reconheceu mudanças desde a gestão de Fernando Haddad (PT).

A minha primeira proposta, que é imediata e concreta, é usar a tecnologia para a gente ser mais eficiente, garantir um redesenho das linhas para contemplar quem está nos extremos da cidade, olhar para o trajeto que a mulher faz, que vai para a creche, que vai para a igreja e o trabalhador, a trabalhadora, chegar mais rápido e tem mais investimento. Entregar aos corredores de ônibus que o Nunes prometeu e não entregou, o da Radial Leste, o da Miguel e Unes, semáforo inteligente para o ônibus passar com o sinal verde se abrindo, a pessoa poder saber que horas vai passar o ônibus, são várias intervenções que já foram testadas e que de fato funcionam para você poder chegar no horário e com mais velocidade.

Pablo Marçal

A questão que eu falei do giro de quadra, que ainda nem a cidade, nem a capital do Brasil fez, mas já está na legislação autorizada, não tem investimento em infraestrutura.

Você vai fazer como funciona hoje nos Estados Unidos, lá tem 50 estados e todos os estados têm isso. Você chega, se puder virar ali na hora, você trata o sinal vermelho como pare, mas sempre à direita. A direita sempre livre.

Pablo Marçal engana ao afirmar que, nos Estados Unidos, as regras de trânsito sempre permitem a conversão à direita em um sinal vermelho. A prática é autorizada apenas caso não haja pedestres atravessando a via ou veículos transitando em outros sentidos. A manobra também é desautorizada mediante a presença da placa de sinalização “não virar no vermelho”. Também é importante destacar que algumas regiões do país têm optado por banir a regra para reduzir as taxas de mortes de pedestres no trânsito. Na cidade de Nova York, por exemplo, a prática é proibida.

Isso aumenta de 16% a 20% a velocidade dentro da cidade, a mobilidade. Uma outra coisa é terminar de investir nesses próximos quatro anos, colocar os semáforos inteligentes. Isso tem aumentado de 16% a mobilidade da cidade, o semáforo inteligente é aquele que tem um contorne amarelo. E a questão dos teleféricos, para abençoar você que mora em comunidade, a gente tem mais de mil favelas, comunidades, jardins e parques da cidade. Esse teleférico é para vocês, não é a resposta para a cidade inteira, para que vocês não sofram de verdade como vocês estão sofrendo. No domingo é 28.

César Tralli

Vou sortear mais um tema aqui. Os temas sorteados não voltam para a urna, importante lembrar, e o tema é IPTU. Quem faz a pergunta agora é o candidato Datena. Candidato, por favor, para quem o senhor gostaria de dirigir a pergunta? E o senhor tem 40 segundos.

José Luiz Datena

Bom, eu quero dirigir a pergunta ao Guilherme Boulos. Boulos, muito se fala em redução de imposto, muito se fala em tornar o imposto uma oportunidade de alguém oferecer emprego, o capital oferecer o emprego a quem é pobre. E nós vamos governar, eu vou governar para pobre. Esse é o grande detalhe, mas o rico tem que ajudar. Você disse que pretende voltar atrás com a reforma previdenciária. Como é que você vai fazer isso sem aumentar imposto? Como é possível fazer isso?

Guilherme Boulos

Obrigado, Datena, pela pergunta. Olha, quero assumir esse compromisso olhando no seu olho. Eleito prefeito de São Paulo não terá nenhum aumento de imposto na cidade. Sabe por quê, Datena? Porque hoje o problema da prefeitura não é falta de dinheiro. Dinheiro tem. Nós estamos com o maior orçamento da história da cidade. O que falta é um prefeito com vontade, coragem, para fazer as coisas que têm de ser feitas. E eu vou fazer. Então, não tenha dúvida disso, esse compromisso está assumido. Agora eu queria aproveitar, eu estava ouvindo o diálogo anterior, sobre mobilidade. Eu quero assumir um compromisso com você que é da Zona Sul. Quem é do Grajaú, eu vou fazer a ponte Graúna-Gaivotas. Essa ponte vai desafogar a Belmira-Marim e você vai ganhar meia hora no seu trajeto todo dia de manhã indo para o trabalho e depois voltando para casa. Quem é da região da M'Boi Mirim, lá do Fundão, Capela, Veracruz, Horizonte Azul. Quem é dessa região do ngela, eu vou fazer o que eles prometeram e não fizeram, que é duplicar a estrada do M'Boi Mirim de ponta a ponta e garantir o corredor. E fazer isso com todas as regiões da cidade. Tinha corredor prometido na Aricanduva, tinha corredor prometido na Radial e na Celso Garcia, não fizeram. Eu vou tirar do papel e vou fazer. Dinheiro tem, Datena. O orçamento desse ano é de 112 bilhões. E reafirmo o compromisso que fiz aqui, vai custar 728 milhões por ano. Servidor público de São Paulo, eu vou revogar o confisco de 14% das suas aposentadorias, que é uma crueldade hoje na cidade de São Paulo.

José Luiz Datena

Bom, eu falei primeiro, e ao invés de cobrar impostos, devolver isso para a sociedade que ofereça emprego para as pessoas e se tem o território de emprego das periferias, que é perfeitamente viável, é perfeitamente aceitável e vai melhorar a vida de muita gente e resolver parte da questão da saúde. Por que não fazer isso no centro também, com prédios que estão abandonados, que ninguém sabe de quem é esse prédio, que ninguém sabe para onde foi o dono desse prédio? Por que não fazer o sistema de retrofit? Se puder fazer o retrofit, se não, derruba tudo, compra e faz ali comércio, que é grande, é fundamental, o comércio do centro tem que ser reativado e as moradias têm que ser mais dignas.Resolvendo o problema da Cracolândia, o comércio volta a funcionar no centro, vai ter segurança no centro e, obviamente, que as pessoas vão poder morar com tranquilidade no centro. Pessoas que compraram suas casas há mais de 20, 30 anos e que não conseguem morar por causa da terrível situação em que se encontra a Cracolândia. Reduzir imposto para facilitar a sua vida. Isso não é conversa furada, não, é papo reto com você mesmo.

Guilherme Boulos

Bom, Datena, você trouxe a questão da moradia. Esse é um tema que eu conheço porque atuei 20 anos no movimento de luta por moradia, o que me orgulha muito e ajudei mais de 15 mil famílias a conseguir suas casas. Eu vou criar, a partir do ano que vem, o programa Periferia Viva. Como é que vai funcionar, gente? Você que mora numa favela, numa comunidade, e muitas vezes não tem o reboco da sua casa, tá numa condição precária, isso gera umidade, infiltração, a criança fica com bronquite. Nós vamos fazer um programa completo, que vai ter o apoio para reforma e melhoria nas suas casas, eu vou dar como prefeito. Em segundo lugar, as obras de urbanização, para poder resolver o problema do córrego que passa, do escadão, de abertura de uma rua, para o bairro ficar melhor. E em terceiro, a regularização fundiária. A gente vai regularizar mais de 250 mil imóveis, para você ter a sua escritura em papel passado, para deixar para os seus filhos. Isso é dignidade.

César Tralli

Vou sortear mais um tema agora aqui. O tema sorteado é moradia. Na dinâmica do bloco agora, quem faz a pergunta é o candidato Ricardo Nunes. Candidato, lembrando que o senhor pode dirigir a pergunta a candidata Tabata ou ao candidato da Atena. Os dois ainda não responderam assim como o senhor. Então, o senhor tem 40 segundos e peço que o senhor diga a quem o senhor fará a pergunta.

Ricardo Nunes

Tabata. Tabata, a questão de moradia, evidentemente, é uma situação muito importante, uma cidade que tem 400 mil unidades como déficit.

Ricardo Nunes

Eu fiz o Pode Entrar

O programa habitacional de fato foi sancionado em setembro de 2021, durante a gestão de Nunes. Porém, o próprio site da prefeitura paulistana afirma que o programa foi idealizado por Bruno Covas (PSDB).

Pode Entrar é uma inovação muito importante de moradia, e eu vou entregar até o final desse ano, entre construídos, em contratos e em construção, 72 mil unidades habitacionais. O Pode Entrar era uma inovação. É uma inovação porque ele adquire direto do setor privado, e eu queria entender se você concorda com esse projeto, se você é favorável, e qual seria a tua ideia de projeto habitacional para a cidade de São Paulo.

Tabata Amaral

Eu acho que é justo a gente reconhecer que o Pode Entrar foi criado na gestão do Bruno Covas, pelo Orlando Faria, que hoje eu tenho a alegria de ter no meu time. Então, obviamente, gente, que as boas ideias da esquerda e da direita, eu não tenho preconceito, não. Elas vão ser continuadas. Vou dar sim continuidade ao Pode Entrar, vou dar sim continuidade à faixa azul, que é tão importante para os motociclistas de nossa cidade. Mas queria trazer uma ideia que eu considero ainda mais inovadora, que está no nosso plano de governo, que é o Prefia. O que é o Prefia? É a Prefeitura como fiadora. Sabe aqueles imóveis que estão hoje praticamente abandonados, desocupados? Só na região central tem 60 mil unidades que estão desocupadas. A Prefeitura mapeia esses imóveis, vai ter uma plataforma, tipo o Quinto Andar, e a gente vai dar acesso a pessoas que hoje são de renda mais baixa. A Prefeitura entra como fiadora e paga de 10% a 90% do aluguel. Aí vocês podem perguntar, Por que apostar no aluguel social, nesse desconto do aluguel, e não no residencial? Porque, gente, é cada vez mais difícil achar terreno perto da região mais central. A gente sabe que é um processo longo, as filas são confusas, infelizmente tem muita corrupção. O Prefia é muito mais imediato, é muito mais barato e é muito mais honesto. E aí, por que a Prefeitura como fiadora? Essa é uma coisa que eu vivi. A gente que vem de baixa renda, que não tem imóvel no nosso nome, a gente tem muita dificuldade para conseguir uma fiadora que coloque o imóvel ali como seguro. Então, é a gente dar esse empurrãozinho para quem está ascendendo socialmente, paga uma parte do aluguel e pode morar de forma muito mais digna.

Ricardo Nunes

Muito bom. Eu fico feliz de poder ter o reconhecimento da deputada Tabata desse programa Pode Entrar, que está revolucionando a política pública habitacional. Sem invasão, fazer um processo que agiliza, porque a gente ganha tempo, diminui a burocracia e está entregando tantas chaves para as pessoas. Olha, gente, 72 mil unidades até o final desse ano, maior programação da história da cidade, entre aqueles que já foram entregues, que estão em obras, já estão contratados. Eu quero aproveitar aqui para poder falar algumas coisas importantes que foi dito. Eu estava anotando, até acabou a minha tinta aqui de tanta anotação que eu fiz. Alguém falou aqui do BRT Radial Leste. Já está licitado, contratado com início de obras. BRT Aricanduva, já está em processo de licitação, está com o edital na rua. A questão dos hospitais, o Bruno e eu fizemos 10 hospitais, hoje são 30 hospitais na cidade de São Paulo. A questão do semáforo inteligente, que a Tabata falou, o Marçal falou, eu já estou fazendo. Quando o Pablo falou que tem um semáforo, tem uma risca amarela em volta, é os que eu estou instalando, que tem uma câmera antes, onde esse semáforo tem inteligência artificial, quando tem muito carro, ele abre e quando tem pouco carro, ele fecha. Já está em funcionamento e a gente precisa continuar com todas essas ideias que eles estão propondo e eu estou feliz porque eles estão propondo ideias daquilo que eu já estou fazendo.

