As checagens em tempo real do debate presidencial UOL/Folha/SBT

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Os candidatos à Presidência da República se reuniram nesta quarta-feira (26) para o debate promovido pelo UOL, Folha de S.Paulo e SBT. A equipe do Aos Fatos checou e transcreveu, em tempo real, a íntegra do debate.

Antes de iniciar os trabalhos de tempo real, a reportagem entrou em contato com as assessorias de imprensa dos candidatos para informá-las do processo de checagem. A equipe do Aos Fatos está aberta a observações, justificativas e eventuais correções nos momentos posteriores ao evento. O outro lado dos postulantes ao Palácio do Planalto pode ser lido aqui.

Neste formato, Aos Fatos usa textos mais breves para explicar suas checagens. O imediatismo do tempo real não permite uma análise mais aprofundada de questões abordadas no programa. Para avaliar o histórico dos candidatos, veja o índice das nossas checagens aqui.

Nota: a transcrição está sendo atualizada ao longo do debate e posteriormente. Estamos trabalhando para corrigir eventuais erros e imprecisões ao longo do programa e nas horas seguintes. Para fins de otimizar o trabalho, podem haver diferenças tipográficas e lacunas de informação durante a transmissão do programa. A equipe de Aos Fatos continuará checando o que disseram os candidatos durante a quinta-feira (27).

Mediador

Boa tarde. Começa agora, da sede do SBT, ao vivo, o debate com os candidatos à Presidência da República. Uma realização em parceria com o portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo. O debate será transmitido simultaneamente pelo site do SBT, portal UOL, site da Folha de S.Paulo, Youtube, Facebook e Twitter. Você, telespectador, pode participar da nossa sala digital por meio da hashtag #DebateSBT.

Participam deste debate os seguintes candidatos: Guilherme Boulos, do PSOL, Ciro Gomes, do PDT, Cabo Daciolo, do Patriota, Geraldo Alckmin, do PSDB, Alvaro Dias, do Podemos, Marina Silva, da Rede, Fernando Haddad, do PT, e Henrique Meirelles, do MDB. O candidato que se sentir pessoalmente ofendido poderá pedir o direito de resposta e cada situação será avaliada pela comissão jurídica da organização do nosso debate. E cada direito de resposta, se for concedido, terá duração de um minuto.

O candidato Jair Bolsonaro, do PSL, que sofreu um ataque durante um evento de campanha está internado e por isso não pôde comparecer a este debate. O debate terá três blocos e você vai conhecer agora as normas desta primeira parte:

Candidato pergunta para candidato em ordem pré-definida por sorteio; cada candidato faz uma pergunta; e cada participante só pode ser escolhido uma vez para responder. O autor da pergunta tem direito a réplica e o candidato escolhido tem direito a tréplica. A pergunta terá duração de 30 segundos e a resposta de 1:15 min; réplica de 30 segundos e tréplica de 45 segundos.

Eu gostaria de pedir a gentileza a todos os senhores da plateia, não se manifestarem, em respeito às normas do debate, aos candidatos aqui presentes e também ao nossos telespectadores.

De acordo com o sorteio, a primeira pergunta é de Guilherme Boulos, do PSOL. Candidato, boa tarde. O senhor pode escolher pra quem vai a sua pergunta e perguntar. 30 segundos para a pergunta.

Guilherme Boulos

Boa tarde, Nascimento. Eu vou perguntar ao candidato Geraldo Alckmin. Alckmin, eu sou professor e dei aula durante o seu governo. Faltava giz na sala de aula, faltava papel higiênico nos banheiros das escolas, professores desvalorizados. Até escola você quis fechar e os estudantes secundaristas não deixaram. O Ideb mostrou agora o resultado desastroso dessa política. Agora, o que eu e o Brasil todo queremos saber sobre educação, Alckmin, é: cadê o dinheiro da merenda?

Geraldo Alckmin

Olha, primeiro cumprimentar o Nascimento, cumprimentar a candidata e os candidatos, e dizer três coisas.

Primeiro, São Paulo cresceu no IDEB no primeiro ciclo, cresceu no segundo ciclo, perdeu 0,1 no Ensino Médio,

Segundo os dados do Ideb de 2017, realmente o estado de São Paulo cresceu nos dois ciclos. No primeiro, referente aos alunos do 5º ano, São Paulo subiu de 6,4, em 2015, para 6,6, na última aferição. Já no segundo ciclo, que diz respeito a estudantes do 9º ano, o índice do estado cresceu de 5 para 5,3 no mesmo período. Em relação ao ensino médio, na verdade, a situação foi melhor do que a citada pelo candidato: São Paulo registrou o mesmo índice (4,2) em 2015 e 2017. Aos Fatos já checou o assunto anteriormente.

mas os nossos melhores alunos, que fazem vestibulinho, estão no Paula Souza. O INEP e o MEC deveriam permitir na próxima prova que eles também pudessem ser avaliados. São Paulo tem a melhor rede de ensino técnico e tecnológico da América Latina, as Etecs e Fatecs. As melhores universitários do país.

Nós não fechamos nenhuma escola.

A declaração do candidato é FALSA porque houve fechamento de escolas de ensino fundamental e estabelecimentos de estaduais de educação infantil durante o governo de Alckmin (2011 a 2017), de acordo com o Censo Escolar do Inep. Na educação infantil, houve o fechamento de três creches estaduais e cinco pré-escolas entre 2011 e 2017, dado mais recente disponibilizado pelo Inep. Nesse mesmo período houve o fechamento de 288 escolas de ensino fundamental que ofertavam apenas o ciclo inicial (do 1° ao 5° ano). Por outro lado, ao longo dos dois últimos anos, de acordo com dados do censo escolar, de 2011 a 2017, houve aumento a criação de 96 escolas de ensino fundamental que ofertavam anos finais (do 6° ao 9 ano). Além disso, foram abertas 245 escolas de ensino médio.

Nós tínhamos 5 milhões de alunos, hoje temos 3,8 milhões de alunos, há uma mudança demográfica. Então tem lugar que falta escola, que nós construímos, e construímos em grande quantidade; e tem lugar que a escola não tem aluno. Precisamos aproveitar esse prédio para a pré-escola, para a EMEI, onde faltam vagas. Então, uma visão corporativa, como sempre, distante do interesse público. É meu dever aproveitar bem os recursos públicos.

Guilherme Boulos

Curioso que o Alckmin não falou da merenda. Espero que possa falar na sua tréplica. Onde está o dinheiro da merenda? Agora, Alckmin, a gente sabe muito bem, você está aí apresentando um paraíso que não existe, e, nós sabemos que, apesar de alguns te chamarem assim, o senhor não é nenhum santo. Nós sabemos que não é apenas a questão da merenda. É o escândalo do trensalão, é o escândalo do rodoanel, é o escândalo do metrô. Eu e o meu partido não temos rabo preso, e o sentimento do povo nas ruas, Alckmin, é de que você é o Sérgio Cabral que não tá preso.

Geraldo Alckmin

Olha, esse é o nível do candidato que representa, do candidato a presidente da república. Eu tenho 40 anos de vida pública, sempre trabalhei, nunca fui desocupado, não invadi propriedade, não tenho nenhuma condenação. 40 anos de vida pública, de vida limpa. A merenda escolar fomos nós que descobrimos. A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público, não tem ninguém envolvido. Isso aconteceu em cinco estados. Uma lei feita para comprar 30% de agricultura familiar, você não tem como comprar de um por um, compra de cooperativa, que entregava ao invés de pegar da agricultura familiar, entregava de grandes, estelionatários que foram punidos, nada a ver com o governo. O governo não teve um prejuízo.

Mediador

Agora o candidato Ciro Gomes, do PDT, será o segundo a participar. Por favor candidato, escolha pra quem vai a sua pergunta, e, na sequência, pode perguntar. 30 segundos.

Ciro Gomes

Fernando Haddad. Haddad, o Brasil, como você sabe, é um país muito grande e nessa grandeza do Brasil há uma diversidade profunda. você pode encontrar uma verdadeira Califórnia ali ao redor de Lucas do Rio Verde, do meu amigo Piveta, lá no Mato Grosso, mas pode encontrar também um semiárido, onde falta tudo, inclusive água. E isso exige que o presidente da República conheça o Brasil. Qual é a sua proposta para o desenvolvimento regional?

Fernando Haddad

Eu agradeço a pergunta do Ciro Gomes, fico feliz com o seu restabelecimento, saúdo a sua presença aqui. Quero dizer que talvez eu tenha sido um dos ministros do governo Lula — e você participou do governo Lula — o ministro que mais andou pelo país. Por uma razão: eu levei universidades federais para 126 municípios do país que não tinham oportunidade educacional; levei institutos federais, os chamados IF ou IFs, pra 214 cidades do país. A quantidade de creches que nós construímos pelo Pró-infância é uma coisa extraordinária por todo país. Eu entreguei, praticamente, 1,5 mil unidades no país. Fora ônibus escolar para a população carente, que andava de pau de arara.

Banda larga para todas as escolas urbanas.

Como o número de escolas públicas com conexão de internet no último ano de ministério de Fernando Haddad não foi de 100%, mas de 70,5%, a declaração é EXAGERADA. Haddad foi o ministro responsável por criar, em 2008, o programa Banda Larga nas Escolas, que tinha como objetivo levar conexão de internet gratuita a todas as escolas públicas urbanas até dezembro de 2025. O petista deixou a pasta em janeiro de 2012, portanto, Aos Fatos levou em consideração os dados de 2011: segundo a própria Anatel, em dezembro daquele ano, 56,7 mil escolas públicas possuíam banda larga. Esse número representa 70,5% das 80,4 mil escolas públicas de ensino regular registradas no Inep.

De maneira que eu rodei o país com o presidente Lula e conheço o Brasil. Nós fizemos agora um inventário das obras paradas. Tem 2,8 mil obras paradas no país, em geral, de logística, ou seja, para baratear os custos da produção. Então, estradas de ferro, estradas de rodagem, linha de transmissão, energia renovável, e nós vamos retomar essas obras para o crescimento acelerar.

Ciro Gomes

O Brasil precisa, de fato, de um presidente que conheça, profundamente, os detalhes da sua geografia econômica, senão não vai entender a importância de se fazer energia em Roraima, onde estamos dependentes da Venezuela; o arco metropolitano do Recife ou a adutora do agreste, adutora do oeste, em Pernambuco; a ferrovia oeste-leste na Bahia; concluir a transnordestina; concluir o projeto são Francisco. Enfim, duplicar a BR-116 na chegada do Rio Grande, onde está a metade sul do Rio Grande do Sul, que mais empobreceu no país.

Fernando Haddad

Ciro, todas essas obras que você elencou, elas estavam no PAC e foram paralisadas justamente no governo Temer, que aprovou uma emenda constitucional exótica. Ele simplesmente congelou o gasto público por 20 anos. O que que acabou acontecendo? Comprimiu o investimento. Fez isso com a ajuda, inclusive, da base aliada, contando com o PSDB, que aprovou essa mesma emenda constitucional. Assim nós não vamos longe, porque pra geração de emprego nós precisamos de várias coisas. Primeiro, uma reforma bancária — o banco paga seis quando você deposita, cobra cem quando você toma —; segundo, uma reforma tributária; e o terceiro, uma reforma fiscal — para recuperar o investimento público e gerar empregos.

Mediador

Obrigada. O candidato Cabo Daciolo é o terceiro a perguntar. Candidato, por favor, escolha pra quem vai a sua pergunta e pode fazê-la.

Cabo Daciolo

O Ciro. Glória a Deus, glória a Deus. A bandeira nacional coloca “ordem e progresso”. Nunca tivemos ordem nem progresso no país, boa parte por culpa dos senhores que aqui estão. Não tem saúde, não tem educação, não tem infraestrutura, não tem saneamento. O que fazer, principalmente na área de saúde?

