Eduardo Oinegue
Boa noite, como manda, a tradição a Band mais uma vez faz o primeiro debate do segundo turno na eleição de São Paulo. É um momento especial para os dois candidatos se reapresentarem depois do primeiro turno. Pra você, uma chance de comparar as propostas de cada um.
Este programa é transmitido ao vivo também na BandNewsTV na Rádio Bandeirantes na rádio BandNews FM, além dos nossos canais digitais. Emissoras do grupo e afiliadas realizam simultaneamente debates em outras cidades do país. Tudo disponível no portal da Band. Agradeço a presença aqui no estúdio da Bandeirantes dos candidatos Guilherme Boulos, do PSOL, e Ricardo Nunes, do MDB. Vamos agora acompanhar as regras que foram acertadas com as duas campanhas. Na primeira parte, cada candidato terá dois minutos para responder a uma mesma pergunta feita pela produção.
Logo na sequência os dois candidatos encaram o primeiro confronto direto. Cada um terá 12 minutos disponíveis para administrar como achar melhor. Os candidatos podem se movimentar pelo cenário. Mas enquanto um estiver falando o outro evitar gestos bruscos ou reações que atrapalhem o raciocínio do adversário. No segundo bloco, quatro jornalistas do Grupo Bandeirantes fazem perguntas aos candidatos de forma intercalada com o comentário do opositor.
Para a resposta e réplica o candidato terá um total de três minutos. O comentário terá um minuto. O terceiro bloco começa com mais um confronto direto entre os candidatos seguindo as regras do primeiro. Cada um terá doze minutos para administrar como achar melhor. A seguir, os dois candidatos terão dois minutos para as suas últimas colocações a partir dos cinco temas mais pesquisados pelos eleitores durante o debate.
Direito de resposta. Vamos falar do funcionamento do direito de resposta. Ele pode ser solicitado apenas depois da última fala do bloco em caso de ofensa moral ou pessoal. A decisão Será tomada por um comitê que está ao lado do diretor do debate. Caso seja concedido o candidato vai ter um minuto pra se defender. Bom, vamos então à pergunta de abertura do debate que é a mesma para os dois e os senhores têm dois minutos pra responder.
São Paulo tem 1 milhão de árvores, mais de 750 mil postes e 20 mil quilômetros de fios correndo sobre esses postes. Com a tempestade da última sexta-feira, o paulistano voltou a conviver com a tragédia da falta de luz. Que solução economicamente, tecnicamente, financeiramente viável pode ser tomada pra que São Paulo não tenha mais que enfrentar isso? O primeiro a responder, seguindo o sorteio prévio, que também definiu a posição aqui no cenário, é o candidato Guilherme Boulos.
Guilherme Boulos
Boa noite. Boa noite. Boa noite, candidato, a todo mundo que está assistindo em casa. Eu queria antes de tudo lembrar que mais de trezentas mil famílias não estão podendo assistir esse debate porque estão sem luz na sua casa. Eu fiquei sem luz na minha casa até ontem no fim do dia. E esse apagão tem dois grandes responsáveis: a Enel que é uma empresa que presta um serviço horroroso e que eu como prefeito de São Paulo a partir de 1º de janeiro do ano que vem vou trabalhar pra tirar ela daqui e o Ricardo Nunes porque não fez o básico o elementar a lição de casa poda de árvore cidade de São Paulo manejo arbóreo e olha que a gente teve um apagão a menos de um ano Estava ali, estava avisado e nada foi feito de lá pra cá.
Na verdade, a cidade hoje está refém dessas duas incompetências da Enel e do prefeito. O que eu vou fazer como prefeito de São Paulo vai ser antes de tudo não trabalhar apenas na véspera de eleição, que é o problema que a gente tá tendo com Ricardo Nunes, né? Ficou três anos sem trabalhar, não tem planejamento, as coisas ficam acumuladas, quando vem um temporal e um temporal que durou menos de uma hora, gente. Imagine se tivesse durado mais.
Então, trabalhar ao longo dos quatro anos na zeladoria da cidade, garantindo recurso adequado pra poda. Segundo, trabalhar com inovação, usar tecnologias disponíveis. Como, por exemplo, o monitoramento via satélite da saúde das árvores pra poder definir a prioridade de poda, aquelas que têm mais chance de cair. E terceiro, que eu acho que muita gente que está nos assistindo sofreu nos últimos três dias: melhorar o serviço. O 156, você ligar, você não conseguia falar com ninguém. Então permitir que o pedido de poda possa ser feito também via aplicativo e com no máximo um mês De resposta pra poder garantir a poda das árvores. Isso é o básico que uma cidade como São Paulo merece.
Ricardo Nunes
Primeiro, boa noite a todos. Agradecer a Deus a oportunidade de estar aqui, cumprimentar a Band, o Oinegue, candidato Guilherme Boulos e você que está em casa nos assistindo pra esse debate que vai poder lhe dar uma diretriz da decisão sobre o futuro da nossa cidade. A questão das mudanças climáticas é algo que tem impactado o mundo inteiro. a Prefeitura de São Paulo tem uma secretaria especial de mudanças climáticas, uma inovação dentre tantos os governos do mundo e o que aconteceu na sexta-feira realmente é algo muito triste que deixa a gente profundamente magoado. Eu queria primeiro me solidarizar com você que passou por esse problema, com você que está lá com a sua geladeira perdendo as coisas ou um pequeno comerciante que está perdendo as suas mercadorias, pra poder ter o seu ganha pão. É inaceitável o que essa empresa tem feito com a cidade de São Paulo.
É inaceitável que o governo federal, que é quem detém a concessão, regulação e fiscalização, não tenha feito nada.
Apesar de o contrato de concessão ter sido assinado entre o governo federal e a Enel, diversos entes federativos compartilham a responsabilidade pela gestão e a supervisão do trabalho. Por isso, a declaração de Nunes é imprecisa. A fiscalização é feita pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), autarquia que é ligada ao Ministério de Minas e Energia, mas não é subordinada à pasta, e pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), ligada ao governo estadual. Já a responsabilidade pela poda de árvores é compartilhada entre a Enel e a Prefeitura de São Paulo. Vale ressaltar que o governo federal multou a empresa por conta do apagão ocorrido no fim de 2023, mas a Justiça Federal suspendeu a tramitação do processo.
Isso desde novembro do ano passado. O que que nós fizemos? Eu entrei com três ações judiciais contra a Enel aqui na Justiça. Fui até Brasília ao ministro de Minas e Energia pedir a rescisão do contrato. Fui até o Tribunal de Contas da União com o presidente do tribunal, ministro Bruno, pedindo a rescisão do contrato. Tive várias reuniões com o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica, o Sandoval. Infelizmente, não houve nenhuma ação. E a Enel continua aqui atrapalhando a nossa cidade. Nós não podemos permitir a Enel mais em São Paulo. Que que a gente tem que continuar fazendo? as podas como eu já fiz seiscentas e vinte mil podas. Nós dobramos o número de equipes comparado ao que era do governo do Haddad. E é assim, com trabalho, sem ataque, só ataque não resolve nada. é trabalhando e tirando ainda daqui.
É, candidato Guilherme Boulos, apesar de ter sido inaugural aqui na nossa participação, esse tema da Enel é algo que impactou, e vem impactando, milhares de pessoas, milhares de pessoas. São mais de 226 mil pessoas que estão nesse momento sem a sua energia. Nós tivemos esse problema já em novembro, e lá eu já entrei com ação judicial contra a Enel. Fui até o presidente do Tribunal de Contas da União, pedi a rescisão do contrato. Fiz as ações necessárias pra cobrar do presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica pra fazer a rescisão do contrato. Mas, infelizmente, não houve por parte do governo federal nenhuma ação.
Nós, prefeitos, nós, prefeitos, não temos ação contra ele porque a concessão, regulação e fiscalização do governo federal. Assim como, por exemplo, Diadema, que é governada pelo PT e também está sofrendo, está sofrendo lá sem energia E você como deputado federal infelizmente não fez nada. Eu tive que ir a Brasília apresentar um projeto de lei. Por que que você, Guilherme, como deputado federal não fez nada pra alterar a lei federal que regula esse tema?
Guilherme Boulos
Ricardo, eu fico impressionado com a sua incapacidade de assumir responsabilidade. Sempre o problema é do outro, né? Você não faz poda de árvore, o culpado é o Lula? É isso que você está querendo dizer aqui. Nunca o problema é seu, nunca a responsabilidade é sua. Você devia ter mais humildade. Ainda mais diante do sofrimento de milhões de pessoas nos últimos dias, de assumir a sua responsabilidade. Não é feio assumir um erro, você errou. Você não fez o elementar. Eu quero esclarecer pra você que está em casa pra que não fique dúvida em relação a mentiras que estão sendo faladas já nos últimos dias pelo Ricardo Nunes. Vê como funciona.
Quem é responsável pelo contrato da Enel pra avaliar se vai romper, se não vai romper, não é o governo federal. É a Aneel, uma agência reguladora. O presidente da Aneel, Sandoval, que ele citou, foi indicado pelo Bolsonaro, aliado dele. E que o Lula não pode tirar porque tem mandato fixo, igual lá o Campos Neto no Banco Central. É a mesma coisa. Aliás, o ministro de Minas e Energia, ao meu pedido, mandou novamente ontem um pedido pra Aneel pra rever o contrato da Enel. Não faz. Então o Ricardo Nunes deveria pedir pro seu amigo, seu padrinho Bolsonaro que indicou o Sandoval ou seu amigo Ciro Nogueira do seu time que foi o responsável, o padrinho da indicação pra que cobrasse dele. É assim que tem que ser, não é com mentira. Você precisa assumir sua responsabilidade. Eu quero fazer uma pergunta muito direta pra você Ricardo é de quem é a responsabilidade por poda e manejo de árvore?
Ricardo Nunes
Olha, deputado Guilherme, eu lamento que você como deputado não tenha tido o cuidado sequer de ler o contrato da Enel. Mas eu vou falar pra você e falar pra vocês. O contrato da Enel, na cláusula décima, diz aqui na primeira subcláusula contrato da Enel. Pode mostrar Oinegue, não? Não, não. Ok. “A intervenção será determinada por decreto do presidente da República designará o interventor no prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida e vamos aqui pra cláusula décima primeira, esse é o contrato.”
O deputado sequer leu o contrato, vamos lá. Quarta subcláusula: “Verificado qualquer das hipóteses da inadimplência prevista na legislação específica e neste contrato a Agência Nacional de Energia Elétrica, que é federal, promoverá declaração de caducidade da concessão”. O que é caducidade? A caducidade é romper o contrato. Está especificado no contrato.
Agora, se o deputado sequer leu o contrato. Vem falar agora do Bolsonaro, que nem mais é o presidente? Você acha que a gente que está sofrendo? Aquela senhora, aquela família que está com a sua geladeira perdendo as suas coisas. aquele comerciante que está ali perdendo as suas coisas no freezer. Aquela senhora lá de Parelheiros, que cria tilápia e está perdendo tudo, que não consegue ter a bomba pra pôr oxigênio. Ela quer saber do ex-presidente, ela quer uma solução, é o que eu quero. E é por isso que eu entrei com três ações judiciais. E é por isso que eu pedi desde o ano passado a extinção desse contrato que como eu disse pra vocês está escrito no contrato só quem pode fazer é o governo federal.
Então, Guilherme Boulos, precisa explicar por que você sequer, como deputado federal, fez alguma sugestão de alteração da lei federal, porque está na lei federal. Que as concessões de energia elétrica infelizmente está assim, mas está na lei. Só pode ser possível e cabível ao governo federal. Que não fez nada. Se tivesse tirado ainda aqui a gente não teria tido esse problema já pela terceira vez.
