Mediador
Senhoras e senhores, boa noite.
Mediadora
Boa noite a todos.
Mediador
A Record TV abre agora o debate entre os candidatos a Presidente da República, com transmissão também pelo canal da Record TV no Youtube, pelo Portal R7.com e pelo Play Plus e por suas contas no Twitter e Facebook.
Mediadora
Desde já eu gostaria de agradecer a presença dos candidatos aqui essa noite e agora nós vamos apresentá-los: Guilherme Boulos, do PSOL.
Mediador
Álvaro Dias, do Podemos.
Mediadora
Fernando Haddad, do PT.
Mediador
Henrique Meirelles, do MDB.
Mediadora
Geraldo Alckmin, do PSDB.
Mediador
Cabo Daciolo, do Patriota.
Mediadora
Ciro Gomes, do PDT.
Mediador
E Marina Silva, da Rede.
Mediadora
Como todos sabem, o candidato do PSL Jair Bolsonaro foi vítima de um ataque quando participava de um ato de campanha, na cidade de Juiz de Fora, no último dia 06/09. Desde então Bolsonaro foi submetido a duas cirurgias de emergência por causa do ferimento a faca que sofreu no abdômen.
Mediador
Depois de 23 dias de internação hospitalar, o candidato recebeu alta ontem e está em casa, no Rio de Janeiro, onde ainda segue o tratamento e a assessoria informou que, por recomendações médicas, o Jair Bolsonaro não pôde estar presente.
Mediadora
O debate da Record TV privilegia o confronto direto entre os candidatos para esclarecer você, eleitor. Vamos aos tempos de cada confronto agora. A pergunta será de 40 segundos e a resposta será de um minuto e meio. Um minuto será dado para réplica, mesmo tempo concedido para tréplica.
Mediador
O candidato que se sentir ofendido poder solicitar direito de resposta de 30 segundos, assim que o outro terminar a sua fala. O pedido será analisado pela organização do debate.
Mediadora
A cada rodada, todos os candidatos vão perguntar e responder uma única vez. Para isso, o primeiro candidato a perguntar na rodada será, obrigatoriamente o último a responder.
Mediador
E o candidato escolhido para responder será sempre o próximo a perguntar.
Mediadora
De acordo com o sorteio prévio feito na presença das assessorias de todos os candidatos, o primeiro a perguntar, para abrir essa rodada agora, é o candidato Cabo Daciolo. Candidato, a sua pergunta vai para quem?
Cabo Daciolo
Glória a Deus. Minha pergunta vai para o Haddad.
Mediadora
40 segundos, por favor.
Cabo Daciolo
Haddad, nós sabemos, a importância de investir em infraestrutura, em saneamento, para o nosso país. Oxigenar a economia do nosso país e crescermos. Qual a solução que você tem, o que você acha disso e, quem é o Presidente Lula para você, quem é ele para você?
Mediadora
Obrigada.
Fernando Haddad
Muito boa noite a todos, é uma satisfação estar aqui mais uma vez, participando desse debate. Agradeço a pergunta do Daciolo. Para mim, Daciolo, com a emenda constitucional 95, que fixou um teto de gastos por 20 anos, nós não vamos retomar as obras de infraestrutura que se encontram paradas nesse momento. São obras importantes por duas razões. Em primeiro lugar, porque elas geram emprego imediatamente, a construção civil sobretudo, gera muitos empregos: Minha casa, minha vida, obras de infraestrutura, transposição do Rio São Francisco, Transnordestina, ferrovias importantes em Santa Catarina e Bahia, tudo isso gera emprego. Em segundo lugar, melhora a produtividade da nossa economia, nós vamos exportar a mais se fizermos isso. Por tanto nós prec… (sic), pretendemos substituir o teto de gastos, aprovados, aprovado pelo governo Temer, com o apoio do PSDB, por uma outra fórmula fiscal, que garanta investimentos. Nosso objetivo é ampliar a capacidade de investimentos do Estado brasileiro. Para mim, o Presidente Lula, respondendo a sua segunda pergunta, foi o maior presidente da história do Brasil. É o maior estadista da história e é uma pessoa com projeção internacional, que recebe semanalmente apoio de lideranças do mundo inteiro, chefes de Estado do mundo inteiro, em situação da sua situação, e da sua prisão injusta.
Mediadora
Obrigada.
Cabo Daciolo
Nação brasileira, o presidente Lula, ele é um grande líder, é um grande líder que se corrompeu no caminho. É um grande líder que em determinado momento não teve peito, coragem, para desa… (sic), pra libertar o nosso povo da nova ordem mundial, que está escravizando o nosso povo há anos. Se corrompe no meio do caminho para os banqueiros também, para aqueles que estão escravizando a nossa nação. Agora quanto a infraestrutura, saneamento, que é importantíssimo para oxigenar o nosso país, os senhores, PT, com PMDB, os dois, casalzinho, os dois juntos, que ficaram 13 anos afundando o nosso país, vocês pegaram o dinheiro do BNDS, R$ 400, mais de R$ 400 bilhões, e investiram fora do Brasil. Deveriam ter investido em infra estrutura, para trazer emprego para o povo e não fizeram. Colocaram na Venezuela, colocaram na Argentina, no Peru. Tá repreendido, em nome do Senhor Jesus. Esse dinheiro vai ser investido no nosso povo, com a honra e glória do Senhor jesus Cristo. Glória a Deus.
Fernando Haddad
Daciolo, eu lamento a sua colocação, porque o você desconhece a geopolítica do continente. O Brasil não é um país isolado, o Brasil é um país líder na América Latina, na América do Sul, e é um país que estava exercendo a sua liderança, inclusive, em países da África e do Oriente Médio. Se você pegar, na época do Governo Lula, a quantidade de bens e serviços exportados pelas empresas brasileiras, gerando emprego aqui no Brasil. Daciolo, foram 20 milhões de empregos em 12 anos, acho que você não se dá conta do que isso significa. 20 milhões de postos de trabalho em 12 anos. E investimento maciço em educação.
Eu fui ministro da educação, eu praticamente tripliquei o número de universitários no Brasil,
A declaração é EXAGERADA porque, por mais que o número de universitários tenha de fato aumentado, o crescimento não chegou nem ao dobro. Haddad foi ministro da Educação de julho de 2005 a janeiro de 2012. O petista começou na pasta quando o Brasil apresentou 4,16 milhões de matrículas em todos os tipos de cursos universitários (incluindo presenciais e à distância) em 2004. Em 2011, último ano completo de ministério de Haddad, o país apresentou 6,7 milhões de matrículas. Vale ressaltar que, neste ano, já havia cursos à distância. Os dados são das Sinopses Estatísticas da Educação Superior do Inep.
o número de vagas abertas em universidades públicas, pelo Prouni, e pelo FIES sem fiador. Eu gostaria que você tomasse ciência do que aconteceu nesse período.
Mediador
Agora o candidato senhor Haddad é quem faz a pergunta. A quem se dirige a sua pergunta, candidato?
Fernando Haddad
Eu queria fazer uma pergunta ao Meirelles. Meirelles, eu estou muito preocupado com a ausência de um tema nos debates presidenciais: a pessoa com deficiência e o idoso. Toda pessoa em sua família tem uma pessoa com deficiência ou um idoso. Segundo o IBGE, a cada cinco brasileiros, um tem uma deficiência, grave ou leve, mas tem.
