Jornal Nacional
Olá, boa noite. Nós vamos entrevistar ao longo desta semana os candidatos à Presidência mais bem colocados na pesquisa Datafolha de intenção de voto que foi divulgada no dia 28 de julho. Pela ordem determinada em sorteio, com a presença dos assessores dos partidos, Jair Bolsonaro, do PL, é o entrevistado de hoje. Amanhã, Ciro Gomes, do PDT; na quinta-feira, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT; e, na sexta-feira, Simone Tebet, do MDB.
Nós vamos abordar os temas que marcam cada uma das candidaturas. O tempo total dessa entrevista é de 40 minutos e, ao fim, o candidato vai ter um minuto para as considerações finais. Candidato Bolsonaro, boa noite, obrigada pela presença.
Eu agradeço também a sua presença, candidato. E o tempo começa a ser contado a partir de agora. Nós vamos começar a entrevista com um assunto que tem mobilizado os brasileiros. O senhor tem xingado ministros do Supremo Tribunal Federal, tem feito ataques sem prova nenhuma ao sistema eleitoral brasileiro.
O senhor chegou inclusive a ameaçar não ter eleição no Brasil, como se coubesse ao senhor decidir uma coisa dessas. Candidato, com franqueza, o que é que o senhor pretende ou o que é que o senhor pretendeu com isso? O senhor pretendeu, por acaso, criar um ambiente que, de alguma forma, permitisse um golpe contra o qual inclusive a sociedade civil se manifestou agora, com a divulgação de dois manifestos ou outros manifestos em defesa da democracia?
Jair Bolsonaro
Você não está falando a verdade quando fala em xingar ministro. Isso não existe. É uma fake news da sua parte.
É FALSA a afirmação de que Bolsonaro nunca xingou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Aos Fatos identificou xingamentos a pelo menos dois magistrados: Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Durante a manifestação do dia 7 de setembro de 2021, o presidente chamou Moraes de “canalha”. O xingamento foi repetido em julho de 2022 após o ministro prorrogar o inquérito que investiga as milícias digitais. Em relação a Barroso, Bolsonaro se referiu ao magistrado como “filho da puta” no dia 6 de agosto de 2021. Dias antes, ele já havia chamado o ministro de “criminoso” e “mentiroso” por suas posições contra o voto impresso.
Outra coisa, eu quero é transparência nas eleições.
Vocês com toda certeza não leram o inquérito de 2018 da Polícia Federal, que inclusive está inconcluso.
E aquela pergunta que eu sempre faço: se você pode botar uma tranca a mais na sua casa pra evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não? Então esse é o objetivo disso que eu tenho falado sobre o Tribunal Superior Eleitoral.
Em 2014, tivemos eleições. No segundo turno, o PSDB duvidou da lisura das eleições. E a conclusão da auditoria do PSDB: que as urnas são inauditáveis.
E só pra ficar bem tranquilo aqui, Bonner. Em 2018, houve uma denúncia de fraude e a senhora Rosa Weber determinou que fosse aberto um inquérito pela Polícia Federal para apurar a fraude. Que, obviamente, se houve fraude, eu ganhei, quem fraudou seria eu. A PF continua com a apuração. E quem informou o que eu vou te falar aqui para a PF foi o Tribunal Superior Eleitoral. Numa das páginas do inquérito, está assinado pelo chefe do TI do TSE, que hackers ficaram por oito meses dentro do TSE, inclusive com a senha de um ministro de nome Banhos, além de senhas de outros cinco servidores.
Imediatamente, a Polícia Federal pediu os logs, as impressões digitais do que ocorreu nas eleições de 2018. O TSE podia ter informado no mesmo dia, mas sete meses depois o TSE informou que os logs haviam sido apagados. Então a grande interrogação é exatamente essa daí.
Nós queremos evitar que dúvidas pairem por ocasião das eleições agora desse ano. Nada mais além disso.
Jornal Nacional
É curioso que o senhor se refira a esse episódio, porque o senhor inclusive foi acusado de ter divulgado informações sigilosas de investigações inconclusivas. Mas sobre a transparência que o senhor afirma defender das urnas, órgãos fiscalizadores como o Tribunal de Contas da União, Advocacia-Geral da União, associações de juízes, associações de juristas, associações de delegados da Polícia Federal, todos já atestaram a segurança das urnas eletrônicas. Eu vou além: a transparência e a segurança das urnas eletrônicas tem sido motivo de orgulho da maioria da população brasileira.
Agora, o senhor começou sua resposta afirmando que eu tinha cometido fake news. Em nome da verdade, o senhor xingou ministro do Supremo de canalha. O senhor fez isso com o microfone.
Jair Bolsonaro
E ele vinha fazendo contra mim...
Jornal Nacional
Mas, candidato, eu lhe perguntei qual era o seu propósito. Lembra a pergunta que eu fiz ao senhor? Qual era o seu propósito…
Jair Bolsonaro
Você falou ministro? Foi um ministro específico. Está refeita aqui a dúvida?
Após ser desmentido pelo apresentador William Bonner, por ter dito que nunca havia xingado ministros do Supremo, Bolsonaro afirma que só ofendeu “um ministro específico”, o que também não é verdade. Além de chamar Alexandre de Moraes de “canalha” em um discurso em São Paulo (SP), Bolsonaro também xingou o ministro Luís Roberto Barroso de “filho da puta”, ao conversar com apoiadores na cidade de Joinville (SC), em 6 de agosto de 2021. O vídeo foi postado nas redes sociais oficiais do presidente e, depois, apagado.
Jornal Nacional
Mas não, é que o senhor disse que eu cometi fake news. Só pra esclarecer. A pergunta que eu lhe fiz é: qual era o seu propósito ao xingar um ministro de canalha? E ameaçar, não permitir que as eleições fossem realizadas, se isso não lhe compete fazer? Não é uma atribuição do presidente da República, é uma atribuição constitucional.
Jair Bolsonaro
Quem vem sendo perseguido o tempo todo por um ministro do Supremo sou eu, num inquérito completamente ilegal.
Medidas que vinham sendo tomadas por esse ministro eram contestadas.
Lá atrás, inclusive, a procuradora Raquel Dodge deu um parecer pra que esse inquérito deixasse de existir. E continua existindo. A temperatura subiu.
Hoje em dia, pelo que tudo indica, está pacificado. Espero que seja uma página virada. Até você deve ter visto, por ocasião da posse do sr. Alexandre de Moraes, um certo contato amistoso nosso lá. E pelo que tudo indica, está pacificado.
E quem vai decidir essa questão de transparência ou não serão em parte as Forças Armadas, que foram convidadas a participar da Comissão de Transparência Eleitoral.
Fique tranquilo, Bonner. Teremos eleições. O ministro Alexandre Moraes acabou de assumir. Amanhã ele tem um encontro, pelo que me parece, um encontro com o ministro da Defesa para tratar desse assunto sobre transparência eleitoral. Eu tenho certeza que o ministro Alexandre de Moraes vai conversar e chegar a bom termo nessa questão de eleições. Agora precisei provocar pra que chegasse a esse ponto. Pode ter certeza que vão ter eleições limpas e transparentes no corrente ano.