Guilherme Boulos
Ricardo, eu te fiz uma pergunta muito objetiva. Você foge, né? Já fugiu do último debate, foge das suas responsabilidades, você fica falando com as pessoas que perderam tudo em casa, né? Como se você não fosse responsável. Pessoas ficaram esperando poda de árvore, manejo de árvore retirada de árvore, tem gente esperando até agora. Respeite as pessoas.
Agora, eu vou te repetir a pergunta em respeito a quem está nos assistindo eu peço que você responda de forma objetiva. Não fique falando Lula tal que você quer responsabilizar o presidente Lula por uma responsabilidade que é sua. De quem é a responsabilidade de poda e manejo de árvores?
Ricardo Nunes
Vamos lá. A responsabilidade de manejo e poda de árvores é da Prefeitura de São Paulo. Por isso, que eu dobrei o número de equipes que havia no último governo do PT. Nós dobramos a capacidade de atendimento. Demoravam 500 dias para um atendimento de poda; hoje caiu pra 50 dias. Isso é transparência, o que tá lá no Portal da Transparência, nos dados do 156.
Agora, tem uma questão que o deputado também não sabe, tá me assustando Guilherme, cê tá mal informado que quando você tem uma árvore encostada com a fiação, é a Enel que faz essa poda. Tem até um convênio entre a Prefeitura e a Enel, por quê? Porque o funcionário da Prefeitura não pode mexer numa árvore que tá em contato com a energia porque ele tem muitas volts, que pode matar a pessoa. Então, é a Enel que vai e faz essa poda.
Então, Guilherme eu fico triste de saber que você pretende ser prefeito de São Paulo, ainda bem que não vai ser. Sequer sabe das responsabilidades. Fica muito claro, gente. Nós não podemos ter essa Enel aqui. O governo federal precisa tomar uma atitude. É ele que toma porque se fosse depender da Prefeitura de São Paulo, ela não estava aqui mais, não. E, aliás, você podia explicar por que que o seu ministro estava lá na Europa na sexta-feira, o dia do problema, conversando e ajustando a renovação do contrato com a Enel.
Guilherme Boulos
Ricardo, você gosta de mentir pras pessoas, que é uma coisa que você não fica nem vermelho. Eu não sei se é a maquiagem que você passou antes do debate ou se é cara de pau mesmo. Você vai não, é minha vez, eu estou falando, respeite por favor. Vamos lá, Ricardo. Você assumiu pelo menos que a poda de árvore é responsabilidade da prefeitura, é o básico. Você que está assistindo em casa ligou para o 156 pedindo poda e remoção de árvore como várias que caíram ontem, que tinham pedido há mais de um ano. Você acha que ele fez o trabalho dele? Ele está dizendo: contratou tantos, botou tantos. Você está se sentindo satisfeito quando você liga para o 156 pra fazer o pedido de poda ou remoção de árvore? A melhor pessoa que pode dar essa resposta é você.
Você, que durante esse fim de semana ficou ligando pra prefeitura sem parar pra tirar uma árvore da frente da sua casa pra retomar uma luz? Você acha que ele fez o suficiente? É isso que está em jogo, gente. Não adianta vir com palavra vazia.
Aliás, já que você gosta de falar de número, são mais de 7.000 podas na fila de espera.
Demora mais de um ano pra que consiga fazer uma poda na cidade de São Paulo. É verdade. É muita ineficiência, Ricardo, do seu governo. Eu acho que você precisa responder pras pessoas. Em vez de ficar terceirizando a culpa toda hora. Eu sei que você tem essa prática. Você não assume responsabilidade. Você foge das responsabilidades. Foge dos problemas. Mas vou te fazer uma outra pergunta pra ver se você também assume. De quem é a responsabilidade pelos semáforos? Pela manutenção dos semáforos na cidade de São Paulo.
Ricardo Nunes
Guilherme Boulos, nós temos 6.000 podas que são pendentes da Enel fazer o corte, porque são árvores que são encostadas lá com os fios.
O dado oficial divulgado pela prefeitura após o novo apagão é de que há 6.087 árvores aguardando poda porque o serviço dependeria da intervenção da Enel, já que o contato entre os cabos energizados e os galhos poderia colocar as equipes que executam o serviço em risco. Nunes omitiu, porém, que caberia à gestão dele podar as árvores antes que os galhos encostassem nos fios de energia. Além disso, o convênio firmado entre a prefeitura e a Enel prevê que, caso a empresa não execute os serviços de poda solicitados, a administração da capital poderá assumir a tarefa — solicitando, antes, que a companhia interrompa a transmissão de energia no local.
Nós diminuímos o tempo de espera. Hoje tem 109 árvores ainda. Olha, mais de 70 horas. Aconteceu na sexta, hoje é segunda. Tem 109 árvores que ainda estão e atrapalhando o trânsito, atrapalhando o corte por parte da prefeitura porque aí ele não vai lá desligar.
Você veio aqui pra defender a Enel, eu lamento. Eu quero a Enel fora daqui. Quem é responsável pelo sistema semafórico é a Prefeitura de São Paulo. Nós tínhamos até ontem, eu coloquei no meu Instagram, na minha rede social todos os dias porque eu virei a noite, gente. Eu virei a noite toda de sexta passada um sábado eu fui virando a noite acompanhando a minha equipe, mais de 4.000 pessoas da prefeitura trabalhando e todos os semáforos, eu vou publicar agora na minha rede social, que estão sem funcionamento, que são cinquenta e sete, são por falta de energia da Enel.
Eu confirmo, eu assumo isso que eu estou falando pra vocês. Inclusive o sistema semafórico eu estou fazendo uma substituição, colocando o sistema semafórico inteligente. São Paulo dentro da questão do Smartcity com tecnologia.
Guilherme Boulos
Bom, primeiro deixar claro, né? É, eu vou tirar a Enel de São Paulo. Porque pra tirar a Enel de São Paulo precisa ter um prefeito com pulso, com firmeza. Não o prefeito vacilante. não é? Um prefeito que não se posiciona. É importante ter um prefeito com condições de comprar briga por você. E é o que eu vou fazer a partir do ano que vem.
Mas além da responsabilidade da Enel, eu tenho a sua, Ricardo. Você não pode fugir disso. Seria mais digno você vir aqui diante das pessoas que sofreram o que sofreram nesses dias e dizer peço que pedir desculpa. Por não ter feito a lição de casa em novembro do ano passado teve um apagão. Todo mundo sofreu com isso. Naquela época, naquele apagão, enquanto as pessoas sofriam, você foi pro camarote da UFC e da Fórmula 1.
Dessa vez, está perto da eleição você resolveu não ir pro camarote mostrou um coletinho pra fingir que estava fazendo alguma coisa. Mas não engana as pessoas. Veja você que nos últimos dias pegou semáforos na cidade de São Paulo piscando em regiões que inclusive tinha luz.
Guilherme Boulos
É disso que se trata, essa responsabilidade é de ter inclusive diminuído os agentes da CET desde o governo do Bruno [Covas]. Diminuíram agora no seu governo que é quem deveria estar operando isso.
O número de agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de fato diminuiu desde a administração de Bruno Covas (PSDB). Em 2018, primeiro ano da gestão de Covas, o órgão contava com 1.638 agentes. No ano seguinte, eram 1.593 e, em 2020, 1.561. Quando Nunes assumiu a prefeitura, em 2021, a CET somava 1.512 agentes. O efetivo foi caindo ao longo dos anos e, em junho de 2024, a empresa informou ter 1.384 agentes em atividade. Os dados foram obtidos pela Folha de S.Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação
Mas eu quero te fazer uma outra pergunta, Ricardo, que é importante que você responda olhando no olho das pessoas, responda com verdade. A menos de um ano, a gente teve um apagão que durou uma semana 3 milhões de pessoas sem luz na cidade de São Paulo. O que que você fez de lá pra cá pra que a cidade pudesse estar melhor preparada. E se você não fez, por que que falhou? Por que que a gente com uma chuva de menos de uma hora a cidade de São Paulo está enfrentando o que está nos últimos dias?
Ricardo Nunes
Gente, vamos lá. Foi muito objetivamente porque você está nos assistindo aqui pra tomar sua decisão. Eu já comentei aqui que eu entrei com ação judicial contra ele de que eu representei a ele pra eliminar o contrato na Agência Nacional de Energia Elétrica, no Tribunal de Contas da União, no Ministério de Minas e Energia e eu fiz uma pergunta pro deputado federal porque a legislação federal não permite que as prefeituras, os municípios, não é só São Paulo, todos os municípios tenham fiscalização sobre a Enel. E ele podia ter feito, ali pra daqui, não fez. Pedi para o deputado Baleia [Rossi] que está aqui apresentar esse projeto e eu fui até Brasília e levei esse projeto na mão do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira. Então, aquilo que ele podia ter feito, não fez.
O que que eu fiz? Inaugurei 10 parques,
Ricardo Nunes
aumentei a área de cobertura vegetal de 48% para 54%.
Os números citados pelo prefeito estão corretos. Segundo a versão final do plano de metas de São Paulo, apresentada em junho de 2021, a cidade tinha até aquele momento 48,18% de sua área revestida por cobertura vegetal. O objetivo era atingir 50% até o final de 2024. A meta, no entanto, foi cumprida e ultrapassada ainda em 2023, quando a prefeitura anunciou que atingiu o marco de 54,13% de área com cobertura vegetal.
Estou desapropriando vinte e seis por cento do território da cidade de Mata Verde. Ou seja, hoje a gente tem quinze, vai chegar a vinte e seis, aliás, hoje tem 15% de área de mata pública, que são os parques municipais, parques estaduais, áreas indígenas. Eu estou desapropriando [mais] 11%, o tamanho de Paris. Nós vamos chegar em 26% Fiz as ações da secretaria de mudança climática. Temos o nosso Plancma, plano municipal do clima. Fiz 620 mil podas. Deputado, explica aí por que que você não fez nada. Eu estou falando que eu fui lá, cobrei pra tirar ênio. Você não fez nenhum projeto pra alterar a lei federal? Como é que, como é que a gente vai acreditar em você?
Guilherme Boulos
Ricardo, meu caro. Olha, eu, como deputado federal, fiz mais que você como prefeito que deveria ter a caneta, não conta, não é construir lá no Congresso Nacional articulação pra gente fazer CPI da Enel o partido dele não apoiou. Construindo o Congresso Nacional na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara onde sou vice-presidente uma audiência pública. Você não mandou nem representante da prefeitura. Logo depois do apagão do ano passado. Ricardo, vamos falar o português claro. Quando acabou no fim do acabou apagão ali no fim do ano passado em novembro não é? você não conseguiu em 11 meses nem botar de pé uma licitação pra mudança da poda. Não conseguiu fazer isso.
Guilherme Boulos
Gente, vamos aqui lembrar uma coisa. A chuva e a ventania de sexta-feira foi de menos de uma hora. Em São Paulo, ficou mais gente sem luz do que na Flórida com o furacão Milton.
Ainda que tenha sido publicada por diversos veículos de imprensa, a comparação é incorreta. Conforme explicado pelo jornal O Globo, havia, no último sábado (12), 1,45 milhão de casas sem luz em São Paulo, de acordo com a Enel, e 1,35 milhão de casas sem luz na Flórida por conta da passagem do furacão Milton, segundo o United States Power Outage. O que Boulos omite, no entanto, é que o fenômeno climático atingiu o estado americano na quarta-feira (9) — e que, portanto, parte dos serviços já haviam sido restabelecidos no sábado. Na quinta (10), por exemplo, o Power Outage estimou que 2,1 milhões de residências na Flórida estavam sem luz, número superior ao registrado em São Paulo no dia seguinte à tempestade. Em nota ao Aos Fatos, o Power Outage afirmou que a estimativa é que até 3,9 milhões de residências ficaram sem luz nos Estados Unidos por causa do fenômeno.