E a população está envelhecendo,
A afirmação de Fernando Haddad é VERDADEIRA, a parcela da população jovem tem reduzido, enquanto a parcela de população idosa tem recuado, de acordo com os dados do IBGE. De acordo com a Síntese de Indicadores do IBGE, com dados da Pnad 2015, entre 2005 e 2015, a parcela de pessoas de zero a 14 anos no total da população diminuiu de 26,5% para 21%; e a de 15 a 29 anos, de 27,4% para 23,6%.
Nesse mesmo período, a parcela de adultos de 30 a 59 anos subiu de 36,2% para 41% e a fatia de idosos de 60 anos ou mais de idade, de 9,8% para 14,3%, no mesmo período.
O IBGE estima que atualmente, 21,3% da população brasileira tem até 14 anos e essa fatia deve cair para 19,4% nos próximos 10 anos. Em 2018, também segundo as estimativas do IBGE é que 9,2% da população tem 65 anos ou mais. Em 2028, essa parcela deve saltar para 12,7% da população.
sobretudo nas famílias pobres, é importante uma ação decisiva do Estado, no sentido de apoiá-la. Eu gostaria de saber: o que consta do seu programa, para pessoas com deficiência ou para o idoso?
Henrique Meirelles
Antes de mais nada, o Brasil precisa investir, criar emprego e renda. Para isso, nós temos que ter capacidade de ter uma boa política econômica e, a partir daí, com emprego, nós vamos também criar direcionamentos especiais para que os deficientes possam ter acessos a esses empregos. E, depois, não basta apenas entrar na empresa, ou entrar no setor público. É importante garantir que o deficiente progrida na carreira. Que ele tenha condições, de fato, de ter uma evolução de acordo com o seu potencial e a sua capacidade de produção, a sua capacidade, de fato, de realização em prol do país e para si próprio e para a sua família. Além do mais, temos que ter tratamentos específicos para o deficiente. E para isso, mais uma vez, é necessário recursos e, como você mencionou, no momento em que eu estive na presidência do Banco Central, a economia cresceu e os recursos cresceram. Como Presidente da República, de fato, o Brasil vai crescer muito, e a partir daí teremos recursos para segurança, saúde, educação e certamente recursos também para atender o deficiente e dar um bom tratamento para todos.
Fernando Haddad
Meirelles, eu penso que em qualquer circunstância o deficiente, a pessoa com deficiência e o idoso merecem respeito. Em qualquer circunstância, em qualquer situação que a economia se encontra, e eu vou dar um exemplos a você. Todos os programas da época do Presidente Lula, foram alterados para atender a pessoa com deficiência e o idoso. Eu cito alguns: Minha casa, minha vida foi foi adaptado para pessoas com deficiência e para o idoso. Na educação, nós fizemos o maior programa de inclusão da história do Brasil. Eu era ministro do Lula e, com muita honra, 400 mil crianças com deficiência que estavam fora da escola foram trazidas para a escola. Nós fomos fazer um porta a porta, de casa em casa, para trazer essas pessoas que estava (sic), estavam recebendo benefício de prestação continuada e que não estavam frequentando a escola, passaram a frequentar. Luz para todos. Todos os programas tem que ser adaptados, a pessoa com deficiência…
Mediador
Tempo esgotado, candidato. Sua tréplica.
Henrique Meirelles
É muito importante esclarecer, para a população, que tudo o que é realizado por um governo, demanda recursos. E para se ter recursos, o país tem que ser bem administrado. Tem que ser um presidente que de fato conheça economia e faça com que o país cresça. No momento em que assumir a Presidência da República e que o país cresça, aí sim nós vamos atender o deficiente desde o início, desde o seu tratamento. Programas de saúde, por exemplo, dando a todos os brasileiros, inclusive aos deficientes, um cartão eletrônico, que vai permitir, a ele ou a ela, ter todo seu histórico ali e, dentro disso, no momento em que tiver qualquer dificuldade, vai, e o médico tem acesso a todo do histórico do cliente. Isto é um exemplo do que poder ser feito, pelo deficiente, mas para todos os brasileiros garantir um bom tratamento de saúde.
Mediadora
Muito obrigada, candidato. O senhor segue com a palavra, por que é a vez do candidato Henrique Meirelles perguntar. Vai para quem sua questão?
Henrique Meirelles
vou perguntar para o candidato Ciro. Nenhum país democrático tem um Bolsonaro como presidente e, nós temos aqui um paí onde as pessoas se combatem e ele próprio lidera esse combate, não é? Então, o que nós podemos fazer para promover mais confiança e um melhor entendimento entre os brasileiros, para que não se caia nesse radicalismo e nós possamos construir o Brasil, criar uma política de crescimento e criar empregos para todos os brasileiros, ao invés de apenas combatermos uns aos outros.
Ciro Gomes
Meu caro Meirelles, eu considero essa sua questão talvez a mais grave dessa reta final da campanha brasileira. Nenhum país do mundo suportará o desdobramento que nós estamos visualizando, pelo menos como ameaça, sobre a sociedade brasileira. O Brasil, é bom que a gente lembre, em 2014 teve uma eleição assim, rachada, o outro lado não reconheceu o resultado das eleições e há quatro anos o Brasil não para para discutir a massa de desempregados, a massa de pessoas na informalidade, a massa de brasileiros com o nome sujo no SPC, humilhados, sem poder comprar um sapato para o filho, e a violência que se desdobra disso. Não é brincadeira, 63.800 de homicídios aconteceram nesse país e nós não mudamos nada na legislação brasileira para enfrentar essa onda que vulgarizou a barbárie. 60 mil mulheres foram estupradas no nosso país,
220 mil pontos de comércio fecharam no Brasil,
No triênio 2015-2016-2017, um total de 226,5 mil lojas fecharam as portas no Brasil, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Foram 101,9 mil pontos fechados em 2015, 105,3 mil em 2016 e 19,3 mil em 2017.
13 mil indústrias fecharam no Brasil e a política brasileira chafurdando no ódio, no radicalismo, atinge seu apogeu agora, justo na hora que temos uma ocasião para pedir ao povo brasileiro que, iluminado por Deus, ponha a mão na cabeça, reflita um pouco, para que a gente possa unir o Brasil. Unir o Brasil que produz, unir o Brasil que trabalha, dialogar com as forças diferentes, superar intolerância, superar o ódio e a violência. E o Bolsonaro interpreta isso mas, infelizmente, o outro lado também aperfeiçoa isso.
Mediadora
(inaudível) Tempo encerrado. A réplica, por favor.
Henrique Meirelles
Os radicais sempre tentam fugir do problema se escondendo atrás do radicalismo, isso não resolve o problema. O ódio não cria empregos, a vingança só cria a destruição. Muito menos aumenta a renda e a segurança da população. Nós precisamos é ter uma política, primeiro, de entendimento, alguém que seja capaz de conversar com todos os seguimentos da sociedade brasileira. E segundo competência, que tenha resultado concreto para mostrar, que vai levar o país na direção certa e, é muito importante, que as propostas levadas sejam propostas baseadas em resultados. Eu tenho resultados concretos para mostrar para a população nas vezes que eu exerci cargo de comando na economia brasileira.