Tabata Amaral

Pessoal, eu vou ser muito sincera aqui com vocês que estão nos acompanhando. Vocês estão satisfeitos ou não? Vocês vivem nessa cidade cor-de-rosa que o Nunes está trazendo ou não? Eu sou uma filha orgulhosa de São Paulo, filha de uma baiana e um paraibano com orgulho, filha de uma diarista e um cobrador de ônibus. Eu sou doida, apaixonada por São Paulo, mas é porque eu amo tanto São Paulo que eu tenho clareza, gente, que não está bom, não está suficiente. Muita gente fala, mas o Nunes não tem um grande legado, ele tem uma marca e a gente não pode esquecer. Vários prefeitos tentaram enfrentar a cracolândia, não conseguiram, mas o Nunes, ele foi além, ele recebeu uma cracolândia, está entregando 72 cracolândias. Como pode São Paulo andar tanto para trás, gente? Explosão de pessoas na rua, é criança, é idoso, é família inteira. A gente bater recorde de estupro, recorde de feminicídio, aumenta o latrocínio, a gente cada vez mais inseguro. Eu sei que pode piorar e eu estou aqui para evitar isso, mas desse jeito não dá, não.

César Tralli

Vamos aqui a mais um sorteio de tema. O tema sorteado é educação. Quem faz a pergunta é o candidato Pablo Marçal. Candidato, lembro ao senhor que quem ainda não respondeu são os candidatos Datena e Ricardo Nunes. Para quem o senhor gostaria de dirigir a pergunta? O senhor tem 40 segundos, por favor.

Pablo Marçal

Uma das principais marcas de um governo é como ele trata a educação. Infelizmente, não sei se o Ricardo estava investindo energia em outros lugares, mas a educação de São Paulo regrediu de forma absurda.

Hoje, a gente tem um índice de alfabetização de 38% das crianças.

Pablo Marçal citou dado correto ao abordar o índice de alfabetização da capital paulista. Na cidade de São Paulo, 37,87% das crianças são alfabetizadas na idade certa, o que deixa a cidade em 21º lugar entre as capitais do país. Os dados são do 1° Relatório de Resultados do Indicador Criança Alfabetizada, divulgado pelo Ministério da Educação em maio deste ano. O ranking é liderado por Fortaleza, com 74,03%.

Pablo Marçal

Essas crianças, com esse atual prefeito, nós perdemos as primeiras posições e agora a gente não está nem entre as primeiras. Passou de 20 posições.

Marçal cita dados de duas pesquisas de alfabetização que usam metodologias diferentes e que não podem ser comparadas. A pesquisa Alfabetiza Brasil estabeleceu como critério para alfabetização uma nota de 743 pontos na escala Saeb, enquanto o indicador Criança Alfabetizada se baseia em avaliações realizadas pelos estados, nas quais cada um aplicou sua própria prova de alfabetização. No Alfabetiza Brasil, São Paulo ocupava a segunda colocação no ranking de capitais em 2021. Já o Criança Alfabetizada, lançado em 2024, registrou uma taxa de 37,9% de crianças alfabetizadas na capital em 2023. Esse índice colocou a cidade em 21º lugar no ranking entre 23 capitais.

Nós somos o povo que investe 25 bilhões de reais na educação. Ricardo, o que você errou? Quem não deu atenção? Seja humilde em mostrar o que errou, o que tem que consertar.

Ricardo Nunes

Olha, só para fazer uma correção, a provinha São Paulo, que é a prova que a gente faz aqui na nossa cidade, deu um índice de alfabetização de 87%. Esse é o nosso índice. O que vem do Ministério da Educação, eles mesmo dizem, a gente precisa ter essa transparência, a gente precisa falar a verdade, que não é correto fazer uma comparação porque mudaram a metodologia. A questão do IDEB, se você pegar nos anos finais, a média entre todas as cidades do Brasil foi de 4,6. A cidade de São Paulo ficou com 4,8. Por exemplo, nós fomos muito melhores do que a cidade administrada pelo PSB ou da cidade administrada pelo PSOL. Então, só para poder colocar aqui. Agora, o que é importante? Nós conseguimos grandes avanços, Pablo. Hoje, a gente tem vaga de creche para todas as crianças, com cinco refeições feitas por nutricionista, todas as nossas criancinhas têm nossa vaga de creche. Nós distribuímos 506 mil tablets com conteúdo pedagógico para os nossos alunos. Eu fiz um aumento de 44% no piso dos professores da rede municipal de educação, para uma inflação de 20%. Gente, tem muita coisa para fazer? É lógico. E é por isso que, no próximo mandato, eu vou ampliar ainda mais o período integral. Eram 102 escolas em 2016, hoje temos 444. E agora, para o próximo mandato, eu vou ter todos os alunos da pré-escola até o ensino, desculpe, até alfabetização em período integral. E fazer, no segundo ano do Fundamental, a prova de avaliação e também colocar que as escolas que conseguirem atingir os índices de alfabetização, elas sejam premiadas. Essa é a grande inovação que a gente vai fazer agora, uma vez que ajustamos, estamos com a base pronta para continuar avançando. Mas eu reconheço que tem coisa para fazer e por isso que eu estou colocando as propostas.

Pablo Marçal

Nós vamos fazer cinco coisas que serão inovação na educação da cidade de São Paulo. Seu filho vai ter educação financeira. Para você entender o que é isso, na Europa, 70% das pessoas investem; nos Estados Unidos, 50% investem...

... no Brasil, 2,8%.

O percentual citado pelo candidato é muito menor do que o verdadeiro: 37% da população brasileira tem algum tipo de investimento financeiro, de acordo com pesquisa do Datafolha encomendada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Os três primeiros produtos financeiros mais utilizados são a caderneta de poupança (25% da população), títulos privados (5%) e fundos de investimento (4%).

Seu filho vai aprender desde pequeno o que é educação financeira. Vamos ensinar também empreendedorismo. Por quê? Porque empreendedorismo liberta. Se a gente vai abrir 2 milhões de novos empregos, eu te pergunto, quem não quer ter seu próprio negócio? Então, seu filho vai aprender isso na escola. Tecnologias do futuro, profissões do futuro. Nós precisamos ensinar inteligência emocional para diminuir essa criminalidade. Esse tanto de homicídio, esse tanto de feminicídio, isso precisa de ter essa matéria dentro da escola. E nós vamos fazer algo que é inovação, transformar a escola municipal de São Paulo em uma escola olímpica. E aqui eu te peço, por favor, no final de semana, vamos tirar esse governo do Dora, vamos tirar esse governo do Kassab, vamos tirar esse governo de Michel Temer, vamos tirar esse governo de Rodrigo Garcia, vamos tirar esse governo de Milton Leite. Não queremos mais esse governo. Eles vão ficar por 12 anos aí.

Nós precisamos de trocar as pessoas, como Eça de Queiroz dizia: políticos e fraldas devem ser trocados pelo mesmo motivo.

Pablo Marçal engana ao atribuir a Eça de Queiroz (1845–1900) uma declaração sem autoria definida que circula nas redes há anos. Não há registro da frase na obra do autor português. Na língua inglesa, em vez de Eça de Queiroz, a frase costuma ser atribuída ao escritor Mark Twain (1835–1910) ou ao inventor e político americano Benjamin Franklin (1706–1790). Etimologistas já tentaram encontrar a origem do registro, e as primeiras referências remontam aos anos 1980 — décadas após Queiroz, Twain e Franklin terem morrido.

Eu peço, por favor, digite o 28 na urna e vamos revolucionar a educação.

Ricardo Nunes

Olha, quando a gente está aqui em um debate, estamos falando de proposta, né? Eu queria só lembrar aqui, com todo o respeito, mas é importante colocar. O candidato Pablo Marçal, em 2019, foi em Camizungo, lá na África, numa vila que faria 300 casas, recolheu lá de doações 4 milhões e meio, investiu 1 milhão e meio. Isso é o que está nas matérias que está colocado pela imprensa. Só fez 26 casas. Se não conseguiu fazer, gente, lá na África, até pode ter tido a boa intenção de fazer, né? Estou tirando esse mérito para ser muito justo e muito correto. Mas se não conseguiu fazer 300 casas com as doações que recebeu lá na África, como é que vai colocar algo de concreto aqui na nossa cidade? É para uma reflexão. Agora, o que a gente precisa? É ter... Não tem atalho, gente. Não tem atalho. É um caminho reto e correto. É trabalho, chegar cedo, trazer resultado. Isso que eu estou falando para vocês. Avançamos. Tem muita coisa para fazer e vamos continuar fazendo. Melhorar a nossa educação, investindo sempre, mas sempre com muita seriedade e verdade.

César Tralli

Sortear mais um tema agora. O tema sorteado é cultura e lazer. Quem vai fazer a pergunta é o candidato Guilherme Boulos. E, candidato, o único candidato que ainda não respondeu é o candidato Datena, né? Então, o senhor, por favor, precisa dirigir a pergunta a ele. São 40 segundos.

Guilherme Boulos

Está certo, Tralli. Olha, cultura salva. Eu conheço muitos casos de jovens da periferia que, indo para a cultura, para o hip-hop, para a batalha de rima, para várias expressões culturais, para o samba, nos coletivos de cultura, recuperaram um caminho de vida. Então, eu assumi o compromisso de levar o orçamento da cultura a 3%. Tanto a cultura do centro como a cultura da periferia. E vou apoiar também o esporte para os jovens com o programa Ponto do Esporte. Por isso, Datena, eu queria saber de você: qual é a sua proposta para a cultura na cidade de São Paulo?

José Luiz Datena

Primeiro, é que é descentralizar o processo de cultura. São 57 bibliotecas em São Paulo. Você quase não vê biblioteca nas periferias das periferias. O que eu mais aprendi dessa campanha política foi sair pelas ruas e observar o que o povo sofre. Porque tem periferia e tem periferia da periferia em São Paulo que o povo nem sabe o que é cultura. Quanto a projetos para a periferia, você não só deve levar educação, fazer polos audiovisuais, talvez criando startups, como o Nova York fez, se tornando um grande polo audiovisual, porque na periferia nós temos gente tão inteligente como em qualquer parte da cidade. Essa gente precisa ser resgatada no esporte, precisa ser resgatada na inteligência, precisa ser resgatada da pobreza enorme, da canalha de visão de renda que nós temos nessa cidade e no Brasil. São Paulo é um resumo do Brasil. As crianças da periferia não têm a mesma oportunidade que as crianças de todos os outros pontos de São Paulo têm. E as da periferia da periferia são desconhecidas completamente, invisíveis completamente pela prefeitura. Os braços largos de uma prefeitura que é a mais rica do Brasil precisa descentralizar a cultura, que é conhecimento, que é esporte, que é lazer, para a periferia e para as periferias das periferias. Tem como fazer? Claro. Eu já falei e não vou repetir aqui, trocando imposto por emprego e fazendo com que isso chegue até a periferia.

Guilherme Boulos

Você tem razão, Datena. Tem vários bairros da periferia de São Paulo que não têm uma casa de cultura, que não têm um teatro. A descentralização é fundamental. Um outro caminho que eu vou adotar vai ser a educação integral. Vê só, eu ouvi outro dia de uma mãe que me disse o seguinte, ô Boulos, o momento do dia que mais me aperta o coração é quando dá meio-dia, eu tô no serviço, sei que meu filho tá saindo da escola e eu só vou sair às cinco da tarde, eu não tenho quem pagar para poder ficar com ele. A educação integral, a criança vai ficar o dia todo na escola. Isso tem tudo a ver com cultura, porque um período vai ser a escola normal, a grade curricular. O outro período vai ser aula de violão, aula de música, aula de teatro, também aulas de esporte, de ginástica. A gente vai levar para a escola uma junção de cultura com esporte. Fazer isso valorizando os professores, com merenda de qualidade, e digo um compromisso para vocês, eu vou botar psicólogo em todas as escolas de São Paulo para ajudar e apoiar as crianças. E quero terminar também dizendo uma coisa, porque nessa reta final da campanha tem muita mentira, e botaram a mentira de que a gente não ia valorizar a rede conveniada. Eu vou valorizar a rede parceira, assim como a rede direta de São Paulo.