Então, não adianta dizer que o problema é do vento, que o problema é do Lula, que o problema é de não sei quem. Assuma as responsabilidades. Por que você não conseguiu botar de pé uma licitação pra melhorar o serviço de poda na cidade de São Paulo em onze meses depois do apagão do ano passado
Ricardo Nunes
Guilherme Boulos está delirando. Não existe isso. Nós dobramos o número de equipes. Eu tenho 4.000 pessoas nas ruas atuando, fazendo poda, varrição. Eu fui pra rua acompanhar o serviço, virei a noite, inclusive aproveita esse momento pra agradecer a minha equipe que vestiu a camisa da cidade, que sentiu a sua dor, que ficou sem energia ou que ainda está sem energia. Agora ele não responde por que que o ministro dele na sexta-feira que nós tivemos um problema aqui estava lá na Europa junto com a Enel lá combinando renovação de contrato. Por que que o governo federal não fez a rescisão do contrato como eu li pra vocês do do contrato da Enel. Por que que ele não fez nenhuma projeto de alterar a lei eu como prefeito tive que ir lá fazer o papel dele, apresentar o projeto pro presidente do MDB Baleia e para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Explica oh Guilherme porque o senhor fica chato. Você fez o que como só fez passar pano lá na rachadinha do Janones e passar pano na Enel, aí não dá, né?
Guilherme Boulos
Fica ruim, né Ricardo? Querer baixar o nível do debate assim, mas eu não vou cair no seu no seu jogo, não. Gente, vamos trabalhar com números. Agentes da CET, que são importantes para o tema dos semáforos. Né? Hoje são 1.380. Com Bruno Covas, até 2021, eram 1.560. Diminuiu. Tendo mais carros. Poda. Temos hoje 7.600 pedidos em aberto, 40% do total de pedidos na cidade de São Paulo. Orçamento desse ano em manutenção e operação de áreas verdes, que inclui poda: 0,27% do orçamento contra 0,29% do ano passado, mesmo depois do apagão. Aí você vê ele falando que está tudo mil maravilhas. Gente, ele está dizendo que tem equipes por todos os lados. Você viu essas equipes? De sexta-feira pra cá?
Quando você precisou desesperadamente tirar uma árvore pra poder passar… Eu tive ontem lá no Grajaú e o pessoal estava desesperado, dono de um carro, a árvore caiu em cima do carro. Nem o seguro ia lá resolver, porque tinha que tirar árvore antes. Tinha ligado para o 156 duzentas vezes. Já que você botou tantas equipes, por que que não foi pra lá? Você que precisou da prefeitura esses dias que ligou desesperadamente.
Você acredita no que ele está falando? Gente, uma coisa é a propaganda de quem, em tempo de eleição, quer falar que fez, vender que fez. Outra coisa é a realidade que você vive que a gente está vendo. Que São Paulo viveu esse drama nos últimos três dias. Por isso que esse é o momento que nós vamos precisar de mudança na cidade de São Paulo. O que está em jogo nesse segundo turno é isso. São dois caminhos. Quem acha que está tudo bem? Quer deixar como está? Quem acha que a reação ao apagão foi boa da parte dele? Quem acha que a saúde está boa quando precisa de um posto, de um remédio? Quem acha que o transporte está bom, concorda com o que ele está falando. Quem sabe que São Paulo pode mais, merece mais, não merece passar por isso que está passando é o caminho da mudança e eu peço humildemente seu voto no 50 pra mim e pra Marta Suplicy.
Agora, você mencionou um tema em nível de ataque falando de rachadinha. Eu já disse muito claro e eu não vou deixar passar que eh rachadinha pra mim é crime. Sendo do Janones, sendo do Flávio Bolsonaro que é seu amigo. Agora já que você trouxe isso, eu nunca fiz rachadinha. Você fez a rachadinha das creches. Eu queria te fazer uma pergunta, você sabe que está sendo investigado da Polícia Federal na máfia das creches, você está lá. Existe uma acusação de que você teria recebido um cheque. Então eu quero fazer essa pergunta pra você responder pra quem está em São Paulo. Você recebeu o cheque na sua conta no Santander como consta a acusação da Polícia Federal?
Ricardo Nunes
Olha, Guilherme, vamos só encerrar aqui então essa primeira etapa. Deputado não leu o contrato, não sabe, não sabe a legislação federal, não sabe das responsabilidades, como o deputado não fez nenhuma alteração, solicitação de alteração de projeto de lei está defendendo a Enel. Eu quero a Enel fora de São Paulo, por isso que eu entrei com as representações, por isso que eu entrei na justiça, hoje com mais uma ação judicial. As creches, sabe por que que eles ficam com dor de cotovelo? Porque pelo quarto ano consecutivo nós temos vaga de creche pra todas as crianças na cidade de São Paulo. Todas as crianças. Com cinco refeições, o cardápio feito por nutricionistas.
Ricardo Nunes
A gente tem uma alegria de que na época do último governo do PT tinha 102 escolas em período integral. Hoje são 444
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, havia em 2016, último ano da gestão de Fernando Haddad (PT), 110 unidades escolares em tempo integral — número próximo ao citado por Nunes. Já a lista mais atualizada disponível no site da pasta mostra um total de 443 unidades no modelo integral em 2024. Ao citar 444 estabelecimentos, o prefeito faz menção à Escola Municipal de Educação Infantil Abílio Diniz, recém-inaugurada, que, segundo sua assessoria, também integra o Programa SP Integral.
e no meu próximo governo eu vou colocar 500 mil alunos no período integral. Toda a pré-escola até a alfabetização.
Agora, com relação a esse tema que você está falando isso se fala tanto tempo negócio de creche. O Ministério Público do estado de São Paulo fez essa investigação e concluiu no relatório que ainda existe absolutamente nada de errado a minha parte inclusive é apreciado pelo Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo. Existe uma investigação há cinco anos há cinco anos aonde teve agora recentemente o iniciamento de cento e quatro ou cento e sete pessoas que eu não fui indiciado Não existe uma denúncia contra mim. Eu nunca tive uma condenação, eu nunca fui indiciado, eu sou ficha limpa, minha mão é limpa, eu combato corrupção. Eu sempre combati, por isso que eu reforcei todas as ações da prefeitura de São Paulo, da controladoria, fiz o concurso, chamei gente pra gente reforçar e estamos recebendo prêmios. Nacionais e internacionais pela transparência e combate a corrupção. Agora da CET eu fiz o concurso, coloquei duzentos e quarenta agentes mais aqui na na Prefeitura de São Paulo, como fiz o concurso da GCM, professores, 15 mil professores que eu chamei do concurso 15 mil eu ajustei a saúde financeira da cidade.
Deputado, por favor, você precisa responder, você é deputado federal, recebe salário. Por que que você não fez um projeto de lei pra alterar a lei federal que não permite que as prefeituras tenham nenhum tipo de ação com relação a Enel, com relação as empresas de concessão. Por que que eu tive que eu ir pra Brasília fazer? Explica, é importante.
Guilherme Boulos
Eu quero novamente que você responda a pergunta. Em respeito às pessoas, não foge. Você foge de responsabilidade e foge da pergunta. Você recebeu o cheque?
Ricardo Nunes
Todos os serviços da minha empresa… Eu montei a minha empresa, gente, era uma salinha de dois por dois. Quando eu estava lá no Parque Santo Antônio um jovem, né? Pensava num sonho oportunidade. Por isso que eu trabalho tanto pra dar oportunidade pro jovem. A minha empresa foi crescendo, não tem filial em Santos, Guarulhos, Campinas, Minas, Bahia e hoje eu tenho uma empresa sólida que eu tenho muito orgulho. Todo serviço que a minha empresa prestou todo o serviço foi correto e todo o recebimento que ela tem foi correto com a nota fiscal emitida. Não existe nada de errado. Eu tenho a minha vida limpa. Limpa. Não vai ser você que fica passando pano em rachadinha, instituiu a rachadinha, tu vai querer aqui eh invadir invadir a minha moral porque você não tem moral pra isso grande. Você me desculpe, mas você não tem.
Guilherme Boulos
Ricardo, invadi sua moral, pelo amor de Deus. Mas só para eu entender se a resposta é essa mesmo. Você recebeu o cheque que a Polícia Federal diz que foi depositado na sua conta pela administradora da creche?
Ricardo Nunes
O que existe de recebimento na minha empresa é dos serviços prestados, nada mais do que isso.
Guilherme Boulos
Aquele cheque, você recebeu aquele cheque do Santander que a Polícia Federal disse que… Você recebeu?
Ricardo Nunes
Eu faço 2.000 serviços por dia. É que você não sabe muito bem o que é trabalhar, você tem essa dificuldade, você tem dificuldade. Por favor, gente. Mas deixa eu lhe falar uma coisa para você, Guilherme, quando a gente trabalha, acorda cedo, diferente de você, você imagina uma empresa que eu tenho muito orgulho, faz 2.000 serviços por dia.
Todos os recebimentos que eu tive na minha empresa são dos serviços prestados, nada de errado. Gente, essa investigação tem cinco anos, não tem nada de errado.
Guilherme Boulos
Bom, gente, você viu, pelo menos ele admitiu, do jeito dele, que ele recebeu o cheque que a Polícia Federal está investigando em relação à máfia das creches. Em relação a trabalho, nesse dia você falar de trabalho, Ricardo, depois da população de São Paulo ter vivido o que viveu nos últimos três dias, você achar que tem autoridade moral desrespeitando as pessoas para falar de trabalho, olha o que você fez, você não fez nada.
Você ficou três anos, não fez, deixou para a véspera da eleição para querer enganar as pessoas e o povo está sofrendo agora com isso. Então, me desculpe, eu tenho o maior orgulho de ser professor. Eu não sou investigado por máfia de creche, não sou investigado por armadilha de mosquito da Dengue, não sou investigado por nada errado.
Meu salário, meus rendimentos são muito honrosos e, aliás, quero te fazer um desafio aqui. Eu sou professor, hoje deputado federal, minha vida financeira é limpa. Já que você está falando e colocou questões de trabalho e está dizendo que com você está tudo certo, eu abro agora o meu sigilo bancário, da minha conta.
Você abre o seu? Te desafio para abrir. Você abre para a sociedade de São Paulo saber se você, de fato, é limpo, como está dizendo que é?
Ricardo Nunes
Olha, chega a beirar o ridículo, ele está desesperado, 58% de rejeição, não vai ganhar nada, vai perder mais uma.
Guilherme Boulos
Acabou o tempo dele, essa é a resposta. Ele infelizmente não respondeu, vamos ver se no bloco seguinte ele responde, se abre o sigilo. Eu abro o meu, já que você não tem nada a esconder, abre o seu sigilo, Ricardo, faça isso. Cuidado, fica calmo, fica tranquilo. Mas abre o seu sigilo.
Eduardo Oinegue
Eu queria pedir, antes da gente ir para o intervalo, por favor, não é permitida a manifestação da plateia. Obrigado. Vamos então para uma rápida pausa, logo depois do intervalo, os candidatos à Prefeitura de São Paulo respondem a jornalistas do Grupo Bandeirantes. Olho no voto, Band Eleições 2024.
Eduardo Oinegue
Voltamos ao vivo com o primeiro debate deste segundo turno entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Neste bloco, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos respondem perguntas de jornalistas do Grupo Bandeirantes. Um candidato responde, o outro comenta e depois quem respondeu tem direito à réplica. Quem é perguntado tem três minutos para distribuir entre a resposta e a réplica. Quem comenta, um minuto no total. Neste bloco, o direito de resposta pode ser solicitado no final da réplica em caso de ofensa pessoal ou moral. Quem faz a primeira pergunta é a jornalista Patrícia Rocha, da Band e da BandNewsTV. E pelo sorteio, o primeiro a responder é Guilherme Boulos. Boa noite, Patrícia.