Ciro Gomes
Eu considero esses argumentos bastante prudentes, e a nossa diferença nunca nos impediu, a mim e ao Meirelles, de reconhecer, cada um né, a virtude de uma estima, de uma confraternização, apesar de abissais diferenças de pensamento, Fomos colegas, aliás, fui colega da Marina, fui colega do do do do (sic) Haddad, enfim, estimado Álvaro Dias também, fui colega do governador e é uma peculiaridade minha nesta ocasião. Eu acho que, tendo sido também Ministro da Fazenda, ajudei a fazer o Real, fui Ministro da Integração Nacional, a mim me tocou, por exemplo, a responsabilidade pelo Projeto São Francisco, uma das obras importantes do governo do Lula. E eu tenho essa possibilidade. No Ceará, nós temos 24 partidos em aliança produzindo resultados extraordinários e é isso o que eu sonho para o Brasil, esse é um momento grave, a crise é muito complexa e nós precisamos de serenidade, experiência, autoridade- sem dúvida-, mas capacidade de diálogo talvez seja o requisito maior para encerrar essa radicalização.
Mediador
Agora sua vez candidato de fazer a pergunta. O senhor pode fazer a pergunta ao candidato Álvaro Dias, ao candidato Geraldo Alckmin, ao candidato Guilherme Boulos ou a candidata Marina Silva.
Ciro Gomes
Eu vou perguntar a minha estimada companheira, senadora, ministra, Marina Silva. Eu gostaria Marina, e me perdoe se eu vou pedir a sua opinião, de uma democrata exemplar, de perguntar diretamente ao Jair Bolsonaro, que está de alta, felizmente, graças a Deus, né atravessou esse trauma, eu mesmo suspendi a minha campanha, durante muitos dias fiquei ligando para saber se estava tudo bem, mas ele não veio. Eu, no outro debate, vim com uma sonda pendurada na perna em respeito aos ilustres opositores e à sociedade brasileira, por que nós precisamos debater. Mas a minha pergunta Marina, é qual sua opinião sobre essa frase assustadora que o Bolsonaro cometeu afirmando que antes do povo brasileiro votar ele não reconhece o resultado dessas eleições.
Marina Silva
O Bolsonaro tem uma atitude autoritária, antidemocrática, desrespeita as mulheres, desrespeita os índios, desrespeita os negros, desrespeita a população brasileira. Mas, com essa frase, ele também desrespeita a constituição, desrespeita o jogo democrático, Numa democracia, se não temos comprovação de que houve uma fraude, não se pode entrar no jogo se for, para você ganhar de qualquer jeito. Para mim, essas palavras do Bolsonaro, além de desrespeito à democracia, o Bolsonaro fala muito grosso mas, tem momentos que ele amarela, e amarela mesmo. Porque isso é voto, isso são palavras, de quem já está com medo da derrota. Da derrota do povo brasileiro que será dada a ele, pela atitude autoritária. Hoje Ciro, nós temos que enfrentar dois projetos autoritários: aqueles que tem saudosismo da ditadura e que não respeitam a Constituição e aqueles que fraudaram a eleição em 2014, como foi o caso da candidatura da Dilma e do Temer, pelo uso da corrupção. O brasil não precisa ficar entre a espada da corrupção e a cruz do autoritarismo do Bolsonaro.
Ciro Gomes
Eu assino embaixo essas declarações e acho que todos os nossos ilustres pares aqui neste debate temos que afirmar nosso compromisso com a democracia. Democracia é uma palavra grega e às vezes a gente não dá o devido valor. Democracia que dizer poder do povo. Se alguém é candidato, depois de 28 anos de deputado federal, pelo Rio de Janeiro, lugar onde a corrupção tomou centralidade- governador preso, tribunal de contas preso, presidente da assembléia preso, Eduardo Cunha, presidente da câmara preso-, e o Bolsonaro é deputado federal do Rio de Janeiro, se recusa a vir a um debate, e estamos vendo todo dia declarações anti- povo, anti- pobre. A economia política que sua assessoria defende entrega a riqueza do Brasil ao estrangeiro e ele nem se quer dá o direito à população brasileira, estando sadio, como eu agradeço a Deus que ele esteja, eu quero isso para todos os meus semelhantes, mas é preciso de fato ouvir a palavra da Marina, e de muitos outros, que estamos aqui hoje: o Brasil não aguenta mais essa radicalização nojenta. Acabou não?
Mediadora
Acabou! Agora a candidata Marina Silva tem um minuto pra tréplica.
Ciro Gomes
(inaudível)
Marina Silva
Nós estamos diante de um momento muito difícil da história política do nosso país. O candidato Jair Bolsonaro que, como você disse, graças a Deus está se recuperando. Ele vem sendo desconstruído e suas atitudes, pelos seus próprios atos. Ele defende distribuir armas como forma de combater a violência. A proposta dele, se já tivesse sido aprovada, Deus o livre, mas aquela pessoa com uma faca poderia ter tirado sua vida e de outras pessoas, então é uma proposta que não se sustenta. Mas tem outras propostas que tão se sustentam, como, por exemplo, a proposta do Partido dos Trabalhadores de que quer controlar a imprensa, de que quer controlar o Judiciário e,
o próprio candidato, disse que vai chamar uma constituinte sem dizer quais são as bases dessa constituinte,
O programa de governo de Haddad afirma que "participará, logo após a posse, da elaboração de um amplo roteiro de debates sobre os grandes temas nacionais e o sobre o formato da Constituinte". No plano do candidato do PT, é expressa "a necessidade de um novo processo constituinte" para "assegurar as conquistas democráticas" e afirma que em seu governo "as condições de sustentação social para a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte". Não há, entretanto, detalhamento sobre o que seriam "as condições de sustentação social" supracitadas.
No programa de governo, também é mencionado que essa assembleia constituinte deve ser "livre, democrática, soberana e unicameral, eleita para este fim nos moldes da reforma política que preconizamos".
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, durante evento de campanha em 28 de setembro, Haddad afirmou que a inclusão do trecho sobre a assembleia constituinte foi feita após o PC do B integrar a chapa petista.
porque isso é, igualmente, um risco à democracia. PT e Bolsonaro são cabos eleitorais um do outro e, nós temos que combater esse autoritarismo.
Mediadora
candidata, você segue com a palavra agora, para quem vai a sua pergunta?
Marina Silva
Eu vou fazer a pergunta para o Álvaro.
Mediadora
Por favor, 40 segundos.
Marina Silva
Álvaro, a população brasileira está participando dessas eleições e está sendo induzida a ir numa eleição de dois turnos, votar pelo medo. Eu, tenho defendido junto com meu vice, Eduardo Jorge, que a gente deve votar pela esperança, a gente deve votar porque tem confiança e não porque tem medo. Os dois projetos que estão se colocando, pedindo ao povo que inutilize seu voto, fazendo seu voto útil, estão fazendo isso em nome do medo. Qual é a sua posição sobre isso?
Alvaro Dias
Marina, realmente nós estamos assistindo a marcha da insensatez nessa campanha eleitoral. E às vezes eu me imagino em outro país, quando ouço, como hoje, essa crônica da mistificação e da ficção. A mentira continua sendo uma arma poderosa, na boca de candidatos que desonraram compromissos que assumiram e que desrespeitaram o povo brasileiro a rasgar as metas que foram estabelecidas durante a campanha eleitoral. Isso nós vimos aqui há pouco. E certamente, é uma espécie de ignorante político aquele que admite se assustar com dois fantamas: fantasma da extrema esquerda, fantasma da extrema direita. E tentam influenciar a população ciclano contra beltrano, para, evitar fulano. Ou seja, não se vota no melhor. A eleição é para premiar a honestidade, a competência, a experiência administrativa, a dignidade e a honradez. O voto não é para premiar a desonestidade e a incompetência.