Jornal Nacional
O senhor costuma dizer que defende a liberdade. Mas a impressão que dá quando a gente vê manifestações de apoiadores seus é de que nem todos têm a mesma percepção daquilo que o senhor defende, porque é muito comum vermos apoiadores seus defendendo medidas absolutamente inconstitucionais: fechamento do Congresso, fechamento do Supremo Tribunal Federal, o golpe militar, intervenção militar, com Bolsonaro. Essas coisas são ditas. Inclusive, tem uma frase que é muito ouvida também nessas manifestações por parte desses grupos, que é: eu autorizo. No entanto, o senhor não os desautoriza, candidato. Isso não é uma sinalização ruim dessa parcela de apoiadores?
Jair Bolsonaro
Você vê as manifestações nossas sem qualquer ruído. Uma lata de lixo sequer virada nas ruas. Eu considero como liberdade de expressão.
O artigo 142. Que que é artigo 142? É um artigo da Constituição que eu não entendo da maneira como alguns pouquíssimos entendem.
Quando alguns falam em fechar o Congresso, é liberdade de expressão deles. Eu não levo pra esse lado, né? E pra mim isso aí faz parte da democracia.
Não posso é eu ameaçar fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal.
Então, Bonner, eu não vejo nada demais, vejo como liberdade de expressão. Como alguns falam em AI-5, nem existe mais AI-5. Você querer punir alguém por ter levantado uma faixinha lá no meio da multidão, AI-5? Bom, isso aí é uma coisa que no meu entender não leva a lugar nenhum.
Jornal Nacional
O senhor disse algo muito importante ainda há pouco. O senhor disse, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, que teremos eleições, elas serão limpas e etc. Com o intuito de tirar esse estresse, tirar a intranquilidade desse momento eleitoral do Brasil, o senhor não quer aproveitar essa oportunidade diante de milhões de brasileiros pra assumir um compromisso eloquente de que vai respeitar o resultado das urnas, seja ele qual for?
Jair Bolsonaro
Seja qual for, eleições limpas serão, devem e têm que ser respeitados. Limpas e transparentes têm que ser respeitadas.
Jornal Nacional
Está atestado que as eleições brasileiras são limpas e são transparentes e que as urnas são auditáveis. Isto posto, eu lhe pergunto mais uma vez: o senhor vai assumir um compromisso diante de milhões de brasileiros de respeitar o resultado das urnas e estimular os seus seguidores a fazer o mesmo, candidato?
Jair Bolsonaro
Serão respeitados os dados das urnas, desde que as eleições sejam limpas e transparentes.
Quando você diz que são auditáveis, em 2014 não aconteceu isso. Tudo bem. Vamos botar um ponto final nisso?
É FALSO que não seja possível fazer auditoria nas eleições brasileiras. A Justiça Eleitoral permite que os sistemas de votação sejam requisitados para análise e verificação a qualquer momento. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é possível fazer auditorias antes e depois da eleição, dos códigos-fonte do sistema da urna eletrônica e da votação, por meio dos boletins de urna, que neste ano serão divulgados na internet no mesmo dia da apuração. As máquinas têm elementos que possibilitam a auditoria eletrônica: o Registro Digital do Voto, que tem a função de recuperar os sufrágios para recontagem eletrônica, caso seja necessário, e o log da urna eletrônica, arquivo do registro cronológico de todas as operações realizadas pelo software da máquina. Para embasar a alegação falsa, Bolsonaro usa o resultado de uma auditoria solicitada pelo PSDB, em 2014, para averiguar o resultado da eleição presidencial daquele ano, que concluiu não ter havido fraude.
Jornal Nacional
O senhor vai botar um ponto final?
Jair Bolsonaro
Vamos pra outra pergunta, outro assunto. Então, vamos respeitar.
Jornal Nacional
Então, nós temos uma declaração importante do candidato Bolsonaro assumindo publicamente o respeito ao resultado das urnas de outubro. Renata.
Pandemia, candidato. Os momentos mais dramáticos o senhor imitou pacientes de Covid com falta de ar. Sobre as mortes, o senhor disse: "E daí? Eu não sou coveiro". O senhor estimulou o uso e usou dinheiro público pra comprar medicamento comprovadamente ineficaz contra a Covid. O senhor desestimulou a vacinação. O senhor não teme ser responsabilizado, se não pelos eleitores, pela história?
Jair Bolsonaro
Olha, nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacina. Só não se vacinou quem não quis. Eu acho que vocês dois se vacinaram, comprada por mim. E em tempo bem mais rápido que outros países.
Que isso não tinha no mercado. Não poderia eu, num primeiro momento, por exemplo, falar que devíamos assinar certos contratos, como, por exemplo, com a Pfizer, onde a Pfizer não garantia a entrega da vacina.
A primeira vacina no mundo foi dada em dezembro de 2020. Em janeiro, nós já está vacinando no Brasil. Então, fizemos a nossa parte.
E o grande erro disso tudo foi um trabalho forte da grande mídia, entre eles a Globo, desestimulando os médicos a fazerem o tratamento precoce. Que isso é conhecido como uma liberdade do médico.
Quando algo é desconhecido, como até hoje é desconhecido, antes dos efeitos possíveis efeitos colaterais da vacina.
Desaconselhar, inibir, ameaçar, cassar o registro de médicos. Isso que foi errado feito durante a pandemia.
Jornal Nacional
Mas candidato, o senhor desestimulou a vacinação. Isso não tem nada a ver com liberdade. O senhor o senhor chegou a dizer que quem tomasse a vacina poderia virar jacaré. O senhor associou a vacinação ao vírus da AIDS. E mais: quanto às vacinas, a Pfizer esperou 93 dias por uma resposta quando a empresa procurou o governo pra tratar de vacina. A CoronaVac, o senhor desautorizou o ministro e chegou a suspender a compra da vacina.
Jair Bolsonaro
Não houve suspensão da minha parte.
Confrontado pelos apresentadores sobre o fato de ter ordenado a suspensão da compra da CoronaVac em outubro de 2020, o presidente nega ter pedido ao Ministério da Saúde que interrompesse as negociações para a aquisição do imunizante. Isso, no entanto, é FALSO. No dia 20 de outubro daquele ano, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello assinou um protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. No dia seguinte pela manhã, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro negou em suas redes sociais que o governo federal negociaria o imunizante: "A vacina chinesa de João Doria, qualquer vacina antes de ser disponibilizada à população, deve ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, disse em postagem, apesar de o governo federal já ter assinado um contrato de compra de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, que também não tinha divulgado até o momento dados sobre eficácia. Na tarde do mesmo dia, em visita a um centro militar, o presidente reforçou: "Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade". Em vídeo gravado ao lado de Bolsonaro no dia 22, por fim, Pazuello, que havia sido diagnosticado com Covid-19, afirmou: "Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece". Posteriormente, no entanto, o governo federal negociou a aquisição da vacina para a campanha de imunização contra a Covid-19.