Patrícia Rocha
Boa noite, boa noite candidato. Candidato, em São Paulo pelo menos 80 mil pessoas vivem nas ruas. O senhor por 20 anos liderou, comandou o movimento sociais de luta por moradia. Se eleito, como o senhor pretende resolver esse problema em São Paulo e garantir ao eleitor que o seu governo não vai adotar uma política mais branda em relação a reintegrações e invasões.
Guilherme Boulos
Obrigado pela sua pergunta, Patrícia. Eu quero dizer para você que está em casa que tem coisas que, independente de você ser de esquerda, de direita, são questões de humanidade. Se indignar em não aceitar, em ver uma pessoa jogada na rua, uma senhora idosa, uma criança, uma plaquinha no semáforo dizendo que está com fome, é uma delas.
É uma questão de humanidade. Eu vou trabalhar para resolver esse problema dia e noite. Eu vou resolver o problema da população de rua na cidade de São Paulo. E a minha experiência no Movimento Sem Teto durante 20 anos me ajuda, inclusive, por conhecer de perto o problema dessas pessoas. Eu sei como fazer e vou fazer.
Com acolhimento humanizado, fazendo o maior programa de moradia da história da cidade de São Paulo e criando a porta de saída para o acolhimento, para o abrigo. Essa porta de saída é geração de trabalho. Qualificar as pessoas que estão na rua, quando elas vão e são acolhidas no abrigo, para serviços de limpeza, para melhorar na zeladoria, até para serviços de poda de árvore, por exemplo, que está faltando tanto na cidade de São Paulo.
Qualificar para a construção civil, fazer com que essas pessoas possam ter o seu salário, andar com a própria perna para sair da rua.
Esse tema é de fundamental importância. Para uma pessoa chegar ao ponto de ir para a rua, ela está no pior momento da sua vulnerabilidade. E aí entra a mão do Estado.
Ricardo Nunes
Nós tínhamos 14 mil vagas para acolhimento na cidade de São Paulo. Hoje, eu tenho 29.400 vagas.
A declaração é imprecisa, porque, quando Nunes assumiu a prefeitura de São Paulo, em maio de 2021, a cidade já contava com mais de 23 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua, de acordo com os dados oficiais da prefeitura. Já os registros mais recentes, de agosto de 2023, indicavam que havia 25 mil vagas. De lá para cá, foram abertos novos centros, que ampliaram a abrangência dos atendimentos, como a Vila Reencontro Guaianases (1.200 vagas) e a Vila Reencontro Jabaquara I (520 vagas).
Olha como é importante a gente ter ações concretas. Não só ideias. Eu vou continuar fazendo as vilas-reencontro, que foi uma inovação que eu trouxe para a cidade. As vilas-reencontro são casinhas de 18 metros.
Eu já fiz 10 vilas, vou fazer mais 10. E para acolher aquelas famílias com crianças e idosos, eu aluguei 4.000 vagas de hotel. 4.000 vagas do hotel inteiro. Café da manhã, almoço, café da tarde, jantar. Então, de forma concreta, é continuar fazendo esse acolhimento, continuar dando esse atendimento, carinho. Vila-reencontro, hotel, abrigo e profissionalização dessas pessoas.
Guilherme Boulos
Olha, gente, eu quero falar com você, que anda todo dia na rua de São Paulo e vê a cidade real. Não a propaganda que o Ricardo Nunes passa. Porque, pelo que ele diz, parece que resolveu o problema da população de rua. O maior legado que ele vai deixar no governo dele, que vai acabar dia 31 de dezembro, e eu assumo dia 1º de janeiro, o maior legado é ter dobrado a população de rua na cidade de São Paulo.
E aí, gente, eu pergunto a você, você acha que a população de rua aumentou ou diminuiu em São Paulo? Anda na rua. Olha, é isso que está em jogo nesse momento. Quando ele fala, só agravou o problema políticas insuficientes, políticas de tapa-buraco, políticas que não tocaram, por exemplo, questões elementares.
Garantir, por exemplo, que tenha canil em todos os abrigos para o Sem Teto poder levar o seu animal, que, às vezes, é o único companheiro que tem. Às vezes, a pessoa não vai para o abrigo por isso, Ricardo. Não sei se você sabe, porque você só vê por estatística, você não convive com a vida real dessas pessoas. E, por fim, muitas vezes, você que está acompanhando essa campanha deve ter ouvido o ataque que fazem em relação a mim, pela minha trajetória no movimento Sem Teto.
O Movimento Sem Teto nunca invadiu a casa de ninguém e nem vai invadir. O que o Movimento Sem Teto faz é dar casa para as pessoas. Isso é muito importante de ser dito. Aliás, é o desafio. O Ricardo Nunes, que gosta de propagar essa fake news, aí conheceu um empreendimento que nós fizemos muito melhor do que aqueles que você entrega, os poucos que você faz, com varanda, elevador. Se você quiser, vamos lá, te desafio para ir visitar. Vamos lá, amanhã, se você quiser para conhecer.
Eduardo Oinegue
A próxima pergunta é da jornalista Thays Freitas, da Rádio Bandeirantes. Quem responde agora é Ricardo Nunes. Thays, boa noite.
Thays Freitas
Boa Noite aos candidatos. Candidato Ricardo Nunes, quero falar sobre segurança e centro de São Paulo. Duas questões correlatas que eu acho que precisam estar presentes aqui no debate da Bande. Aconteceu uma operação policial agora, no mês de junho, que lacrou quase 30 hotéis, pensões, que eram usados no centro de São Paulo, na chamada Cracolândia, como uma espécie de rede de apoio do tráfico, para armazenar drogas, para fazer o comércio e para lavar dinheiro também.Falante 26 00:53:37
Queria saber do senhor o seguinte: como a Prefeitura de São Paulo, a partir de agora, pode agir para impedir que esses estabelecimentos voltem a funcionar e para que esse mesmo modelo de operação não se instale em outros pontos da cidade de São Paulo?
Ricardo Nunes
Muito bom, Thaís. Obrigado pela pergunta. Olha, o trabalho conjunto com o governador Tarcísio é de fundamental importância para a segurança. A pergunta é sobre o centro, mas da cidade como um todo. Eu tenho o orgulho de ter conseguido ajustar a saúde financeira da cidade.
Nós conseguimos resolver a capacidade de investimento de São Paulo. Por isso que eu fiz o concurso e contratei 2.000 guardas civis metropolitanos. Era 5.500 aproximadamente, hoje são 7.500. Armei, fiz a valorização salarial, 72% de aumento na carreira inicial do guarda civil metropolitano.
Carro novo, equipamentos. Do centro, essa ação foi muito importante. Uma ação do Ministério Público, governo de estado e Prefeitura de São Paulo. Tolerância zero com a criminalidade. Tolerância zero. Nós, com o Smart Sampa, monitorando a cidade, aumento da polícia militar, aumento da GCM, nós vamos combater de forma efetiva a criminalidade na cidade e no centro especial, como é a pergunta da Thays.
Guilherme Boulos
Olha, gente, novamente, quando você vê o Ricardo Nunes falando, parece que a cidade está segura. Você se sente seguro andando na cidade de São Paulo com o seu celular na mão?
Hoje nós temos uma GCM que é menor que a do Rio de Janeiro, que tem metade da população de São Paulo.
A declaração é imprecisa e já foi citada por Boulos em outras ocasiões. Em 2023, a Prefeitura do Rio de Janeiro informou que, do efetivo total de 7.306 guardas civis metropolitanos, 1.500 não estavam empregados no serviço de patrulhamento porque foram cedidos a outros órgãos estatais, afastados ou empregados em trabalhos internos. Em março deste ano, a prefeitura carioca atualizou o número de guardas para 7.202 — considerando o pessoal administrativo ou que exerce outras funções, o efetivo salta para 7.474. Não há informações sobre quantos agentes estão atualmente empregados no serviço de patrulhamento. Já São Paulo tinha um total de 7.039 agentes até maio deste ano, segundo dados da Secretaria Municipal de Segurança Urbana. Foram nomeados 500 novos agentes em julho.
Por isso eu vou dobrar o efetivo da GCM como prefeito, retomar com força a ronda escolar em todas as escolas no horário de entrada e saída das crianças, nas escolas municipais, e poder garantir o combate efetivo ao crime organizado.
Aliás, quero aqui agradecer publicamente o apoio que recebi, não só da Tabata Amaral, logo de pronto, mas que recebi anteontem do Datena também, que se juntou a nós por entender o risco que a cidade está tendo com situações como essa, onde a milícia se infiltra dentro do poder público e o crime organizado toma conta.
Mas eu te faço uma pergunta, Ricardo, objetivamente. Você aconselha o cidadão de São Paulo a andar tranquilo com o celular na rua?
Ricardo Nunes
Em respeito à jornalista, deixa eu concluir ali. Olha, para a gente poder tratar de segurança, você tem que ter a sua vida, a história de vida com relação a esse tema, sem ser aquele momento aqui de ser um ator, um artista, do que a vida inteira defendeu.
Para quem defende a desmilitarização, que é acabar com a polícia militar, que é o caso do Guilherme Boulos, não tem condições de falar de segurança. Para quem defende a liberação de drogas, que é o caso do Guilherme Boulos, não tem condições de falar desse tema. E tudo isso que eu estou falando tem vídeo, tem matéria, está no Estatuto, nas ações do partido dele.
Então, primeiro, a gente precisa colocar isso muito claro, muito claro. Eu sou contra a liberação de drogas, eu sou a favor de uma polícia bem armada, e é por isso que a Operação Delegada, por exemplo, que ele é contra, que o partido dele é contra, eu aumentei o valor,
Ricardo Nunes
e nós tínhamos 400 policiais militares na Operação Delegada, hoje são 2.400, eu coloquei 2.000 a mais.
Ricardo Nunes exagera o número de vagas que criou na Operação Delegada — convênio entre a prefeitura e o governo do Estado que emprega policiais militares de folga em serviços que caberiam à administração municipal, como o combate a ambulantes ilegais. Em 2023, a Subprefeitura da Sé divulgou que o número de agentes abrangidos pelo convênio em toda a cidade havia passado de 1.163 para 2.400 — um aumento de 1.237 postos, e não de 2.000. Aos Fatos não encontrou dados mais recentes. Já outra notícia do site da prefeitura dizia que, em maio de 2020, ainda na gestão de Bruno Covas (PSDB), a operação tinha 964 vagas — também acima das 400 mencionadas por Nunes.
O que é a Operação Delegada? São policiais militares a mais. Então, o Governo do Estado coloca aquele efetivo e a Prefeitura coloca a mais policiais. É com o maior número de policiais, maior número de Guards e Metropolitano, com as câmaras de inteligência, que a gente vai melhorando a questão da segurança.
Inclusive, no Centro, a questão de roubos e furto diminuiu em 60%. Agora tem uma coisa, gente. Quando teve um projeto de lei na Câmara para aumentar a pena de quem comete esses crimes, ele não votou. Portanto, o discurso aqui é um, a prática, a realidade é outra.
Eu afirmo aqui, ele não votou no projeto de lei do deputado Kim Kataguiri para aumentar a pena, não votou. Simplesmente não votou. Como é que alguém, um deputado federal, que está lá, que poderia ajudar a aumentar a pena para melhorar a segurança, não vota? Vai ter qualquer credibilidade para falar de segurança.
Eu e o Tarcísio vamos trabalhar firmemente para garantir a segurança, o investimento está sendo feito, os resultados estão vindo e vai melhorar muito a segurança da cidade, pode ter certeza.
Eduardo Oinegue
A próxima pergunta é do jornalista — silêncio, por favor, à plateia — Marco Antônio Sabino, da Rádio Bandeirantes. Quem responde é Guilherme Boulos.