Marina Silva
Eu tenho andado o Brasil inteiro, Álvaro e cada pessoa que eu encontro que diz que vai votar em mim, eu vejo que elas têm um imenso orgulho e, uma imensa alegria, de declarar o seu voto, porque eu sinto que elas têm esperança, porque eu sinto que elas têm confiança de que eu posso unir o Brasil, por que graças a Deus, desde 2010, eu digo que é necessário unir o Brasil. Juntar pessoas para defender a educação que a gente acredita, a saúde que a gente acredita, a segurança que a gente quer ver para os nossos filhos e para os nossos netos e não ficar fazendo essa ação política, de juntar as pessoas para ser contra, para dividir o país. Eu vejo, como eu disse anteriormente que o PT acabou criando o Bolsonaro e o Bolsonaro é o maior cabo eleitoral do PT. Você não precisa ficar entre a cruz e a espada. Há esperança, nós estamos aqui.
Mediadora
OK.
Alvaro Dias
Marina, as pessoas de bem desse país, com lucidez e inteligência, certamente haverão de sacudir essa nação nesses últimos dias, reabilitando a fé perdida nas estradas da decepção, ressuscitando essa esperança que você prega, que foi sepultada debaixo dos escombros, de instituições que foram destruídas pela incompetência e pela corrupção, evitando agora o retorno da organização criminosa que assaltou vergonhosamente o Brasil nos últimos anos. E evitando a marcha da intolerância e da insensatez, alimentando o ódio que destrói porque cega a inteligência e destrói o futuro do nosso país. O que eu ouço aqui, do que fizeram, fica muito longe do que realmente fizeram, o que deve prevalecer é a verdade.
Mediador
Candidato, é a sua vez de fazer a pergunta. A quem o senhor endereça a sua questão?
Mediadora
O senhor pode perguntar a Geraldo Alckmin ou a Guilherme Boulos.
Alvaro Dias
Vou perguntar ao governador Geraldo Alckmin.
Mediadora
Por favor.
Alvaro Dias
Governador Geraldo Alckmin, nós temos mais de 70 mil políticos no Brasil com mandatos.
O país, atualmente, possui 70.783 políticos com mandato e, portanto, a declaração é VERDADEIRA. São 513 deputados federais, 1.049 deputados estaduais, 81 senadores, 27 governadores, 27 vice-governadores, 5.568 prefeitos, 5.568 vice-prefeitos, 57.949 vereadores, mais o Presidente da República. As informações são do TSE e da Câmara dos Deputados.
Eu não tenho a avaliação absolutamente correta, mas fui informado que são mais de 10 bilhões por mês de despesa com os políticos e seus mandatos no país. Eu advogo, desde 99, a redução do número de políticos no país. Desde senadores, deputados federais, estaduais, vereadores, e o fim dos privilégios das autoridades. Eu pergunto qual é a sua posição sobre isso.
Geraldo Alckmin
Olha, eu quero cumprimentar a todos que estão participando desse debate, comprimentar você que tá acompanhando nos acompanhando, trazer uma saudação às mulheres, que ontem deram um grande exemplo de civismo, indo às ruas, mostrando a importância das mulheres na nossa sociedade. Dizer ao Álvaro Dias, que sou favorável às reformas. O Brasil não vai mudar sem as reformas, se não nós vamos continuar nesse marasmo. E a primeira delas é a Reforma Política. Nós não podemos ter 35 partidos políticos no Brasil, é evidente que precisa ter uma reforma Política. Número de ministérios, cargos comissionados, redução de estatais, 146 empresas estatais, um terço delas criadas pelo PT, como a estatal EBL do trem bala, que não existe trem, não tem ferrovia, não tem nada, entre São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, mas está aí para a companheirada. A tevê do Lula, que não tem audiência, mas está aí. Um terço das estatais do Brasil, criadas pelo PT, grande parte delas dando prejuízo. Redução do senado, nós tivemos no passado dois senadores por estado, porque tem três, Estados Unidos, a nação mais rica tem dois. Diminui assembléias, diminui Câmara Federal.
Alvaro Dias
Pois é, governador Alckmin, infelizmente desde 99, apresento e reapresento esses projetos e não tenho tido apoio do Congresso Nacional, eu vejo que na campanha é mais fácil apoiar esses temas, espero que aquele que chegar à Presidência da República- espero chegar com seu voto-, promova realmente essa reforma. É uma reforma do sistema político, novamente, a Reforma Política é a matriz das demais reformas, mas há uma necessidade desta reforma do sistema de governança corrupto, que é um balcão de negócios, a fábrica dos escândalos de corrupção desse país, esse sistema do aparelhamento do estado, do loteamento de cargos. Eu já sei que essa Arca de Noé, que apóia o Governador Alckmin, está se desmanchando, porque os oportunistas já estão buscando outro reduto porque querem cargos no próximo governo.
Mediadora
Ok, ok. Tempo encerrado, por favor a tréplica.
Geraldo Alckmin
Olha, primeiro, eu tenho grande apreço pelo meu Álvaro Dias, foi meu companheiro de partido a vida inteira, até dois anos atrás era o líder do PSDB no Senado Federal, mas todos tentaram buscar lá as alianças, por que elas são importante. Não é só para ganhar eleição, mas é para governar. E quero aqui trazer uma palavra para você, que está aqui no acompanhando. Essa semana é decisiva, nem os radicais, nem os radicais de direita. Metade da população brasileira quer nem um, nem outro, que são os dois com maior rejeição. Nós vamos trabalhar para unir o Brasil. Esses radicalismos de esquerda e de direita podem aumentar o desemprego, aumentar a pobreza, dificultar a tomada do crescimento brasileiro. É, a união, é a palavra nesse momento, é aquilo que eu acredito e acredito na virada essa semana.
Mediadora
Ok, candidato geraldo Alckmin. A sua pergunta agora tem que ser dirigida ao candidato Guilherme Boulos. Por favor.
Geraldo Alckmin
Candidato Boulos, a minha pergunta é sobre saúde. Nós vivemos um dos momentos mais difíceis da nossa população. A população ficando mais velha, a medicina mais cara, e grande dificuldade. Eu aqui em São Paulo construí 16 hospitais novos, 23 ambulatórios médicos de especialidade, inclusive o AME, o ambulatório de especialidade para os idosos, ajudando os idosos, quem precisa mais. A rede de combate ao câncer Hebe Camargo e a rede Lucy Montoro, para as pessoas com deficiência. Quais suas propostas para a saúde?
Guilherme Boulos
Primeiramente: #ELENÃO! Boa noite Celso, boa noite Adriana. Boa noite todos a os candidatos, boa noite a você que está assistindo em casa. Eu quero parabenizar as mulheres brasileiras, pelo show de democracia, pelo show de coragem que deram ontem. Nesse sábado, foi o início da derrota de Jair Bolsonaro. Em relação da saúde, Alckmin, o primeiro passo é desfazer o estrago que esse desgoverno do Temer fez, com o apoio do seu partido, o PSDB, que é revogar a emenda constitucional 95, que foi aprovada a PEC do Teto de Gastos, que prevê o congelamento dos investimentos públicos, inclusive em saúde e educação, pelos próximos 20 anos. Quem vier aqui e falar de saúde, e falar de educação e não se comprometer a revogar esse estrago, está mentindo. Além disso, é preciso enfrentar a privatização da saúde no Brasil. Hoje, os planos de saúde, lucram bilhões e, aliás, sempre financiaram campanhas eleitorais. Você acha que um deputado que foi financiado por um plano de saúde vai se preocupar com a melhoria do SUS? É claro que não. Por isso, é preciso fazer o investimento necessário no SUS, enfrentando os privilégios. Dinheiro tem. Agora, tem que tirar dos privilégios, fazer rico pagar imposto, enfrentar o bolsa banqueiro, pagando juros e o bolsa empresário, com as desonerações fiscais.