Ciro Gomes

O Brasil, meu caro cabo, precisa de um projeto nacional de desenvolvimento, e nós avançamos muito. Nós fomos a economia que mais cresceu depois do pós-guerra até o ano 80. De lá pra cá, você tem toda razão, as coisas estão descambando, o Brasil perdeu o seu parque industrial de forma muito extensa, e o Brasil anunciou, com a Constituição de 88, uma profunda mudança institucional que não está sendo cumprida.

Na saúde, especificamente, o que que eu acho que nós precisamos fazer? Revogar a Emenda 95, aquela que proíbe a expansão de investimentos em saúde, educação, segurança, que é um tema que lhe é tão caro e do qual você entende tão bem, mas também em infraestrutura em todas as outras tarefas públicas pra deixar livre o dinheiro da banqueirada, que é quem de fato está mandando na política brasileira. De outro lado, nós precisamos incrementar a gestão e a eficiência. Tô pensando, só pra dar um exemplo nesse plano, criar um fundo nacional de premiação das unidades de saúde, os postos de saúde que atingirem metas antecipadamente anunciadas de satisfação do usuário, de prevenção da diabetes, da hipertensão arterial e da prevenção da mortalidade materna e infantil. Com isso, nós podemos dar até um 15º salário aos bons profissionais que derem resposta a isso. E um conjunto de policlínicas com consultas especializadas e um conjunto de especialistas.

Mediador

Cabo Daciolo tem 30 segundos para a réplica.

Cabo Daciolo

A democracia é uma delícia, uma delícia. O senhor ficou doente, espero que o senhor esteja melhor. Ficou doente e correu para o Sírio-Libanês, e o povo, o povo corre pra onde? Cadê a saúde do povo? O povo está morrendo e o que os senhores estão fazendo pro povo? Chega no momento político, os senhores sabem tudo, fala bonito, fala lindo, tem explicação pra tudo, mas não muda nada, nem lá no Ceará do senhor, não tem nada, não tem mudança nenhuma. Fala, fala e nada acontece. Por que que o senhor não foi para o hospital público também, por que não foi lá onde o povo frequenta? O povo tá sofrendo, o povo tá morrendo?

Mediador

Por favor, sua resposta.

Ciro Gomes

Eu não fui por duas razões: primeiro, porque o médico que me acompanha, que faz a prevenção, tava operando e me pediu pra eu ir lá onde ele estava, e eu não estava de emergência, mas eu já trabalhei muito, pus pra funcionar mais de 20 UPAs, pus pra funcionar mega-hospitais regionais.

O meu estado, cabo Daciolo, tem a menor mortalidade infantil do Brasil,

O Ceará tem a oitava menor taxa de mortalidade infantil do país, de 14,8%, de acordo com o levantamento da Fundação Abrinq com dados do Ministérios da Saúde, em 2016 (dado mais recente disponível). O estado fica atrás no ranking de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. No Nordeste, o Ceará lidera entre os estados com a menor taxa de mortalidade infantil da região. O Ceará é o oitavo estado com menor taxa de mortalidade infantil desde 2013. Em 2012, o estado ocupava a décima posição, de acordo com o levantamento da Fundação Abrinq.

sendo um dos estados mais pobres do país. Eu fui ao plenário das Nações Unidas receber o prêmio de combate à mortalidade infantil. E evidentemente que eu compreendo a sua indignação e me associo a ela, mas eu sou daqueles 20% de brasileiros que, não sendo demagogo, posso pagar plano de saúde. Minha preocupação de fazer uma saúde pública que preste já tem dela testemunho, e eu presidente da República vou melhorar pra todo mundo, mas eu sou um daqueles poucos que pode pagar pagar plano de saúde e não sou demagogo pra dizer o oposto.

Mediador

Obrigada. A quarta pergunta agora do candidato Geraldo Alckmin, do PSDB. Candidato, a sua vez. Pra quem o senhor vai perguntar?

Geraldo Alckmin

Olha, vou perguntar para o candidato Álvaro Dias. Uma das grandes preocupações hoje, preocupação de quem tá em casa assistindo, é a falta de emprego. 13 milhões de pessoas desempregadas mais outro tanto no desalento. De outro lado, um grande déficit habitacional, mais de 6 milhões de famílias sem ter oportunidade de ter sua casa própria. Nós investimos muito, aqui em São Paulo, em moradia - 1% do ICMS é só para moradia. Qual a sua proposta, candidato?

Alvaro Dias

Bem, nos últimos anos, os governos diziam que estavam gerando empregos, alguém que diz que gerou mais de 10 milhões de empregos. Quando o mundo estava economicamente com céu de brigadeiro, crescendo muito, o Brasil só crescia mais do que o Haiti. Diziam que nós estávamos vivendo o espetáculo do crescimento. Na verdade, ficaram devendo muito, enganaram o povo brasileiro. Pra gerar empregos, é preciso, primeiro, romper com esse sistema perverso, esse sistema do balcão de negócios, do aparelho do estado, que esgota a capacidade financeira, que coloca no governo gente incompetente, gente incapaz de propor qualquer reforma, de promover qualquer reforma. É evidente que nós temos que fazer uma reforma tributária inteligente, que enxugue esse modelo e reduza o número de tributos. É evidente que temos que desburocratizar, oferecer a regulação competente, a segurança jurídica, combater corrupção pra atrair os investimentos que se foram expulsos pela corrupção do nosso país. Assim geraremos emprego e cresceremos.

Mediador

Candidato Geraldo Alckmin, 30 segundos para a réplica.

Geraldo Alckmin

Uma das maneiras mais rápidas de gerar emprego é através da construção civil. Nossa meta é construir três milhões de moradia pras famílias de menor renda que não têm a sua moradia. Em São Paulo fizemos a primeira PPP do país, trazendo as pessoas para morarem mais perto do Centro, mais perto do trabalho. Um sucesso a parceria público-privada. Complementamos o Minha casa, Minha vida com um programa próprio do estado. Então, três milhões de unidades habitacionais, cinco milhões de empregos na construção civil.

Mediador

Candidato Álvaro Dias, 45 segundos para a tréplica.

Alvaro Dias

Como nós vamos romper com esse sistema corrupto do balcão de negócios, eu tenho coragem de apresentar uma proposta, caso contrário, eu não teria. Ao lado do meu vice-presidente, Paulo Rabello de Castro, nós temos um plano de entregar a documentação de 5 milhões de imóveis irregulares hoje, em favelas, loteamentos e área rural. Certamente, investiremos no indivíduo como cidadão, ele terá a casa própria, morando com dignidade e segurança, terá acesso a saneamento básico, a água tratada, a energia. Não será um cidadão amedrontado, correndo o risco do despejo a qualquer momento. Serão cinco milhões de moradias legalizadas.

Mediador

Muito bom. Agora, a quinta pergunta deste bloco é também de Álvaro Dias, que acabou de falar, do Podemos. Candidato, por favor, a quem dirige a sua pergunta?

Alvaro Dias

Eu vou dirigir ao Meirelles, que está lá no outro extremo. Eu acompanhei nesse anos como senador esse desmanche das finanças públicas brasileiras quando o senhor estava no governo, com empréstimos a grande empreiteiras, aos campeões nacionais e a países, para obras no exterior, com recursos do BNDES que saíram do Tesouro Nacional. R$ 478 bilhões, 13% de juros para que o BNDES emprestasse a 3%, a 6%. O senhor continuará praticando essa política?

Henrique Meirelles

Em primeiro lugar, eu quero agradecer ao SBT, não só pelo debate, mas pelo horário do debate, que permite a todos assistirem e acompanhar, mesmo quem não tem condições de assistir o debate mais tarde, por razões de ter que levantar muito cedo. Eu gostaria de dizer que enfrentei os problemas dos empréstimos do Tesouro ao BNDES de frente, ao contrário de muita gente, que só conversa. Eu, como ministro da Fazenda, nós tomamos como primeira medida cobrar do BNDES R$ 100 bilhões que foram devolvidos ao Tesouro Nacional, dos R$ 500 bilhões que haviam sido emprestados pelo governo anterior. E, a partir daí, foram em frente. Agora, um dos problemas dessa eleição é exatamente isso, ficam todos fugindo das propostas objetivas e fica-se discutindo coisas que são importante, mas que deveriam ser periferais.

Mediador

Candidato Álvaro Dias, 30 segundos para a réplica.

Alvaro Dias

Importante, não, muito importante. Os senhores alimentaram ditaduras corruptas e sanguinárias com dinheiro público do Brasil, emprestaram de 3% a 6%, e o povo brasileiro é obrigado, na equalização das taxas de juros, a pagar R$ 342 bilhões até 2040. Isso é um crime de lesa pátria que os senhores praticaram. O que o senhor tem dizer? Voltando ao governo, vai recuperar isso, vai devolver isso ao povo brasileiro?

Henrique Meirelles

Eu acredito que o candidato não ouviu ou fez de conta que não ouviu. Eu disse que quando estava no ministério da Fazenda, eu não emprestei recursos ao BNDES, muito pelo contrário, eu cobrei do BNDES. Nós diminuímos o total de empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES, que era minha responsabilidade, eu era o ministro da Fazenda, não era presidente do BNDES ou ocupava outro cargo. E nessa função, não só diminuímos o déficit público, diminuímos as despesas e, principalmente, recuperamos muitos empréstimos que estavam, inclusive emprestados para muitos países como Venezuela e etc. Rigor com a finança pública.

Mediador

Obrigada. Agora é a vez de perguntar Marina Silva, da Rede. Candidata, por favor, pra quem vai a sua pergunta?

Marina Silva

Guilherme Boulos. Boulos, você é professor e eu também, e o Brasil está estacionado em termos de desenvolvimento humano. E quando se trata de desigualdade social, nós perdemos e caímos 17 posições. Qual é a sua proposta para poder reparar essa queda do Brasil do ponto de vista internacional nas políticas sociais para o desenvolvimento humano?

Guilherme Boulos

Marina, nós temos que retomar o investimento público. Quando o governo investe em saúde, educação, moradia, saneamento básico, em todas as áreas, isso gera emprego e melhora a vida das pessoas. E o problema do Brasil, ao contrário do que diz o Temer e a sua turma, não é falta de dinheiro. Dinheiro tem, mas ele está mal distribuído e não chega onde tem que chegar. Tem que ter coragem de enfrentar esse sistema de privilégios. Dinheiro tem se tiver coragem de fazer os ricos pagarem imposto. Hoje, quem tem menos no Brasil paga mais; super rico não paga.

Quem tem um carro paga imposto IPVA; quem tem um jatinho, um helicóptero, não paga nada.

Essa declaração já foi repetida outras vezes pelo candidato e já foi checada por Aos Fatos em outra ocasião (confira aqui). Desde uma decisão do STF no Recurso Extraordinário 379572 RJ, em 2007, o IPVA (Imposto de Propriedade de Veículo Automotor) deixou de incidir sobre aeronaves e também embarcações. Naquela ocasião, votaram contra a cobrança o relator Gilmar Mendes e os ministros Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Sepúlveda Pertence, Cezar Peluso e Cármen Lúcia.

Tem que ter coragem de enfrentar o bolsa-banqueiro. R$ 400 bilhões todos os anos que vão pra pagar taxas de juros exorbitantes da dívida pública. Se enfrentar o sistema dos bancos, se enfrentar os privilégios dos super ricos, vai ter dinheiro. Vai ter dinheiro pra moradia popular, vai ter dinheiro pra melhorar a vida das pessoas com saneamento básico, a educação, que é um tema essencial, e a saúde. Pra enfrentar a desigualdade, tem que tem coragem de tomar lado e enfrentar os privilegiados.

Mediador

Candidata Marina Silva, réplica, 30 segundos.

Marina Silva

Amanhã vou lançar lá no estado do Piauí, o programa Renda Jovem, para poder combater evasão escolar. Hoje, uma grande quantidade de jovens não ficam na escola. Nós vamos criar uma poupança para que os jovens tenham um depósito a cada ano que ele passa no Ensino Médio, a ponto de que ele, quando terminar o Ensino Médio, vai ter uma poupança em torno de R$ 3,7 mil. É assim que nós vamos melhorar a vida dos jovens.