José Luiz Datena

Olha, eu me lembro, e lembro com muito carinho, que um dia eu fui até a comunidade de Heliópolis para provar aquilo que eu disse antes, para fazer uma reportagem, e fui até repelido por alguns representantes de traficantes que achavam que, pelo meu programa policial, eu estava fazendo uma matéria contra tráfico de drogas. Aí fui rodeado por motos e, obviamente, fui perguntado o que eu estava fazendo lá. Inclusive, a polícia me ligou. Estava fazendo lá uma matéria que eu fiz antes com o Submeta, que tinha escolhido um menino de Heliópolis para fazer parte da orquestra do Submeta. E aquilo foi um orgulho tão grande, inclusive para quem me rodeava e queria me expulsar de lá ou meter bala em mim, que imediatamente levantaram do local que estava e permitiram que eu desse a chance de conhecer a periferia de São Paulo.

César Tralli

Terminamos aqui, então, o nosso segundo bloco. A gente volta já com os candidatos fazendo perguntas entre si e com o tema livre. Este debate é pra você, o intervalo é bem rápido, é a Globo nas eleições 2024. Este debate é pra você,

César Tralli

Estamos de volta, 11 horas mais 6 minutos. Voltamos, portanto, com o último debate entre os candidatos que disputam o comando da Prefeitura de São Paulo pelos próximos quatro anos. Neste nosso bloco, os temas voltam a ser livres. E pelo sorteio prévio que nós fizemos, quem abre o bloco é a candidata Tabata Amaral. Candidata, por favor, peço que a senhora escolha um candidato para fazer a pergunta. Tema livre, 40 segundos.

Tabata Amaral

Candidato Boulos, no último debate eu trouxe alguns questionamentos sobre várias mudanças de posicionamento que você vem tendo. Você não me respondeu. Você tem todo o direito a pensar o que você quiser, mas o eleitor tem o direito de saber quem você é de verdade, no que você acredita. Então eu trago novamente. Você antes sempre foi contra as creches parceiras, agora diz que é a favor, mas o pessoal ainda é contra. Você era contra a GCM ter armamento, agora é a favor, mas o pessoal é contra. Concessões, a mesma coisa. Era contra, agora é a favor. Quem é que vai prevalecer? É o Boulos dos marqueteiros ou é o Boulos do pessoal?

Guilherme Boulos

Tabata, lamento que você traga questões tão importantes nesse tom. Veja, vamos esclarecer cada uma delas, sem problema nenhum. Primeiro, em relação a creches conveniadas, eu defendo que a rede parceira tenha, inclusive, as mesmas condições da rede direta. Você que é trabalhadora, seja professor ou do grupo de apoio da rede parceira, nós vamos trabalhar para melhorar as suas condições de trabalho e buscar igualar a jornada e o salário com a rede direta. Segundo, em relação à GCM, eu nunca defendi GCM sem armamento. Isso não é verdade. Defendo que a GCM tenha, sim, o armamento, faça o seu trabalho. Inclusive, eu vou dobrar o efetivo da GCM em São Paulo, porque...

... a GCM de São Paulo hoje é menor que a do Rio de Janeiro...

A declaração, já dita por Boulos outras vezes, é imprecisa. No ano passado, a Prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que, do efetivo total de 7.306 guardas, 1.500 não estavam empregados no serviço de patrulhamento porque haviam sido cedidos a outros órgãos estatais, afastados ou empregados em trabalhos internos. Em março deste ano, a gestão municipal atualizou o número total de guardas para 7.202 — considerando o pessoal administrativo ou que exerce outras funções, o efetivo total é de 7.474. Já São Paulo tinha 7.039 agentes em maio deste ano, além de 500 novos agentes que foram nomeados em julho.

... que tem metade da população de São Paulo. Nós vamos dobrar. O que eu não defendo é um tipo de policiamento que trate diferente quem mora na periferia e quem mora nos jardins, como já declarou defender o vice do Ricardo Nunes, o Coronel Melo. Isso eu não aceito. Quem mora na periferia tem que ser tratado com o mesmo respeito do que quem mora nos jardins. Essas são as posições que eu tenho, Tabata. Eu tenho coerência com a minha história. Aliás, sofro tanta mentira e sou tão acusado justamente por não abrir mão das minhas posições, por ter lado, por ter posicionamento. Isso vale. Para mim, política não é vale tudo, não é atacar a qualquer custo. Para mim, política tem que ter um propósito. E o meu propósito é governar São Paulo para poder melhorar a vida das pessoas, fazer uma cidade mais humana e que combate as desigualdades sociais.

Tabata Amaral

Mais uma vez, não tem nenhum problema achar A ou B. O que não dá é, na véspera da eleição, sair revendo tudo o que você pensa por uma questão eleitoral. E acho que vale também trazer aqui o quanto está todo mundo muito fofinho, apertando o olhinho, se comportando nesse debate. Graças ao bom Deus. Mas é a primeira vez que acontece. Não se esqueçam como se portaram nos últimos. E aí, queria trazer um tema que o Boulos trouxe, que é o da coerência. E acho que é inclusive por isso que estou crescendo na pesquisa, cresci hoje de novo no Datafolha e sou a única candidata, se Deus quiser, estarei no segundo turno e a única que não perde para nenhum dos meus adversários. Porque as pessoas podem até discordar de um posicionamento ou do outro, mas elas sabem que eu sou de verdade. Elas sabem que eu não vou mudar nem por pressão, nem por cancelamento, nem por uma eleição. E aí, aproveitando para me apresentar, defendo, sim, uma escola pública de qualidade. Defendo, sim, um combate à desigualdade. Defendo, sim, a pauta ambiental. Mas vou defender e defendo com a mesma veemência os empreendedores, o controle das contas públicas, o combate ao crime, o combate à corrupção. Tem boas ideias na esquerda e na direita e para governar tem que conversar com todo mundo.

Guilherme Boulos

De fato, quem quer governar São Paulo tem que ter a capacidade de diálogo com todos. E é o que eu vou ter. Com o presidente Lula, que me apoia, e também vou chamar o governador Tarcísio, que não me apoia. Assim como Lula e o Tarcísio são adversários e dialogam entre si, é assim que tem que fazer. E sem abrir mão das posições. Por exemplo, o tema das concessões que a Tabata citou. Eu sou contra a concessão que o Ricardo Nunes fez dos cemitérios. Você que precisou, infelizmente, enterrar um ente querido ou conhece alguém, está muito mais caro, mais difícil criar uma indústria da morte. Isso é um escândalo. Eu vou revogar isso. Não aceito. Porque a prefeitura tem que cuidar das pessoas e não criar dificuldade para as pessoas. E o que está em jogo no próximo domingo, gente, é um risco para a cidade. Um risco da cidade caminhar para o retrocesso, para o atraso, com dois bolsonaristas, o Ricardo Nunes e o Pablo Marçal, e nós somos a candidatura que tem condição real de enfrentar e derrotar esse risco.

César Tralli

Candidato Ricardo Nunes pediu o direito de resposta. Candidato, o pedido foi negado. Próximo candidato a fazer a pergunta. Candidato Datena, por favor, para quem o senhor gostaria de dirigir o seu questionamento, 40 segundos e o tempo está correndo.

José Luiz Datena

Para o Ricardo. Já que você não teve o tempo de resposta, Ricardo, eu acho que o Osado também. Tem cara que apresenta propostas aqui que eu denunciei no meu programa na Rádio Bandeirante sobre essa questão dos cemitérios que eu era contra. Antigamente você pagava 800 reais para enterrar um ente querido. Hoje você paga mais de quatro paus, fora caixão e coisas que tais. Então essa é uma ótima oportunidade, já que lhe foi negado o direito de resposta, para você esclarecer a população. Agora, eu acho estranho que as pessoas usam coisa que a gente denuncia em um debate.

Ricardo Nunes

Ok. Obrigado, Datena, pela pergunta. Gente, legal aqui. A Tabata documentou, o nível está melhor. Eu fico super feliz de poder ter um debate aqui das ideias e poder ter essa oportunidade. Está respeitoso a todos vocês, para vocês poderem ir domingo na urna e escolher o seu candidato, votar no 15. Essa questão das concessões, eu fiz um governo liberal. Falei aqui que reduzi impostos, eliminei taxa, concessões e PPPs. E isso é algo fundamental. Por exemplo, o candidato do grêmio, Boulos, é contrário. A concessão do serviço funerário, olha, eu vou falar aqui para vocês, e eu preciso falar do coração. Nós temos que falar aqui com vocês muita verdade olhando no olho, em respeito a você que está nos assistindo. Era terrível aquele serviço funerário. Uma corrupção danada, os cemitérios abandonados, agências funerárias todas abandonadas. Com a concessão, com as regras estabelecidas, vai ficar muito melhor. Lógico, tem pouco tempo e tem um prazo para poder melhorar. O que está no contrato? Isso é contrato. Está escrito lá o seguinte, que o preço de 2019 é congelado dos planos, A, B, C, D, E. Se você pegar aqueles planos, é aquele preço congelado. Tem ainda 25% de desconto para o velório social. E quem está no cadúnico, os pobres, não pagam nada. É o que está lá, gente. Se alguma empresa descumprir, está no contrato, multa. Então, o objetivo é da gente poder ter uma cidade mais dinâmica, usar melhor o recurso público, fazer as ações necessárias, como, por exemplo, a gente fez a concessão do Anhembi. O Anhembi, nós temos hoje o maior centro de convenções da América Latina. Olha o Parque Ibirapuera. Esse modelo de concessões e PPPs é o modelo que dá certo, que a gente está fazendo, que a gente quer continuar. Para isso, vote 15.

José Luiz Datena

Olha, eu vou contar uma coisa para você olhando nos seus olhos, viu, Ricardo? Diretamente, como eu sempre fiz. Eu não sou contra a concessão, desde que a concessão seja feita para o bem do povo. Agora, o próprio aumento do sepultamento da cidade, de todo o rito do sepultamento, é quase impossível. Como é que o cara vai pagar quatro pau e 300 ganhando o que ganha ou não ganha, desempregado na cidade? E como é que esse consórcio vai ganhar 257 milhões e levou de graça ainda 12 milhões em caixões que era da fábrica da prefeitura que, de repente, entrou nessa concessão? Esses caras só ganharam. Só ganharam. Eu não acredito realmente que você seja bandido, criminoso, nada disso. Mas você tem que se informar melhor com a sua equipe. Eu tenho certeza que fará isso se for reeleito prefeito de São Paulo. Para, de repente, ficar numa situação como essa e responder coisas que não são verdadeiras. Porque te passaram uma grande mentira. Esses caras que pegaram a concessão da morte estão negociando com a vida e com a morte. O brasileiro não é respeitado nem vida. Quanto mais a morte.