A questão da Pfizer. No contrato da Pfizer estava escrito: não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral.
Outra coisa: a Pfizer não apresentou os efeitos colaterais.
Ao tentar justificar o motivo de ter atrasado a compra de vacinas contra a Covid-19 da Pfizer, o presidente diz que a empresa não havia apresentado quais eram os efeitos colaterais do imunizante. No entanto, o estudo de fase três, cujo objetivo é demonstrar a eficácia da substância analisada, foi publicado ainda em dezembro de 2020 e contava com a relação de eventos adversos observados. A vacina obteve o registro definitivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em fevereiro de 2021. Após a autorização, foi publicada a bula da vacina, que também contém informações sobre efeitos adversos. O governo federal, no entanto, assinou o primeiro contrato com a empresa somente em março daquele ano. A Pfizer havia enviado oito propostas para o Brasil entre agosto e dezembro de 2020, além de uma nona tentativa em fevereiro de 2021.
Daí eu usei uma figura de linguagem. Jacaré.
Jornal Nacional
Figura de linguagem?
Jair Bolsonaro
Sim.
Jornal Nacional
Você acha que é o caso de brincadeira isso?
Jair Bolsonaro
Isso faz parte da literatura portuguesa. Então brincadeira é, no momento difícil pro Brasil, a imprensa desautorizar os médicos pela sua liberdade de clinicar. Esse foi o grande problema.
E outra coisa: eu não errei nada do que eu falei sobre a pandemia.
Ao longo da pandemia de Covid-19, Bolsonaro deu várias declarações que se provaram erradas sobre a gravidade da doença, as medidas de proteção e a eficácia das vacinas. Ele defendeu o uso de medicamentos que não se mostraram eficazes contra a doença, como a hidroxicloroquina e a ivermectina. O presidente também foi contra o uso de máscaras e a adoção do isolamento social, medidas que a ciência demonstrou serem eficientes para conter a transmissão do vírus. O mandatário ainda afirmou diversas vezes que as vacinas aprovadas para uso no Brasil eram experimentais. Todos os imunizantes aplicados no país passaram por três fases de testes, quando tiveram segurança e eficácia comprovadas.
Eu falei nisso da pandemia que nós devíamos cuidar, tratar dos idosos, pessoas com comorbidade e o resto da população trabalhar. Isso eu falei. E não errei.
Hoje muitos países já falam que o lockdown foi um erro. Que as pessoas se contaminavam muito mais em casa do que nas ruas.
É FALSO que autoridades de diversos países afirmaram que as medidas de isolamento adotadas durante a pandemia de Covid-19 foram um erro. Em buscas na imprensa, Aos Fatos não encontrou qualquer declaração do tipo. Em junho de 2020, no entanto, o epidemiologista responsável pela estratégia de enfrentamento da pandemia na Suécia — que não adotou medidas de restrição tão severas e foi citada como referência por Bolsonaro à época — admitiu que ter ido na contramão do mundo pode ter causado mais mortes no país. O isolamento foi apontado por diversos estudos científicos como uma forma eficaz de conter a transmissão da Covid-19. Em julho de 2020, por exemplo, o British Medical Journal publicou uma pesquisa que mostrou que a abordagem levou a uma diminuição média de 13% na incidência de Covid-19 em 149 países ou regiões.
E outra coisa, se falava em fazer o que o lockdown. Lockdown um mês, dois meses no máximo pra achatar curva. Durou mais de um ano o lockdown. E até hoje continua gente falecendo por Covid. Ou seja, o lockdown serviu sim pra atrapalhar a nossa economia e contaminar mais pessoas ainda em casa.
Jornal Nacional
Candidato, mas as medidas socioeconômicas importantíssimas elas foram adotadas por governos no mundo inteiro justamente pra sustentar o fique em casa no pico da pandemia, fica em casa se puder. Pra que as pessoas pudessem proteger a própria vida e ao mesmo tempo receber um amparo econômico. Pra evitar o colapso dos hospitais, aliás como nós vimos em Manaus. Pessoas morrendo com falta de oxigênio por um erro de logística e gestão do seu ministro da Saúde.
Jair Bolsonaro
Negativo, negativo. Menos de 48 horas tavam chegando já cilindros lá em Manaus. Lá foi uma coisa atípica, anormal, que aconteceu de uma hora para outra. Menos de 48 horas cilindros começaram a chegar em Manaus. Fizemos nossa parte em Manaus.
O então governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), alertou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello que a falta de cilindros de oxigênio em Manaus era grave no dia 6 de janeiro de 2021. A distribuição efetiva de cilindros e a transferência dos doentes para outros hospitais ocorreu apenas a partir do dia 14, quando a crise ganhou projeção nacional. Dias antes, em 11 de janeiro, Pazuello esteve na cidade e promoveu o uso de medicamentos ineficazes contra a Covid-19.
Não faltou da nossa parte recursos bilionários pra governadores e prefeitos enfrentarem a Covid, construírem hospitais de campanha. Então fizemos a nossa parte. Raros países do mundo que fez algo melhor do que nós fizemos. E o resultado até o OMS reconhece. Isso daí, fizemos a nossa parte.
Jornal Nacional
O senhor mencionou 48 horas, o fato é que Manaus ficou uma semana, mais de uma semana, nove dias sem receber o apoio das pessoas com falta de oxigênio nos hospitais.
Jair Bolsonaro
Não é verdade isso.
Passaram-se oito dias entre o primeiro aviso sobre o colapso do sistema de saúde em Manaus, em 6 de janeiro de 2021, e a distribuição efetiva de cilindros de oxigênio, no dia 14. No dia 6, o ex-ministro Eduardo Pazuello recebeu em Brasília o então governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), que afirmou que a cepa do novo coronavírus descoberta na capital do estado poderia aprofundar ainda mais a crise de saúde. No dia 14, começaram a chegar os cilindros em quantidade suficiente para resolver o problema de oxigênio para as pessoas internadas nas unidades de saúde.
Jornal Nacional
Sobre o seu comportamento com as frases que eu mencionei, imitando pacientes com falta de ar, muitos viram isso como um sinal de falta de compaixão.
Jair Bolsonaro
Eu queria que você botasse no ar, eu imitando falta de ar. Realmente…
Jornal Nacional
Mas falta de compaixão.
Jair Bolsonaro
Ah bom, então você começou a mudar. Tudo bem.
Jornal Nacional
Desculpe, só para eu completar a minha frase: muitos viram isso como uma falta de compaixão, de solidariedade com os doentes, com as vítimas, com os parentes das vítimas. O senhor se arrepende?
Jair Bolsonaro
A solidariedade... Eu me manifestei conversando com o povo nas ruas, visitando a periferia de Brasília, vendo pessoas humildes que foram obrigadas a ficar em casa sem ter um só apoio do governador ou prefeito. Isso que aconteceu. E nós fizemos exatamente o quê? Demos o auxílio emergencial imediatamente. 68 milhões de pessoas humildes começaram a receber o auxílio emergencial. Eles estavam condenados a morrer de fome dentro de casa.
Jornal Nacional
O senhor não se arrepende das declarações?