Mediador

Candidato Boulos.

Guilherme Boulos

É essencial, pra dar um exemplo, apenas a tributação de lucros e dividendos, que é o dinheiro que as empresas pagam para os seus acionistas no fim do ano, daria R$ 60 bilhões todos os anos para o país. Isso dá pra construir, fazer, 1,2 milhão de novas vagas na universidade pública. Apenas se cortar no bolsa-empresário, que são desonerações fiscais negociadas por deputados que tiveram suas campanhas financiadas por empreiteiras, por banqueiros, por agronegócio, que depois receberam a farra fiscal, hoje consomem R$ 380 bilhões do orçamento. O bolsa-empresário é dez vezes o Bolsa-Família. Se cortar o privilégio dessa gente dá pra fazer muita coisa pros mais pobres do país e enfrentar a desigualdade.

Mediador

Muito obrigado. Agora é a vez de Fernando Haddad, do PT, perguntar. Candidato, o senhor pode perguntar para o Cabo Daciolo ou para a candidata Marina Silva. Pode escolher e fazer a pergunta, por favor.

Fernando Haddad

Marina. Marina, eu gostaria de perguntar pra você o seguinte: emprego, geração de emprego vai ser uma obsessão do meu governo desde o primeiro dia

e eu participei de governos que geraram, em 12 anos, 20 milhões de postos de trabalho.

Afirmação dita constantemente pelo candidato, já foi checada em outras oportunidades pelo Aos Fatos em outras ocasiões. É VERDADEIRO que durante os 12 anos de governo do PT, partido do candidato Fernando Haddad, foram criados 20 milhões de empregos no país. De acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), em 2002, o Brasil tinha 28,68 milhões de empregados formais, e em 2014, último mandato completo de governo petista, chegou a 49,57 milhões. Ou seja, nesses três mandatos completos, foram gerados 20,89 milhões de empregos. Vale ressaltar que 2015, último ano completo de governo Dilma, a Rais demonstrou que houve uma queda no número de empregos: naquele ano, 48,06 milhões de pessoas estavam empregadas, uma queda de quase 1,5 milhão. Também é válido lembrar que a Rais disponibiliza, anualmente, o estoque (número de empregos) e a movimentação de mão de obra (admissões e desligamentos) dos setores privado e público, e que ela não leva em conta os empregos informais.

Queria perguntar pra você quais são as medidas que você vai tomar pra gerar empregos, e se você é a favor de duas medidas do governo Temer, o teto de gastos e a terceirização da reforma trabalhista.

Marina Silva

O que eu vou fazer para gerar emprego é, em primeiro lugar, recuperar a credibilidade. Hoje, o país está no fundo do poço, em função da corrupção dos governos do PT, do PMDB e do PSDB, que hoje estão todos juntos na mesma vala comum da corrupção. Recuperar a credibilidade é fundamental pra poder te investimento, tanto externo quanto interno. E com isso, nós vamos poder recuperar os empregos na construção civil, vamos poder recuperar emprego no turismo e nós vamos poder controlar gasto público não é congelando o orçamento público, deixando a saúde como está, como fez o governo do Temer, que foi colocado aonde está pelo Partido dos Trabalhadores junto com a Dilma, que o escolheu para ser vice. Nós vamos controlar gasto público, sim, mas fazendo com que se gaste apenas a metade do crescimento do PIB quando tiver superávit primário, porque os trabalhadores não podem pagar essa conta. Nós queremos que o Brasil volte a crescer, sobretudo combatendo a corrupção, que desvia R$ 200 bilhões do povo brasileiro.

Mediador

Candidato Fernando Haddad tem 30 segundos para a réplica.

Fernando Haddad

Me desculpa, mas quem botou o Temer lá foram vocês. O Temer traiu a Dilma e não conseguiria chegar à presidência se não fosse o apoio da oposição,

e você participou desse movimento pelo impeachment pra colocar o Temer lá,

Mesmo que Marina Silva, na época do impeachment, não estivesse exercendo um cargo político, a ex-ministra do Meio Ambiente realmente se mostrou favorável ao impeachment. Durante a comissão especial da Câmara dos Deputados sobre o assunto, Marina recomendou que seu partido, a Rede, votasse pelo impedimento. Vale ressaltar que, mesmo orientando o voto, o partido deixou que seus deputados votassem livremente já que “a Rede tem como princípio fundante primar pelo respeito à pluralidade das posições e opiniões que se expressam através de suas lideranças e filiados sobre os diversos temas”. Outro ponto que merece destaque é que a candidata também defendeu a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE.

com as consequências conhecidas. Eu gostaria de perguntar de novo: você vai revogar o teto de gastos e a terceirização da reforma trabalhista? Isso é fundamental, Marina, para que o trabalhador saiba de que lado você está.

Marina Silva

Não defendo terceirização de atividade meio e nem defendo esse teto que foi feito pelo Temer. E foi vocês, sim, do PT, que se juntaram com ele para poder afundar o Brasil. É muito engraçado, Haddad, você vir falar do Temer e do impeachment, quando você foi pedir a benção para o Renan Calheiros, que também apoiou o impeachment. São dois pesos e duas medidas. Nós vamos controlar gasto público sem precisar congelar o orçamento do jeito que está congelado. Nós vamos, sim, respeitar os trabalhadores, porque temos compromisso com eles. Não é no discurso, é na prática. O PT faz o discurso dos trabalhadores, e se junta com o Temer para fazer e levar o Brasil para o buraco.

Mediador

Obrigado. Oitava e última pergunta deste bloco, de Henrique Meirelles, do MDB. Por favor, candidato, a sua pergunta deve ser dirigida ao cabo Daciolo.

Henrique Meirelles

Cabo Daciolo, quando fui presidente do Banco Central, criei as condições para tirarmos 40 milhões de brasileiros da pobreza. Qual a sua proposta para diminuir a pobreza no Brasil?

Cabo Daciolo

A democracia é muito boa mesmo. Nós estamos agora diante de uma pergunta de um banqueiro pra um soldado do Corpo de Bombeiros, é muito gostoso isso.

Dizer pro senhor que, hoje, pra conhecimento de todos, nós temos mais de 400 milhões na extrema pobreza, nós temos mais de 50 milhões na pobreza, vivendo com R$ 400. Quando eu falo extrema pobreza, eu tô falando vivendo com R$ 140 por mês.

O número citado por Cabo Daciolo é errado, primeiramente, porque o número de pessoas citadas pelo candidato é maior do que a população brasileira (208 milhões de habitantes, segundo o IBGE). De acordo com o SIS 2017 (Síntese de Indicadores Sociais 2017), publicação do IBGE com análise de dados de 2016 da Pnad Contínua, 52,2 milhões de pessoas viviam com até US$ 5,50 per capita por dia, no Brasil, e 13,4 milhões vivem com até US$ 1,90 per capita por dia. A linha de 5,5 dólares por dia correspondia a R$ 387,07 em 2016. Existem vários parâmetros para medir a pobreza de um país. O Banco Mundial estabelece, por exemplo, como limite para extrema pobreza, a renda de US$ 1,90 per capita por dia. Essa linha é construída a partir dos 15 países mais pobres, estabelecida como indicador global e é calculada pelo Banco Mundial. Para países de nível médio-alto desenvolvimento, como o Brasil, o Banco Mundial usa a linha da pobreza de US$ 5,5 per capita por dia.

Sabe qual é o interessante? O interessante é que o senhor fez parte do governo do Lula, do Lula durante um bom período, e o senhor naquele período fez algo muito interessante, muito importante pra nação: o senhor diminuiu a dívida externa. Foi grandioso aquele passo. Só que, naquele ano, a taxa de juros da dívida externa era de 4,5%. O senhor pegou dinheiro emprestado do banco público numa taxa de 18%, o senhor fez é o Brasil ficar endividado quatro vezes mais , foi isso que o senhor fez. Esse é o cenário que nós estamos vivendo no nosso país. Infelizmente, o que acontece é que o senhor e os banqueiros do Brasil ficam roubando a nação e matando nosso povo, só que isso vai mudar. E eu acredito que, pra honra e glória do Senhor Jesus, que, num futuro bem próximo, o senhor e muitos outros vão aceitar o Senhor Jesus como libertador e salvador da vida, e vão começar a tratar o próximo da maneira como gostaria de ser tratado, aí começa a mudança e a transformação, tira o povo da pobreza.

Mediador

Candidato Meirelles, a réplica, 30 segundos.

Henrique Meirelles

Cabo Daciolo, se você quiser continuar sendo candidato a presidente nas próximas eleições, vai ter que estudar um pouco mais. Você vai descobrir, inclusive, que eu nunca fui banqueiro, eu fui bancário, eu trabalhei em banco e cheguei a uma posição de presidente do banco por mérito próprio, de muito trabalho. Criamos, sim, oportunidade para 10 milhões de pessoas começarem a trabalhar no governo do Lula, e agora vamos criar 10 milhões de empregos no meu governo, nos próximos quatro anos.

Mediador

Daciolo, 45 segundos.

Cabo Daciolo

Só tem um jeito do povo voltar a trabalhar. Nós tivemos um período maravilhoso para a nação brasileira que foi de 2006 a 2010, foi um momento que o governo federal, a união investiu em infra-estrutura e saneamento no nosso país. Foi no momento do PAC. Alguma coisa tava acontecendo verdadeiro. Nesse momento, a máquina oxigenou e até mesmo os empresários privados começaram a colocar dinheiro, foi um momento de crescimento. O infelizmente, o senhor, agora, junto com o senhor Temer, no governo dele agora, entrou com as reformas. O que mudou a reforma para o povo brasileiro? O senhor entrou com uma reforma trabalhista só tirando tudo do povo, entrou com o teto de gastos, acabando com o povo durante 20 anos. Quero dizer que eu vou revogá-las, vou revogar e vamos fazer o crescimento. O povo vai sair dessa lama e nós vamos pegar todos os corruptos e vamos prender, vamos guardar os verdadeiros bandidos e vamos tirar o deles e botar pro povo.

Mediador

Muito bem, muito obrigado. Encerramos aqui o primeiro bloco. Na segunda parte do debate, jornalistas do SBT, Folha de S.Paulo e UOL farão perguntas para os candidatos. Esse debate também é transmitido pelo site do SBT, pelo portal UOL e site da Folha de S.Paulo. Voltaremos em instantes. SBT, eleições 2018.

Mediador

Estamos de volta com o debate com os candidatos à Presidência da República e, neste bloco, nós teremos a participação de jornalistas do SBT, do jornal Folha de S.Paulo e também do portal UOL. Você, telespectador, também pode acompanhar tudo pelo site do SBT, portal UOL, Folha de S. Paulo, YouTube, Facebook e Twitter. Participe com a hashtag #DebateSBT.

Lembrando que o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, não pode comparecer a este debate porque ainda se recupera de um ataque que sofreu durante um evento de campanha há 20 dias. Vamos agora às normas deste segundo bloco.

Os jornalistas perguntam para o candidato de sua escolha. Cada candidato responderá uma vez. O jornalista complementa a pergunta e o candidato tem direito a réplica. Os tempos são: 30 segundos para a pergunta do jornalista, 1 minuto para a resposta do candidato, 15 segundos para o complemento do jornalista e 45 segundos para a réplica do candidato.

A primeira a perguntar é a jornalista Débora Bergamasco do SBT. Boa noite, Débora, você pode escolher o candidato e fazer então a sua pergunta.

Jornalista

Boa noite, Nascimento, boa noite a todos. A minha pergunta é para o candidato Ciro Gomes. Boa noite, candidato, espero que o senhor esteja se recuperando bem da sua cirurgia. Se o senhor vencer a eleição, a gestão Ciro Gomes terá quadros do PT em cargos de confiança e ministérios?