Geraldo Alckmin
Olha, eu nunca fui favorável à PEC do Teto,
Alckmin é de fato crítico da Proposta de Emenda à Constituição que institui um teto para o crescimento dos gastos públicos de acordo com a inflação do ano anterior, mas o PSDB, seu partido, votou integralmente a favor. Como governador, o candidato tucano à Presidência, em conjunto com outras lideranças estaduais, opunha-se em 2016 à medida. "Na prática, se não cuidarmos, vai acabar o investimento público", disse, conforme registrado em reportagem do UOL. Alckmin criticava o governo de Michel Temer por não colocar o crescimento econômico como adicional ao teto.
Em seu programa de governo, entretanto, não pretende revogá-la. Disse, segundo reportagem da Folha: "O teto de gastos, o objetivo dele está correto. O problema é que, se você estabelece um teto e gasta um valor muito acima da inflação, o que vai acontecer? Você não pode passar daquele teto. Mas o pessoal dispara, você vai esmagar o custeio e o investimento".
tanto que São Paulo não tem a PEC do Teto e nós não temos déficit. A PEC do Teto foi importante porque o PT quebrou o governo federal. Quem assumir ano que vem, é o sexto ano de déficit primário, todas as áreas sem recurso. O Brasil precisa voltar a crescer, para voltar a crescer precisa ter confiança, confiança do investidor, confiança do consumidor, e nós vamos investir na saúde. A saúde está fora da PEC. Você pode, saúde e educação, aumentar o valor, desde que você reduza outros setores. Governar é escolher, e nós vamos cuidar daqueles que precisam. Vou pôr para funcionar, 30 mil leitos que estão hoje fechados no Brasil. Voltar a funcionar, atender com carinho, de maneira humanizada, quem precisa.
Mediadora
Obrigada.
Guilherme Boulos
Olha, dizer que a saúde está fora da PEC do Teto é uma mentira, Geraldo Alckmin. Agora, em relação ao investimento de saúde propriamente dito, eu tenho uma relação com a área desde cedo. Meus pais são médicos e atuam há várias décadas no SUS. É preciso valorizar a saúde pública no Brasil. Desde o começo, desde a prevenção, fortalecendo as equipes de saúde da família. Multiprofissionais, com médicos, assistente sociais, psicólogos, indo na casa das pessoas. É preciso também, ter a UBS completa. Hoje, quem vai em um posto de saúde, sai com uma dipirona e um papel para dali voltar a seis meses para fazer um exame. É possível fazer isso, na própria UBS, já os exames e sair dali com o remédio na mão. Desde que se invista de verdade no SUS. Para isso, tem que enfrentar o lobby dos planos de saúde, cobrando as dívidas que eles tem com o SUS, acabando com as farra- com a farra- das desonerações que os planos tem hoje.
Mediador
Candidato, o senhor encaminha sua pergunta agora ao candidato Cabo Daciolo.
Guilherme Boulos
Daciolo, eu atuo há mais de 16 anos no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, no MTST, com muito orgulho, ajudando a pressionar o poder público a destinar imóveis que hoje estão abandonados para a moradia popular. Pouca gente sabe, mas existe uma lei, no Estatuto das Cidades, que prevê a garantia de moradia digna para aqueles que hoje pagam aluguel, moram de favor ou moram de barraco em alguma favela. Eu quero saber o que você pretende fazer para implementar o Estatuto das Cidades.
Cabo Daciolo
Olha, nação brasileira, eu quero agradecer a pergunta Boulos, dizer a todos os concorrentes aqui que eu respeito a todos os senhores, mas eu tenho algo muito importante para dizer à nação brasileira, e aqui nesse cenário de debate, nós temos um minuto e meio para falar de saúde, de educação, de segurança, de moradia, de transporte, de economia, e eu tenho algo para declarar. Primeiro que já estão me boicotando para o próximo debate, estão tentando tirar o Cabo Daciolo do próximo debate. Então eu tenho o dia de hoje para falar essa farsa toda que é o cenário político do nosso país. Os senhores são tudo amiguinhos (sic), os senhores estão fazendo uma batidinha agora jogando vôlei, um taca a bola, o outro corta. O alvo agora, no momento, tá o Bolsonaro, é por aí.
Eu também discordo com o Bolsonaro em em muitos, em vários, em vários temas, mas eu também tenho que falar que os senhores PT, junto com o PMDB, que Deus colocou do ladinho um do outro aí, os senhores estão 13 anos no poder massacrando o povo. O que que o senhor investiu, o que o partido do senhor investiu, (inaudível) infraestrutura. Desemprego, mais de 14 milhões de desempregados, quem é o senhor, qual é a postura que o senhor tem para tomar e assumir a cadeira de Presidente da República. Eu estou falando isso para o Haddad, tá? Eu estou conversando com o Haddad aqui agora. Quatro anos na política, quatro anos como prefeito e não fez nada para a Prefeitura de São Paulo. E quer vir presidente. Presidente de quê? O senhor tem que aprender muito, o senhor tem que caminhar ainda muito. O Lula é líder, o senhor ainda tem que aprender muito para virar um líder.
Mediador
Seu tempo esgotado para resposta, candidato.
Cabo Daciolo
Calma aí. Quando eu voltar eu falo.
Guilherme Boulos
Olha, Daciolo, primeiro dizer que eu não faço parte desse clube de amigos. Se tem um jantar aqui depois do debate eu não fui convidado e nem pretendo ir. Agora, é o seguinte, você que está nos assistindo, sabe que aqui no Brasil, tem lei que pega e lei que não pega. Lei que enfrenta interesse de rico não costuma pegar. Com a gente, vai pegar. Nós vamos fazer valer o Estatuto das Cidades, e destinar imóvel abandonado para construir casa para quem precisa.
Hoje, no Brasil, tem mais casa sem gente, do que gente sem casa.
Afirmação dita de forma recorrente pelo candidato, já foi, inclusive, checada em outras oportunidades pelo Aos Fatos. Como não há cálculo oficial que deixe claro quantas famílias necessitam de casa e quantos imóveis poderiam estar disponíveis para recebê-las, a declaração é INSUSTENTÁVEL.
Não há uma conceitualização padrão sobre o que seria uma “pessoa sem moradia”. Se levarmos em consideração apenas pessoas em situação de rua, estima-se que o Brasil tenha 101 mil brasileiros nesta situação em 2015, de acordo com a pesquisa mais recente sobre o assunto, desenvolvida pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Entretanto, pessoas que residem em moradias precárias não são contempladas por essa contabilidade. Desta forma, quem vive em moradias improvisadas em favelas não entra na conta.
Por isso que existem ocupações. Tem gente aqui, que em debates anteriores, atacou as pessoas que ocupam, chamando de vagabundo, de baderneiro. Vagabundo é juiz e deputado que recebe auxílio moradia tendo casa. Ninguém ocupa porque quer, ocupa porque não tem alternativa. Vocês aqui nesse debate, sabem o que é morar debaixo de um barraco? Sabem o que é todo final do mês ter que escolher entre pagar aluguel ou comprar o leite da criança? Essa é a realidade de muitos brasileiros. Vocês podem gostar ou não, mas respeitem essas pessoas.