Jair Bolsonaro
…ou ir para a rua fazer o que não queriam. Poderia ter um caos na rua. Caos, porque pessoas com fome iriam pra rua. Criamos imediatamente o auxílio emergencial.
Fizemos a nossa parte. Demos tanto dinheiro para governadores e prefeitos que a gente não tem notícia de eles terem atrasado folha de pagamento ou até mesmo décimo terceiro. E quando tivermos a oportunidade de investigar fraudes… Aquela CPI do circo feita por Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues, não quiseram investigar os desvios de recursos enviados para nove governadores do Nordeste. Fizemos a nossa parte e tratei com muita seriedade essa questão. Agora, não adotei o politicamente correto. Não estimulei. Inclusive, o que eu falei é que quando foi decidido o que era essencial.
O trabalho essencial, eu falei: deve ser todo aquele necessário para o homem ou a mulher levar o pão para dentro de casa. A própria OMS concordou comigo naquela questão.
Bolsonaro distorce uma declaração dada pelo diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Ghebreyesus, sobre medidas restritivas durante a pandemia. Em 30 de março de 2020, Ghebreyesus afirmou que os governantes deveriam considerar os impactos sociais e econômicos do confinamento sobre os mais pobres, e ponderou a necessidade de cada país encontrar soluções para evitar que parte da população ficasse desassistida. Em nenhum momento, no entanto, o executivo defendeu o fim ou o relaxamento das medidas de restrição de atividades. Bolsonaro já repetiu essa alegação falsa ao menos 15 vezes.
Jornal Nacional
Então o senhor chama isso de politicamente incorreto, o senhor não se arrepende do seu comportamento, das frases que fez, imitando pessoas com falta de ar como solidariedade com as famílias que sofreram…
Jair Bolsonaro
Você acabou de falar que eu não imitei a falta de ar, voltou a falar em falta de ar novamente.
Jornal Nacional
700 mil mortos. Candidato, a minha pergunta é muito específica. O senhor se arrepende?
Jair Bolsonaro
Lamento as mortes. Não tem quem não perdeu um parente, um amigo. Lamento as mortes. Agora, não poderia ser tratado da Covid da forma como começou a ser tratada. E quando você fala em tratamento precoce, lembre-se que no protocolo do Mandetta tinha o tratamento precoce lá, mas só em caso grave, onde eu não concordei com ele. No início, o protocolo do Mandetta era: vá pra casa, quando sentir falta de ar, procura um hospital. Falei, ‘procurar para que se não tem remédio?’ E não tinha vacina também naquele momento.
Jornal Nacional
Bom, vamos falar de economia?
Jair Bolsonaro
Bora…
Jornal Nacional
Bom, eu só queria observar, a Renata não retirou observação sobre o fato de o senhor ter imitado pessoas com falta de ar.
Jair Bolsonaro
Ela retirou...
Jornal Nacional
Não, não, não. Ela disse que o senhor imitou gente com falta de ar e que faltou também a solidariedade. Foram as duas coisas. Bom, candidato, o senhor já deixou claro que mais brasileiros se contaminaram por ficar dentro de casa sem se expor.
Jair Bolsonaro
Não, não acho não.
Jornal Nacional
O senhor disse isso.
Nova York mostra isso aí. Estudos de fora do país mostram isso.
Bolsonaro distorce informações de uma apresentação feita em 6 de maio de 2020 pelo então governador de Nova York, Andrew Cuomo. Na ocasião, Cuomo afirmou que 84% de um grupo de 1.289 recém-internados em hospitais do estado declararam que, antes de contraírem a Covid-19, evitavam sair de casa cotidianamente. O dado, contudo, não indica onde essas infecções aconteceram. Além disso, o governador não usou os números da apresentação para negar a eficácia do distanciamento social no estado, mas para reforçar a orientação de que mesmo quem estava em isolamento deveria se precaver.
Jornal Nacional
Então, vamos para a economia, vamos para economia, que é um tema que o senhor também gostaria de abordar, certamente. Em 2018, como candidato, o senhor disse assim em uma entrevista. ‘Eu sei do que é que o povo precisa. Inflação baixa, taxa de juros menor, dólar menor’. Aí veio o seu governo. Os juros básicos da economia dobraram, a inflação mais que dobrou, o dólar que estava em R$ 3,90 está em mais de R$ 5. É verdade, que tudo isso se deu em um cenário de pandemia e em um cenário também de guerra na Ucrânia. Ocorre que esse cenário não mudou, não é? A pandemia não acabou, infelizmente e a guerra da Ucrânia é uma realidade, ainda. Pergunto, candidato, qual é o seu plano uma vez reeleito para cumprir num segundo mandato as promessas que o senhor fez em 2018 para a economia?
Jair Bolsonaro
Primeiro as promessas foram frustradas pela pandemia, por uma seca enorme que tivemos no ano passado, e também pelo conflito da Ucrânia com a Rússia. Se você pegar os dados de hoje, você vê o Brasil como talvez o único país do mundo com uma deflação. Um país onde vai ter uma inflação menor do que, por exemplo, Inglaterra, menor que o Estados Unidos. Você vê também que a taxa de desemprego tem caído no Brasil. Os números da economia são fantásticos, levando-se em conta o resto do mundo.
Se fosse apenas o Brasil com esse problema eu seria o responsável. O que que nós pretendemos fazer? É continuar exatamente na política que vinha fazendo desde 2019. A grande vacina a favor da economia em 2019 foram reformas, como por exemplo da previdência. Foi por exemplo a lei da liberdade econômica. Foi a modernização das NRs, das normas regulamentadoras. Milhares de normas nós deixamos de lado, nós revogamos.
Então, a grande reforma da economia foi feita. Uma grande vacina. Foi feita em 2019. Que fez o que nós pudéssemos suportar em 2020.
Nós pegamos 2020, 2021, e tivemos um saldo positivo de quase 3 milhões de empregos no Brasil.
Segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, foram geradas 2.771.628 vagas de trabalho no mercado formal em 2021. Em 2020, no entanto, não houve saldo positivo: foram fechados 192.746 postos. Foram criados no total, portanto, 2.578.882 milhões de empregos, um número menor do que o citado por Bolsonaro.
Diferente de 2014 e 2015, que tivemos uma perda de quase 3 milhões de empregos no Brasil.
É FALSO que o Brasil tenha perdido quase 3 milhões de empregos entre 2014 e 2015, no governo Dilma Rousseff (PT). Segundo o Rais (Anuário Estatístico da Relação Anual das Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Previdência, o saldo de carteiras assinadas nos anos citados foi, respectivamente, positivo em 623.077 vagas e negativo em 1.510.703. Logo, ao longo de 2014 e 2015, foram perdidos 887.626 postos de trabalho, não 3 milhões, como afirmou Bolsonaro.
O próprio auxílio emergencial, em um primeiro momento R$ 600, fez com que a economia, em especial nos pequenos municípios, o município não colapsasse. Então, essas essas medidas entre outras fizeram a gente romper 2020, 2021. 22, quando veio a guerra agora. problema nós tivemos. Fui na Rússia negociar fertilizantes com o presidente Putin. Se não tivesse ido não teríamos fertilizantes para nossa safra, agora, desse segundo semestre. Não, isso é importante. Isso garantiu o quê? A segurança alimentar do nosso Brasil e do mundo.