Ciro Gomes

Se eu ganhar essa eleição, eu vou compor o meu governo assim como eu compus os governos que eu já dirigi – fui prefeito de Fortaleza, fui governador do Ceará, que são a 5a maior cidade e o 8º estado brasileiros. E o que eu fiz foi buscar metade dos meus auxiliares – e pretendo fazê-lo como presidente – serem mulheres. Eu quero que todos tenham excelência técnica e todos tenham compromisso com a decência; assinarão um termo de comprometimento com um conjunto de códigos e regras de comportamento (já foram replicados também no meu governo). E quero que eles tenham adensamento político tanto quanto possível; não digo necessariamente partidário, [mas] adensamento político.

Mas eu, francamente, se puder governar sem o PT, eu prefiro. Porque, nesse momento, o PT representa uma coisa muito grave para o país. Menos pelos benefícios, que não foram poucos que produziu, mas mais porque transformou-se numa estrutura de poder odienta, que acabou criando o Bolsonaro, essa aberração. E esse conflito entre os dois vai levar o país para um fundo do poço que eu não quero testemunhar que aconteça.

Mediador

Débora, 15 segundos para o complemento.

Jornalista

O MDB é um partido que está fazendo parte de todos os governos desde a redemocratização. O senhor convidaria o MDB para integrar o seu governo?

Ciro Gomes

O MDB, no meu governo, será destruído pelos caminhos democráticos que eu puder movimentar, mas é preciso ter bastante clareza de que há vários MDB’s. Por exemplo: Roberto Requião, senador do Paraná – me honraria muito se [ele] pudesse me ajudar a governar o Brasil; Jarbas Vasconcelos, com quem eu não tenho afinidades propriamente, no campo político, mas é um homem decente; Mauro Benevides, do MDB do Ceará, também é um homem decente. Ou seja, com o conhecimento de causa que eu tenho, eu sou capaz de dialogar com o centro, com esquerda, com a direita, pelo meu trânsito. Sou bom amigo praticamente de todos aqui, colega de praticamente a maioria, tenho a capacidade… E eu sei que o Brasil precisa disso, a capacidade de encerrar essa confrontação odienta que está levando o nosso país para a violência.

Mediador

Muito obrigado, agora a vez do jornalista Fernando Canzian, da Folha de S. Paulo. Boa noite, Fernando, para qual candidato vai a sua pergunta?

Jornalista

Boa noite, boa noite a todos, a minha pergunta é para o candidato Fernando Haddad. Candidato, o senhor tem mantido uma rotina de, todas as segundas-feiras, visitar o ex-presidente Lula na cadeia, em Curitiba. O senhor esteve lá nessa segunda. A pergunta é: isso não reforça a percepção de que o senhor é um candidato teleguiado? E o senhor vai manter, se presidente, uma ponte aérea entre Brasília e Curitiba?

Fernando Haddad

Obrigado pela pergunta. Em primeiro lugar eu sou, com muita honra, advogado do [ex-]presidente Lula, e vou às segundas-feiras porque ele está injustamente preso, a sentença que o condenou não para de pé, não apresentaram uma única prova contra ele, e eu não vou descansar enquanto ele não tiver um julgamento justo – inclusive no exterior. Porque na Organização das Nações Unidas, na ONU, já se prevê um julgamento, no primeiro semestre do ano que vem, de mérito, do seu caso, pela perseguição que ele vem sofrendo.

Em segundo lugar, não é assim que funciona um governo. Um governo é composto por várias forças políticas que assinam um compromisso com o programa aprovado nas urnas. Acabo de ver o Ciro Gomes dizer que não pretende governar com o PT, mas poucos meses atrás me convidava para vice-presidente na sua chapa e chamava essa chapa de dream team, “o time dos sonhos”. Então não é assim que se faz política, demonizando quem não está junto com você circunstancialmente.

Mediador

Obrigado. Canzian, 15 segundos para o seu complemento.

Jornalista

Agora, algumas candidaturas, inclusive o senhor, criticam o candidato Jair Bolsonaro por ter um assessor econômico, o Paulo Guedes, chamado de “Posto Ipiranga”. O Lula não está funcionando com um “Posto Ipiranga” para você, também?

Fernando Haddad

Olha, quem responde… Eu fui coordenador do Plano de Governo, que era para ser do Lula. Lutamos até os 47 minutos do segundo tempo para que o Lula fosse candidato. E fui eu que coordenei o plano de Governo do [ex-]presidente Lula, que agora é o meu Plano de Governo. E o meu compromisso é com o Plano de Governo que está registrado no Tribunal Superior Eleitoral, e toda aliança que eu vier a fazer no meu governo terá um pressuposto: eu não vou demonizar ninguém, eu vou perguntar para deputados e senadores se concordam com aquela plataforma. Porque aquela plataforma vai tirar o Brasil da crise como nós fizemos em 2002. Quem mais gerou oportunidades neste país foram os nossos governos, e o Brasil vai voltar a ser feliz de novo a partir de janeiro.

Mediador

Obrigado, agora a participação do jornalista Diogo Pinheiro, do portal UOL. Diogo, boa noite. Por favor, a sua pergunta.

Jornalista

Boa noite, Nascimento, boa noite a todos os candidatos. Minha pergunta é para o candidato Geraldo Alckmin. Candidato, o presidente de honra do seu partido, Fernando Henrique Cardoso, divulgou uma carta pregando a união dos dos partidos dos candidatos de centro contra a polarização da esquerda e da direita nesta eleição. Uma reunião que contaria com a presença do senhor, da candidata Marina, do candidato Meirelles e do candidato Álvaro Dias; chegou a ser agendada mas não aconteceu. O senhor desistiria da candidatura a favor dos colegas ou acha que eles devem desistir em prol da sua candidatura?

Geraldo Alckmin

Olha, o [ex-]presidente Fernando Henrique fez um documento não dirigido aos partidos nem às pessoas, mas ao eleitorado, dizendo: “precisamos evitar a marcha da insensatez”. De um lado, a volta do PT, que levou o país a 13 milhões de desempregados, uma irresponsabilidade na questão das contas públicas, o projeto de poder só de ganhar a eleição, o Brasil é secundário; então, evitar que o PT volte ao poder. De outro lado, evitar também a insensatez de um candidato que não tem as menores condições, que representa o que há de mais atrasado na política brasileira, com uma intolerância num país tão plural como é o Brasil. É natural que as demais candidaturas são legítimas, nós jamais criaríamos esse constrangimento, mas acho que o eleitor vai, nessa reta final, nesses 10 dias, fazer uma reflexão, e nós estamos otimistas.

Mediador

Diogo Pinheiro, 15 segundos.

Jornalista

Se o senhor não pretende desistir, imagino que o senhor terá que se acostumar, até o final da campanha, a ver o noticiário político e policial diariamente, integrantes do PSDB ou de governos tucanos citados em casos de corrupção. Como combater a corrupção no Brasil se não consegue contê-la no próprio partido?

Geraldo Alckmin

Olha, todos os partidos estão fragilizados, nós não passamos a mão na cabeça de ninguém. Quem errou, paga. Ninguém está acima da lei. Nós não somos como outros partidos que ficam tentando desmoralizar instituições. Nós queremos instituições fortes, todos estão subordinados à lei, quem errou paga por isso. Agora, eu quero ser presidente, e reunir sim uma grande aliança, porque o Brasil só vai mudar com as reformas, só faz reformas se tiver maioria, o resto é conversa fiada. E eu quero falar com você, que está nos assistindo, que nós vamos trabalhar para recuperar a economia, para o Brasil voltar a ter confiança, fazer reformas, gerar emprego, ter governo que funcione, desburocratize, destrave a economia.

Mediador

A jornalista Débora Bergamasco, do SBT, fará a segunda pergunta. Por favor, Débora.

Jornalista

A minha próxima pergunta é para o candidato Guilherme Boulos. Candidato, o senhor defende muito a participação popular nas decisões do governo: a convocação de plebiscitos e referendos. O senhor também defende o uso recreativo de algumas drogas. Eu queria saber se o senhor levaria esse tema para a consulta popular.

Guilherme Boulos

Primeiro, Débora, boa tarde a você, e [quero] dizer que nós defendemos a participação popular, antes de tudo, porque esse sistema político está podre. O sistema político brasileiro é o do “toma lá da cá”. Quem chega lá, negocia cargo e ministério em troca de apoio no parlamento. Esse sistema fez um partido como o PMDB, que nunca ganhou uma eleição presidencial, estar em todos os governos. Com a gente, não. Nós vamos pela primeira vez na história desse país botar o PMDB na oposição. Democracia não pode ser apenas apertar um botão a cada quatro anos e depois ir embora para casa.

E é por isso que o povo tem que ser chamado a decidir – com plebiscitos, com referendos, com conselhos, ou seja, com uma série de formas de participação popular. A começar com um referendo, dia 1º de janeiro de 2019, para revogar as medidas do Michel Temer. A reforma trabalhista, que retirou direitos; reforma do Ensino Médio; e, ainda, a PEC do teto de gastos, que congelou investimentos sociais.

Mediador

Débora, 15 segundos.

Jornalista

E um referendo, uma consulta popular ou um plebiscito para o uso recreativo de drogas? Considerando que o senhor precisa da aprovação do congresso para aprovar o chamamento de um referendo ou plebiscito.

Guilherme Boulos

Eu acredito na participação popular e acredito que isso deve ser feito em um diálogo com a sociedade. Levaria sim questões como essa a referendo, quebrando preconceitos; antes, criando as condições para que a sociedade pudesse ter acesso ao debate de maneira séria, não apenas com punitivismo. A política de drogas, por exemplo, que você mencionou. A política de drogas no Brasil, que é uma guerra às drogas, é uma insanidade. Está matando jovens negros na periferia, está encarcerando a nossa juventude, e o resultado é que o tráfico de drogas só cresceu e as pessoas não deixaram de usar drogas por isso. Até porque o comando do crime organizado está muito mais perto da Praça dos Três Poderes, em Brasília, do que do barraco de qualquer favela desse país. Nós vamos sim colocar em pauta a descriminalização das drogas – abuso de substância é caso do SUS, não de Código Penal.

Mediador

Muito obrigado. Agora, vamos para a segunda participação de Fernando Canzian da Folha de S.Paulo. Fernando, por favor, a sua pergunta vai para quem?

Jornalista

A minha pergunta é para a candidata Marina Silva. Candidata, a senhora defendeu o impeachment em 2016 e apoiou a candidatura do senador Aécio Neves em 2014. Nesta eleição, segundo as últimas pesquisas do Datafolha, inclusive, vem configurando um segundo turno entre Fernando Haddad do PT e Jair Bolsonaro do PSL. A senhora mudaria a chave e apoiaria Fernando Haddad contra Jair Bolsonaro, que a senhora tanto critica, no segundo turno?

Marina Silva

Obrigada pela pergunta, e eu quero falar com as mulheres que estão nos assistindo. Nós temos aqui sete homens e uma mulher. E eu espero, contando com o seu voto, estar no segundo turno, se Deus quiser, e o povo brasileiro. Com o seu voto eu quero provar que uma mulher de origem humilde pode sim governar o Brasil; fazer para os pobres, mas sem roubar. Com competência, com eficiência. Eu quero dizer para você que uma coisa eu tenho clara: se fosse hoje, sabendo do que a Lava Jato trouxe, eu não estaria apoiando nenhuma dessas candidaturas. Eu tenho dito que, se ganhar, vou governar com os melhores. Os melhores da sociedade, da academia, as pessoas que não se corromperam dos partidos. Eu vejo aqui um homem honrado do PT, o Suplicy não se corrompeu. Eu não tenho compromisso com corrupção de ninguém. Justiça para todos.

Mediador

Ok. Canzian, 15 segundos.

Jornalista

Então se a senhora acredita que estará no segundo turno, o que a senhora faria no segundo turno para tentar convencer o PT a apoiá-la?