Cabo Daciolo
População, nação brasileira. É real, é verdadeiro. Eu passei aqui por São Paulo, ô Alckmin, as calçadas está (sic) cheias de barraco, vamos pegar esses imóveis e botar esse povo aí. Chega! Estamos passando, estamos visualizando e não está sendo feito nada. Quero passar algo mais aqui, para a nação brasileira. Guardem isso, tenham fé. Eu vou falar em cima da Bíblia não. Eu vou falar em cima de um cenário que é muito importante aqui para a nação, para aumentar a tua fé. Lembram dos jogos do Pan Americano, estou falando do Oscar. Jogou contra os Estados Unidos. O Brasil foi lá, foi na, foi na, foi na (sic) Indianápolis, nos Estados Unidos. Não tinha chance nenhuma de vitória, ninguém acreditava na vitória. Quem ganhou? Quem ganhou? Quem ganhou foi o Brasil. Aquilo ali simboliza para mim patriotismo, nacionalismo e civismo. Nós vamos vencer lá a eleição. Sou o próximo Presidente da República, com 51% dos votos. Para honra e glória do senhor Jesus Cristo, e vamos trazer nossos povo com dignidade e vai ter moradia para todos, artigo de número 6 da constituição vai ser respeitado: o direito a moradia. Glória a Deus.
Mediadora
Obrigado, obrigada, candidato. Nessa rodada cada candidato pôde fazer uma pergunta e também respondeu uma vez. Portanto assim, nós encerramos o primeiro bloco desse debate.
Mediador
Depois do intervalo nós voltamos com mais uma rodada de confronto direto. Eleições 2018, o voto na Record.
Mediadora
Estamos de volta com o debate a presidente da República, com transmissão também pelo canal da Record no YouTube, pelo portal r7.com e também pelo Google Plus e nossas contas no Twitter e Facebook.
Mediador
O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, se recupera do ataque que sofreu em Juiz de Fora, e, segundo assessoria dele, por recomendações médicas, não pode estar presente.
Mediadora
Nesse segundo bloco, nós vamos a mais uma rodada, a segunda rodada de confronto direto entre os candidatos. Pelo sorteio prévio, quem começa agora é o candidato Guilherme Boulos, do PSOL. Pra quem vai a sua pergunta, candidato?
Guilherme Boulos
Eu pergunto ao Fernando Haddad.
Mediadora
Por favor.
Guilherme Boulos
Haddad, nós temos pontos de convergência, como a luta contra o atraso e esse desgoverno do Michel Temer. Agora, o Temer é do PMDB e um dos maiores erros do PT foi ter governado junto com essa turma. A gente sabe no que deu, deu em golpe. Eu estive na rua junto com milhares de pessoas para lugar contra o golpe. E depois de tudo, Haddad, ver você nessa campanha de mãos dadas com Eunício Oliveira, Renan Calheiros. Você acha mesmo que esse é o único jeito de governar o Brasil?
Fernando Haddad
Muito obrigada, Boulos, pela pergunta. Eu também concordo com você que nós temos muitos pontos em comum, nós somos defensores da democracia, nós somos defensores da paz, nós somos defensores dos direitos humanos, dos direitos civis, dos direitos trabalhistas, e isso nos coloca no mesmo campo, e é muito importante. O PT decidiu apoiar o governador de Alagoas Renan Filho, que hoje tem uma expressiva votação em Alagoas, e decidiu apoiar, como não podia de ser, o governador do Ceará, Camilo, que é nosso correligionário do PT e que também está com uma votação muito expressiva, como, aliás, os governadores do PT do Nordeste em geral. O do Piauí não foge à regra, da Bahia não foge á regra, e nesses estados, a liderança desses governadores do PT é tamanha, que eles receberam um apoio expressivo de todos os partidos. No Ceará, por exemplo, que o PT governa, o Ciro e o PMDB apoiam a reeleição do governador. Isso não desmerece o trabalho desses governadores, pelo contrário, eles foram tão vitoriosos em seu empenho em melhorar as condições de vida das pessoas mais pobres, que eles receberam um apoio enorme dos partidos todos. No meu caso, eu tenho uma coligação com o PCdoB - a Manuela D’Ávilla é minha vice -, e do PROS. São esses dois partidos que estão conosco nesse momento.
Mediadora
Obrigada.
Guilherme Boulos
Haddad, eu tenho andado pelo país e tenho conversado com muita gente, inclusive com gente que vai votar no Bolsonaro, e tenho visto que essas pessoas não compartilham desse ódio todo, são pessoas que estão desiludidas - às vezes, é um grito de desespero. Desiludidas com o sistema político, que apodreceu, com as velhas formas de fazer política. Nós temos, Haddad, uma responsabilidade em relação a isso, porque a descrença gera antipolítica, e a antipolítica tem alimentado saídas autoritárias em todo o mundo. A nossa responsabilidade é com o presente, mas também com o futuro. Desse jeito, você pode até ganhar uma eleição, mas nem toda vitória eleitoral é uma vitória política. Nós temos que aprender com os erros do passado e mostrar que é possível fazer política de outro jeito. Nós não vamos derrotar o golpe de mãos dadas com golpista, com Renan, com Eunício. Daqui a pouco, você pode até chamar o Meirelles. Não é desse jeito que a gente vai vencer o golpe.
Mediadora
Por favor, Haddad.
Fernando Haddad
Nós temos um critério, nós procuramos fazer uma ampla coalizão das forças democrático-populares do Brasil, inclusive com você e com o Ciro Gomes, que nós consideramos do nosso campo, democrático-popular, gente que defende o povo, o povo mais pobre, o pobre que precisa do apoio do Estado. E, democraticamente, nós acreditamos na democracia, pra nós não existe outro regime. E a democracia exige tolerância e diálogo, e não violência, não mão armada. Gostaria que cada brasileiro tivesse um livro numa mão e uma carteira de trabalho assinada na outra, porque é com trabalho e educação que nós vamos sair dessa crise, e com paz e diálogo, com tolerância. Então, eu estou plenamente de acordo com você. Nesse momento, nós temos o PROS e o PCdoB conosco. No segundo turno, nós vamos verificar quais são as forças políticas mais próximas do nosso programa de governo, do qual nós não pretendemos abrir mão. Nós temos um norte a seguir que é o nosso compromisso registrado no TSE.
Mediador
Agora é o senhor que faz a pergunta. A quem, candidato, o senhor dirige?
Fernando Haddad
Eu gostaria de fazer a pergunta ao Ciro Gomes. Ciro, nós fomos ministros do presidente Lula, você no primeiro mandato e eu no primeiro e no segundo mandato. Eu como ministro da Educação, eu recebi uma missão , que eu considero uma das missões extraordinárias das que eu executei, que foi abrir as portas das universidades para os jovens brasileiros. Prouni, interiorização das universidades federais e dos institutos federais, retirei o fiador do FIES, porque, senão, pobre não ia ter chance de ter um financiamento estudantil, mais do que duplicamos o número de universitários. Quais são as suas propostas para a educação brasileira?