Ricardo Nunes

Olha, Datena, tem isso? Está em contrato, foi feito a licitação, aprovado por todos os órgãos. Lembrando, Datena, que todas as minhas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do município. Que você sabe o quanto é rigoroso. E aprovado na Câmara Municipal. Pela primeira vez com voto de louvor. Olha, vocês estão percebendo com tantos temas como ser prefeito é algo que requer experiência, requer dedicação. Não dá para você ter prefeito alguém que não tem experiência. Porque essa cidade é maior do que muitos países. Mas deixa eu aproveitar, Datena, aqui muito rapidinho, e falar que vocês falaram do corredor Celso Garcia, que vão fazer. Gente, eu estou fazendo. Pode ir lá na Celso Garcia. Está em obra a Celso Garcia. O Boulos falou que vai fazer a ponte Graúna-Gaivotas. Pelo amor de Deus. Isso já estou com o projeto aprovado. Está faltando sair a LAI para lançar a licitação que deve sair semana que vem ou na outra no máximo. Que vai ligar lá o Grajaú, no Graúna, até o Gaivotas aqui do lado do Sesc. Puxa vida, gente. O Gaivotas no Grajaú e o Graúna do lado do Sesc. Essas coisas que eles estão propondo, eu já estou fazendo. E é muito importante que você saiba disso.

César Tralli

Candidato Pablo Marçal.

Pablo Marçal

Quais são as pessoas que pode escolher?

César Tralli

Candidato... Candidato Datena, o senhor já fez a sua tréplica. Eu vou agora dirigir... Candidato Pablo Marçal, o senhor agora pode fazer a pergunta. O tema é livre. Quem ainda não respondeu, a candidata Tabata ou o candidato Datena. O senhor tem 40 segundos e o tempo está correndo.

Pablo Marçal

Por favor, você que está assistindo agora, você tem que saber que aqui todos os candidatos são de esquerda, exceto eu que sou de direita. Um é de extrema esquerda, o marqueteiro está fazendo ele parecer que é de centro, que é o Guilherme. O Datena que eu estou fazendo a pergunta é de centro-esquerda pelo partido. O atual prefeito é de centro-esquerda e a Tabata é de esquerda. Quero perguntar para você. Você acredita que o extremismo de extrema-esquerda pode governar São Paulo? Você acha que mesmo com esse desenho, Tabata atuou muito bem, que a extrema-esquerda está querendo chegar no centro para agradar? Você acha que é possível alguém de extrema esquerda?

José Luiz Datena

Mas de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Extrema esquerda, o que está nos extremos, o Pablo Marçal, é horrível. Há gente boa na esquerda e gente boa na direita. Eu não sou contra a esquerda que o Lula defende, não sou contra a direita que o Bolsonaro defende, mas o que está nos extremos só tem coisa ruim. Eu vou repetir. O comunismo de extrema esquerda, do Stálin, e Trotski, do Lênin. O Stálin matou 70 milhões de pessoas,

O Mao Tse Tung matou de fome mais de 120 milhões de pessoas.

Não há uma estimativa exata sobre a quantidade de mortos durante o regime de Mao Tse Tung (1949–1976), líder da Revolução Chinesa e fundador da República Popular da China, mas os dados citados por Datena extrapolam as estimativas mais aceitas em âmbito acadêmico. De acordo com a biografia “Mao — A História Desconhecida” (Cia. das Letras), de Jung Chang e Jon Halliday, cerca de 38 milhões de pessoas morreram durante o regime em decorrência da fome e do excesso de trabalho. Outros estudiosos do tema afirmam que o número de óbitos pode ter variado entre 16 milhões a 45 milhões.

Isso, a extrema esquerda, é comunismo. Por outro lado, na extrema-direita, eu continuo assistindo o fascismo do Hitler, Mussolini e coisas que tais. Matou, numa Segunda Guerra Mundial, 6 milhões de judeus e 50 milhões de pessoas. O que está no extremo não é bom. O que está no extremo não é legal. O que está no centro só vai ser bom se o centro não continuar mantendo reféns, prefeitos, governadores, presidentes da república, trocando por cargo e por emenda. Dinheiro e emenda. Mas o que tem na extrema é muito ruim. Tanto faz na extrema direita, no fascismo, como na extrema esquerda. Isso, de fato, não precisa nem me alongar. Eu não tenho nada contra a cara de esquerda, mas que jogue o jogo democrático, que tenha boas ideias. O cara de direita, que tenha boas ideias. Eu não tenho nada contra esse tipo de gente, mas quem usa violência da extrema esquerda e da extrema direita, isso é muito condenável.

Pablo Marçal

O Datena trouxe com clareza que uma das coisas que mais mataram na Terra é essa questão de extremismo. E aqui, nessa bancada, nós temos um candidato que é extremista, que é o Boulos. O Guilherme, nada como um dia após o outro. Vou relembrar aqui as palavras da Tabata. Parabéns pelo confronto e mostrar que todas as posições estão sendo mudadas para ver se convence você. Mas eu quero perguntar para você, que é corintiano. Pensa comigo. Um corintiano contratando um palmeirense para ir para a torcida organizada. Foi o que o Boulos fez, tirando a Marta, que era secretária do Ricardo Nunes. Ela era secretária de governo até o começo do ano. E você que está iludido votando no Ricardo Nunes, você não sabe. Todo o seu secretariado praticamente é de esquerda. Ele que é pró… Isso é um secretariado, não é ofensa pessoal. É pró-aborto. O Boulos, ele destruiu o hino nacional esse ano, fazendo ele com linguagem neutra, falando “des filhes deste solo és mães gentil”. Ou seja, o extremismo não pode governar São Paulo. São Paulo é uma cidade conservadora. Eu sou cristão, inclusive agradeço as orações de todos que estão orando por mim. Está sendo uma barra pesada, mas eu vou suportar isso por você. Vota no 28 aí no final de semana.

José Luiz Datena

Bom, eu tenho restinho agora. Mas eu não precisava nem do restinho para confirmar aquilo que eu falei. É a minha posição. Eu sou um cara que eu não fujo de questão nenhuma. E eu sou extremamente pela Constituição. Eu moro na rua tal, número tal, portanto sou brasileiro. Constituição é povo. A gente tem que governar para o povo. Aproveitar boas ideias, desde que não sejam ideias extremistas, e fazer dessas ideias um país melhor. E acho que a oportunidade dessa eleição de São Paulo é prever imediatamente uma discussão para a reforma política do país. Nós não podemos mais ter presidente da República, governadores, prefeitos, reféns de câmaras, reféns de congresso. Tem que acabar de uma forma definitiva essa história de toma lá, dá cá. Nós temos que ter um país de extrema democracia, extrema liberdade, e essas eleições não serviram para isso. Mostrar que precisamos tomar um outro caminho.

César Tralli

Candidato Ricardo Nunes, a vez do senhor perguntar. O senhor pode dirigir a sua pergunta para a candidata Tabata Amaral ou para o candidato Pablo Marçal. O senhor tem 40 segundos, por favor.

Ricardo Nunes

Pode ser para a deputada Tabata. Deputada, um dos temas que não foi abordado aqui, eu queria aproveitar a gente poder falar com as pessoas sobre a questão do meio ambiente, que é algo fundamental na questão das mudanças climáticas, o quanto tem sido importante as ações de ampliação de parques, as ações com relação às áreas de cobertura vegetal, às áreas de drenagem, microdrenagem. E a gente conseguiu avançar bastante. Inclusive, temos hoje um índice de alagamentos na cidade muito menor e nós temos o tempo de retorno das áreas que ainda alagam menor. O que você pensa sobre as questões das mudanças climáticas com relação às questões de meio ambiente aqui para a nossa cidade? Acho que é importante as pessoas saberem.

Tabata Amaral

Eu sempre acho muito importante devolver a pergunta para quem está nos acompanhando. Você que mora no Jardim Rosana, tem ali um córrego em que se colocou mais de 8 milhões de reais da prefeitura e fizeram a canalização de apenas metade do córrego. Você concorda? Você que está na favela do Vietnã, que sabe que a obra que fizeram foi tão mal feita que na chuva seguinte alagou mais. Você que está no Morro dos Macacos, que no último carnaval do ano passado sofreu demais com a enchente. Vocês todos, todos nós, que vivemos São Paulo com o pior ar do mundo por uma semana, você realmente acha que a gente está avançando? E eu trago isso, gente, porque para mim não é teoria. Eu, enquanto deputada, tive a alegria de aprovar um projeto que eu escrevi para toda cidade ter um plano de mudanças climáticas. Mas eu não fiquei atuando só em Brasília, não. Tive que atuar na Justiça para o prefeito Ricardo Nunes começar a fazer uma coisa que ele não quis fazer, que é apresentar um plano de redução de riscos. O que eu farei como prefeita, antes mesmo de assumir, porque eu sei que em janeiro tem chuva e a gente sofre demais quando a chuva chega, é olhar para os 800 pontos críticos da cidade, que são os que estão em maior risco, e já desenhar uma solução. A prefeitura tem planejamento apenas para acender os 800. Eu vou chegar, se Deus quiser, e vocês votarem, dia primeiro de janeiro com os 800 pontos encaminhados. Seja o acesso imediato a uma moradia digna, seja uma intervenção. Mas eu vou além. A gente precisa fazer o investimento de longo prazo. É área lagável, é jardim de chuva, é parque, é praça. Por quê? Diminui a temperatura, melhora a qualidade do ar e o solo absorve mais essa água.

Ricardo Nunes

É, bastante crítica, né? Vamos lá. Sabe quantos parques eu entreguei? 9. Quantos eu vou entregar no meu próximo mandato? Mais 10. Área de cobertura vegetal, a gente tinha uma área de 48%. Hoje nós temos 54% de área de cobertura vegetal na cidade. Olha que interessante. Jardins de chuva, a gente passou de 300. E o que é o jardim de chuva? Aquela área que tá com concreto, a gente tira o concreto, faz um buraco, põe brito e faz um jardim em cima. Mais de 300. Vamos fazer mais 300 no próximo mandato. Eu tenho muito orgulho de que, meses atrás, eu fui convidado pelo Papa porque ele escolheu prefeitos de cidades do mundo que tiveram boas ações com o meio ambiente. São Paulo foi escolhido. E a gente tem muito orgulho, gente, de chegar lá com vários prefeitos e poder contar das nossas experiências positivas. A cidade de São Paulo, hoje tem uma Secretaria Municipal de Mudanças Climáticas. Trata esse tema com seriedade, que é muito importante. Não podemos deixar esse assunto de lado. E a gente tem hoje, diferente do que a deputada falou, temos sim o plano. E temos, inclusive, o plano diretor de drenagem, que não tínhamos, hoje tem. Agora as obras estão avançando, 7,6 bilhões, só em drenagem, microdrenagem, canalização de córrego, conexão de encostas e por isso que nesse ano ninguém morreu nas chuvas porque desabou a casa de encosta.

César Tralli

Candidato Guilherme Boulos, a vez do senhor fazer a pergunta, o único que ainda não respondeu no bloco é o candidato Pablo Mar... Ah, candidata Tabata, perdão, a sua tréplica.

Tabata Amaral

Obrigada.

César Tralli

Isso, um minuto de tréplica.

Tabata Amaral

Posso, se puder retomar? O que eu acho mais doido, gente, é que você vai na Faria Lima, Faria Lima, e tem lá uma placa, área sujeita alagamento. E a gente sabe que as regiões periféricas sofrem muito mais. Eu cresci em uma ocupação em cidade Ademar. Graças a Deus, hoje isso não acontece. Mas uma das primeiras memórias que eu tenho é da chuva vindo e a minha casa alagando. Gente, o desespero é a gente perdendo vida, as pessoas perdendo tudo o que tem. Então, prezamos é pra ontem. Não dá pra esperar janeiro, ter um encaminhamento pra cada área que tá em risco. É a gente olhar sim pra espaços verdes na cidade que vão lidar melhor com essas mudanças tão malucas que a gente tá vendo. Mas por que a prefeitura, até hoje, não fez a eletrificação da frota de ônibus? Por que o Ricardo Nunes fez tão pouca ciclofaixa e ciclovia? Sabe, são coisas tão óbvias de você entender que não é mais privilégio, não é mais escolha tem que fazer já. Então, prezamos de novas ideias e energia pra fazer acontecer.