Jornal Nacional
Só pra concluir então, em um segundo mandato o senhor daria sequência aos planos que foram estabelecidos e desenvolvidos no primeiro.
Jair Bolsonaro
Bonner, você vai ver, Bonner. Nós somos sete o país mais digitalizado do mundo. Tá?
Bolsonaro faz referência ao ranking elaborado pelo Banco Mundial no estudo GovTech Maturity Index, publicado em setembro de 2021. Na pesquisa, que avalia a qualidade dos serviços digitais oferecidos pelo poder público de 198 países, o Brasil aparece na sétima posição geral, com índice de 0,92. O país perde para Coreia do Sul, Estônia, França, Dinamarca, Áustria e Reino Unido.
Nós fizemos muita coisa no Brasil. Atendemos realmente a todas as camadas da sociedade. Só agora na questão do IPI, a proposta do Paulo Guedes, que está parada no Supremo Tribunal Federal, nós estamos… pretendemos diminuir impostos de quatro mil produtos em 35%.
Jornal Nacional
Para o segundo mandato?
Jair Bolsonaro
Não, desse agora. É que a proposta parou no Supremo Tribunal Federal.
Jornal Nacional
Estamos a semanas da eleição…
Jair Bolsonaro
Começou há dois meses a redução do IPI, não foi de agora.
Jornal Nacional
Para que nós possamos abordar nessa entrevista o maior número de temas. Vamos prosseguir. Vou falar sobre Meio Ambiente. Em 2020, o seu então ministro do meio ambiente Ricardo Salles disse que era para aproveitar que a imprensa toda estava focada na cobertura da pandemia para ir desregulamentando as leis ambientais, o que ele chamou de passando a boiada. Fato é que no seu governo a taxa anual de desmatamento da Amazônia deu um salto: é a maior em 15 anos. O senhor continua apoiando essa política de desregulamentação?
Jair Bolsonaro
Olha você tem que ver, pensar, que na Amazônia você tem quase 30 milhões de habitantes lá. Tem 30 milhões de brasileiros na Amazônia. Primeira preocupação é essa. Outra, qualquer propriedade lá tem que preservar 80% e pode e pode usufruir de 20%.
Eu tentei nos primeiros dois anos de mandato fazer a regulação fundiária. Para saber, por exemplo, qualquer local desmatado ou com foco de calor de quem é um CPF daquela propriedade. O presidente da Câmara não colaborou para votar essa proposta avante.
Bolsonaro se refere ao projeto de lei 2.633/2020, apresentado pelo deputado Zé Silva (SD-MG), que trata da regularização fundiária. Ele afirma que essa medida permitiria determinar a origem de focos de incêndio e responsabilizar os culpados, o que não é amparado por documentos oficiais. O texto, na verdade, amplia o tamanho das propriedades que podem ser regularizadas sem vistoria prévia e prevê que essas terras passem a ser vistoriadas caso a propriedade seja alvo de termo de embargo ou de infração ambiental, lavrado pelo órgão ambiental federal.
Apesar de o projeto definir parâmetros de respeito ao meio ambiente para a regularização de terras, não é possível afirmar que a legislação ajudaria a identificar autores de crimes ambientais. O projeto foi aprovado na Câmara com alterações, em 3 de agosto de 2021, e segue em tramitação no Senado.
Agora, quando se fala em Amazônia, por que não se fala também agora na França, que há mais de 30 dias está pegando fogo? A mesma coisa está pegando fogo na Espanha e Portugal. Califórnia pega fogo todo ano. No Brasil infelizmente não é diferente. Acontece. Grande parte disso aí, alguma parte disso aí é criminoso. Sei disso. Outra parte não é criminoso. É o ribeirinho que toca fogo ali na sua pequena propriedade.
Jornal Nacional
Uma coisa é incêndio natural, outra coisa é o desmatamento e o fogo provocado pelo homem.
Jair Bolsonaro
Mas tem incêndio natural. O pantanal sul-matogrossense é comum pegar fogo de forma espontânea.
Especialistas no bioma afirmam que não são comuns os incêndios naturais – também chamados de combustões espontâneas - na região. Kenny Tanizaki, professor de Ciências da Natureza da UFF (Universidade Federal Fluminense), explica que os incêndios naturais são raros no Pantanal e que a origem mais comum é a limpeza do terreno por meio do fogo e a conversão de áreas nativas em pastagens. Ao portal Terra, o pesquisador do SOS Pantanal Felipe Dias afirmou em 2019 que 99% dos incêndios no bioma são de origem humana. “Começa com uma ação do homem e, depois, fatores como a falta de umidade, o calor e o vento se incumbem de espalhar”.
Jornal Nacional
Agora, candidato, a favor das críticas dos especialistas, da sua política ambiental, tem os números. NO seu governo a taxa anual de desmatamento da Amazônia saltou de 7.500 quilômetros quadrados em 2018 para 13 mil ano passado. O levantamento do MapBiomas mostrou que 97% dos alertas de desmatamento emitidos desde 2019 não foram fiscalizados pelos órgãos responsáveis, 97%. Especialistas dizem que quando o senhor desautoriza, por exemplo, a destruição de equipamentos pelos órgãos fiscalizadores ou quando o senhor desmonta órgãos como o Ibama, o senhor está passando uma mensagem de incentivo a quem desmata ou ao garimpo ilegal.
Jair Bolsonaro
Primeira coisa, a destruição, como dá em lei, é se você não puder retirar o equipamento daquele local. O que vinha acontecendo, e ainda vem, infelizmente, é que o material pode ser retirado do local, porque se chegou lá pode ser retirado. E ao abuso de uma parte. E como diz pra você…
Jornal Nacional
Abuso de qual parte?
Jair Bolsonaro
Tem locais na Amazônia, ali, que é permitido.
Jornal Nacional
Mas desculpa, eu não entendi, abuso de qual parte?
Jair Bolsonaro
Por parte do Ibama.
Jornal Nacional
Do órgão fiscalizador?
Jair Bolsonaro
Sim, por parte do Ibama. Sim.
Jornal Nacional
Por que candidato? O que seria abuso do Ibama, na defesa da floresta amazônica?
Jair Bolsonaro
O que diz a lei? Um trator, por exemplo. Você tem que tocar fogo se não puder retirar daquele local. O que que muitas vezes o pessoal do Ibama faz. Toca fogo mesmo podendo retirar o material de lá.
Jornal Nacional
Mas a quem interessa defender a posse de um trator utilizado para derrubar árvores na Amazônia, candidato?
Jair Bolsonaro
Mas não está derrubando a árvore da Amazônia. Está derrubando em áreas muitas vezes, mas nem a lei não fala se é um local é permitido ou não.
Jornal Nacional
A quem interessa, candidato?
Jair Bolsonaro
A lei não fala. Tem sido destruído. A minha orientação é cumprir a lei. Nada mais além disso aí.