Marina Silva

As pessoas de bem, eu tenho certeza que estarão comigo. Esse não é um movimento de partido. Para mudar a sociedade brasileira, não é uma questão partidária, é a postura do brasileiro. Estão querendo substituir a população pelo “centrão”. É isso que levou o Brasil para o fundo do poço. Hoje, a maioria dos que estão no palanque do governador Alckmin estavam no palanque da Dilma. A minha aliança é com o povo brasileiro, com as mulheres, com os jovens, com os trabalhadores, com os empresários de bem. É assim que eu vou chegar ao segundo turno. É uma luta de Davi contra Golias, mas o bom é que Davi ganhou de Golias, é o tostão contra o milhão. E, se Deus quiser, nós estaremos lá.

Mediador

Mais uma vez a participação de Diogo Pinheiro, que é do portal UOL. A sua pergunta, Diogo, vai para quem?

Jornalista

Para o candidato Henrique Meirelles. Candidato, enquanto a intervenção federal estiver em vigor no Rio de Janeiro, não é possível mexer na Constituição. Por conta disso, o presidente Temer sinalizou que pretende até acabar com a intervenção e discutir a reforma da previdência já depois das eleições. O senhor integrou o governo Temer, que apresentou essa proposta, que foi muito criticada pela opinião pública, e eu queria saber do senhor como o senhor conduziria esse processo ao lado do presidente Michel Temer e quais seriam as principais mudanças na Previdência.

Henrique Meirelles

O Brasil vive uma situação de injustiça social.

Aqueles que se aposentam mais cedo são aqueles que ganham mais. E isso é escondido da população. Aqueles que ganham menos, eles têm que chegar aos 65 anos de idade para se aposentar.

De acordo com um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de 2016, os mais ricos tendem a se aposentar por ATC (aposentadoria por tempo de contribuição) quando estão com 54 anos idade, enquanto os mais pobres tendem a se aposentar por BPC/LOAS (Benefício da Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social) aos 63 anos de idade. Segundo a nota técnica, isso acontece, porque os estados mais ricos têm menor nível de informalidade e, com isso, maior probabilidade dos trabalhadores chegarem aos anos de contribuição necessários. Enquanto nos estados mais pobres, onde prevalecem maiores níveis de informalidade, as pessoas acabam não conseguindo acumular anos de contribuição e acabam aposentando por idade ou por BPC/LOAS. Aos Fatos já checou o assunto anteriormente.

Então existe uma questão aqui de dizer a verdade e isto é uma proposta que interessa ao povo brasileiro para estabelecer a justiça e para garantir que todos vão receber a aposentadoria no futuro. Porque a minha proposta é uma proposta de resolver os problemas básicos do Brasil estabelecendo um sistema mais justo para todos e, ao mesmo tempo, fazer o Brasil crescer, para que nós possamos de fato criar empregos, e empregar a população, para que depois todos possam também ter uma aposentadoria digna; mas, até lá, possam trabalhar e ganhar a vida com dignidade.

Mediador

Diogo, 15 segundos.

Jornalista

O senhor não disse como conduziria esse processo com o presidente Temer, então eu pergunto para o senhor: qual seria o papel do presidente Temer no governo Meirelles? O senhor daria um cargo de ministro para ele para garantir um foro contra escândalos de corrupção?

Henrique Meirelles

Eu não respondi exatamente porque eu não faço parte do governo, e ele que está decidindo se vai ou não encerrar a intervenção no Rio de Janeiro. No meu caso, eu acho que é uma proposta fundamental. E em relação a participações no governo, eu sempre escolhi equipes de primeira qualidade – pela competência, pela seriedade. Todos aqueles que trabalharam comigo, seja no Banco Central, seja na Fazenda, são pessoas que tiveram alto desempenho e excelente condição de trabalhar e olhar de frente para o povo brasileiro. Isto é, competência e integridade pessoal são as minhas características. Sou ficha limpa.

Mediador

Chegamos então à terceira rodada de perguntas, agora dos jornalistas do SBT, da Folha de S.Paulo e UOL. Débora Bergamasco , é a sua vez de perguntar novamente.

Jornalista

A minha pergunta vai para o candidato Cabo Daciolo. Boa noite, candidato. Eu queria saber do senhor, que já foi filiado ao PSOL, qual a sua opinião sobre a política de cotas: cotas étnicas, sociais, de gênero e raciais.

Cabo Daciolo

Olha, o que eu tenho para deixar disso? Fala, Daciolo. Fala para o povo. Negros, índios, quilombolas… O país é tão jovem, o país é tão jovem, que nós temos… 130 anos se passaram da escravidão. É tão recente, tudo. Nós estamos visualizando… Quando eu penso e paro e vejo alguém falando que vai tirar o FIES, vai tirar o ProUni, vai tirar o Bolsa Família, essa pessoa nunca passou por uma necessidade. Essa pessoa nunca andou num transporte público. Essa pessoa nunca não teve o que comer, nunca faltou comida na casa dela, nunca faltou comida para botar para os seus filhos. Quando acorda, não tem um emprego; está em busca de emprego e não tem um emprego. Porque infelizmente, infelizmente, o mar de lama e corrupção está no mar dos engravatados. Eles não estão preocupados com o povo, não estão preocupados com o pobre, eles não estão preocupados com aqueles que não tiveram a oportunidade.

Mediador

Débora Bergamasco.

Jornalista

Candidato, o senhor é a favor das cotas tanto no ensino quanto no mercado de trabalho para essas pessoas que eu comentei?

Cabo Daciolo

Com certeza. Com certeza e vou fazer um trabalho muito mais amplo. Porque essas pessoas têm que ser abraçadas, não foram há 130 anos atrás, houve um erro do Brasil. Não só dos políticos, agora eu falo, mas da nação brasileira de forma geral. Porque nós passamos… Hoje eu vim caminhando até aqui, o que eu vi aqui em São Paulo, favelas na calçada, as pessoas estão vendo e estão passando próximas como se não fosse nada. Recicla-se tudo, por que nós não vamos reciclar o ser humano? Por que nós não vamos ajudar o próximo? Está muito além da política, está muito além da política. Nós precisamos fazer algo verdadeiro para o próximo. Nós temos que tratar o próximo da maneira como gostaríamos de ser tratados. E vai mudar todas as coisas. Vou dar educação para esse povo, e vamos transformar a nossa nação.

Mediador

Muito obrigado. Agora, terceira participação de Fernando Canzian da Folha de S.Paulo. Fernando, a sua pergunta, por favor.

Jornalista

A minha pergunta é para o candidato Álvaro Dias. Candidato, o senhor tem 2% das intenções de voto e, com esse porcentual, dificilmente poderá estar no segundo turno se as coisas não mudarem. No seu estado, o candidato Jair Bolsonaro lidera todas as pesquisas eleitorais. Como um crítico do PT, no segundo turno o senhor apoiará Jair Bolsonaro?

Alvaro Dias

Bom, primeiro eu tenho esperança de que essa eleição seja para escolher o melhor, que o eleitor escolha o melhor, mas seja sobretudo um estímulo à honestidade, à competência, à experiência administrativa. Porque ao ouvir aqueles que já passaram pelo governo, ou que apoiaram os últimos governos, eu fico espantado com o que ouço. Fazem mágicas para justificar determinadas atitudes como fez há pouco alguém que me respondeu. Portanto eu ainda acredito no despertar do povo brasileiro. Não é possível que essa nação queira ver esse confronto entre a extrema esquerda e a extrema direita. Dispensando a experiência administrativa, a competência, dispensando a honestidade daqueles que se empenharam para cumprir a sua missão atendendo exatamente às exigências da sociedade brasileira. Eu tenho esperança.

Mediador

Canzian, 15 segundos.

Jornalista

Nesse caso, se o senhor vier a ser presidente, então, o senhor apoiará a ida para o seu lugar, do seu primeiro suplente, o empresário Joel Malucelli, que foi preso recentemente no Paraná por suspeitas de corrupção em obras viárias no estado?

Alvaro Dias

Ele já encaminhou à mesa do Senado, veja como as pessoas são diferentes, ele já encaminhou à mesa do Senado uma carta abrindo mão da possibilidade de assumir o Senado enquanto esse impasse não for dirimido. Enquanto não houver conclusão desse inquérito. Agora, o que nós queremos evitar é a volta de uma organização criminosa ao poder no país. Porque há um rastro de sangue no itinerário percorrido por aqueles que governaram o Brasil nos últimos anos. Eu me lembro do Toninho, eu me lembro do Celso Daniel, eu me lembro de sete testemunhas que foram assassinadas, são corpos, sepultados no túmulo da impunidade, e o Brasil não pode mais admitir o retorno da organização criminosa.

Mediador

Obrigado, chegamos então ao fim do segundo bloco do debate com os candidatos à Presidência da República realizado pelo SBT, UOL e Folha de S.Paulo. Depois do intervalo, os candidatos voltarão a fazer perguntas para candidatos. As jornalistas Carolina Aguaidas e Solange Boulos estão na sala digital do SBT.

Mediador

E vamos então para o terceiro bloco do debate promovido pelo SBT, a Folha de S.Paulo e o portal UOL. Agora os candidatos voltarão a fazer perguntas entre si. Você, telespectador, pode acompanhar tudo pelo pelo site do SBT, pelo site da Folha, pelo portal UOL, Youtube, Facebook, Twitter. Participe com a hashtag #DebateSBT. Mais uma vez eu gostaria de lembrar que o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, não compareceu a esse debate pois ainda se recupera do ataque sofrido em um evento de campanha.

Essas são as normas desse terceiro bloco: candidato pergunta para candidato em ordem pré definida por sorteio. Cada candidato faz uma pergunta e cada participante só pode ser escolhido uma vez para responder. O autor da pergunta tem direito à réplica, e o candidato escolhido tem direito à tréplica. A pergunta terá duração de 30 segundos, a resposta de 1 minuto e 15 segundos. Réplica terá duração de 30 segundos e tréplica de 45 segundos. O bloco se encerra com as considerações finais dos candidatos, cada um terá direito a um minuto. Pela ordem do sorteio a primeira pergunta deste bloco será feita pelo candidato Henrique Meirelles do MDB. Candidato, por favor sua pergunta.

Henrique Meirelles

Eu quero fazer uma pergunta ao candidato Geraldo Alckmin. Candidato, vamos falar de eficiência. O estado de São Paulo deve finalmente completar a linha 5 do metrô. O problema é que isso demorou 20 anos. Esse é o tipo de eficiência que o senhor pretende levar para Brasília?

Geraldo Alckmin

Olha, São Paulo é o estado que mais investe hoje no Brasil. Nós pegamos o metrô com 60 km e vamos terminar o ano com praticamente 100 km de metrô. Nesses próximos dias vão ser inauguradas mais três estações da linha 5 do metrô. Estação Chácara Klabin, estação Santa Cruz e estação Hospital São Paulo. Ainda teremos ainda outras estações a serem entregues daqui algumas semanas. Como a estação Morumbi, para o time lá, o time do São Paulo Futebol Clube. Levamos o trem até Cumbica, teremos o monotrilho até Congonhas, nós estamos ampliando fortemente a rede de transporte sobre trilhos. Tenho viajado o Brasil e tenho um grande projeto para infraestrutura, que é emprego na veia. Estive lá Norte, no Pará, fui até porto de Miritituba. É um escândalo a BR- 163, carretas ficam atoladas quando chove, não conseguem chegar ao porto. Vamos concluir a Br- 163, vamos melhorar o chamado Arco Norte, para fazer saída pelo Rio Tapajós, também pelo Tocantins, e poder exportar os produtos brasileiros.

Mediador

Muito obrigado. Candidato Meirelles, 30 segundos para réplica.

Henrique Meirelles

Eu quando estive no governo, tenho resultados concretos para mostrar. Como presidente do Banco Central, paguei a dívida do Brasil ao FMI, que tinha 20 anos. Construímos reserva, construímos 280 bilhões de dólares reserva, trouxe a inflação para baixo e o Brasil criou milhões de empregos. E isto é eficiência, candidato.