César Tralli

Agora sim, candidato Guilherme Boulos, por favor, a sua pergunta para o candidato Pablo Marçal, o único que ainda não respondeu. Lembrando pro senhor que o tema é livre e o senhor tem 40 segundos.

Guilherme Boulos

Obrigado, Tralli. Olha, eu tô achando muito esquisito esse perfil que o Marçal adotou hoje, né? Ele tumultuou a eleição inteira, agrediu, mentiu. Agora ele quer posar de bonzinho. Não é? Um lobo em pele de cordeiro. Aliás, o Marçal acusar alguém de extremista é igual a Suzane Richthofen acusar alguém de assassinato. É impressionante. Agora, Marçal, eu vou te fazer uma pergunta. Você indicou semana passada dois secretários do Dória, dizendo que vai chamar ele caso você ganhar essa eleição. O seu chefe de campanha era o braço direito do Dória. Você disse que é contra o sistema, pela mudança. Por que você indicou o time do Dória pra governar junto com você?

Pablo Marçal

Muito bom você direcionar a pergunta pra mim mesmo, que obrigado, né, que você não tem coragem de mandar a pergunta pra mim. Então vamos lá. Por acaso ele é filho do Dória? O Dória pariu ele? As pessoas que eu aceitei no meu governo são pessoas que romperam com o Dória justamente porque o Dória é do governo do Ricardo Nunes. Interessante ver essa mudança sua, Guilherme. Você é um cara que vota sempre em aumentar impostos. Você é um cara, assim como a Tabata falou em outros debates, que tá prometendo coisas que não tem como nem cumprir. E ela fez uma leitura muito boa em relação a você. Você é o candidato mais rico que é o socialista de iPhone que recebeu do Lula 30 milhões de reais de fundo eleitoral Lula. Você não quer acabar com a fama do Brasil e tá transferindo 30 milhões pra ele? Valdemar Costa Neto, quem é de direita, votou nos deputados federais do PL. O maior doador da campanha de Ricardo Nunes é o Valdemar Costa Neto, aquele do mensalão. Esses candidatos aqui, eles estão usando o seu dinheiro público, agora cobram o comportamento meu, sendo que eles me destruíram. Sabe qual foi a avaliação por baixo de quanto que eles gastaram só pra tacar meu nome no rádio, na televisão, na internet? 50 milhões de reais. Você sabe o que é 50 milhões de reais? Eles não sabem porque eles nunca geraram esse tipo de riqueza. Nunca geraram um emprego, nunca geriram uma empresa. Já deram emprego pra eles, um tem um perfil de vereador, o outro já é deputado, a outra é deputada, já tem, o Datena tá chegando no fim da carreira dele com todo o respeito. Que que eu quero te pedir? Avalie a possibilidade agora de viver um novo nessa cidade. Quer tirar a onda aqui no debate? Quer falar que eu tenho o olhar de vaidoso igual o seu usou no... Tava indo tudo tão bem, você quer fazer gracinha, Bolo? Se você quiser fazer gracinha, me chama e vota no 28.

Guilherme Boulos

Agora o lobo tá aparecendo por trás da pele de cordeiro. Tava demorando, mas apareceu. Mas vocês viram que ele não respondeu a pergunta, né? Ele juntou o time do Dória com ele. Aliás, esse é um ponto que aproxima muito o Ricardo Nunes do Marçal. Ele tem razão, o Ricardo Nunes é cria do Dória, né? O Dória que colocou ele lá. O Marçal agora chamou o time do Dória. Sei. Quer de São Paulo? Cê sabe, cê se lembra o que foi o governo do Dória. Foi uma enganação. Um dos piores prefeitos que São Paulo teve. E é essa turma que se vende como diferente, mas tá ali. É o mesmo time, do mesmo grupinho de Zap. Agora, Marçal, uma outra coisa que eu queria te perguntar. Eu acho que ficou muito claro nessa eleição o seu desprezo pelas mulheres. A maneira como você trata as mulheres, o que você já falou das mulheres, o seu desrespeito pelas mulheres. Eu vi outro dia um vídeo seu dizendo que as mulheres teriam um crânio melhor, menor que o dos homens, e que teria que quebrar pra ficar igual. Uma coisa, assim, horrorosa, assustadora. Eu queria saber por que que você odeia tanto as mulheres e o que você diria pras mulheres paulistanas desses absurdos que você já disse.

Pablo Marçal

Que isso é um papinho de esquerdopata maluco igual você, que fala isso. Eu sou casado com uma mulher. A Ana Carolina, inclusive, tá aqui no debate. Você virar pra mim e falar que eu não gosto de mulher? Quem não gosta de mulher é alguém que tem um boletim de ocorrência aqui por agressão, por violência doméstica. Você quer colocar isso na minha conta. Diferente do que esse cordeirinho tá mostrando aqui, esse aqui sempre foi eu. Eu não tenho marqueteiro, não tenho dinheiro público. Não tô te enganando igual eles estão enganando vocês com dinheiro público. Inclusive, vou fazer alguns aqui devolver dinheiro pros cofres públicos por propaganda enganosa e vão responder por representação criminal. Tudo o que eles falaram. Aqui é um cidadão indignado pedindo socorro e te falando assim, Brasil tem jeito, São Paulo tem jeito. Não cai nessa falácia de Guilherme Boulos. Guilherme é depredador de patrimônio público, apoiador de Rachadinha, que é artigo 312 do Código Penal. Ele, sim, já foi preso. Ele tá envolvido num tanto de coisa. Você vai cair nessa conversinha, essa ladainha de esquerdopatia nessa cidade? Nós somos conservadores e eu peço voto no 28.

César Tralli

Candidato Pablo Marçal, o senhor pediu um direito de resposta negado. Candidato Guilherme Boulos, pedido de resposta também negado. Vamos agora aqui encerrando mais essa rodada dos candidatos que concorrem à Prefeitura de São Paulo. Daqui a pouco, então, nós voltamos para o nosso último bloco do debate entre os candidatos e com temas sorteados por mim ao vivo. Continue aqui conosco. Este debate é pra você.

Cesar Tralli

11 horas mais 36 minutos, um prazer enorme ter aqui a sua companhia, estamos de volta ao vivo com o debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo. Neste último bloco, as perguntas serão feitas mais uma vez com temas determinados, ou seja, eu vou sortear o tema que está na nossa urna aqui. Vamos então pegar mais um dos temas. O tema é concessões para a iniciativa privada. Quem abre este bloco é o candidato Guilherme Boulos. Candidato, por favor, para quem o senhor dirige a pergunta e o senhor tem 40 segundos.

Guilherme Boulos

Eu vou perguntar para o Ricardo Nunes. Ô, Ricardo Nunes, eu já falei aqui da concessão do cemitério, você se enrolou todo, não conseguiu explicar, porque o serviço que já era ruim, de fato, piorou muito. Mas o problema da sua gestão, que essa concessão revelou, é um problema de falta de transparência. Foram cinco bilhões de reais em obras sem licitação, que favoreceu amigos seus. Você tem uma gama de denúncias contra você por falta de transparência. Eu queria que você explicasse coisas que, inclusive, estão sendo investigadas hoje pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.

Ricardo Nunes

Olha, deputado Guilherme, primeiro, quem tem a digital, a caneta, em apoio a qualquer tipo de corrupção é você. Quando foi lá o relator do caso do Janones da Rachadinha, você pôs sua digital lá. Eu não tenho nenhuma investigação contra mim, não tenho nenhum indiciamento contra mim, não tenho nenhuma condenação diferente de você. Não queira enganar as pessoas, você fica aqui, eu já anotei um monte de coisa que você fica mentindo, falando. A tábua que eu trouxe aqui, você falou que é a favor da desmilitarização, tem vídeo, e agora você quer mudar? Você é a favor da liberação de droga, agora quer mudar? Você era contra as entidades que cuidam das creches, agora tá mudando. Cara, é feio isso, né? Porque os vídeos estão aí, a rede social tá aí, as pessoas veem que você tá querendo mudar e enganar as pessoas. Do serviço funerário eu fui claro. Quem é pobre, que tá no CadÚnico, não paga nada. Quem vai fazer o social, 25% de desconto, não tem nada pra esconder, tem que ter clareza e verdade. As pessoas vão domingo nas urnas, elas querem que as pessoas tenham clareza e verdade. Eu sou a favor das concessões, das PPPs, como eu disse aqui, Parto Ibirapuera, os terminais. Gente, eu fiz a PPP dos terminais, só não fiz ainda do lote leste. Entra num terminal que eu fiz a reforma, porque eu fiz PPP, é um terminal que tem todo o selo da acessibilidade, são terminais que tem o banheiro limpo, arrumado, digno pra você utilizar. E é o que a gente vai fazer, continuar tendo essa gestão de melhorar o uso do recurso público. Agora não fica mudando, Guilherme, as coisas. Explica aí o negócio do Janones. Como é que você vai explicar isso pras pessoas, que você quer mudar toda hora?

Guilherme Boulos

Olha, o Ricardo Nunes mente e nem fica vermelho, é uma coisa impressionante. Mas você vive na Cidade Real, tem coisa aqui do que ele tá falando que nem precisa desmentir. Sobre o Janones eu já expliquei mais de uma vez, rachadinha pra mim é crime, independente ser do Janones, do Flávio Bolsonaro, seu amigo, de quem quer que seja. E ponto. Que a justiça julgue, e que se for culpado, que pague. Agora, o Ricardo Nunes falou um monte de mentira, de liberação de droga, de todo tipo de absurdo. Inclusive ele já foi condenado na justiça em relação a essa, teve que tirar a postagem. Mas eu queria dizer uma coisa muito importante pra você, gente. É sério. Hoje saiu uma reportagem no UOL, e eu queria que você explicasse, Ricardo, pra quem tá assistindo, que é muito grave.

Que o chefe de gabinete da Secretaria de Obras do Ricardo Nunes é cunhado do Marcola do PCC, do maior líder de facção criminosa que nós temos atuando aqui em São Paulo e no Brasil.

Boulos omite informações para tentar sugerir uma suposta relação do atual prefeito com o crime organizado. O chefe de gabinete de obras de Nunes é Eduardo Olivatto, irmão de Ana Maria Olivatto, que foi casada com Marcola até 2002, quando foi assassinada. Olivatto é servidor de carreira da prefeitura desde 1988. De acordo com a reportagem do UOL desta quinta-feira (3) que revelou o caso, não há indícios de que a carreira de Olivatto tenha sido influenciada pela relação de sua irmã com o chefe do PCC. Em nota ao UOL, a prefeitura afirmou que Eduardo Olivatto “exerceu uma série de funções em diferentes pastas” desde que foi aprovado em concurso e que não tem “ingerência sobre processos licitatórios”.

E que ele é responsável pelo dinheiro das obras emergenciais sem licitação, 5 bilhões de reais que passaram pela mão do cunhado do Marcola. Ricardo Nunes, explique pras pessoas, sem mentir e sem desviar dessa vez, sem falar de outros temas. Por que você entregou o dinheiro da prefeitura pro cunhado do...