Jornal Nacional
Os órgãos fiscalizadores…
Jair Bolsonaro
Olha só. A Amazônia é do tamanho da Europa Ocidental.
Na realidade, a área ocupada pela Amazônia Legal (5 milhões de km²) é bastante superior à da Europa Ocidental (cerca de 1 milhão de km²).
Ali na Amazônia cabe uma Alemanha, cabe uma França, cabe uma Itália, cabe um Portugal, cabe um montão de países. Você pensa que fiscalizar evita que pega fogo então é assim, vamos lá?
Jornal Nacional
Então, só para entender, a desautorização dos órgãos fiscalizadores para destruir equipamento apreendido.
Jair Bolsonaro
Não desautorizo. Mando cumprir a lei. A lei fala que se o material puder ser retirado de lá, assim como entrou, não é pra ser destruído.
Jornal Nacional
Mas com que propósito mesmo? Eu não entendi.
Jair Bolsonaro
Cumprir a lei. Cumprir a lei. Lá dentro tem quase 30 milhões de pessoas que têm que sobreviver.
Jornal Nacional
Bom, eu tenho aqui uma aspas, que o senhor disse que ‘não é pra queimar nada, maquinário, nem trator’. Mas vamos adiante. O fato é que sobre o Meio Ambiente em 2018 o mundo tinha uma visão sobre o compromisso ambiental do Brasil. Hoje, o mundo vê o Brasil como um destruidor de florestas. Num segundo mandato, o que o senhor vai fazer pra mudar essa imagem?
Jair Bolsonaro
Primeiramente, destruidor de floresta. É uma mentira. Ninguém quer destruir floresta, né? Por livre e espontânea vontade. O acordo Mercosul-União Europeia estava travado. Com os problemas, agora, da guerra Ucrânia-Rússia, a União Europeia quer acelerar o acordo conosco para o Mercosul. E demais, a Alemanha está usando combustíveis fósseis. Por quê? Se elas eram os países que diziam que nós devíamos cada vez mais buscar aí energia limpa. Concordo com eles. Mas a realidade é outra completamente diferente. Não é a realidade aquilo que nós, que é aquilo que a gente acha que deve ser. É o que tem que ser. Países da Europa já estão em contato conosco, por exemplo, atrás do hidrogênio verde. O Brasil será uma grande potência fornecedora de energia, hidrogênio verde. Como já temos acertado, né? Num limite máximo, temos até o equivante a 50 itaipús na costa do Nordeste.
E nós vamos exportar esse hidrogênio verde para a Europa toda. Ou seja, o Brasil é um exemplo para o mundo. Você pega e está na minha frente por coincidência aqui por exemplo as áreas eh reservada em países outros para agricultura, não é pecuária. Agricultura. Somente a União Europeia, é de 45% a 65%. Você pega país como a Alemanha, 56% para a agricultura. Você pega o Reino Unido 73% pra agricultura. O Brasil preserva dois terços, 66% por cento da sua área verde.
O Brasil não merece ser atacado dessa forma. Vamos falar há um interesse em nosso agronegócio. É deixar o Brasil de lá agora cada vez mais o mundo ver.
A própria presidente do OMC disse há dois meses, três meses atrás, disse o quê? Que o mundo sem o agronegócio do Brasil passa fome.
Em encontro com a bancada ruralista em Brasília no dia 18 de abril, Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), disse: “Eu sei que o mundo não sobrevive sem a agricultura brasileira. Precisamos pensar nos desafios futuros, não só do Brasil, mas do mundo todo”.
Jornal Nacional
Vamos ver se o Brasil consegue mudar essa imagem aí. Em 2018, o senhor candidato a presidência o senhor se apresentava como candidato da antipolítica e o candidato contra o centrão. Na convenção do seu partido o general Heleno chegou a cantar se gritar pega centrão, não fica um, trocando a palavra ladrão pro centrão etc. Isso ficou muito famoso. Hoje a verdade é que o centrão ele é a base do seu governo. Na semana passada quando o senhor estava saindo lá do Palácio da Alvorada inclusive o senhor enfrentou lá um incidente com aquele YouTuber que foi cobrado o senhor a essa aliança do seu governo com o centrão. Eu pergunto por que que eleitores como aquele que se sentem traídos pelo senhor acreditariam nas suas promessas de agora?
Jair Bolsonaro
Você está me estimulando a ser ditador.
Jornal Nacional
Eu candidato?
Jair Bolsonaro
Você. Porque o centrão são mais ou menos 300 parlamentares. Se eu deixar de lado eu vou governar com quem? Não vou governar com o parlamento. Então você está me estimulando a ser um ditador. São 513 deputados, 300 são de partidos de centro, pejorativamente chamado e centrão. O lado de lá, os 200 que sobram, o pessoal do PT, PCdoB, PSOL, Rede. Não dá pra você conversar com eles. Até eles não teriam número suficiente pra aprovar sequer um projeto de lei comum. Então pros partidos de centro fazem parte em grande parte da base do governo pra que nós possamos avançar em reformas. Como temos avançado em muitas coisas. Como por exemplo através do centrão nós conseguimos o auxílio Brasil de seiscentos reais pra vinte milhões de famílias.
Dá pra imaginar isso? E olha só os partidos de esquerda votavam contra o parcelamento dos precatórios que era condição pra gente dar lá atrás R$ 400 de auxílio Brasil para esses mais necessitados. Então o PT votou contra os R$ 400 contra que sem parcelamento você não teria como conseguir recurso no orçamento pra pagar os quatrocentos. Assim como agora o PT também votou contra tá? Ou melhor discursou contra R$ 600 e votou favorável. Aí, a questão política assim como a questão de poucos meses pra diminuir o preço da gasolina no Brasil, todos senadores do PT votaram contra a redução do ICMS no Senado. Agora vamos lá trabalhar com parlamento sem os partidos de centro?
Jornal Nacional
É, mas a questão que o senhor disse que eu estou estimulando o senhor a ser ditador, por favor candidato, eu não estimulei nada. A questão é a seguinte: em 2018, o senhor chegou a dizer até com propriedade que governos anteriores tinham feito alianças com o com o centrão, mas o senhor disse criticamente que esses governos anteriores tinham feito nomeações com interesse político partidário e que isso tinha tudo pra dar errado. O senhor chegou até concluir assim: "por isso eu não integro o centrão". Mas recentemente há dias o senhor com muita naturalidade disse assim: "eu sempre fui do centrão, eu vim no centrão". Aí eu eu tenho que perguntar ao candidato, em nome da clareza pros eleitores em qual dessas duas afirmações o eleitor deve acreditar? O senhor sempre foi do centrão ou o senhor, como disse em 2018 disse, eu nunca fui do centrão por esse motivo?