Marco Antônio Sabino
Boa noite a todos. Candidato Boulos, por favor. O senhor tem dito que pode isentar, pode liberar do rodízio os carros de aplicativo. Essa é uma decisão já tomada? Se foi uma decisão tomada, o senhor baseou essa decisão em qual estudo e que impacto isso tem para as pessoas que dirigem em São Paulo, por favor?
Guilherme Boulos
Obrigado pela pergunta, Sabino. Eu quero falar com você, que é motorista de Uber, eu vou liberar o Uber do rodízio na cidade de São Paulo. Sabe por quê, Sabino? Porque a pessoa que está no Uber, ela trabalha com o carro, o carro é o instrumento de trabalho dela.
Se ela fica um dia da semana sem trabalhar, isso no final do mês faz toda a diferença. Agora é lógico. Nós temos que ter critério e nós teremos. Já conversei com vários trabalhadores de aplicativo para poder definir. Não é alguém que trabalha de Uber eventualmente. A pessoa tem que trabalhar de Uber todos os dias, tem que ter um determinado percurso.
E o próprio aplicativo dá esse feedback, essa devolutiva do quanto ela anda. Então, vou liberar. Para você que é Uber, fique tranquilo, você vai poder trabalhar todos os dias na cidade de São Paulo com os estudos de impacto adequado. Para você que é taxista, é importante dizer também, a gente vai garantir a liberação da transferência de alvaraz, que hoje tem uma dificuldade muito grande, inclusive após abril do ano que vem, que é um tema necessário, e liberar a publicidade nos táxis.
A publicidade ali usando o seu próprio carro para você tirar um a mais no final do mês. E para você que é motoboy, também quero falar com você, fica 24 por 48 na rua, que muitas vezes não tem apoio nenhum de ninguém para parar, para ir ao banheiro, para comer, para carregar o celular.
Eu vou criar as bases de apoio ao trabalhador de aplicativo nos 96 bairros de São Paulo. Vão ser 96 bases para você poder ser acolhido e ser visto pela Prefeitura de São Paulo.
Ricardo Nunes
Olha, as pesquisas fizeram mal pro Guilherme Boulos. está muito longe de mim eu estou muito na frente a rejeição dele mais de cinquenta por cento e estou agora no modo desespero. Eu quero me direcionar a você que é motorista de táxi, motorista de aplicativo. As ações que eu desenvolvi na cidade, a geração de emprego e renda. Sabe quantas empresas vieram pra São Paulo só de 2021 até junho desse ano? Que estava em outros estados e municípios, 57 mil empresas.
Ricardo Nunes
Abriram novas 458 mil empresas.
Nunes repete mais uma vez um dado incorreto sobre a abertura de empresas na capital paulista. De acordo com o Mapa das Empresas do governo federal, desde maio de 2021, início do mandato do prefeito, foram abertas 458.193 empresas. Nesse mesmo período, no entanto, foram fechadas 196.916 empresas, o que resulta em um saldo final de 261.277 empresas.
Fiz vários eventos. Fórmula um, Fórmula E, UEC, The Town, que isso aquece a economia. E aquecendo a economia, usa o táxi, usa o aplicativo, vai pro hotel, gasta no restaurante e é por isso que nós estamos com o menor índice de desemprego. Pra governar, tem que saber, tem que ter experiência, tem que ter credibilidade. Nós estamos fazendo aquilo que é preciso pra você poder trabalhar e levar o seu dinheiro com honestidade pra sua casa.
Guilherme Boulos
Gente, você vê que o Ricardo Nunes mostra que um prefeito pode ser fraco e, ao mesmo tempo, arrogante. Olha o tamanho da arrogância dele, porque está na frente de uma pesquisa, sobe no salto, acha que já ganhou. Provavelmente, ele e a turma dele, do Dória, essa turma desse sistema podre de São Paulo, que está na Prefeitura, essa turma já deve estar distribuindo cargo com o nosso dinheiro.
É muita arrogância, Ricardo. Você é arrogante ao ponto de não reconhecer os erros no apagão. Não reconhece nada. Tudo é culpa do outro. É arrogante de achar que já ganhou e ficar tratando as pessoas com desprezo aqui num debate. Isso não faz bem as pessoas, Ricardo.
Isso não é um bom sinal de caráter, Ricardo. É importante dizer. Se ele não está preocupado com você, que é motorista de Uber, taxista, motoboy, eu estou. E podem anotar e me cobrar depois que eu vou fazer isso que eu estou falando a partir de 1º de janeiro do ano que vem, como prefeito.
Agora eu quero aproveitar com esse tempo que resta, porque não tive a oportunidade de replicar no anterior, Ricardo. Você não pode mentir desse jeito, como você mentiu aqui anteriormente. Você precisa responder para as pessoas sobre crime.
Guilherme Boulos
Você precisa responder das pessoas por que você indicou o cunhado do Marcola do PCC para cuidar do dinheiro da Prefeitura de São Paulo. Você precisa dar essa resposta.
Boulos volta a distorcer informações para tentar sugerir uma suposta relação de Ricardo Nunes com o crime organizado. O chefe do gabinete de obras da Prefeitura de São Paulo é Eduardo Olivatto, irmão de Ana Maria Olivatto. Ela foi casada com Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) até 2002, ano em que foi assassinada. Eduardo é servidor de carreira da prefeitura desde 1988, muito antes da gestão de Ricardo Nunes, e passou por diferentes cargos até ser nomeado para sua atual posição, em 2021. De acordo com a reportagem do UOL que revelou o caso, não há indícios de que a carreira do servidor tenha sido influenciada pela relação de sua irmã com o chefe do PCC. Em nota ao UOL, a administração municipal afirmou também que Olivatto não tem “ingerência sobre processos licitatórios”. Sua função como chefe de gabinete também não envolve “cuidar do dinheiro da prefeitura”, como alega Boulos, e sim auxiliar o secretário municipal e lidar com questões administrativas.
Eduardo Oinegue
A próxima pergunta é da jornalista Sheila Magalhães, da Band News FM, e vai para o candidato Ricardo Nunes. Sheila, boa noite.
Sheila Magalhães
Candidato Ricardo Nunes, a gente tem dados, recentemente divulgados pela rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ipec, que mostram que o morador de São Paulo perde, em média, por dia, 2 horas e 47 minutos no transporte público. É coisa para caramba. E mais do que isso, são 10 minutos a mais do que o tempo perdido no mesmo levantamento realizado no ano passado, ou seja, a situação é pior. Some-se a isso o fato de o senhor não ter conseguido entregar os 40 km de corredores de ônibus prontos, conforme previsto no seu plano de metas.
De que maneira o senhor pretende, caso reeleito, reduzir o tempo perdido pelas pessoas no transporte público?
Eduardo Oinegue
Antes da resposta, candidato Nunes fez um pedido de direito de resposta. Na resposta anterior do candidato Boulos foi avaliado pela comissão e negado. A palavra é sua, candidato Nunes.
Ricardo Nunes
Mas eu vou responder depois no tempo, porque fazer isso não tem o menor sentido. Sheila, é muito importante. No plano de metas está escrito que nós temos que prever, eu deveria prever, viabilizar 40 km de corredor. Eu estou com 72 km de corredor.
Amador Bueno, Imirim, Itapecerica, Interlagos, o BRT Radial Leste já deu início. Já estou com a obra da ponte Pirituba-Lapa em andamento, a extensão da Raimundo Pereira de Magalhães. Nós retomamos a obra do túnel Sena Madureira, que vai sair lá perto da Ricardo Jafet.
A duplicação da ponte Interlagos já está com início de obras. A extensão da Caldeira Filho, lá no Capão Redondo, que vai ligar até a M’Boi Mirim. Vou fazer, no meu próximo mandato, a extensão da José Luiz Sodemo Pinote, lá na zona leste, passando ali em São Miguel.
Ou seja, muitas obras para que a gente possa melhorar o fluxo. Como eu fiz na Santo Amaro. Vocês viram na Santo Amaro? Os ônibus ficavam um atrás do outro. Aquela obra até, eu sei que muita gente ficou chateada comigo, porque gerou trânsito. Mas você viu quando ficou pronta, que ficou linda? Linda! E é assim que a gente quer nossa cidade.
Capacidade de investimento com obras. Agora os ônibus, eles ultrapassam, você ganha tempo. Eu fiz também o transporte hidroviário, já na empresa, na represa Billings. E no meu próximo mandato, fazendo a represa Guarapiranga.
Guilherme Boulos
Olha, gente, o Ricardo Nunes, ele sempre está fazendo, está fazendo. Ele está há três anos e meio e não fez. Por que foi fazer agora, no tempo da eleição? Por que não fez, quando estava lá como prefeito? Essa é que é a questão. 40 quilômetros de corredores, entregou quatro, que já tinham sido começados antes do mandato dele, que o Itaquera-Cidade Líder.
Eu vou fazer a duplicação da M’Boi Mirim. Você que é da região, pode anotar e me cobrar depois. Eu vou fazer a ponte Graúna-Gaivote, que ele diz que está fazendo, está fazendo. Tem um projeto no papel. Eu vou fazer ela. Aí no Grajaú, para desafogar a Belmira.
A gente vai fazer as obras de corredor na Radial Leste, na Aricanduva, onde precisa para você da zona leste. Agora, Ricardo, já que você disse que vai aproveitar a sua réplica para poder responder, eu até te lembro que, além da resposta de por que você indicou o cunhado do Marcola para a Secretaria de Obras, você tem uma resposta pendente se você aceita ou não abrir o seu sigilo bancário, como eu já disse que é, de todas as suas contas.
Ricardo Nunes
Ô Guilherme Boulos, meu sigilo bancário já é aberto, está aberto, está à disposição. Eu não tenho nenhuma investigação, nunca fui condenado, nunca fugi da Justiça, igual você. Você ficou seis anos fugindo do oficial de justiça naquela ação de depredação do Pinheirinho, jogou pedra na viatura, foi preso.
E aí o oficial de justiça não achava ele. Aí prescreveu. Então...
Guilherme Boulos
[Candidatos se aproximam] Tudo bem?
Ricardo Nunes
Você tá bem?
Guilherme Boulos
Eu estou bem, e você? Tudo firme?
Eduardo Oinegue
Vamos lá. Silêncio, por favor.
Ricardo Nunes
Você não vai me intimidar, sabe por quê?
Guilherme Boulos
Não, jamais…
Ricardo Nunes
Porque eu vim da periferia, do Parque Santo Antônio, não tenho medo de nada, rapaz. Só de Deus.
Eduardo Oinegue
Por favor, gente. Por favor, respeita quem está assistindo na televisão. Por favor, silêncio. Silêncio. Silêncio.
Ricardo Nunes
Vamos lá. Olha, o que acontece? A ponte Graúna-Gaivotas só está faltando sair o LAP, que vai sair semana que vem, já vai para a licitação, porque o projeto já está tudo pronto.
Você quer invadir até as coisas que eu estou fazendo? O BRT Aricanduva já está com o edital na rua, vai abrir os envelopes. Eu acho que você vai acabar votando em mim, porque tudo que eu já estou fazendo, você disse que vai fazer.
E com relação a esse tema, deixa eu falar uma coisa para você, gente. Um funcionário que entrou em 1988 para o concurso na gestão da Erundina, que hoje trabalha na prefeitura há tantos anos, desde 88, a irmã dele, que eu nunca vi, morreu há 22 anos.
Você vem trazer isso para fazer o sofrimento da família. Guilherme, 22 anos a mulher morreu e você queria dizer que ela era casada com o tal do Marcola. Por favor, respeite a família das pessoas, a memória das pessoas. É chato isso, né? É chato.