Ciro Gomes
Se me permitir, Haddad, eu quero só propor um reparozinho, que é uma informação: o Eunício Oliveira, lá no Ceará, eu vetei o apoio do meu partido e, portanto, da minha participação na aliança dele. Eu não aceito o apoio dele, porque ele é corrupto, e você foi pra lá e acertou-se com ele despudoradamente, não foi porque tem aliança com o PT, não. Só pra gente ter clareza, porque não é bem verdade. Educação, pra mim, é um compromisso de vida. O Ceará, como você, que é um expert da área, sabe, tem hoje 82 das 100 melhores escolas fundamentais do Brasil. Restam 18 escolas do Ensino Fundamental para todo o resto do país. O Ceará no IDEB do Ensino Médio saltou oito posições , saiu do 12º lugar para o 4º lugar do Brasil. E uma de cada três escolas do Ceará de nível médio já é em tempo integral, e a maioria esmagadora com ensino técnico profissionalizante, com estágio remunerado pelo governo nas empresas. E essa é a concepção que eu tenho para o conjunto do Brasil. Sob o ponto de vista do ensino superior, eu estou muito preocupado, porque o FIES apresentou um rombo gigantesco e hoje a garotada está inadimplente e profundamente angustiada em como pagar isso. Eu quero ter uma proposta, assim como eu tenho para a questão do SPC, pra reestruturar isso. E, de qualquer forma, nós precisamos fazer uma aposta mais clara no ensino público e gratuito, porque botar muito dinheiro público pra cevar arapuca de educação privada sem qualidade, infelizmente, é uma distorção grave, e eu não duvido da boa fé da intenção, mas é muito grave a distorção hoje.
Mediadora
Ok.
Fernando Haddad
Ciro, acho que ninguém investiu mais em ensino público gratuito do que eu, e você sabe disso. Foram 126 cidades brasileiras em todos os estados da federação que receberam campus de universidades federais; 214 cidades que receberam unidades dos institutos federais. Nós mais do que duplicamos as matrículas nas universidades federais. O Nordeste, realmente, reagiu, Ciro, na educação básica, mas você há de convir que o FUNDEB foi fundamental. E você não falou do FUNDEB, que fui eu que criei, que aportou R$ 13 bilhões de reais pra dez estados da federação, sendo oito dos Nordeste, inclusive o Ceará. O Ceará, inclusive, é um dos estados que mais recebe recursos a União, em função da emenda constitucional que eu aprovei com a ajuda, inclusive, do seu partido. Sobre o Eunício, eu fiz uma visita ao presidente do Congresso Nacional, fiz nenhum acordo com ele, não, tomei um café. E se um dia tiver alguma coisa, eu digo publicamente, você sabe que eu não me escondo de nada.
Mediadora
Ok, ok, obrigada, o seu tempo se encerrou.
Ciro Gomes
Eu não quero desmerecer o seu trabalho, sempre te admirei, sempre lhe expressei um bem-querer que eu não quero mudar. A grande questão agora é o que se trata para o futuro do país. Evidentemente, eu tava lá, participei de todas as reuniões, e seu posso botar mais um reparozinho, porque isso é um problema do PT, que a gente precisa ir reparando, porque você já se anunciou até vitorioso, até do povo votar, eu quero dizer que o FUNDEB é apenas uma adaptação do FUNDEF, que já vem de lá de trás, e isso é uma adaptação relevante. Você, na minha opinião, cometeu um erro, porque botou ele pra vigir (???) até mais um ano ou dois anos de hoje, ou seja, o próximo governo vai ter que renovar isso, senão todo o ensino básico e Ensino Médio do Brasil vão ruir. Isso nada mais é, Haddad, do que um exercício claro de prioridade que eu não duvido que você tenha, mas o problema do Brasil hoje é como desarmar a bomba da confrontação radicalizada e o mais do mesmo que o país não aguenta mais. Esse é o meu ponto por hoje.
Mediadora
Candidato Ciro Gomes, agora o senhor faz a sua pergunta a quem?
Ciro Gomes
Eu vou perguntar ao Alckmin, governador Alckmin.
Mediadora
Por favor.
Ciro Gomes
Governador, uma das minhas propostas para reativar a economia brasileira é ajudar 63 milhões de brasileiros que estão com nome sujo no SPC. Se fosse um 1 milhão, seria um problema individual, mas 63 milhões é um problema de macroeconomia, e eles não vão sair disso sem uma equação, e esse programa não vem separado de um programa de emprego, de retomadas de obras paradas, de uma grande e massivo de construção civil e saneamento básico para que as pessoas, tendo emprego e tendo crédito, restaurem o consumo das famílias, que é o principal motor de ativação da economia. Qual é a sua proposta para ajudar as famílias brasileiras desse constrangimento do explosivo endividamento?
Geraldo Alckmin
Olha, primeiro, aumentar o crédito no Brasil, essa é uma questão central. O Chile, que é um país vizinho, tem praticamente o dobro da oferta de crédito no Brasil. Trazer mais bancos pro Brasil. Primeira medida que eu vou tomar é acabar com o decreto que pra vir um banco estrangeiro para o país é preciso ter autorização presidencial. Estados Unidos têm mais de 4 mil bancos. Ter mais bancos, mais disputa. Desregulamentar, desregular outras formas de crédito: cooperativas de crédito, FINTECs. Reduzir a taxa de juros, e a maneira mais rápida de reduzir as taxas de juros é boa política fiscal. Não vou aumentar imposto. Tava nos estudos do Ciro criar CPMF, do ministro da Fazenda dele, daquele que ele tem como seu guru na área econômica, aí ele viu a repercussão que deu do Bolsonaro e deu uma recuada. Não vou aumentar carga tributária. Eu fui um dos autores do Código de Defesa do Consumidor. Nós vamos apoiar as pessoas que estão endividados, procurar reduzir a sua dívida, renegocia-la com bancos públicos e também pressionar o bancos privados. De outro lado, crédito para o pequeno empreendedor, como fiz em São Paulo com juros zero para os pequenos empreendedores.
Ciro Gomes
Governador Alckmin agora resolveu ser mau. Todo dia agora com o PT e agora comigo.
Nunca esteve na minha proposta a CPMF, mas não é isso que eu quero comentar agora.
Por mais que a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) não esteja presente no plano de governo de Ciro Gomes, a declaração é IMPRECISA porque o candidato disse, em entrevista, que estava estudando a implantação de um imposto semelhante.
Ao Jornal das Dez, da GloboNews, o candidato disse que estava pensando em uma alíquota de 0,38% para transações bancárias acima de R$ 5 mil por mês e que o valor arrecadado seria compartilhado com os estados e municípios. Trata-se de um modelo parecido com o da antiga CPMF. No entanto, Ciro, durante seu ato de campanha no Rio de Janeiro no começo da semana passada, disse que desistiu da ideia por acreditar que o imposto não seja uma boa medida: “ela poderia ser usada, quando comecei a ouvir sugestões, como uma coisa de emergência para tirar o Brasil dessa crise. Mas eu achei outras três saídas que são menos traumáticas e mais eficientes”. Essas três medidas seriam a tributação de lucros e dividendos empresariais, a taxação de heranças a partir de R$ 2 milhões e a revisão de desonerações tributárias para multinacionais.
Quando eu propus um programa para ajudar as pessoas, há uma conta de 63 milhões , de limpar o seu nome no SPC, a primeira reação foi “isso é um absurdo!”. Bolsonaro, por exemplo, “você vai ser um santo”. Depois, todo mundo caiu em si, eu mostrei os estudos, e passaram a imitar. Não estou me queixando. E eu tenho proposto de um tempo pra cá que o Brasil precisa desarmar essa bomba, e nós precisamos nos unir, nós precisamos unir o Brasil, nós precisamos achar um caminho de reconciliação, e isso virou o mantra de praticamente todos os candidatos aqui hoje. Trata-se você, meu irmão, minha irmã, de apurar quem tem a menor rejeição entre os candidatos mais competitivos; quem é o segundo voto que tá no seu coração, na sua cabeça, e me dá uma chance. Eu sou ficha limpa, tenho experiência e boas propostas, e quero unir o Brasil, reconciliar a nossa pátria ao redor dos problemas do Brasil.