Jair Bolsonaro
No meu tempo não era centrão. Não existia centrão.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi eleito para a Câmara dos Deputados em 1990, quando já existia um bloco parlamentar chamado de “Centrão”, formado na Assembleia Nacional Constituinte de 1987–1988, termo usado inclusive pelos jornas da época. Esse bloco contava com parlamentares de diversos partidos, entre eles o PDC (Partido Democrata Cristão), ao qual Bolsonaro era filiado na época. O próprio presidente afirmou, em julho de 2021, em entrevista à rádio Banda B, de Curitiba, que integrava o bloco. “Eu sou do Centrão. Eu fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, fui do então PFL”, disse. Na mesma entrevista, Bolsonaro defendeu o grupo e disse que as pessoas começaram a tratar o “Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá”.
Jornal Nacional
Como assim?
Jair Bolsonaro
No meu tempo esses partidos que eu já integrei não eram tidos com o partido central. Agora o importante Bonner, o importante.
Nós estamos num governo sem corrupção.
Bolsonaro repetiu ao menos 216 vezes desde o início do mandato essa declaração, que é FALSA, pois integrantes e ex-integrantes de seu governo são alvos de investigações e denúncias de casos de corrupção e outros delitos ligados à administração pública. Em junho de 2022, a Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro Milton Ribeiro por suposto envolvimento em um esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação. Ribeiro é investigado por prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e foi liberado por meio de um habeas corpus.
O relatório da CPI da Covid-19 no Senado também pediu o indiciamento de Bolsonaro e seis ministros e ex-ministros por crimes como prevaricação, emprego irregular de verbas públicas, falsificação de documento particular e charlatanismo.
Por fim, atuais e antigos integrantes do governo são investigados pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção, como o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); Ricardo Salles (PL), ex-titular do Meio Ambiente; o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), que comandou a pasta do Turismo; e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).
Eu indiquei ministros por critério técnico.
Além de membros do governo terem sido escolhidos por critérios políticos, nem todos eram formados ou tinham experiência na área de atuação da pasta a que foram designados. Gilson Machado (PL-PE), ministro do Turismo até março deste ano, é veterinário e produtor rural, e o seu maior vínculo com o setor turístico era o fato de ser proprietário de pousada em Alagoas. João Roma (PL-BA), que chefiou o Ministério da Cidadania também até março, é deputado federal e foi alçado ao cargo após um acordo com o Republicanos, seu então partido. Abraham Weintraub (PMB-SP), ex-titular da Educação, era economista e professor da Unifesp, com produção acadêmica voltada à Previdência Social. Já Eduardo Pazuello (PL-RJ), terceiro ministro da Saúde de Bolsonaro, era general do Exército e atuava na área logística.
Eu não aceitei pressões de lugar nenhum para escalar ministros.
Acordos com a bancada ruralista fizeram com que Tereza Cristina (PP-MS) se tornasse ministra da Agricultura, e Ricardo Salles (PL-SP), do Meio Ambiente. A bancada evangélica emplacou Damares Alves (Republicanos-DF), que é pastora, no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em meados de 2020, para se aproximar dos partidos do Centrão, Bolsonaro nomeou Fábio Faria (PP-RN) para as Comunicações. Em 2021, trouxe Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil e João Roma (PL-BA) para a pasta da Cidadania.
Qual governo teria o ministro padrão Tarcísio de Freitas na infraestrutura? Padrão Marcos Pontes na ciência e tecnologia. Padrão Tereza Cristina na agricultura. Padrão Gilson Machado no turismo. Uma pessoa desconhecida até chegar no meu governo. Padrão Onyx Lorenzoni que eu considerocom um coringa meu. Padrão Braga Neto que esteve na defesa. Ou seja, padrão Sales padrão atualmente o ministro Juca do Meio Ambiente essas pessoas. Então essas pessoas que deram o impulsionamento ao governo estamos governando com competência e sem corrupção porque não tem indicação alguns vários ministros.
Jornal Nacional
Então aproveitando a deixa eu falar de um tema importantíssimo pro futuro do Brasil que é a educação. No seu governo o senhor indicou cinco ministros diferentes. Um deles caiu justamente por um escândalo de ter beneficiado pastores com dinheiro da educação e disse que foi a seu pedido no caso de um dos pastores. Qual é a dificuldade de escolher um bom ministro da educação?
Jair Bolsonaro
Por muitas vezes depois que a pessoa chega a gente vê que ela não leva jeito pra aquilo. Olha não foi só da educação. Ele teve acusação. Ele teve uma ordem de prisão e foi preso inclusive. Agora, conseguiu o habeas corpus logo em seguida. Agora o o fiquei sabendo depois, né? Que o Ministério Público do DF foi contra a prisão dele. Agora veja só o quanto é a prisão dele. Por quê? Não tinha nada contra se tiver hoje em dia é outra história. Até aquele momento não tinha nada. A questão de ter dois pastores um que está no gabinete dele. Qual é o problema? Agora se ele faz besteira e se essa pessoa. Nós começamos a investigar o caso dos pastores. Não foi a Polícia Federal. Nós começamos a investigar com a CGU.
Jornal Nacional
Só na na área da educação. O primeiro ministro escolhido pelo senhor caiu depois de três meses porque por causa de um escândalo pediu que professores gravassem slogans de campanha seu. O segundo ministro praticamente fugiu do Brasil depois de ter insultado ministros do Supremo. O terceiro ministro nem chegou a assumir porque maquiou o próprio currículo. O quarto ministro envolvido num escândalo de corrupção. Quais são os critérios que o senhor usa pra escolher um ministro de uma área tão vital pro futuro do país?
Jair Bolsonaro
As pessoas se revelam quando chegam atualmente eu tenho um excelente ministro de educação. Acontece, igual um casamento muitas vezes.
Jornal Nacional
Mas o senhor concorda que essa alta rotatividade
Jair Bolsonaro
O ideal era não ter rotatividade nenhuma, mas acontece. Outros ministros foram trocados também. Bom, por vários motivos agora.
Jornal Nacional
Depois desse escandalo do MEC?
Jair Bolsonaro
Que escândalo do MEC Bonner?
Jornal Nacional
A saída do ministro
Jair Bolsonaro
Não é escândalo a saída de ministro.
Jornal Nacional
Não é escândalo o ministro destinar dinheiro da educação pra dois pastores dizendo que o presidente da República...?
Jair Bolsonaro
Cadê o duto do dinheiro vazando ali? Cadê o dinheiro? Você não sabe. Está acusando?
Jornal Nacional
Senhor, o senhor tem todo o direito de achar que não foi um escândalo. Nós vamos adiante. Depois do depois do caso do ministro Milton Ribeiro no MEC o senhor atenuou um pouco o seu discurso de que não havia corrupção no seu governo. Antes não tinha corrupção. Hoje o senhor diz que os casos pipocam. Os casos pipocam de corrupção no seu governo. Bom, ao mesmo tempo vão se acumulando denúncias de interferências suas na Polícia Federal, que é um órgão de Estado, não é um órgão de governo. E um órgão de Estado que o senhor prometeu prestigiar. Como é que o senhor explica pro eleitor essa mudança de a sua postura da eleição de 2018 pra cá, candidato?
Jair Bolsonaro
Primeiramente, quem me acusou de interferência da PF foi o ex-ministro Sergio Moro. Falou que a prova da interferência estava numa sessão reservada nossa. Bem, eu não queria, a sessão foi gravada, eu não tinha obrigação de entregar ali a fita...