Eduardo Oinegue
E assim chegamos ao final desse segundo bloco. Hora de um rápido intervalo. E na volta, mais uma rodada de confronto direto entre os candidatos. Olho no voto, Band Eleições 2024.
Eduardo Oinegue
Voltamos ao vivo com o primeiro debate deste segundo turno entre Ricardo Nunes e Guilherme Bolo.
Eu lembro que este programa também é exibido ao vivo pela BandNewsTV, pela Rádio Bandeirantes, pela BandNews FM, além dos nossos canais digitais. Nesse bloco, mais um confronto direto entre os candidatos, com 12 minutos pra cada um, com administração de tempo livre.
Quem começa com a palavra, dessa vez, é o candidato Guilherme Boulos. Por favor, candidato.
Guilherme Boulos
Vamos lá. Ricardo, espero que você esteja tranquilo, que sua equipe fez aqui no intervalo um escarcéu danado, com medo de se aproximar e tal. Vou manter aqui a distância para você não se assustar. Mas queria, só para reforçar aqui a pergunta, e você respondeu de maneira meio torta, você topa mesmo abrir o sigilo bancário da sua conta do Santander, das contas de todas as suas empresas? Se topar, a gente já chama o advogado no fim do debate, assina, eu abro o meu, abro o seu amanhã. Está certo isso?
Ricardo Nunes
Rapaz, eu não sou investigado em nada, eu tenho uma vida absolutamente limpa, eu sou empresário, sou casado há 27 anos, pai de três filhos, minha esposa está ali, meu filho e minha filhinha, meu filho Ricardo Nunes, filho que me deu a honra o Guilherme, de ser vovô do Ricardinho Nunes Neto.
Você é pai, você sabe do quanto que isso é alegre. Deixa eu te contar uma coisa, eu sou cristão, temente a Deus, a minha vida é de correção, correção. Por isso que na minha vida toda eu combati corrupção. Você sabe que na Câmara Municipal eu presidi uma CPI, a CPI da sonegação tributária, que eu recuperei naquele ano de 2019, 1,2 bilhões, junto com meus outros colegas vereadores.
Pedimos o indiciamento de 99 diretores de banco. Tenho absolutamente nada, nada, nada de errado na minha vida, nada. Então, se você quer ser policial, você precisa pensar no concurso, porque para prefeito você não vai ser não.
Guilherme Boulos
Ricardo, não é piadinha que vai resolver isso, só para eu entender mesmo, acho que isso é importante para as pessoas, porque apesar de você dizer tudo isso, eu entendo. Independente de todos nós termos família, mas quando a gente vai para a vida pública, a gente se sujeita ao escrutínio público, à avaliação das pessoas.
Você foi para a vida pública e se sujeita a isso. Eu digo isso para as minhas filhas sempre e preparo elas para isso. Então, para a gente ter as coisas muito claras, porque você é investigado no tema da máfia da creche.
Ricardo Nunes
Não sou investigado.
Guilherme Boulos
É, Ricardo…
Ricardo Nunes
Não sou investigado.
Guilherme Boulos
Tem o tema das obras emergenciais, o Ministério Público está apurando, contratos sem licitação, favoreceu o seu compadre, tem um monte de coisa, Ricardo. Superfaturamento de água, superfaturamento até para a população em situação de rua, de marmita na sua gestão. Gente, deem um Google.
Deem um Google. Ricardo Nunes, superfaturamento, obra emergencial. Ricardo Nunes, cunhado, PCC. Deem um Google. Então, objetivamente, porque senão parece que é... Fico dito pelo não dito. Então, você abre seu sigilo bancário? Para a gente ficar claro.
Podemos fazer esse trato aqui hoje no debate? Não é questão de polícia. É abrir.
Ricardo Nunes
Minhas contas já são abertas…
Guilherme Boulos
É questão de transparência com a população.
Ricardo Nunes
As minhas contas já são abertas. Se você quer criar um factoide, vamos falar da cidade. Vamos falar da cidade. Explica aqui, Guilherme Boulos, por exemplo, por que você não fez nenhuma lei para alterar a questão da Enel?
Por que você está defendendo a Enel? Você podia explicar qual é a sua opinião sobre a questão de impostos? Porque a bancada do PSOL, eu mandei vários projetos para a Câmara para reduzir impostos. Eu reduzi impostos e aumentei arrecadação. Olha o que é saber fazer gestão. Por isso que a experiência pesa, Guilherme.
Por isso que a experiência pesa. Por isso que eu estou bem na pesquisa, você está mal, e você fica falando essas coisas aí, todo desconectado, e não sabe o que é governar. Não tem experiência, nunca governou nada, nunca fez gestão de nada, a não ser de invasão. Eu queria saber de você.
Impostos. Eu mandei projetos para a Câmara para reduzir o ISS. Sabe aqueles aplicativos que a gente usa para chamar um iFood, um táxi, um aplicativo? Sabe quando você tem a sua Netflix? Todos esses impostos eu reduzi para 2%, de 5% para 2%.
E o PSOL votou contra. Por que vocês estão a favor de aumentar impostos? A gente precisa reduzir impostos para movimentar a economia, gerar emprego e renda.
Guilherme Boulos
Vamos lá, gente. Só para deixar claro e para a gente poder discutir a cidade, que é importante, eu perguntei uma, duas, três vezes. E o cidadão não quer abrir o sigilo bancário. Eu acho que fica claro. Quem não deve, não teme. Quem deve, teme.
Ricardo Nunes
Não temo nada.
Guilherme Boulos
Agora, dito isso, Ricardo, vamos falar de cidade. Já que você quer falar de cidade, primeiro deixar claro, no meu governo não vai ter um aumento de imposto. Na cidade de São Paulo, até porque não precisa. São Paulo tem dinheiro, tem o maior orçamento da história, o que falta é prefeito. E esse problema eu conto com o seu apoio no 50, no dia 27, para a gente resolver nas urnas.
Eduardo Oinegue
Por favor à plateia, silêncio.
Guilherme Boulos
Falando sobre a cidade, Ricardo, o problema da saúde hoje é grave, é um dos temas mais graves da população. Eu estou propondo poupar tempo da saúde. Eu queria te fazer uma pergunta muito objetiva. Não fuja, como de outras que você fugiu no debate aqui. Quem vai hoje numa UBS procurar remédio, encontra remédio?
Ricardo Nunes
Encontra remédio.
O orçamento da saúde era de R$ 10 bilhões, eu elevei pra R$ 21 bilhões.
Na LOA (Lei Orçamentária Anual) aprovada para 2024, o orçamento para a função orçamentária da saúde foi de R$ 19,1 bilhões. Já quando Nunes assumiu a prefeitura, em maio de 2021, o orçamento era de R$ 12,4 bilhões — ou R$ 14,3 bilhões, em números corrigidos pela inflação. Foram gastos naquele ano R$ 14,5 bilhões com a função saúde — o que equivale a R$ 16,7 bilhões, em valores corrigidos pelo IPCA. Como os números diferem dos citados pelo prefeito, a declaração foi considerada imprecisa.
Sabe quantas UPAs eu entreguei? Vou te contar uma coisa, até a gestão do Haddad eram três UPAs. Hoje, são 30.
O Bruno [Covas] e eu entregamos muitas UPAs. E só eu entreguei 19.
Nunes exagera o número de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) inauguradas em sua gestão. Questionada pelo Aos Fatos no início de setembro, a Secretaria Municipal de Saúde enviou uma lista de 18 unidades que teriam sido entregues pelo prefeito. Três delas, no entanto, foram inauguradas antes da atual gestão: a UPA Jabaquara, a UPA 24h Vera Cruz e a UPA Santo Amaro. A partir de meados de setembro, o prefeito passou a contabilizar mais uma unidade na lista: a AMA (Assistência Médica Laboratorial) Jardim Helena, na zona leste, que foi reformada e transformada em UPA.
E esse ano entrego mais duas, Sapopemba e Lapa. E vou fazer mais 15 no meu próximo mandato. E vou fazer mais 25 UBS no próximo mandato. Tem que saber fazer gestão. Só pra vocês terem uma ideia, uma UPA pra construir custa R$ 10 milhões. O custeio, R$ 5 milhões por mês. Imagina quem nunca fez gestão de nada, vai conseguir fazer gestão de uma cidade desse tamanho. Então o que a gente precisa é dar resposta dele porque que o PSOL votou contra a redução de impostos que ele não responde.
Guilherme Boulos
Olha, essa experiência sua, Ricardo, cheia de suspeita de corrupção, incompetência que deixou a cidade 3 anos abandonada, essa eu quero longe de mim. Pode guardar para você, para a sua história, depois que você for ex-prefeito, a partir do ano que vem. Agora, você que está assistindo a gente, pessoal, vocês ouviram o que ele falou?
Que quem vai para o UBS encontra remédio. Você que precisa ir para o UBS, você encontra o seu remédio? Eu deixo você julgar. Eu não vou aqui nem trazer os dados, as questões, os casos. Você julga. O que eu mais ouço na cidade é que tem UBS que nem dipirona tem.
As pessoas não encontram o básico, não é? Mas, enfim, você que avalie se o que ele está dizendo é verdade ou não. Mas te faço uma outra pergunta. Vamos falar de cidade, vamos continuar falando de saúde, Ricardo. Quanto tempo, em média, as pessoas que precisam de uma cirurgia e de uma consulta com especialista demoram hoje na cidade de São Paulo?
Responde falando para essas pessoas.
Ricardo Nunes
Vamos lá. Você sabe que, na época do PT, quando governava a cidade, vocês fizeram 10 propostas. Só realizaram uma, nove não foram atendidas e isso é relatório do Tribunal de Contas do município. Olha o que o PSOL faz na sua gestão.
Eles elegeram cinco prefeitos. Sabe quantos do PSOL foram reeleitos? Nenhum. A Prefeitura de Belém, o prefeito lá, 75% de rejeição, não fez nem 10% na eleição. Falar é fácil. Eles não sabem administrar, não têm experiência.
Por isso que eu falo. É a experiência aqui contra a inexperiência lá. O que a gente fez na saúde e que eu vou continuar fazendo, o Paulistão da Saúde, um em cada região da cidade, vai ser sensacional, gente. O Paulistão da Saúde, que eu já estou fazendo o primeiro ali na zona norte, que tem o Hospital Dia, o Centro para Mulher, o Centro para Idoso, Centro de Tratamento Oftalmológico, Centro de Tratamento Odontológico, o programa que eu estou fazendo na escola, o oftalmológico, 350 mil alunos fazendo o exame para poder ter o seu óculos.
A gente está pegando e fazendo, levando lá na escola, o oftalmologista e dando óculos para as crianças. E olha que coisa, 20% dos nossos alunos estão precisando de óculos. Quanto que é importante e quanto a gente está avançando na saúde.
Guilherme Boulos
Gente, ele não respondeu. As pessoas esperam, em média, cinco meses para ser atendido. Em média. Você que está nos assistindo, eu já ouvi tantos e tantos casos de gente esperando mais de um ano. A cidade da fantasia, da propaganda do Ricardo Nunes é maravilhosa.
Na vida real, a gente sabe, você sabe, que a vida é outra, que a realidade é outra. Eu tenho o maior orgulho, inclusive, de ter ao meu lado, está aqui no estúdio, a Marta Suplicy, que fez o céu, fez o bilhete único, fez muita coisa e legado nessa cidade.
Uma grande prefeita, é minha vice hoje. E vai emprestar essa grande experiência dela, junto com o time que a gente montou, com uma equipe extraordinária, para fazer o melhor governo da história de São Paulo. O que está em jogo, Ricardo, não é, nessa eleição, experiência ou inexperiência.