Mediador

Candidato Alckmin.

Geraldo Alckmin

É, a coisa deu errado né? Porque a economia era para crescer 4% esse ano, depois do desastre do PT, que o povo perdeu 8% da renda e o Temer é do PT, é vice da Dilma. Aliás, duas vezes foi eleito Vice Presidente da República pelo, junto com a Dilma e o PT, e o país não vai crescer esse ano 1%, 13 milhões de desempregados,

27% dos jovens também no desemprego.

Últimos dados do mercado de trabalho divulgados pela Pnad Contínua 2º trimestre 2018 do IBGE confirmam a afirmação dita pelo candidato Geraldo Alckmin; atualmente 26,6% dos trabalhadores, entre 18 e 24 anos, se encontram desocupados no Brasil. A média nacional é de 12,4%. A maior taxa de desocupação, no entanto, é entre o grupo de brasileiros entre 14 a 17 anos (42,7%). Os grupos de 25 a 39 anos (11,5%), 40 a 59 anos (7,5%) e o de 60 anos ou mais de idade (4,4%) são os com melhores índices. O IBGE considera pessoas desocupadas as que, na semana de referência da pesquisa, estavam sem trabalho (que geram rendimentos para o domicílio), que tomaram alguma providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para assumi-lo na semana de referência. A pesquisa foi realizada em 211 mil domicílios de 3.464 municípios do país.

Nós vamos fazer as reformas, trazer de volta a confiança, reduzir imposto no setor produtivo e tributar dividendos, simplificação tributária e retomar atividade econômica. Metrô, trem, rodovia, ferrovia, é emprego na veia.

Mediador

Obrigada. Candidato Fernando Haddad, agora sua pergunta, por favor.

Fernando Haddad

Vou perguntar pro Meirelles. Meirelles, eu fui Ministro da Educação do Lula por muitos anos, sete anos. E graças ao seu apoio eu pude abrir a porta das universidades para o jovem trabalhador. Prouni: 2 milhões de bolsas, universidades federais Brasil afora, todas as cidades pólo do país, sobretudo no interior, FIES sem fiador. Grandes projetos de inclusão. Qual que será sua política, se eleito, para a educação superior do Brasil?

Henrique Meirelles

A minha política para a educação é uma política baseada na competência. Por exemplo: tudo aquilo que você se referiu, que você fez, foi possível porque o Brasil cresceu, aumentou a arrecadação pública e o governo teve condições de criar todos esses programas. Então a primeira coisa que eu vou fazer é conduzir a política econômica correta, adequada e o Brasil vai crescer muito. O Brasil não vai só criar 10 milhões de empregos, como o Brasil vai fazer mais, vai aumentar a arrecadação e aí nós vamos poder sim criar universidades e poder melhorar a qualidade das universidades e a qualidade do ensino, porque isso é um dos problemas que hoje os estudantes enfrentam, quando sai da escola. Do ensino médio ou do ensino profissionalizante ou, principalmente da universidade. Nós vamos aumentar a qualidade investindo fortemente e melhorando a qualidade dos professores e demanda de desempenho. É importante que o estudante exerça seu direito de aprender, não apenas o direito de passar de ano. E, em relação ao Prouni, nos vamos estender o Prouni também para as creches, para que as mães e os pais possam trabalhar quando o necessário, deixando a criança na creche.

Mediador

A réplica de Fernando Haddad, por favor.

Fernando Haddad

Agradeço os elogios, mas nós temos visões um pouco diferentes. Para ampliar o público universitário, nós temos que investir muito no ensino médio e o ensino médio é atribuição única dos governadores. E mesmo um estado rico como São Paulo, deixa muito a desejar. São Paulo caiu muito no ranking do ENEM e do Ideb. O que é que nós vamos fazer? Nós vamos pegar cada escola de ensino médio federal, cada uma delas vai ter que adotar em sua gestão escolas estaduais de baixo desempenho, porque assim mais jovens ascenderão para a universidade.

Mediador

A tréplica. Candidato Meirelles, 45 sengundos.

Henrique Meirelles

Candidato Haddad, é importante você estudar bem o que aconteceu naquele período. Estudando bem você vai entender que isto tudo só foi possível, o aumento da arrecadação , dos investimentos, porque houve uma política competente econômica. Que existia alguém na presidência do Banco Central que estava criando todas as condições possíveis para o Brasil crescer, para o Brasil crescer muito. Então agora, eleito presidente da República, nós vamos criar de fato todas a condições para o Brasil crescer muito, melhorar a sua vida, você ter emprego, você ter renda, e aí sim ter dinheiro para o ensino básico, para o ensino fundamental e também para o ensino universitário.

Mediador

A pergunta agora é da candidata Marina Silva, da Rede. Por favor, candidata.

Marina Silva

Minha pergunta é para o candidato Álvaro Dias. Álvaro, 40% dos lares brasileiros hoje são liderados por mulheres. Mulheres corajosas, trabalhadoras, que estão batalhando e defendendo seus filhos, suas famílias, com muita dificuldade.

Hoje, o maior desemprego é sobre elas.

Segundo a última Pnad Contínua Trimestral do IBGE, o desemprego das mulheres é numericamente e percentualmente maior do que dos homens. No segundo trimestre deste ano, 6,61 milhões de mulheres estavam desocupadas, enquanto 6,35 milhões de homens estavam na mesma situação. Em relação à taxa de desemprego, na mesma época, as mulheres possuíam 14,2% e os homens 11%.

Qual é a sua proposta para que as mulheres possam recuperar o emprego e combater os preconceitos?

Alvaro Dias

Marina, você tem razão. De 70 milhões de lares brasileiros, 30 milhões de lares são comandados, são liderados por mulheres. Nós temos que ter uma pauta em que a mulher seja protagonista no campo econômico e uma pauta de participação política. Abrimos espaços para a participação política da mulher, há no governo uma secretaria da mulher. É preciso um choque de gestão nessa secretaria, para que as políticas públicas voltadas à mulher sejam exercitadas com eficiência e comandadas por mulheres. Na área da cultura, por exemplo, a criatividade artística da mulher tem que ganhar visibilidade. Mas a mulher simples, a mulher humilde, a mãe, ela tem que ser tratada com o carinho que o governo deve a ela devotar, com investimentos maciços, especialmente em educação infantil. Desde o pré-parto, a mulher tem que ser atendida com saúde de qualidade, segurança, creche para as crianças, enfim, um investimento vigoroso na faixa de 0 a 06 anos, para que a mulher seja uma mãe feliz.

Mediador

A réplica de Marina Silva, por favor.

Marina Silva

Eu e meu vice, Eduardo Jorge, nós lançamos o programa Vida Digna, para que as mulheres tenham saúde de qualidade, possam ser atendidas quando precisam. E lançamos um programa de atendimento às creches, vamos abrir dois milhões de vagas em creches, para que as mulheres deixem seus filhos, possam trabalhar, e possam recuperar sua capacidade de autonomia, econômica e social.

Mediador

Álvaro Dias, 45 segundos.

Alvaro Dias

Eu e meu vice, Paulo Rabelo, temos uma proposta que dobra a sua, Marina. Tomara que consigamos chegar lá. 4 milhões de vagas em creches, instituindo também o vale creche, para que a mãe possa escolher em que creche quer colocar seu filho. Investimento nessa faixa etária de R$ 1, é retorno de R$ 12, 13 reais. É o maior investimento. Se nós investirmos vigorosamente nessa faixa, fazendo a mãe feliz, podendo trabalhar, ajudar o seu marido no orçamento familiar, tendo o filho bem cuidado, nós vamos reduzir os índices de violência, de corrupção. Nós vamos melhorar a qualidade do emprego e do salário, e o Brasil vai se desenvolver mais.

Mediador

Candidato Álvaro Dias, que acabou de responder, agora é sua vez de fazer sua pergunta.

Alvaro Dias

Quem é que falta?

Mediador

Falta Guilherme Boulos, Ciro Gomes, Cabo Daciolo, Marina Silva e Fernando Haddad.

Alvaro Dias

Eu vou perguntar para o Fernando Haddad. É… Desde o início da campanha, eu tenho anunciado que nós pretendemos isentar do imposto de renda aquele que ganha até R$ 5 mil por mês. Você chegou, como representante do preso que está em Curitiba, e anuncia a mesma coisa. Mas pode nos explicar como fará, se antes o PT não fez?

Fernando Haddad

O que nós fizemos foi muito importante para o Brasil. No orçamento federal, o pobre não se via. Todos esses programas sociais que você conhece, Minha casa, minha vida, Luz para todos, a transposição do Rio São Francisco. Todos esses programas, Prouni, interiorização das universidades federais, institutos federais, Mais médicos, tudo isso isso que mudou a realidade brasileira, saiu do orçamento federal. Ou seja, a população mais pobre se viu no orçamento federal. Nós temos agora uma nova tarefa, que é trabalhar o lado da receita.

No Brasil, o pobre paga muito imposto e o rico praticamente não paga. Quem recebe dividendos, porque é empresário, não paga impostos, isso da época do governo do Fernando Henrique Cardoso. Nós vamos inverter essa lógica. É difícil, porque o congresso resiste. Mas nesse momento de crise, nós não temos outra chance, que não melhorar a renda da classe trabalhadora, para que ela possa consumir mais, e fazer a roda da economia girar. E em segundo lugar, a reforma bancária, tema no qual você não toca. Talvez por compromissos anteriores.

Mediador

Álvaro Dias, a réplica de 30 segundos.

Alvaro Dias

Olha, na olimpíada da mentira, da ficção, o PT ganha medalha de ouro. A mentira (inaudível) tem sido a arma do PT para iludir o povo brasileiro. Em 2007, eu trabalhei duro para derrubar a CPMF. Em janeiro, o PT aumentou o IOF para recuperar os 40 bilhões que perdera com o fim da CPMF, e agora alega que vai reduzir os impostos. O PT é implacável com o pobre, ele distribui a pobreza.

Mediador

Candidato Haddad, 45 segundos.

Fernando Haddad

O senhor foi o senador do PSDB e apoiou o governo de Fernando Henrique, campeão de aumento de carga tributária no Brasil.

Fernando Henrique Cardoso aumentou a carga tributária de 26% para 32% do PIB.

No governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a carga tributária bruta do governo geral (Governo Central, Estados e Municípios) passou de 28,1% do PIB, no primeiro ano de mandato em 1995, para 32% do PIB, no último ano de mandato em 2002, de acordo com dados do relatório do IFI (Instituto Fiscal Independente). Os números são próximos ao mencionado por Fernando Haddad e, por isso, a declaração foi considerada VERDADEIRA. Ao longo do primeiro mandato de de Fernando Henrique Cardoso a relação entre carga tributária e PIB teve queda, chegando a 26,5% em 1997. A partir daí iniciou uma trajetória de alta, alcançando 32% em 2002.

Nós não aumentamos 1% do PIB, da carga tributária.

A relação entre a carga tributária do governo geral (Governo Central, Estados e Municípios) e o PIB teve trajetória irregular durante os governos petistas, como mostra o relatório do IFI. Ao final dos governos petistas, houve alta de apenas 0,7 ponto percentual, ou seja, menos do que Haddad disse. Vale lembrar que a carga tributária teve alta de mais de 2 pontos percentuais do PIB ao longo do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, mas recuou, após o fim da CPMF, imposto defendido à época pelo PT. No governo Lula, a carga tributária passou de 31,4% do PIB, em 2003, para 33,7% em 2007. Com o fim da CPMF a partir de janeiro de 2008, a relação entre carga tributária e PIB passou a cair. Entre 2008 e 2015, a média da carga tributária em relação ao PIB foi de 32,6%. Em 2015, último ano completo governado por Dilma Rousseff, a carga tributária ficou em 32,1% do PIB.