Ricardo Nunes

Marcola? Olha, tava indo tão bem, né, gente? Aí vai agora pra esse nível aí. O rapaz que tá falando da matéria, ele é funcionário de carreira da prefeitura de São Paulo. Entrou no concurso em 1988. Era gestão da Erundina. Era de carreira. A irmã era casada com... como é o nome do cara aí? O cara aí da criminalidade? E morreu há 20 anos. Cara, você vem com essa conversinha, você acha que as pessoas que estão aqui... Você que tá me assistindo. A gente vai cair nessa conversa fiada do Boulos? Acho que a gente vai cair. Comigo, todo mundo sabe, eu presidi a CPI da sonegação tributária, pedi indiciamento de mais de 99 diretor de banco. Não tem nada de errado. Eu tenho tolerância zero com qualquer corrupção. Ele é chefe de gabinete, não mexe com nada dessa questão de licitação. Para de querer enganar as pessoas, ô Guilherme. Pessoal, fica de olho nessas mentiras aí, não cai nisso não, viu?

Cesar Tralli

Candidato Ricardo Nunes, o senhor pediu direito de resposta, o pedido foi negado. Eu vou sortear o próximo tema aqui. E o tema é roubo de celular. Quem faz a pergunta é o candidato Datena. Candidato, para quem o senhor gostaria de dirigir a pergunta, o senhor tem 40 segundos, por favor.

José Luiz Datena

Tabata Amaral. O senhor queria lembrar ao Marçal que eu tô encerrando 50 anos de carreira, com dois prêmios Herzog de jornalismo e da realidade, em todas as emissoras que eu trabalhei, eu sempre fui, ou a maior audiência, ou uma delas, inclusive, dessa casa aqui. E com a minha carreira, eu sustentei a minha família. Tabata, a gente é contra o crime organizado, ficou bem claro isso. Roubo de celular faz parte do crime organizado, que entra cada vez mais na política. Pela porta da frente, pelo voto, alguém deixa entrar. Essa preocupação é nossa, como é que você pensa resolver isso?

Tabata Amaral

Datena, pergunta muito importante. Primeiro, sobre a entrada do crime organizado na política municipal. Esse é um tema que nos assusta muito, porque a gente tem independência e coragem para apontar o dedo na ferida. Tem uma matéria que mostrou que só nesse ano, o PCC, a maior organização criminosa desse país, tá colocando 8 bilhões de reais para financiar campanhas eleitorais. Muito cuidado com quem vocês veem. Falando quem não tem financiamento público, mas a gente também não sabe de onde tá vindo o dinheiro. Sobre a questão do roubo de celular, é uma indústria, e a gente tem que ter coragem de olhar para toda essa cadeia. Qual que é o primeiro passo? É rastrear o celular. Trabalhar com o TIM, vivo, claro, pra gente saber onde é que tá. A gente intima a pessoa, manda SMS, se ela não devolve, a gente vai atrás. Essa é a primeira página. Pega o celular e devolve pra pessoa. Mas tem uma segunda página que é ainda mais importante, que é perguntar pra pessoa onde é que o aparelho foi comprado. Tem muita gente que não faz na maldade, mas contribui pra esse sistema. Vai lá no box, vai na loja do shopping e compra o celular sem nota fiscal. Assim, gente, a gente prende não só quem tá na rua roubando, mas grandes empresários do crime de colarinho que tão lucrando com isso. Resumo da ópera, é rastrear, mapear onde tá sendo vendido, mapear esse esquema, inclusive que circula muito dinheiro, e ter coragem de fechar o box, de fechar essa loja e de sufocar o sistema. Muita gente tá descrente porque a gente tem uma prefeitura medíocre e fala, Tabata, mas só aumenta, não tem como. Tem como sim. O Piauí seguiu essa estratégia que eu acabei de dizer e reduziu pela metade o roubo de celular em Teresina.

José Luiz Datena

O que a Tabata falou sobre o roubo de celular é simplesmente aquilo que eu venho colocando já há algum tempo que eu pretendo colocar na GCM, que é reforçar o sistema de inteligência sem tomar conta do sistema de inteligência que é de atribuição da Polícia Civil. Mas os delegados da Polícia Civil já me disseram e garantiram que seria muito legal que a inteligência da GCM trabalhasse junto com a Polícia Civil, porque o GCM tá mais próximo do povo, sabe onde tá a quadrilha, sabe onde tá o receptador, e isso vai ajudar demais fortalecer a inteligência. Não adianta você duplicar, triplicar, quadruplicar a guarda se você não efetivar cada ponto dessa duplicação. Fuzil, quem vai lidar com fuzil tem que ter treinamento e combater bandido de PCC, de crime organizado. Quem vai lidar com inteligência vai ter que ter preparo para lidar com inteligência e auxiliar a nossa polícia. Agora, a GCM, como Polícia Militar e como a Polícia Civil, tem o direito e o dever de impedir diretamente o roubo de celular, que muitas vezes vira a morte, eu já falei aqui.

Tabata Amaral

Datena, você foi muito certeiro quando falou da inteligência. Não adianta nada aumentar o número de policiais de guarda se esses guardas não estão sendo colocados nas regiões mais perigosas. E eu queria falar da insegurança das mulheres. Bateu o recorde de estupro aqui em São Paulo, bateu o recorde de feminicídio. Todo mundo deve ter visto aquele vídeo de um maníaco que estava na moca tentando arrastar as mulheres para o carro. Luz do dia, na frente de uma escola, tinha uma câmera funcionando e não chegou ninguém. Qual que é a minha proposta? A gente ter monitoramento 24 horas para a gente enxergar o que acontece e garantir que o policial que o guarda está justamente naquele local mais perigoso, mais inseguro. E isso é ciência, gente. Todo mundo que trabalha com segurança sabe. O crime sempre acontece no mesmo lugar. É o roubo de celular na Paulista, é o estupro, infelizmente, esse crime horroroso que acontece na esquina. Então a gente tem que usar a inteligência, usar a tecnologia e reforçar o policiamento justamente nessas áreas.

Cesar Tralli

Obrigado, candidata. Vou sortear mais um tema aqui e o tema é segurança. Quem faz a pergunta agora é o candidato Pablo Marçal. Candidato, o senhor ainda não respondeu e também não responderam os candidatos Boulos e Datena. Para qual dos dois o senhor quer dirigir a pergunta? E o senhor tem 40 segundos, por favor.

Pablo Marçal

Guilherme Boulos, nessa grande empreitada, aqui no intervalo, ele respondeu o que é um sonho dele, né? Ir para o segundo turno com o Pabllo Marçal. Deixa eu te falar, Guilherme, não vai ter segundo turno em São Paulo. Eu faço esse apelo para vocês que estão assistindo. Não estou devendo a prefeitura para ninguém, diferente do Guilherme, que deve para um monte de gente que financiou a campanha dele. Assim como o Ricardo Nunes, tem 12 partidos para lotear de 120 bilhões de reais. Quero saber o seguinte, numa invasão de propriedade privada, você vai ficar do lado do MST ou você vai ficar do lado da GCM? Como é que você vai fazer para lidar com esse conflito de interesse? O chefe da segurança.

Guilherme Boulos

Olha o nível do Pablo Marçal, né, gente? Eu tenho o maior orgulho de ter atuado no Movimento Sem Teto, que, aliás, nunca invadiu a casa de ninguém. Que fique claro, o que o movimento fez foi pegar imóveis que estavam ilegais, abandonados, com mais dívida de imposto que o valor do próprio imóvel e transformar em moradia. Deu casa para mais de 15 mil famílias. Vai lá na Ragheb, em São Mateus, na Bento Guelf, vai lá no Planetário do Parque do Carmo, em Itaquera, 2.600 apartamentos sendo construídos. Eu não fiz esquema enganando as pessoas, como você fez lá na África, Marçal. A gente garantiu casa para as pessoas. É isso que importa. Agora, o tema é segurança. E segurança passa pelo combate ao crime organizado? Como eu não tive o direito de resposta, faço questão de dizer aqui.

Primeiro defender a honra da Luísa Erundina, grande prefeita, esse servidor que ele diz de fato é servidor de carreira. Mas se tornou chefe e passou a assinar na gestão do Ricardo Nunes.

O candidato faz menção ao servidor Eduardo Olivatto, identificado em reportagem do UOL como irmão da mulher de Marcola, chefe do PCC, morta em 2002. Olivatto de fato foi nomeado chefe de gabinete da Siurb (Secretaria Municipal Infraestrutura Urbana e Obras) por Nunes, em janeiro de 2021. Na época, o candidato do MDB ainda era vice-prefeito de Bruno Covas e assinou a nomeação como prefeito em exercício. Antes de ser indicado ao cargo, Olivatto atuava como diretor do Departamento de Zeladoria Urbana da Secretaria Municipal das Subprefeituras. Em nota ao UOL, a prefeitura afirmou que o servidor não tem “ingerência sobre processos licitatórios”.

E se você não acredita que o cunhado do chefe do crime organizado está comandando um esquema na gestão do Ricardo Nunes, vai agora no Google e digita Ricardo Nunes PCC cunhado. Você vai ver as matérias. Não é coisa só de briga política de adversário. Sobre segurança, como o Marçal não conhece a cidade, não é daqui, é lá de Goiás, nós vamos dobrar o efetivo da guarda civil metropolitana. Garantir ronda escolar na porta das escolas, no horário de entrada e saída. E depois, durante o turno, fazer a ronda no entorno, nos bairros, para deixar você mais seguro.

Pablo Marçal

Você imagina alguém falar de segurança pública, que quer descriminalizar a polícia, descriminalizar drogas. Alguém que deve conhecer melhor a cidade de São Paulo na questão de biqueiras, que eu não conheço nenhum, ele deve conhecer várias. A questão é o seguinte, se você quer uma cidade segura, como você vai votar num cara do PSOL?

Nas 27 capitais só tem uma pessoa do PSOL [na prefeitura], que está com 70% de reprovação.

É verdade que o único prefeito do PSOL que administra uma capital está próximo a 70% de reprovação. Edmilson Rodrigues, candidato à reeleição em Belém, registrou 74% de rejeição na última pesquisa Quaest, divulgada no dia 21 de setembro.

Você, logo você, inteligente de São Paulo, vai dar oportunidade para Guilherme, Guilherme que faz flerte com o crime o tempo inteiro, um cara que absurdamente está aqui pedindo direito de resposta dele, mas não estou ofendido, não estou ofendendo ele, ele está preocupado com o quê? Não realize o sonho do Guilherme de ir para o segundo turno, não vai ter segundo turno em São Paulo. Por favor, povo de São Paulo, me perdoe se alguma coisa eu fiz nessa campanha, não tinha como fazer diferente, senão eu nem chegaria aqui. Me perdoa se eu te magoei com alguma palavra, meu coração é sincero. Nós vamos construir casas, você vai ter cheque moradia para reformar sua casa, tem casas aí pegando fogo, você não vai morar em casa de lata. Eu vou dar minha vida nisso aí, eu quero te pedir, por favor, vota no 28 e tira esse sonho do Guilherme, o Guilherme não pode ser prefeito de São Paulo e acabou, 28.

Cesar Tralli

Sua tréplica, candidato, um minuto, por favor.

Guilherme Boulos

Eu queria de resposta, Tralli, eu queria só ter a notícia...

Cesar Tralli

Senão eu tenho que responder... Candidato, sua tréplica, por favor, o pedido foi negado, peço que o senhor faça sua tréplica, um minuto.