Jornal Nacional
O senhor teve quatro diretores gerais polícia federal...
Jair Bolsonaro
Eu não tinha obrigação de entregar, entreguei a fita. Foi revelado, até com muitos palavrões na reunião de ministros. Não acharam nada. O que acontece? Eu quando quando entrego o ministério pra alguém eu dou ministério pra aquela pessoa agir, tá? A polícia federal com a saída do Sérgio Moro melhorou e muito na apreensão de drogas na apreensão de de numerários, tá? Em operações. Melhorou e muito. Em armamento, melhorou. E as pessoas vão mudando. Por exemplo, quando o André Mendonça saiu porque ele foi para o Supremo Tribunal Federal. Eu não contesto não considero-se uma saída da parte. Atualmente temos um delegado da Polícia Federal à frente do Ministério da Justiça. Agora ninguém comanda a PF, Bonner. Se pudesse comandar o Lula teria comandado a Dilma, o Temer, seja lá quem for. Ninguém consegue comandar policial dessa forma como você está falando aí.
Jornal Nacional
É que a a associação dos delegados da Polícia Federal divulgou recentemente um documento com críticas, né? Eh eles afirmaram que o senhor e a sua equipe de governo trouxeram desgaste. Eu estou lendo aqui os termos dele. Trouxeram desgaste a imagem da instituição polícia federal e também prejuízos pros policiais federais. E que falas suas candidato jogaram desconfianças sobre a autonomia e sobre a imparcialidade da polícia federal. Que goza de autonomia já há alguns anos como ninguém poderia negar. Qual é a sua posição então diante de um documento com uma queixa, uma acusação como essa da Associação Nacional dos Delegados?
Jair Bolsonaro
Primeiro a acabar de confirmar que não tem interferência. Porque gosta de autonomia. Outra coisa. Ah você acabou espera aí. Eles acabaram de acabar de mostrar pra mim que não tem interferência. Gosta de autonomia.
Jornal Nacional
Eles dizem que eles dizem que o senhor jogou de as suas palavras jogaram desconfianças sobre a autonomia da PF.
Jair Bolsonaro
Não não não. Aí acabaram de falar que eu estou certo. Não tem interferência lá. Contrário. Outra coisa. Eles queriam uma ressuscitação de carreira
Eu achei até justo. Mas outras categorias não concordavam com isso. Sem ser e beneficiadas também. E daí começou o movimento dentro por parte de alguns delegados da PF contrário à minha posição. Que numa nota como essa daí.
Eu queria inclusive reestruturar a Polícia Rodoviária Federal. Que era bem mais fácil, menos onerosa. Os delegados essa mesma associação não topou fazer isso aí. Então aí está uma briga política salarial por trás disso.
Jornal Nacional
Candidato o senhor agora tem um minuto pras suas declarações finais.
Jair Bolsonaro
Tá. Pois é, passou rápido. Eu queria ficar algumas horas com vocês aí. Quando o senhor começar a gente começa a contar o tempo. Vamos lá. Que que eu tenho a falar pra população brasileira? Peguei o Brasil numa situação crítica, na questão ética, moral e econômica. Começamos a trabalhar, tá?
Fizemos muita reforma em 2019, infelizmente tivemos a Covid, tivemos a guerra lá fora tá? Tivemos uma seca enorme e nós fizemos todo o possível pra que a população brasileira sofresse o menos possível. Isso nós fizemos. Hoje você nota o preço do combustível caiu assustadoramente. Nada de canetada, com o trabalho nosso junto ao parlamento brasileiro. Conseguimos R$ 600 auxílio Brasil pra 20 milhões de pessoas mais pobres.
Conseguimos a transposição do São Francisco que estava parado desde 2012, levando água para o Nordeste.
Não é verdade que as obras da transposição do São Francisco ficaram paradas de 2012 até 2019, quando Bolsonaro assumiu a Presidência. Esse foi o ano estimado para a conclusão das obras, ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas os prazos foram estendidos para 2014 e depois para 2015, ano em que a então presidente Dilma Rousseff (PT) entregou a primeira estação de bombeamento no Eixo Norte. Em 2017, a gestão de Michel Temer (MDB) entregou o Eixo Leste.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, em novembro de 2018, dois meses antes de Bolsonaro assumir, faltava entregar apenas o trecho final do Eixo Norte, que estava 92,5% pronto. O governo anunciou que irá retomar o projeto original da transposição, que inclui mais 200 km de obras, e adicionar 3.000 km de canais e adutoras auxiliares.
Nós pacificamos o MST titulando terras pelo Brasil. 90% dessa titulação foram para as mulheres.
Criamos o Pix tirando dinheiro de banqueiros.
O Pix foi lançado durante o governo Bolsonaro, em novembro de 2020, mas a sua criação remonta a 2016, quando esse método de pagamento foi anunciado e começou a ser desenvolvido pelo BC (Banco Central). Na época, o presidente era Michel Temer (MDB). Além disso, não é possível atestar que o Pix tirou dinheiro dos bancos. Apesar de terem deixado de arrecadar com tarifas de transações como DOC e TED, o lucro das instituições não parou de crescer. Em 2021, os quatro maiores bancos do país lucraram R$ 81,63 bilhões, o maior valor nominal registrado desde 2006 e o quarto maior em números corrigidos pela inflação. O lucro do primeiro trimestre de 2022 também aponta tendência de alta.
fazendo com que a população pudesse a se transformar muitos em pequenos empresários. Um Pix sem qualquer taxação em cima do Pix.
Anistiamos a dívida de 90% de jovens junto ao Fies.
A declaração de Bolsonaro é FALSA, pois a parcela de devedores que terão direito a perdão de 99% do saldo devedor no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) corresponde a apenas 17% do total de 1 milhão de inadimplentes. Além disso, nenhuma dívida foi renegociada ainda, e a adesão depende dos estudantes devedores. A lei 14.375/2022, aprovada pelo Congresso a partir de Medida Provisória editada pelo Executivo, permite a renegociação dos débitos de estudantes que aderiram ao Fies até o segundo semestre de 2017. A norma determina descontos de acordo com o perfil do devedor e pode chegar a até 99%. Esse percentual é previsto apenas para quem está com parcelas atrasadas há mais de 360 dias e recebe benefícios sociais do governo — o que corresponde, segundo o MEC (Ministério da Educação), a cerca de 17% do total de 1 milhão de jovens que podem ser impactados pela renegociação. O prazo para que estudantes com débitos em aberto procurem os agentes financeiros para pedir a renegociação vai de 1º de setembro a 31 de dezembro deste ano.
Encerrou?
Jornal Nacional
Acabou, candidato.
Jair Bolsonaro
Muito obrigado aí e até a próxima aí Bonner. Renata até a próxima.
Jornal Nacional
Candidato, mais uma vez muito obrigado por ter vindo e por ter prestado esses esclarecimentos ao público telespectador, aos eleitores brasileiros. Nós voltamos ao estúdio do Jornal Nacional.