Pelo contrário, fizemos o pobre ter acesso ao orçamento público. Todos os programas que eu citei são do PT, o senhor não tem o menor respeito com a população beneficiária de todos esses programas, inclusive os que eu fiz como Ministro da educação. O pobre, o negro, a mulher, chegaram à universidade graças a esses programas. O filho do pedreiro virou doutor. O oposto do governo do Fernando Henrique que o senhor apoiou, o oposto.

Mediador

Obrigada, agora a pergunta do candidato Geraldo Alckmin.

Alvaro Dias

(inaudível) Eu peço (inaudível) Mediador (inaudível) Direito de resposta.

Mediador

Direito de resposta (inaudível) Álvaro Dias será discutido pela comissão jurídica do debate. Já informarei ao senhor. Agora vamos para a pergunta do candidato Geraldo Alckmin do PSDB. Para quem vai a sua pergunta, candidato?

Geraldo Alckmin

Olha, a minha pergunta vai para o candidato Ciro Gomes. Ciro foi até secretário da saúde, do estado do Ceará, e hoje uma grande preocupação da população é a saúde. A população ficando mais idosa, a medicina mais cara, mais sofisticada, como é que a gente consegue melhorar? Em São Paulo nós fizemos 16 hospitais novos e 23 ambulatórios médicos de especialidades, para poder avançar mais na saúde. Sua proposta, candidato?

Ciro Gomes

A minha proposta para a saúde, a tarefa acho que se divide, em dois caminhos, como diria aqui o Meirelles, com as mãos. Primeiro, revogar a 95, que é uma emenda que proíbe a expansão do investimento, por 20 anos. Sem isso, todos os nossos compromissos nada passam do que boas intenções ou mentira, e não há aqui nenhum inocente e portanto quem disser que vai fazer qualquer coisa sem revogar, entre nós aqui, (inaudível) elegante pai, estará faltando com a verdade.

A segunda questão é entender basicamente como nós podemos dar eficiência à saúde básica e à prevenção, afora todo um outro conjunto de providências que passam do saneamento básico até os hospitais mais sofisticados. Mas duas coisas são prioritárias: um, a prevenção na unidade básica de saúde. O que eu quero fazer? Criar um fundo de 4 bilhões de reais, para distribuir 100 mil reais de prêmio para cada unidade de saúde, ou seja, cada posto de saúde, que atinge as metas de prevenção da mortalidade materna e infantil, prevenção de diabetes, prevenção de hipertensão e satisfação do usuário. Ou seja, o usuário com sua identidade protegida vai dizer se foi bem atendido.

A outra coisa são os exames especializados e as consultas com os especialistas. Nós temos uma rede de políclínicas no Ceará feita em consórcio, que eu pretendo espalhar por todo o Brasil, numa conta de 617.

Mediador

Geraldo Alckmin, 30 segundos.

Geraldo Alckmin

Olha, nós vamos investir muito no atendimento primário de saúde, que tem que melhorar sua resolutividade, saneamento básico. Três coisas elevaram a vida da população no Brasil: água tratada, vacina e antibiótico. Um grande programa de medicamentos, melhorando o acesso ao medicamento, vou reduzir o imposto, na reforma tributária, dos remédios. Hoje até, andando em Santo André, uma senhora falou que precisa diminuir o preço do remédio e garantir também o acesso aos medicamentos gratuitos.

Mediador

(inaudível) Ciro Gomes, 45 segundos.

Ciro Gomes

Para além dessas providências que eu já anunciei, é necessário também que o Brasil fortaleça uma indústria da saúde. Os remédios são muito caros, os atendimentos são (inaudível) muito caros porque inacreditavelmente e criminosamente, ao longo dos últimos 15 anos, o Brasil perdeu a capacidade de industrializar os produtos que precisamos. Só para o brasileiro ter ideia, esse anos nós estamos gastando mais de 15 bilhões de dólares, o que chega perto de 50 bilhões de reais, gerando emprego nos Estados Unidos e na Europa, comprando prótese, cama de hospital, remédios fármacos, químicos, etc. Portanto fazer a saúde mais barata significa também produzir no Brasil, aquilo que, com o dinheiro do brasileiro, nós estamos comprando de fora, gerando os empregos aqui.

Mediador

Obrigado, e eu gostaria de informar a todos e ao candidato Álvaro Dias, que o seu pedido de direito de resposta a Fernando Haddad, foi negado. Vamos agora à pergunta do candidato Cabo Daciolo, do Patriota. Por favor, Cabo Daciolo, a sua pergunta.

Cabo Daciolo

Por gentileza, quais são os candidatos que eu tenho para perguntar aqui?

Mediador

O senhor pode perguntar para Guilherme Boulos ou Marina Silva.

Cabo Daciolo

Vou falar com a Marina. Candidata Marina, nós tivemos há pouco, o fundo partidário, o fundo eleitoral. O que você pode dizer sobre fundo partidário, fundo eleitoral e também sobre a reforma da previdência?

Marina Silva

O fundo partidário e o fundo eleitoral estão exagerados. É dinheiro público em grandes quantidades para as campanhas políticas. Eu defendo o financiamento público de campanha, mas não na quantidade que foi aprovado pelos grandes partidos. PT, PSDB, PMDB e DEM, para se perpetuarem no poder. O fundo partidário e fundo eleitoral não precisam ser milionários. E, nós temos que mobilizar a sociedade para que ela possa contribuir para as campanhas. Em relação à nossa postura diante dessas, dessas questões de financiamento público de campanha, nós da Rede, temos muito claro que o financiamento deve ser transparente, que a população brasileira não deve se render a essa lógica do caixa 2. Por isso, nós somos contra o caixa 2 e vamos criminalizar o caixa 2 que (inaudível) nas campanhas do PT, do PSDB, do PMDB, durante as eleições de 2014, principalmente, que foi desvendado pela Lava Jato.

Mediador

Candidato Daciolo, 30 segundos para a réplica.

Cabo Daciolo

Nação brasileira, eu tô falando de 02 bi e 600. (pausa) 2 milhões e 600. 2 bi e 600, que saiu da saúde, saiu da educação, tirou (inaudível) do povo. Nós não aceitamos esse dinheiro. Nós tivemos o Meirelles que gastou 43 bi.. milhões em sua campanha e nós gastamos 700 reais. Previdência? Nós vamos revogar, Nós vamos revogar. Melhor, ela nem entrou, ela nem vai acontecer.

Mediador

Candidata Marina Silva, 45 segundos para réplica, por favor.

Marina Silva

Nós estamos fazendo, nós da Rede, uma campanha franciscana. Os meus adversários tem bilhões. Alguns deles, quando soma, o fundo, tem meio bilhão aliás, quando soma o fundo partidário e o fundo eleitoral e nós estamos fazendo uma campanha com a contribuição da sociedade e um pouquinho do fundo eleitoral, porque eles tentaram evitar que o povo brasileiro faça a verdadeira mudança. O dinheiro que está sendo usado pelos grandes partidos, é o que falta para você, mulher, ter a vacina do seu filho, o remédio no posto de saúde e, a educação de qualidade para o seu filho. Nosso compromisso é com a transparência e com o uso correto do dinheiro.

Mediador

Obrigado. Obrigado e a sétima pergunta deste bloco, de Ciro Gomes, do PDT. Candidato, a sua pergunta deve ser dirigida ao Guilherme Boulos.

Ciro Gomes

Guilherme, você que é o mais jovem aqui. Não sei se o Daciolo é mais jovem dos, dos talentosos candidatos, -ele é o mais jovem?- então você é o mais jovem, o jovem brasileiro tem um dilema absolutamente grave. Ele, por não ter experiência, não consegue um emprego e, por não conseguir uma oportunidade para trabalhar, não consegue ter experiência. Como você pretende encaminhar essa grave questão?

Guilherme Boulos

Olha Ciro, existem três questões fundamentais para a juventude: a primeira delas é viver. Nossa juventude está sendo assassinada, sobretudo, a juventude pobre e negra nas periferias. Assassinada por um regime de segurança, um sistema de segurança que, na verdade, lucra com a morte, com o tráfico de armas e munições. Por isso, nós devemos desmilitarizar as polícias, ter um outro modelo de segurança, que reveja a política carcerária, a política de segurança pública e invista em prevenção e inteligência. Eu não quero que os nossos jovens tenham a primeira arma como eles têm hoje, quero que tenham o primeiro emprego. Eu não quero construir presídios, eu quero construir escolas. A primeira questão é dar uma virada na política de segurança pública para que a nossa juventude possa viver. Dar fim ao genocídio dos jovens negros nas periferias. Em relação ao emprego, é preciso dar oportunidades, retomando investimento público de verdade e efetivando a lei do jovem aprendiz, que já existe e se fosse regulamentada e efetivada por esse governo, geraria de imediato 900 mil empregos, dando a primeira oportunidade de emprego ao jovem brasileiro.

Mediador

Candidato Ciro Gomes, 30 segundos.

Ciro Gomes

Meu compromisso é levar a escola em tempo integral para toda a juventude a partir do ensino fundamental 2 até o ensino médio. Nesse ensino médio, ele há de ser em tempo integral e profissionalizante e, no terceiro ano, todos os jovens terão um estágio remunerado, pago pelo governo nas empresas. Alguém pode achar que isso é um sonho e que isso é uma (inaudível). Mas isso não é, isso já está acontecendo, em uma de cada três escolas no estado do Ceará, que é um dos estados mais pobres do Brasil. Se o Ceará pode, muito mais pode o Brasil.

Mediador

Candidato Boulos, 45 segundos para sua tréplica.

Guilherme Boulos

Precisamos falar também de educação. O jovem brasileiro precisa viver, o jovem brasileiro precisa trabalhar e o jovem brasileiro precisa ter oportunidade de estudar. É fundamental que a gente amplie o acesso às universidades públicas do nosso país. Amplie a política de cotas, de permanência estudantil e reveja esse modelo que tá dando dinheiro para as grandes corporações de ensino privado. O investimento no FIES é maior do que o nas universidades públicas, além de endividar os jovens. Nós temos que construir um modelo de transição, fazer auditoria nas contas dessas corporações como a Kroton e criar essas vagas na universidade pública. Dando oportunidade para que o jovem possa ter acesso ao ensino superior.

Mediador

Muito bem, a oitava e última pergunta será do Guilherme Boulos, do PSOL, que deve dirigir sua pergunta ao cabo Daciolo, por favor.

Guilherme Boulos

Daciolo, as mulheres são a maioria da população brasileira e tem, historicamente seus direitos negados. Mesmo assim tem candidatos, como Bolsonaro, que acha que as mulheres têm direitos demais. Ele defende que as mulheres ganhem menos que os homens e agora tem uma proposta, em relação ao imposto de renda que vai fazer com que famílias, que ganham até dois salários mínimos, a maioria chefiada por mulheres, tenham que pagar imposto de R$ 400 reais. Você acha isso justo?

Cabo Daciolo

Não, não acho isso justo. Não acho isso justo e quero deixar para a nação brasileira. Mulheres da nação brasileira, na minha casa, na minha família, as mulheres são prioridade. E as mulheres vão também no meu governo. Vão fazer parte direto do nosso governo, vão estar conosco no nosso governo em meio a meio, 50% dos ministérios homens e 50% dos ministérios mulheres. Com o mesmo salário, com o mesmo salário (sic), e nós queremos elevar a moral das mulheres, porque as mulheres têm uma dificuldade além dos homens.

Porque as crianças, os filhos, porque muitas delas não tem como levar na creche, não tem como botar na creche, estão lá com as mães. Elas ficam com os filhos e ainda vão trabalhar e muitos de nós não reconhecemos isso. Mulheres no nosso governo vão ser muito bem valorizadas sim. Sim, e eu quero aproveitar também que eu tô aqui com a presença da minha mãe, uma pessoa especial e da minha esposa, uma pessoa especial. Mãe eu te amo, (nome da esposa), eu te amo, e as mulheres brasileiras, amo todas vocês e vou tratar todas as mulheres do Brasil com respeito. Cabo daciolo, 51. Glória a Deus.