Guilherme Boulos

Olha, quem acompanha os outros debates e acompanha, e viu a campanha toda, viu qual é o jogo do Marçal. Ele mente de maneira descarada. Hoje mais uma vez tentou me associar aqui a uso de droga, falando de piqueira, já tinha feito isso outras vezes, usando um homônimo, uma pessoa que tinha um nome parecido com o meu, tentou fazer isso no debate passado, usando uma passagem que eu tive na minha adolescência de depressão e querendo associar isso aí a uso de droga. É falta de limites, cara, não tem moral, não tem ética, por isso age dessa forma. E agora tenta se colocar com, ai, me perdoe, me desculpe, é assim que age, é um lobo em pele de cordeiro. Mas pra gente encerrar, de uma vez por todas, esse tipo de acusação, porque é baixo, porque ataca a família, eu sou pai de duas filhas e não aceito ter a honra atacada desse jeito, tá aqui, fiz o exame toxicológico, vai subir agora na minha rede social, faça o seu, Marçal, faça o psicotécnico.

Cesar Tralli

Também. Candidato, o senhor não pode exibir nenhum panfleto, nenhum papel, nada, segundo as regras determinadas pelo debate e assinadas pelas campanhas, inclusive a do senhor. O candidato Pabllo Marçal pediu um direito de resposta, candidato, o pedido foi negado. Candidato Ricardo Nunes também pediu direito de resposta e o pedido também foi negado. Eu vou sortear agora o próximo tema, o tema é trabalho. E quem vai fazer a pergunta é a candidata Tabata Amaral. Candidata, quem ainda não respondeu são os candidatos Datena e o candidato Pabllo Marçal. A senhora tem 40 segundos, pra quem a senhora vai perguntar?

Tabata Amaral

Datena, um dos temas que mais apareceu pra mim nos últimos meses foi o quanto que vários setores da economia aqui em São Paulo não estão conseguindo encontrar gente qualificada pra contratar. E o Google tem um levantamento muito interessante. Eles mostraram que até o ano que vem o Brasil vai ter 500 mil vagas de tecnologia sem preencher. Pra gente ver o absurdo, pessoal, a gente tem aqui um terço dos jovens que estão desempregados, que não trabalham e não estudam e ao mesmo tempo os melhores empregos, aqueles que mais pagam, sem preencher, porque não tem gente qualificada. Então eu queria te perguntar, Datena, qual é a sua proposta pra essa geração de emprego, especialmente pra essa juventude?

José Luiz Datena

Como diria meu irmão, meu amigo, meu querido amigo Raimundo Fagner, quem não tem trabalho não tem esperança. Quanto aos jovens, não são tão jovens só, não. Tem jovens de 25 a 35 anos de idade que não tem uma escola técnica. O trabalho depende de qualificação. Hoje em dia, com o mundo cada vez mais dividido e mais competitivo, você depende de qualificar esses jovens. São quase um milhão de jovens em São Paulo que não tem direito a trabalho porque não tem qualificação. Mas o trabalho não para por aí. O trabalho, você sai pelas ruas de São Paulo e a maioria desses 80 mil moradores de rua pedem, pelo amor de Deus, por uma frente de trabalho, por uma frente social da prefeitura que chega até eles e lhes dê a oportunidade de poder comer no fim do dia, porque um milhão e trezentas pessoas não sabem se vão comer porque não tem trabalho. E oitocentas mil pessoas têm certeza que não vão comer porque não tem trabalho. Como é que pode, numa cidade de 12 milhões de habitantes, você ter tanta gente desempregada? As frentes de emprego que eu pretendo criar e que já diz trocando imposto por emprego nas periferias da cidade com essas moradias vistas, essa é uma das soluções. O que não pode é uma cidade com 12 milhões de habitantes ter tanta gente na rua esfarrapada, sem emprego, sem esperança, sem dignidade, atravessando as ruas esperando a morte chegar. Tudo porque não tem trabalho.

Tabata Amaral

A minha proposta é o Jovem Tech. O que é isso? É a prefeitura fazer o óbvio, gente, mapear essas vagas que remuneram bem, mas que estão em aberto. Como que vai funcionar? A prefeitura vai bancar o curso. É um curso de dois anos na área de tecnologia que vai ser feito sob demanda, de acordo com que essas grandes empresas estão precisando. Então a prefeitura banca o curso, a empresa entra com a vaga, obviamente, porque também a gente não aguenta mais pessoas com diploma que não têm experiência e não conseguem ingressar no mercado de trabalho e a gente vai voltar esse projeto, que é o Jovem Tech, justamente para o jovem que se formou na escola pública, mas que hoje não consegue acessar bons empregos. E só um comentário, porque deve ser muito assustador ver essa baixaria que a gente está vendo, então queria esclarecer para vocês. Eu sou a única candidata que vence do Marçal, que vence do Nunes e esse cara não vai estar no segundo turno. E até para a gente ver o nível de mentira, porque ele está há semanas atacando cada um de nós, trazendo mentiras, mas aí para a gente ver como a mentira vai até na pequena coisa. Esse homem está há três semanas com esse gesso cenográfico, a gente sabe que não tem nada ali, mas ele continua encenando. Então, quem mente do pequeno ao grande não merece nossos ouvidos.

Cesar Tralli

Candidato Datena, um minuto para a sua tréplica.

José Luiz Datena

Olha, eu vou repetir que a Prefeitura de São Paulo, viu, Ricardo, tem todas as oportunidades dentro de tudo aquilo que você prometeu, fazer jardins, como a Prefeitura da França quer fazer no Champs-Élysées, nós podemos fazer aqui jardins para tornar a cidade mais permeável, colocar calçadas que não foram construídas até agora, de um milhão e meio de metros quadrados prometidos, só a metade foi entregue. Nós podemos dar emprego para essas pessoas que andam sem esperança, olhando ao ar, ao relento, vazia, sem nenhuma possibilidade de ter esse emprego. Por que você não dá esse emprego a essas pessoas, para primeiro tirar essas pessoas da rua e da vida miserável que levam? Tem que ter trabalho, não pode essa situação vergonhosa de São Paulo, com 80 mil pessoas na rua e, principalmente, sem esperança, porque não tem trabalho.

Cesar Tralli

Candidato Pablo Marçal, o senhor pediu um direito de resposta, o pedido foi negado. Eu vou fazer o sorteio aqui do próximo tema, que é o último, portanto, desse bloco, e o tema é mudanças climáticas. Quem faz a pergunta é o candidato Ricardo Nunes e o senhor tem que perguntar para o candidato Pablo Marçal, o único que ainda não respondeu neste bloco. Por favor, 40 segundos.

Ricardo Nunes

Ok. Candidato Pablo Marçal, eu já até citei sobre esse tema aqui nesse debate, que é um tema que preocupa todo mundo. Nós temos hoje inovações tecnológicas para fazer frente a essas questões das mudanças climáticas com relação às queimadas. Por exemplo, no Parque Anhanguera, nós colocamos câmeras que detectam ondas de calor e arrumamos a brigada de incêndio e essas câmeras já pegaram vários inícios de incêndio e foi lá a nossa brigada e conseguiu eliminar aquele incêndio para aquilo não pulverizar. Também a questão que eu disse aqui das jardins de chuva, ampliação de parques, qual é a sua proposta sobre um tema tão fundamental que está abalando o mundo e evidentemente não deixaria São Paulo de fora?

Pablo Marçal

Saneamento básico, acho que não está sendo cumprida a universalização do saneamento básico. A Sabesp agora, no comando do Tarcísio. Tarcísio, um abraço para você, a gente vai governar junto em 2025. Hoje a cidade de São Paulo tem quase 50% do contrato da Sabesp e se de fato a Sabesp não conseguir resolver a limpeza desses mananciais e ajudar nessa questão do saneamento, a gente vai criar uma própria empresa da prefeitura de São Paulo. Hoje a gente tem centenas de rios e mananciais que estão contaminados, esses políticos incompetentes estão tentando limpar esse Tietê desde 1990 e já gastou mais de 5 bilhões de reais em nada. E aí está o detalhe, a coisa mais inteligente em relação à poluição da cidade são as propostas do 28, onde a gente vai reduzir essa questão de carros que entram dessa região metropolitana, esses 38 cidades em volta da cidade de São Paulo, os 2 milhões de empregos, esse centurão empresarial que vai ser o amortecedor de fluxo dessas pessoas tentando entrar no centro expandido de São Paulo. O que a gente vai fazer, junto com o governo do estado, é a questão de eletrificação da frota através de isenção de IPVA, é uma luta minha com o Tarcísio e a Alesp, a gente vai conseguir isso. O que a gente precisa também, os teleféricos nas comunidades, é 5 vezes mais barato que rasgar o chão para fazer metrô, é silencioso e ecológico. Limpar esses rios, a gente também colocar esse transporte sobre as águas. E o que a gente precisa é educação, educar a cidade para reciclar lixo, hoje nem 5% do lixo é reciclado e lixo é dinheiro, a gente tem bilhões em lixos e nada. O que é que você, nesses 3 anos e meio, não conseguiu fazer em relação a isso?

Ricardo Nunes

A pergunta é minha para você, mas tudo bem. Olha, a gente fez bastante coisas, muitos avanços, nós começamos a fazer a substituição dos nossos ônibus elétricos, já tenho mais de 2 bilhões de reais, assim que a indústria vai fornecendo os ônibus, a gente já vai substituindo e olha que tema importante, gente, 64% da emissão de dióxido de carbono, do CO2, que é emitido aqui na cidade de São Paulo, a gente tem proveniente dos veículos, 7 milhões de carros, 1 milhão e 300 mil motos e por isso a importância de trocar os ônibus, até porque metade de tudo isso é emitido por veículos a diesel, a gente já vai trocando agora, tá no contrato, os caminhões de lixo a diesel vai ser substituído, os ônibus automaticamente sendo substituídos e ampliação dos parques, esse tema aí é fundamental, não podemos deixar ele de lado de jeito nenhum, isso não tem partido, não tem nada, agora é importante tratar inclusive dessa questão dos nossos mananciais, por isso que nós retivamos Eu e Tarcísio, Operação Oeda para proteger os mananciais, principalmente da represa Binigs e Guarapiranga e da Cantareira, que vai ser muito melhor daqui para frente e essa é a nossa proposta objetivamente, cuidar dos nossos...

Pablo Marçal

Sem dinheiro público, sem coligação política, sem TV, sem fundão eleitoral de mais de 100 milhões de reais que todos gastaram aqui, cheguei com a campanha aqui e quero te pedir algo, tem que mudar, eu quero saber se você tá prosperando, se você não tiver prosperando nenhum dos planos de governo aqui tá falando sobre sua prosperidade, tá falando sobre suporte mínimo, aí tem a jornada da prosperidade onde eu quero ver todos vocês nessa cidade, você que tá me assistindo, você vai prosperar no nosso governo, nosso governo vai estar assim ó, Prefeitura de São Paulo, povo Próspero, no meu coração queima, arde algo novo de ver você prosperar para que o Estado não seja sua babá, que você não viva de migalhas, eu quero que você olhe nos meus olhos e entenda, eu quero te ver prosperar. Ricardo Nunes tá no fim da carreira dele, ele tá despencando nas pesquisas, ele que em nenhum debate respondeu por que que a esposa registrou um boletim de ocorrência por conta de violência doméstica, não respondeu a investigação das creches da máfia que tá pela Polícia Federal, vote 28 para tirar o Ricardo.

César Tralli

Nós vamos encerrando aqui mais uma rodada de perguntas e respostas com tema sorteado, vamos então agora para as considerações finais, a ordem também foi determinada em sorteio feito na presença de representantes das campanhas dos candidatos aqui presentes, o primeiro a se despedir do eleitor é o candidato Datena do PSDB, candidato, o senhor tem dois minutos para suas considerações finais.