O que está em jogo nessa eleição, e você que está assistindo sabe, é deixar como está ou mudar. Quem acha que a cidade está maravilhosa, excelente, quem concorda com tudo que ele está dizendo aí, porque para ele não tem fila na saúde, para ele todo o B.S. tem remédio, para ele está tudo nas mil maravilhas, para ele a Prefeitura está fazendo tudo certo na poda de árvores, você liga para um 566 e é atendido, ele não tem nada a ver com o que você sofreu nos últimos três dias no apagão.
Isso é o que ele vende. Quem acha, quem concorda com isso, está com ele. Quem acredita que São Paulo tem que mudar e está disposto a enfrentar esse sistema podre que se montou na Prefeitura desde o Dória, e que ele representa, eu não sei nem, na verdade, quem manda.
Porque parece que não é você. Eu acho que tem ali, representa esse consórcio e vai juntando um time. É uma coisa meio esquisita essa tua gestão. Acho que é a percepção de muita gente também na cidade de São Paulo. Mas vou te fazer uma outra pergunta.
Vamos continuar falando de saúde, Ricardo. Você sabe que o câncer é um tema grave e as pessoas não podem esperar. Por que hoje, na sua gestão, mais da metade da fila do câncer na cidade de São Paulo está esperando há cinco ou seis meses?
Ricardo Nunes
Gente, o deputado não sabe nada. Deixa eu explicar para vocês. A Lei 8080 que instituiu o SUS, ele divide a saúde em alta, média e baixa complexidade. A questão do tratamento oncológico é de alta complexidade. Nem compete a Prefeitura. Mas, tendo em vista a importância, até porque o Bruno faleceu de câncer, meu pai, eu perdi de câncer.
E o Bruno, quando estava internado no Cire, ele falava, eu queria que as pessoas mais pobres tivessem o tratamento que eu tenho. O Bruno faleceu no dia 16 de maio de 2021. No dia 16 de maio de 2022, eu inaugurei o Centro de Alta Tecnologia Oncológica Bruno Covas. Lá nós temos 10 mil consultas por mês, faz 4 mil exames e 400 cirurgias.
E a cirurgia lá, sabe como é que faz? Igual faz no Einstein. Tem robô, tem PET scan. E sabe quem faz? O Einstein, que faz a cirurgia lá. São os médicos do governo que eu fiz. Aliás, eu queria saber, Guilherme Boulos, você é contra as U.S. na saúde.
Podia explicar isso aqui para as pessoas. Porque o Hospital do Menino Jesus é feito gestão pelo Ciro Ibanez. E o Hospital Menino Jesus foi escolhido como um dos oito hospitais melhores do mundo. Como é que você vai fazer com a saúde, tirando as OS [organizações sociais] da saúde.
Guilherme Boulos
Não, eu não vou tirar as OS da saúde, não. Eu só vou fiscalizar o que você não fez e deixou cada uma fazer do seu jeito. Cada uma é um SUS, cada uma faz de um jeito diferente. Um lugar não tem médico, outro lugar tem. Então, eu vou fiscalizar e garantir que você já tem que ter um prefeito forte.
Você, às vezes, aqui vem no debate, até tropeça, gagueja. Eu imagino você numa mesa com a Enel, na mesa com as OS. Não dá conta, Ricardo, não segura. Isso é importante. Agora, vocês viram, no mundo da fantasia dele é impressionante.
Eu ouvi de uma senhora, de um filho, melhor dizendo, que perdeu a mãe em São Mateus. Porque ela fez diagnóstico, precisava fazer a biópsia. Quando a prefeitura chamou para fazer a biópsia, ela tinha falecido. A fila do câncer é brutal na cidade de São Paulo e você negou, por politicagem, ceder o terreno para o Hospital do Câncer com dinheiro que tem do governo Lula.
Não assinou ali na frente do Hospital São Paulo saber o que eu estou falando. Por politicagem, por briga política, porque agora você se aliou com o Bolsonaro e tal. Aliás, eu quero fazer essa pergunta para você, Ricardo, ainda na área da saúde. Eu vi um vídeo seu outro dia, você dizendo que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia.
Eu queria que você, olhando no meu olho, olhando no olho das pessoas, eu perdi pessoas queridas na pandemia. Muita gente também perdeu, familiares, amigos, pessoas queridas na pandemia. Você acha que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia?
Ricardo Nunes
Olha, Guilherme, deixa eu te explicar uma coisa aqui sobre essa questão do terreno para o hospital. Esse terreno está concedido. O que tem só é um ajuste. O Tribunal de Contas, você vê, é mal informado, não tem informação de nada. O Tribunal de Contas fez um ajuste porque tem que dar uma contrapartida para a Prefeitura de exame dessas coisas.
Nós temos terreno cedido para o governo federal. Lá do lado do terminal Santo Amaro, há anos não colocaram um tijolo. O que depender da Prefeitura de São Paulo para o governo federal trazer serviço para a cidade de São Paulo, não tenho dúvida nenhuma. Eu tenho falado muito com o ministro Padilha.
Tudo que precisa, pode checar com ele. Eu não misturo as coisas. O interesse da cidade de São Paulo sempre está em primeiro lugar. Não tenho dúvida nenhuma com relação a isso, Guilherme. Nenhuma.
Guilherme Boulos
Bom, você não está falando a verdade. Perguntem para a reitora da Unifesp. Perguntem para…
Ricardo Nunes
Eu falei com a reitora.
Guilherme Boulos
Você não cedeu.
Ricardo Nunes
Eu falei com a reitora. É que você procurou… Só um momento para explicar…
Guilherme Boulos
Você está me interrompendo, Ricardo. É que você procurou a reitora que saiu. Ricardo, o meu tempo está correndo e você está falando. É que você não está falando a verdade. Você não tem disciplina nem na relação no debate. Pelo amor de Deus. Tenha respeito. Então, vamos lá. Silêncio. Porque é isso.
É isso, gente. Posa de bom moço, ataca o outro de extremista. Tem um monte de coisa complicada na história e na vida. Posa só de bom moço. Às vezes sai, às vezes solta. Mas você não respondeu a minha pergunta. Você acha que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia?
Ricardo Nunes
Olha, a pandemia foi algo que muita gente acertou muita coisa e errou muita coisa. Sabe que eu tenho orgulho, Guilherme? De que a cidade de São Paulo eu dei continuidade naquilo que o Bruno vinha fazendo.
A cidade de São Paulo se tornou a capital mundial da vacina.
Nunes se refere a uma reportagem da Forbes publicada em janeiro de 2022, intitulada “Como São Paulo se tornou a ‘capital mundial da vacina’”. O texto exalta o avanço da imunização na cidade, mas não faz comparações com metrópoles de outros países. Aos Fatos identificou ao menos duas cidades com taxas de vacinação maiores do que São Paulo: em setembro de 2021, por exemplo, quando a capital paulista tinha 75,1% da população adulta totalmente vacinada, a capital chinesa, Pequim, já tinha 97% dos adultos imunizados. Em outubro de 2021, a capital da Austrália, Canberra, se aproximava de 100% da população vacinada e disputava o título de cidade com maior taxa de imunização do mundo.
Só tinham 20 hospitais em São Paulo, hoje tem 30. Foram abertos 10 hospitais. Aqui não faltou enfermaria para ninguém. Aqui não faltou oxigênio para ninguém. As vacinas que o governo federal enviou para nós, nós distribuímos as nossas 472 UBS da época. Hoje já temos 475. Eu quero te dizer o seguinte.
Eu tenho muito orgulho da minha equipe da Secretaria de Saúde de tudo que desenvolveram. O secretário Edson Aparecido está ali. Era o secretário da Saúde da época. Todo dia, às 5 horas da manhã, eu falava com ele. E a gente conseguiu dar conta do recado. Uma situação que passou há cinco anos. Mas a cidade de São Paulo fez o que tinha que ser feito. E a gente lamenta, infelizmente, muitas pessoas que morreram.
Guilherme Boulos
Você não teve coragem de dizer diante dessas pessoas o que você disse. Então eu vou subir o vídeo na minha rede social dele dizendo que o Bolsonaro fez tudo certo e tal. Bolsonaro que debochou da dor das pessoas. Mas você falou da vacina aqui, né? Vamos ver se você também vai desdizer ou se vai ter coragem de dizer você declarou agora nessa eleição um pouco antes do primeiro turno que se arrepende de ter sido a favor da obrigatoriedade da vacina? Você nesse segundo turno continua contra a vacina ou já mudou de posição de novo?
Ricardo Nunes
Olha, pessoal, você está aí em casa. A gente está para discutir a cidade. Ele fica aqui trazendo esses temas. Mas olha o que acontece. É mais um tema que ele, mais uma vez, mente. O que eu falei, e a gente tem que ter a humildade de ver quando a gente acerta e quando a gente erra, é de obrigar o passaporte da vacina.
Da vacina, não. A vacina, as pessoas têm que tomar. São Paulo se tornou a capital mundial da vacina. Nós estamos batendo todos os índices com relação ao PNI, Plano Nacional de Imunização. A questão que eu falei é do passaporte. Imagina você ter que ter um documento para ir em uma missa, ir em um culto. Ter que apresentar um documento para entrar em um restaurante.
Isso que eu acho que não tem sentido, porque nós nos tornamos a capital mundial da vacina. É só isso. Agora ele fica criando fatos. Eu queria falar da cidade. Responde aqui por que o pessoal votou contra reduzir impostos. Você sabe que tem pessoas ligadas a você que têm apelido voltado com a questão de impostos, de taxas.
Eu eliminei taxa. Eliminei taxa, reduzi impostos, aumentei o orçamento, gerei emprego e renda. Por que vocês são a favor de aumentar impostos e criar taxas?
Guilherme Boulos
Eu lamento, Ricardo, que no alto da sua arrogância, você até ataque a ex-prefeita Marta Suplicy.
Ricardo Nunes
Não, não estou falando da Marta.
Guilherme Boulos
Que foi sua secretária e só rompeu com o seu governo porque você se aliou com o Bolsonaro e ela tem caráter e princípios e não aceitou isso. Lamento.
Eduardo Oinegue
Por favor, eu queria pedir à plateia que, em respeito a quem está falando, só um minutinho. Impressionante. Vocês veem, né gente? Só um minutinho. Eu queria pedir a plateia que, por favor, não se manifestasse em respeito a quem está assistindo o debate. Muito obrigado. Desculpe candidato, pode seguir.
Guilherme Boulos
Não, assim, você vê o nível da coisa. O Ricardo não tem posição firme, né, gente? Ele diz uma coisa, ele diz disso. Ele diz outra, ele diz disso. Não transpira confiança, não passa confiança.
Olha no olho, de verdade. Ricardo, as suas posições, a posição não pode ser negociada porque você aliou com o Bolsonaro e aí você vira papagaio repetidor do Bolsonaro. Aí depois você acha que não precisa dele e aí você começa a defender outra coisa.
Você precisa ter firmeza. Para ser prefeito de uma cidade como São Paulo, você entrou como vice, você não foi eleito. Para ser prefeito de uma cidade como São Paulo, precisa ter firmeza. Isso é importante. As pessoas valorizam isso.
Ricardo Nunes
Guilherme, vamos falar da cidade aqui. Olha, o que é importante, gente? Eu estou falando aqui um tema importante. Reduzir impostos, eliminar taxas. O PSOL votou contra o projeto. Todos esses impostos que eu falei para vocês. Foi falado aqui pela Thaís a questão das pessoas em estação de rua.
Eu mandei um projeto para a Câmara para criar as vilas Reencontro. Para criar o armazém solidário que vende alimentos de qualidade com até 50% de desconto para as pessoas que estão no CadÚnico. Eu mandei para a Câmara o projeto para revitalizar o centro. Por que eu estou te contando isso?