Mediador

Candidato Boulos, 30 segundos.

Cabo Daciolo

Glória a Deus.

Guilherme Boulos

Daciolo, a gente já estava com saudade de você aqui no debate.

Cabo Daciolo

Amém.

Guilherme Boulos

Mas eu acho que, além de amor, há uma questão que é a igualdade de oportunidades. Nós temos que apoiar a luta das mulheres por salário igual, nós temos que apoiar a luta das mulheres contra a violência machista e pelo direito de decidir sobre seus corpos. As mulheres são a maioria da população brasileira e vão salvar o país do atraso. Mais da metade da população de mulheres rejeita Bolsonaro e vão estar nesse próximo sábado em um grande ato por #elenão.

Mediador

Cabo Daciolo, 45 segundos para tréplica.

Cabo Daciolo

Olha, um dos grandes motivos da nação estar nesse atraso total, fala-se, nós falamos Ordem e Progresso, não tem ordem e não tem progresso nenhum. É justamente não darmos os valores para as mulheres brasileiras. O local delas, o local de dignidade, lado a lado em cadeira, em cadeira de posição elevada. Não olhando para a mulher “mulher não pode nessa cadeira”. Pode sim, e no nosso governo vai sentar. E eu quero aproveitar e quero colocar porque nós colocamos o tema do fundo eleitoral e eu falei 2 bi e seiscentos. Nós tivemos 2 bi para bancar isso aqui, mas não tem 1800 para botar o voto impresso. Nós precisamos votar em cédulas porque há fraude nas urnas eletrônicas.

Mediador

Muito bem, vamos então agora para as considerações finais desse nosso debate. Cada candidato terá um minuto para falar, conforme definido em sorteio, o primeiro a se pronunciar será o candidato Cabo Daciolo do Patriota. Um minuto, candidato.

Cabo Daciolo

Eu quero agradecer a Deus, em primeiro lugar, por essa oportunidade. Quero pedir a essa nação brasileira, “desperta, ó tu que dorme”, desperta. O momento é de renovação, o momento é do novo, o momento é de transformarmos a nossa nação. Você que tá pensando em votar branco, nulo e abstenção, tivemos na últimas eleições mais de 37 milhões de brasileiros que votaram branco, nulo e abstenção. Nos dê uma oportunidade. E eu quero aproveitar aqui, todos os que estão nos ouvindo, 200 milhões de brasileiros, nós vamos ser eleitos. Só… Eu quero fazer um ato profético, estou profetizando para a nação brasileira. Eu vou ser o próximo Presidente da República, para a honra e glória do nosso senhor Jesus, e, no primeiro turno, com 51% dos votos. Você crê nisso? Sem fé, é impossível agradar a Deus. Toda honra e toda glória será dada pelo nosso senhor Jesus Cristo. Dizer a todos que nós somos fortes e que nenhum passo vai ser dado para trás, e que Deus está no controle. Mulher brasileira, amo vocês. Glória!

Mediador

Muito obrigado. A vez do candidato Guilherme Boulos do Psol.

Guilherme Boulos

Todos dizem que vão mudar o Brasil, mas ninguém muda o Brasil andando com os mesmos de sempre. Eu sou candidato a presidente pela primeira vez, mas estou há mais de 16 anos lutando ao lado das pessoas que lutam por moradia e por direitos sociais. Nessa luta, eu aprendi duas coisas muito importantes: é preciso ter coragem e é preciso ter lado. Se você também é contra esse sistema político falido e acredita que dá para fazer diferente, vote 50. Se você também não aceita que os planos de saúde continuem lucrando bilhões, enquanto tem gente morrendo na fila do SUS por falta de remédio e médico, vote 50. Se você também defende que as mulheres ganhem o mesmo salário que os homens, vote 50. Contra o sistema. Vote no que você acredita. Vote Psol. Vote Boulos 50.

Mediador

Obrigado, agora as considerações do candidato Ciro Gomes do PDT.

Ciro Gomes

Agradecendo a todos, aos ilustres opositores, ao PDT, eu me dirijo a você, irmãos e irmãs brasileiros, ou que não se decidiram ou que estão decidindo seu voto, contra um candidato, ou contra o partido. Se você é eleitor do Bolsonaro contra um partido, desculpa mas não podemos concordar com isso, embora é você quem manda. Se você é eleitor do PT porque não quer votar no Bolsonaro, desculpa, mas tenho um profundo respeito por isso. Mas por que eu digo isso me arriscando a ser mal entendido? Mas é porque o Brasil não aguenta mais essa polarização. Esse enfrentamento de um votar contra o outro, acaba produzindo esse resultado que nós estamos assistindo desde 2014. Garotos se agredindo na internet, famílias se dividindo. Eu quero propor a você, que tem ficha limpa, que tenho boas ideias, que me dê uma chance.

Todas as pesquisas mostram que eu ganho do Haddad e ganho do Bolsonaro no segundo turno.

A afirmação é VERDADEIRA porque nas últimas pesquisas dos principais institutos de pesquisa, Datafolha e Ibope, Ciro Gomes vence os dois candidatos em um eventual segundo turno. De acordo com a última pesquisa do Ibope, publicada nesta quarta-feira (26), Ciro possui 44% dos votos contra 35% de Bolsonaro. A pesquisa, no entanto, não trouxe simulação de segundo turno entre os candidatos do PDT e PT. Já segundo a última pesquisa Datafolha, do dia 20, num segundo turno entre Ciro e Bolsonaro, o candidato pedetista ganha com 45% dos votos contra 39%, e num embate com Haddad, Ciro possui 41% das intenções contra 34%.

Mas para isso eu preciso estar lá e por isso eu peço o seu voto no número 12.

Mediador

Obrigado. A vez agora do candidato Henrique Meirelles do MDB. Por favor as suas considerações, um minuto.

Henrique Meirelles

Boa noite a todos, obrigada pela atenção. O que nós vimos aqui hoje foi um ringue e um show, todos brigando contra todos, mas ninguém brigando pelo que de fato interessa a você. A minha briga é por emprego, renda e dignidade. Isto se conquista com trabalho. Isto se conquista com um candidato eleito presidente da República que tem competência, já mostrou resultado, como eu mostrei, mostrei que sei criar empregos e que seja alguém honesto e que tenha uma vida limpa. Alguém de confiança. Quando você vai escolher alguém para deixar seu filho, você escolhe alguém de confiança. A confiança é a base de tudo. Por isso eu te digo, no dia sete, chame o Meirelles e vote 15.

Mediador

Obrigado. Agora as considerações finais do candidato Fernando Haddad do PT.

Fernando Haddad

Brasileiros, brasileiras, é um prazer estar aqui nesse debate. Quero dizer que meu governo será pautado por um princípio, o princípio de ampliar as oportunidades. E isso se faz de duas maneiras: ampliando a oportunidade em emprego, de trabalho; e ampliando a oportunidade de educação. Com trabalho e educação, nós sairemos da crise, porque a pessoa que tem uma dessas duas coisas tem um caminho pela frente. E nós provamos que isso é possível. Ao longo de 12 anos de estabilidade democrática, em que o resultado da urna era respeitado, nós geramos 20 milhões de postos de trabalho. Quase triplicamos o número de brasileiros e brasileiras das universidades. Jovens pobres que não teriam a menor condição de estudar. E nós vamos fazer o Brasil voltar ser feliz de novo com essas duas palavras mágicas: trabalho e emprego.

Mediador

Obrigado. Agora será a vez do candidato Geraldo Alckmin do PSDB.

Geraldo Alckmin

Quero agradecer a você que ficou conosco ao longo desse debate, trazer uma palavra à família brasileira, dizer que o Brasil ficou um país caro, olha o preço do combustível, olha o preço do gás, olha o preço da energia elétrica. O emprego sumiu, 13 milhões de desempregados, não tem investimento. O Brasil tem pressa, não pode errar de novo, nem o PT voltar, que é o responsável por tudo isso. Nem o candidato da discriminação, que não vai levar a não ser a violência. E mais da metade da população não quer nem um, nem outro. Nós precisamos agora é de uma grande reflexão. O Brasil tem tudo para se recuperar. O mundo está crescendo bastante, gerando emprego, tem muito recurso. Trazer investimento para o Brasil, o jovem ter oportunidade, reduzir o custo Brasil. Para a família brasileira poder viver melhor. Por isso, com humildade, peço seu voto, peço seu apoio.

Mediador

Obrigado. Candidata Marina Silva, da Rede. Um minuto para suas considerações finais.

Marina Silva

Eu quero falar com todos vocês que estão nos acompanhando até agora. Agradecer a vocês por estarem participando do debate. Eu quero dizer uma coisa para cada um que está nos acompanhando agora, principalmente você, mulher. Você não sabe a alegria, o orgulho que eu tenho, de estar representando você. Temos aqui sete homens, e você sabe o quanto é difícil uma mulher de origem pobre, analfabeta até os 17 anos, ex-empregada doméstica, estar aqui disputando honestamente, competentemente, palmo a palmo. Geralmente, quando tem uma bagunça ou uma briga dentro da família, ninguém chama o Meirelles não. Chama uma tia, chama uma mãe, chama uma avó, chama uma mulher corajosa para por ordem dentro da casa, unir todo mundo, e fazer a família conversar. É isso que eu vou fazer como mulher. Não tenho ódio de ninguém e vou governar com os melhores do Brasil.

Mediador

Obrigado. O oitavo candidato a fazer considerações finais é o candidato Álvaro Dias, do Podemos.

Alvaro Dias

Eu havia solicitado direito de resposta para explicar que fui realmente do PSDB, apoiei o governo durante sete meses,

mas fui expulso porque apoiei a instalação de uma CPI para investigar a corrupção.

De fato, Alvaro Dias foi acusado de traição pelo PSDB, em 2001, por ter assinado a CPI da Corrupção no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele e seu irmão, Osmar Dias, foram expulsos do partido por por não retirarem o apoio à investigação. Ambos acabaram se filiando ao PDT, partido que fazia oposição a FHC. A CPI, no entanto, foi arquivada com a retirada da assinatura de outros deputados. Em sua defesa, à época, Dias argumentou que, pelo estatuto do partido, para fechar questão sobre um assunto seria preciso haver uma convocação das bancadas federais e aprovação por maioria dos votos. Segundo ele, nada disso aconteceu. Ele também afirmou que a decisão de fechar questão proibindo que os parlamentares do partido assinassem o pedido de instalação da CPI foi tomada depois que ele e o irmão já haviam assinado o documento. "É inadmissível imaginar que a Executiva, de maneira retroativa, possa exigir a retirada das assinaturas. Seria atingir nossa dignidade pessoal e parlamentar", disse à época.

Sempre fui contestador, sempre fui inquieto, irrequieto, desconfortável. Sempre combati esse sistema corrupto. Estou agora nessa campanha, na tentativa de impedir que volte uma organização criminosa. Quando falei em rastro de sangue é porque, como senador eu investiguei, e ouvi os áudios de autoridades brasileiras, orientando testemunhas para impedir a elucidação de vários crimes que tiveram origem na morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, cujos os irmãos tiveram que fugir do Brasil com medo da morte. É preciso impedir a volta da organização criminosa. E, ao dizer boa noite a todos, e quero dizer que vou agora à Itaquera ver Corinthians e Flamengo. Boa noite.

Mediador

Senhoras e senhores, em nome do SBT, do portal UOL, do jornal Folha de S.Paulo, eu quero agradecer a participação dos candidatos e dos jornalistas aqui presentes e esperamos que esse debate tenha ajudado você, leitor, a conhecer melhor as propostas dos candidatos à presidência da República. As campanhas dos candidatos que passarão para o segundo turno já confirmaram a participação no debate que acontecerá no dia 17 de outubro, 17:45h da tarde. SBT, eleições 2018. Uma boa noite e fique agora com o SBT Brasil.

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