José Luiz Datena

Meus amigos e minhas amigas, vocês me conhecem há mais de cinquenta anos, trinta anos defendendo você de São Paulo, você do Brasil, dos mesmos problemas que eu vejo repetirem aqui e há candidatos de carreira aqui, são os mesmos problemas de sempre, por que que eles não foram resolvidos até hoje, por que que as promessas são sempre as mesmas, são os mesmos problemas que eu combati a vida inteira e pedem para falar o meu número, meu número é 45, se você quiser votar em mim, porque eu não vou sequestrar o seu voto, meu número é 45, mas eu já ouvi 45 milhões de vezes essas pessoas que são políticas profissionais dizerem que vão resolver a sua vida e todo debate os temas são os mesmos, a sua vida nunca foi resolvida, é segurança, é falta de moradia, era de risco, enchente, educação, mortes todo dia, por que é que esses políticos que tiveram tanto tempo para resolver esses problemas trazem de novo os mesmos temas para serem debatidos em debates tão importantes para a democracia, acho estranho isso, porque faz trinta anos que eu sinto a sua dor na pele, perguntando as mesmas coisas, falando as mesmas coisas, reclamando das mesmas coisas, estando ao seu lado todo tempo, há tanto tempo e chorando com você, sorrindo com você, brigando por você, defendendo você de todo tipo de injustiça que a cidade mais rica do Brasil sofre, que o Brasil mais sofre, eu não preciso ficar pedindo o seu voto, você vota em mim se você quiser, mas saiba que durante essa minha longa carreira eu estive sempre ao seu lado e você mais do que nunca sabe que não só ao seu lado, mas ao lado da sua família muitos que já foram.

César Tralli

Muito obrigado, candidato, agora é a vez do candidato Guilherme Boulos do PSOL, candidato o senhor tem dois minutos para se despedir do eleitor e da eleitora.

Guilherme Boulos

Obrigado Tralli, agradeço a TV Globo pela organização do debate, obrigado a você que está assistindo até agora aí na sua casa. Olha, domingo a gente tem uma escolha muito importante para fazer e que vai impactar os próximos quatro anos e nós estamos numa situação grave, porque São Paulo está enfrentando um risco com o Ricardo Nunes e o Pablo Marçal, o risco do crime organizado tomar conta dessa cidade. Você imagina as milícias dominando São Paulo? Esse é o risco. E não para por aí, os dois são apoiados pelo Bolsonaro, aquele cara que na pandemia teve uma gestão tão trágica, que debochou da sua dor, da dor das pessoas. Pois é, São Paulo ajudou a tirar o Bolsonaro da presidência, não vamos deixar ele tomar a prefeitura dessa cidade. Do outro lado temos eu e a Marta Suplicy como vice, que vamos trabalhar junto com o presidente Lula para mudar sua vida de verdade, para a cidade toda, para quem está nas periferias e precisa do SUS, nós vamos zerar a fila da saúde com o Poupatempo da Saúde, para quem tem seu filho na escola pública, nós vamos garantir educação integral, mas também para quem está no centro, nós vamos melhorar o transporte público e também vamos garantir isenção de rodízio para você que é motorista de Uber. A gente vai melhorar a cidade como um todo, com inovação, com sustentabilidade, olhando os exemplos que deram certo lá fora, até porque combater a desigualdade é bom para todo mundo. Eu quero fazer um chamado para você nesse momento grave, vá votar no domingo e vote nos 50. Para você que já vote em mim, se mobilize, vá para a rua nesses próximos dois dias para que a gente tenha ainda mais votos, convença mais gente. Na urna vai ser só você e a sua esperança, eu espero te encontrar lá. Domingo que vem, vota 50 pela mudança de verdade em São Paulo.

César Tralli

Pela ordem sorteada anteriormente, agora é a vez do candidato Ricardo Nunes, do MDB, fazer as suas considerações finais, lembrando ao senhor que o senhor tem dois minutos, candidato.

Ricardo Nunes

Obrigado, Tralli. Agradecer a Deus a oportunidade de poder estar aqui, agradecer os candidatos, você que está nos assistindo. Só queria, antes de fazer a minha consideração final, que obviamente vai contar do meu tempo, deixar um recado que eu não poderia, porque está tocando o meu coração. Foi covarde o que o Marçal faz aqui, no finalzinho da pergunta dele, sem eu ter direito de falar, falar da minha família novamente. Gente, esse B.O., eu sou casado há 27 anos, eu amo a minha esposa, tenho três filhos e um neto. Eu tive um problema há 14 anos atrás, que eu fiquei um período separado da minha esposa, ficamos meses, mas o nosso amor, graças a Deus, a gente está bem. Estamos casados, felizes, teve lá um desentendimento. Leia o B.O., não tem nada de agressão física, tivemos uma discussão por telefone e por mensagem. Isso eu precisava falar. É injusto o que ele faz, porque ele é malvado, ele é ruim, ele é ruim. Enfim, obrigado pela oportunidade de estar aqui, estou prefeito, me preparei, fui presidente de várias entidades, vereador por dois mandatos, relatei o orçamento várias vezes, vice-prefeito do Bruno Covas e prefeito. Tenho orgulho de ter trabalhado na Câmara dos Paus no orçamento de todos os anos, inclusive como relator muitas vezes da LDO. Isso me trouxe uma bagagem, que possibilitou elevar a saúde financeira da cidade. E agora a gente está com a cidade ajustada financeiramente. Dá para andar muito, os próximos quatro anos serão os melhores quatro anos. Eu sei que tem muita coisa para fazer, nunca falei que não, eu sei que tem, mas a gente ajustou tudo e a gente vai continuar avançando. Olha, pessoal, para a gente continuar a ter o Domingão Tarifa Zero, vote 15. O maior programa habitacional da continuidade, vote 15. O Faixa Azul, ampliar a Faixa Azul, vote 15, para que a gente possa ter o maior programa de recapitamento da história da cidade que eu já fiz, o maior, vote 15, porque a gente vai continuar trabalhando, chegando cedo como eu chego, eu sou o primeiro a chegar, o último a sair, tenho amor por essa cidade e honestidade e verdade. Obrigado, vote 15. Deus abençoe. Bom voto.

César Tralli

Obrigado, candidato. Candidato Pablo Marçal, do PRTB, a sua vez de se despedir da eleitora e do eleitor. E o senhor tem dois minutos, por favor.

Pablo Marçal

Obrigado, Tralli. Muito bem conduzido o debate. Eu faço uma pergunta para você, que está me assistindo. Você precisa fazer uma cirurgia no seu filho e você arrumou uma pessoa que está estudando medicina, mas não tem um CRM e ele está te cobrando mais barato. Você topa fazer? Ele não tem a carteirinha de médico e está fazendo mais barato. Às vezes você até gosta da pessoa, mas você vai arriscar seu filho? Certamente você não vai fazer isso. Por que você vai arriscar uma cidade para quem não é gestor? No último debate, o Ricardo não deu conta de gerir o tempo dele. Ele falou que eu sou malvado? Malvado é um homem que tem coragem de dar a conta dele, da esposa e da filha na máfia das creches. E está sendo investigado pela polícia federal. Isso é terrível. E eu quero pedir para você, olha bem na palma da sua mão agora, olha para a sua mão esquerda. O que tem aí, um traço na sua mão? Tem um M aí de mudança. Todo mundo tem esse risco aí na mão. Eu cheguei aqui sendo bombardeado. Eu sou um cidadão que acredita nessa cidade. Esses caras me trataram, me humilharam e eu estou aqui forte. Fui agredido, estou aqui forte. A doutora Cláudia, que está aqui à esquerda, falou que é fajuta isso aqui. Espero ela nunca ser agredida, como eu fui agredida em rede nacional. Ela chama Cláudia mesmo. Senta lá Cláudia, no seu lugar, usa a sua última fala aí. Ela tem a síndrome do Ciro Gomes de ganhar de todo mundo, mas não vai ter segundo turno em São Paulo. Porque o povo aqui é um povo pujante, um povo forte. A gente vai defender nossa família, a nossa fé e a gente vai defender a liberdade, a prosperidade. Eu quero que você faça esse M. Eu te falo, eu sou um servo do povo. Está aqui, Telzinho, Jardim Rosana, lá do Campo Limpo. Vou tomar café na sua casa no domingo, amanhã no Braz e eu quero te falar algo. Eu vou dar a minha vida para você prosperar. Eu quero ver você com a sua família 28 no domingo, 28 graus.

César Tralli

Candidato, muito obrigado. Candidato Ricardo Nunes, pedido de direito de resposta negado. Eu passo agora a palavra para a candidata Tabata Amaral, do PSB, fazer as suas considerações finais. Lembrando, então, que a senhora tem dois minutos e o tempo está correndo.

Tabata Amaral

Por favor. Ao longo das últimas semanas, dos últimos meses, eu pude me apresentar e mostrar para vocês que eu não estou na vida pública a passeio. Fui, por seis anos, deputada federal e consegui aprovar muita coisa com muito trabalho. Dos absorventes nas escolas ao Pé de Meia. São 200 reais por mês, mais mil reais por ano, para ninguém desistir da educação. E esses são só alguns projetos. E eu trago isso, gente, porque para mim a vida pública é serviço, é trabalho, é coisa séria, é honestidade. A gente não pode esquecer que a política, a boa política, quando ela funciona, quando o time é bom, quando o projeto é bom, ela está para servir você. Você que é mãe e merece ter uma escola pública boa, gente. Não é só alfabetização, não. É com robótica, é com inglês, é com intercâmbio, é com esporte, é com cultura. Tudo aquilo que eu não pude ter pequenininha, mas que a gente sabe que faz uma diferença danada. É a gente poder sonhar com uma prefeitura que não vai lá para lhe sufocar com propina, com imposto, com burocracia, mas para lhe ajudar a prosperar. É a gente dormir tranquilo sabendo que tem uma prefeita trabalhando, virando a noite se necessário, porque sabe o que é uma enchente e vai cuidar de você e vai se planejar. É alguém que não vai sossegar enquanto a saúde não for boa. Gente, dá tempo, dá tempo. A gente não tem que se contentar com coisa pouca, não. Política é para mudar a nossa vida, é para a gente sonhar. Eles querem que vocês desistam, que vocês acham que não vale a pena. Não façam isso. Bora botar uma mulher, ideias novas, trabalho, honestidade. A gente sabe que uma boa política pública pode mudar a nossa vida. Tô crescendo em todas as pesquisas. E sim, sou a única que vence do Ricardo Nunes e vence de todos os meus adversários. Mas para isso, eu preciso demais da conta de vocês. Bora votar 40, bora acreditar. E como disse Eduardo Campos, não vamos desistir do Brasil, nem de São Paulo, porque essa é a nossa terra.

César Tralli

Obrigado, candidata. Vamos então chegando ao fim aqui do nosso debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Em nome de toda a nossa equipe, agradeço muito a presença dos candidatos aqui. Desejo boa sorte aos senhores nesta reta final do primeiro turno. E faço um agradecimento todo especial a você, eleitora e eleitor. Nós esperamos que você tenha conhecido melhor os candidatos, as propostas deles também para governar a capital paulista pelos próximos quatro anos. E agora, portanto, é você quem decide. Domingo é o dia do seu encontro com a urna eletrônica. Até lá, então, pense, reflita e vote consciente. Isso é a nossa democracia. E antes de encerrar, eu lembro que você poderá rever esse debate no G1. Mais uma vez, muito obrigado pela sua companhia. Tenha uma ótima noite. É a Globo nas eleições 2024. É a Globo nas eleições 2024.

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