Todos esses projetos o PSOL votou contra. Eles são daquele tipo quanto pior, melhor. Que faz uma ação para o governo não avançar, não atender as pessoas. Por que o PSOL votou contra, Guilherme? A Vila Reencontro votou contra o armazém solidário? Votou contra a redução de impostos?
Guilherme Boulos
Ricardo, você fala que quer falar da cidade, aí você vai lá e fala de Belém. Fala do partido. É impressionante. Não, é o PSOL daqui. Você quer falar de partido? Eu posso falar de um monte de coisa do MDB, meu. Falar de partido? Eu posso falar de um monte de coisa do MDB, meu caro.
Só não vou falar porque o Baleia Rossi está ali e vai ficar bravo. Mas é de estarrecer. De estarrecer o que tem de coisas do seu partido no Brasil inteiro. As pessoas podem pesquisar de escândalos de corrupção, dentre os quais, inclusive, aqui na Prefeitura de São Paulo, eu trouxe alguns no seu governo.
Agora, se a gente quer falar de cidade, vamos falar de cidade, certo? Um tema importante na segurança pública é a maneira como se trata os cidadãos de maneira igual. Eu sou daqueles que acredito que segurança pública tem que ser dura no combate ao crime, mas tem que tratar os cidadãos de maneira igual e correta.
Guilherme Boulos
O seu vice, coronel da Rota, já disse que é preciso tratar diferente o morador da periferia e dos Jardins.
É verdade que o coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL), candidato a vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes, já deu declarações defendendo que os policiais devem abordar de forma diferente moradores da periferia e dos Jardins, bairro nobre da capital paulista. Em entrevista ao UOL em 2017, Araújo defendeu que “o policial tem que se adaptar àquele meio que ele está naquele momento” ao comparar a forma como os agentes devem falar com quem vive na periferia e em regiões mais ricas. De acordo com o então comandante da Rota, a diferença seria necessária para garantir que o agente fosse respeitado.
Pra ele na periferia no Capão Redondo na cidade de Tiradentes é chave de braço, é porrada. No Jardins é bom dia doutor. Você concorda com esse tipo de abordagem de segurança urbana? O tema urbano é que o seu vice defende ou você discorda do seu vice?
Ricardo Nunes
Olha, Guilherme, em todos os debates, você vem trazer esse tema do coronel Melo que está aqui, nos acompanhando, está ali. Eu queria falar com vocês agora. Sabe por quê? Eu já estava com a família de um, de outro. Eu vou contar um negócio para vocês. O coronel Melo Araújo prestou mais de 30 anos de serviço para a Polícia Militar.
Saia da sua casa, colocava a sua farda para defender a vida de terceiros. Ele recebeu a medalha Cruz de Sangue. Sabe quem recebe a medalha Cruz de Sangue? É quando o policial está numa ação e ele é alvejado com um tiro. Ele é alvejado com um tiro.
Ele estava numa ação que tinha uma mulher sendo refém, com crianças, o filho no colo. Um policial entrou, o ladrão, o bandido, matou o policial, mesmo assim ele entrou, tomou um tiro e salvou aquela pessoa. Se ele abrir a camisa ali, Boulos, agora, até não sei se poderia lhe mostrar, se ele abrir a camisa aqui, ele é rasgado de ponta a ponta, porque tinha uma criança que estava nadando, estava se afogando no local cheio de madeira, mesmo assim ele pulou, a madeira pegou e quase perdeu a vida.
São pessoas igual o coronel Melo da Polícia Militar e a Polícia Militar que ele não gosta. O problema dele não é com o coronel Melo, o problema dele é que ele não gosta da polícia. A vida inteira correu de polícia, depredou. O que eu falei aqui anteriormente sobre a questão da Câmara Municipal do PSOL, é a votação aqui, não é do PSOL lá de fora, é da votação aqui, votaram contra.
Explica aí como é que você é tão cruel de querer falar das pessoas que deram a sua vida para proteger a sociedade.
Guilherme Boulos
Olha, primeiro quem corre de polícia é quem está na máfia da creche. É quem rouba dinheiro público. em relação a história tal não conheço a história pode ser real sem problema nenhum agora eu queria saber da história dos familiares das oito pessoas que o Coronel Melo responde por homicídio quando estava na rota. Mas você não respondeu a pergunta. Você defende que a polícia trate diferente o morador da periferia dos Jardins como ele disse ou você discorda do seu vice.
Ricardo Nunes
Deputado Guilherme, eu venho da periferia. Eu não mudei pra lá por uma questão de oportunismo. Eu vim do Parque Santo Antônio. Eu tenho melhor das impressões é o que eu estou fazendo com relação a poder dar pros jovens a oportunidade que era aquilo que eu sonhava quando eu estava lá no Parque Santo Antônio. É obviamente que tem que tratar todo mundo com respeito. Agora não existe nada dessa questão que você está falando com relação ao coronel Melo que não responde a nenhum inquérito. Absolutamente nenhum.
Guilherme Boulos
Bom, vai subir agora na minha rede social o vídeo da declaração do coronel Melo dizendo que tem que tratar diferente quem mora na periferia, no Jardins. Aí você perguntei uma, perguntei duas, perguntei três vezes e ele não respondeu num num sei se deve concordar com o vice. Não teve coragem de dizer pra você que é morador da periferia.
Ricardo Nunes
Olha, o que eu estou falando é que o problema do Guilherme Boulos não é com o coronel Belo Araújo não. Que eu já falei a história dele aqui. Ele não gosta é da polícia. É isso. E a gente precisa de segurança.
Guilherme Boulos
Eu vou dobrar a guarda civil metropolitana, coisa que você não fez.
Ricardo Nunes
Vai dobrar? Só uma coisa pra vocês. Olha como o nosso deputado é desinformado. Ele falou que agora esse efetivo metropolitano do Rio é o dobro, né? Daqui do efetivo. Lá é desarmada. Aqui a nossa Guarda Civil é armada. Como é que você vai justificar você ser contra a operação delegada.
Guilherme Boulos
O Ricardo Nunes é tão confuso que ele não entendeu. Eu não falei que a guarda é o dobro. Eu falei que a população de São Paulo é o dobro da do Rio e a guarda lá é maior. Não é? A guarda aqui é armada e no meu governo vai continuar armada.
Ricardo Nunes
Você já havia falado que a Guarda Metropolitana do Rio é o dobro daqui, é o dobro mas é desarmada, é isso.
Guilherme Boulos
Gente, eu não sei o que é isso. Mas, enfim, o que eu disse é que a população de São Paulo é o dobro da do Rio. Tem uma Guarda um pouco maior, não é o dobro, são uns 300 homens. Por isso, nós vamos dobrar o efetivo da Guarda em São Paulo, tratando igual quem mora na periferia e nos Jardins.
Eduardo Oinegue
Com os tempos esgotados, se encerra o segundo confronto direto. Chegou a hora das considerações finais, com dois minutos para cada candidato. Não há imposição de tema, naturalmente, mas é bom que os candidatos saibam que durante todo o debate, a sala digital da Band acompanhou as buscas no Google ligadas à eleição de São Paulo e a produção reuniu os cinco temas que mais mobilizaram as pessoas.
Os candidatos podem conferir no telão. São eles: apagão, educação, saúde, segurança e emprego. Caso queiram incluí-los na fala final, por favor, fiquem à vontade, candidatos. Na ordem invertida do início do debate, quem começa agora é o candidato Ricardo Nunes.
Ricardo Nunes
Muito bem. Muito obrigado a você que nos acompanhou até esse momento. Agradecer ao deputado Guilherme Boulos, à plateia aqui que me acompanha, à plateia que acompanha o Guilherme Boulos, a Bandeirantes. Nós estamos próximos da decisão do futuro da cidade, de quem vai governar São Paulo pelos próximos quatro anos.
Acho que aqui ficou muito claro quem tem experiência e quem é inexperiente, quem tem equilíbrio e quem é extremista, quem zela pela ordem e quem é a favor da desordem. A questão da segurança, por exemplo, é que são contra a operação delegada, já teve artigos do partido dele falando com relação à desmilitação, acabar com a polícia militar.
Eu sou a favor de uma polícia armada, por isso que eu coloquei dois mil guarda-civis metropolitanos a mais e vou colocar mais dois mil no meu próximo mandato. A minha parceria com o governador Tarcísio, essa união é fundamental para avançar na segurança, avançar na habitação e é por isso que eu estou fazendo o maior programa habitacional da história da cidade.
Até o final do ano, 72 mil unidades entre as entregues, as em obras e as já contratadas. Hoje nós já temos o domingão tarifa zero, domingo não pagam passagem. A faixa azul, para salvar a vida de motociclistas, eu vou fazer mais 200 quilômetros de faixa azul. Todas as ações que a gente está fazendo, a alegria de ter, por exemplo, vaga de crédito para todas as crianças e a gente vai ampliar agora o ensino em período integral.
Eu cuidei da saúde financeira, eu fui presidente de entidades, empresário, vereador por dois mandatos, relator de orçamento várias vezes, vice-prefeito e prefeito. Essa experiência me permitiu fazer a gestão da cidade. Eu sei que tem muita coisa para fazer, tem muita coisa para fazer e nós vamos fazer.
Sabe por quê? Porque eu ajustei a saúde financeira da cidade. Nós temos capacidade de investimento, nós estamos com o menor índice de desemprego desde 2015 e é essa vontade, esse ânimo seu, meu, de fazer essa cidade avançar cada vez mais que eu peço o seu voto no 15, pela experiência e São Paulo no caminho seguro.
Eduardo Oinegue
Quem tem a palavra agora é o candidato Guilherme Boulos.
Guilherme Boulos
Sabe o que eles querem, gente? Que você tenha medo. Quando eles vêm e falam extremismo, radical, contra a polícia, o que eles querem é que você tenha medo, medo da mudança. Lembra que eles falavam a mesma coisa na eleição passada do Lula?
Se o Lula ganhasse ia fechar a igreja, kit gay. Aconteceu alguma coisa disso? Nada. Isso só revela o medo e o desespero de quem não consegue largar o poder, porque o poder para eles representa privilégios. O que está em jogo nessa eleição é o seguinte, se você acha que a saúde está tão boa como ele disse que está, se você concorda que vai no UBS e encontra todos os remédios, você concorda com ele.
Se você acha que São Paulo merece muito mais na saúde, alguém que cuide de verdade, que olhe para você, não só no tempo da eleição, eu te convido para a mudança nos 50 comigo e com a Marta. Ele fala, fala, fala de segurança, mas não respondeu se ele te aconselha a sair com o celular na rua tranquilo.
Não respondeu porque sabe que não é possível. Porque você que vive na São Paulo Real sabe que vomitar um monte de número aqui não resolve o nosso problema. Não torna a saúde melhor, não torna a cidade mais segura. Você que sofreu com a Pagão, comerciante que perdeu tudo, você que jogou tudo fora da sua geladeira, sabe que a São Paulo Real é diferente da propaganda do Ricardo Nunes.
Por isso, o que você vai decidir no dia 27 é se você quer deixar tudo como está ou se você quer mudar. Se você quer permitir que esse sistema podre desde o Dória permaneça ou se você quer renovação em São Paulo. Se você quer permitir que alguém que teve a chance e não fez só em tempo de eleição permaneça ou se você quer uma mudança de verdade que coloque a nossa cidade onde merece.
Por isso, eu peço seu voto no 50, dia 27.
Eduardo Oinegue
E assim chegamos ao fim de mais um encontro histórico. Você sabe que o primeiro debate é sempre na tela da Vande, como manda a tradição. Agradeço a presença dos candidatos Ricardo Nunes e Guilherme Boulos no nosso estúdio e a você que acompanhou até aqui em busca de informações para uma escolha mais consciente. Você acompanha agora o Jornal da Noite com a repercussão deste e de outros debates pelo Brasil afora. Olho no voto, Band Eleições 2024. Boa noite.