Mediadora
Ok.
Geraldo Alckmin
Olha, a questão central do nosso país é retomar o emprego e renda. 13 milhões de desempregados é herança do PT, Dilma e Temer. Aliás, é impressionante como o PT esconde a Dilma, só Lula, Lula, mas a Dilma é criação do Lula. O Brasil tem pressa, tem que fazer as reformas. Nós não vamos chegar à terra prometida com voluntarismo, tem que ser rápido. Nós vamos trazer investimento pro Brasil, vamos fazer as reformas, como simplificação tributária. Eu não vou criar imposto novo. O Pérsio Arida, que trabalha comigo, propôs reduzir cinco impostos pra um só, que é o IVA, que é Imposto de Valor Agregado. Suprimir cinco por um só; trazer investimento; um grande canteiro de obras, como fiz em São Paulo, através de PPP, através de concessões; saneamento básico é emprego na veia.
Mediador
É o senhor que encaminha a pergunta agora ao candidato…?
Geraldo Alckmin
Eu pergunto ao candidato Meirelles. Doutor Meirelles, o grande problema hoje do Brasil é a questão do desemprego, é isso que preocupa todo mundo. Tô de acordo que a gente precisa sair desse radicalismo de esquerda e direita, aliás, venho dizendo isso não agora, eu venho dizendo isso há meses. Olha, o país não aguenta esse radicalismo. Isso pode agravar o desemprego, aumentar a pobreza e dificultar a retomada da atividade econômica. O candidato Meirelles foi o ministro da Fazenda até agora, passou por grande dificuldade. O que que aconteceu que o Brasil não cresce esse ano o esperado?
Henrique Meirelles
O Brasil vivia a maior recessão da história quando eu assumi o ministério da Fazenda. Tiramos o Brasil do fundo do poço e o Brasil voltou a crescer. Criamos ano passado, em 2017, 2 milhões de empregos, mas ainda é pouco, porque existiam 14 milhões de desempregados. Agora, o Brasil voltou a crescer e cresceria mais esse ano não fossem as propostas radicais e propostas que ameaçam o crescimento, ameaçam a criação de emprego, de alguns candidatos. E consumidores começam a adiar suas compras, investidores e empresários começam a adiar seus investimento, exatamente preocupados com essa proposta. Agora, pra criar emprego, pra que de fato o país possa crescer, é preciso equilibrar as contas públicas e confiança, aumentar a confiança no país. Eu tenho condições de trazer essa confiança, como fiz nos momentos em que entrei no governo, a confiança subiu imediatamente. Dirigi uma grande organização internacional, cuidei da poupança de 20 milhões de famílias e sei como trazer o crescimento para o Brasil, como já fiz.
Geraldo Alckmin
Olha, eu pretendo investir muito na questão da agricultura, o Brasil tem uma vantagem comparativa extraordinária, dois gargalos precisam ser superados - seguro de renda e infraestrutura e logística -, isso gera muito emprego. Ferrovia , hidrovia, rodovias, integrações desses modais; indústria, acordos comerciais pra gente poder exportar mais, ter mais comércio exterior; desonerar, reduzir importo, hoje o mundo reduz imposto na indústria em razão do emprego; e serviços, educação e saúde, é muito emprego.
Aliás, quero fazer aqui um reparo respeitoso ao Boulos: educação e saúde podem crescer na PEC acima da inflação.
A PEC (proposta de Emenda Constitucional) apelidada de "PEC do teto dos gastos", e que posteriormente se transformou na Emenda Constitucional n° 95 limitou a expansão dos gastos públicos federais nos próximos 20 anos. De acordo com o artigo 107 da Constituição alterado pela emenda, no parágrafo 2°, inciso II a partir de 2018, o limite das despesas primárias de um ano deve ser o valor do ano anterior, corrigido pela variação do IPCA, para o período de 12 meses encerrado em junho do exercício anterior. O teto, portanto, é para o total das despesas, não para cada área. Ou seja, pode haver aumento acima da inflação das despesas com saúde e educação, desde que, no agregado, as despesas totais federais não ultrapassem os limites. Com isso, a afirmação de Geraldo Alckmin é VERDADEIRA.
Inicialmente, Alckmin mencionou que os gastos com saúde estariam fora do teto de gastos, mas posteriormente o próprio candidato se corrigiu.
Vale lembrar que nem todas as despesas estão dentro do teto de gastos. Estão fora as transferências para estados e municípios previstas na Constituição Federal (como royalties pela exploração de petróleo e outros recursos minerais), despesas com calamidade pública, despesas para realização de eleições ou para capitalizar estatais. Além disso, investimentos (desde que não impliquem em aumento de despesas obrigatórias), não estão sujeitos aos teto de gastos.
Em caso de descumprimento do teto, o texto constitucional prevê que o governo federal fique impedido de criar cargos, fazer concursos públicos, dar aumento salarial a servidores ou aumentar os benefícios previdenciários acima da inflação.
E turismo, o Brasil tem tudo pra ser o campeão do turismo, que distribui renda pra pequenas e médias empresas, e emprego muito forte em benefício da nossa população.
Mediadora
Por favor.
Henrique Meirelles
Nós temos hoje no Brasil paradas 7.400 obras. Se colocarmos essas obras em andamento, em primeiro lugar, vamos criar milhões de empregos. Depois disso, nós também teremos todo o aumento da produção nacional pela facilidade de transporte, pela maior disponibilidade de energia, porque essas obras vão trazer melhores estradas, melhores ferrovias e mais usinas para o Brasil. Tudo isso dentro de uma política econômica que saiba direcionar o crescimento do país, tenha competência, tenha conhecimento para que o país, exatamente, crie não só emprego, renda, mas possa também atrair investimento do mundo inteiro, porque hoje existe capital no mundo inteiro que pode trazer investimentos para o Brasil e aumentar a nossa infraestrutura e emprego.
Mediadora
Obrigada, candidato, o senhor segue com a palavra. O senhor pode perguntar agora para os candidatos Álvaro Dias, Cabo Daciolo ou Marina Silva. Pra quem vai a sua pergunta?
Henrique Meirelles
Eu vou perguntar pra Marina. O candidato Bolsonaro não gosta do Bolsa-Família e também não aprecia muito que a lei seja cumprida e que as mulheres ganhem o mesmo que o homem, ele é contra. O vice dele quer acabar com o 13º e o adicional de férias; e o economista dele, como já foi mencionado, quer trazer de volta o CPMF. Na sua visão, o que isso traz de problemas para os brasileiros?
Marina Silva
A campanha do Bolsonaro, Meirelles, e você mesmo falou, indicou claramente que pode acabar com o 13º salário e recriar a CPMF, ou seja, tirar dinheiro dos trabalhadores que já ganham tão pouco, num país com 13 milhões de desempregados, 4 milhões que já desistiram de procurar emprego e uma grande quantidade que tá vivendo do bico, na viração. E, como se não bastasse, ainda é uma campanha que tem desrespeito pelo direito das mulheres, pelo direito dos índios, pelas cotas para as pessoas que são negras e que são índias. Nunca vi na minha vida um candidato a presidente da república que diz que vai governar para os fortes, que vai governar para os que têm, que vai governar para os que podem. Você é presidente da república para defender os direitos dos mais frágeis, daqueles que mais precisam. O Bolsonaro faz questão de dizer isso pra população. É uma pena que ele não esteja aí. Eu espero que no próximo debate ele esteja, para poder explicar todas essas coisas que ele tem dito em relação à sua posição de governo. Se ele é assim para ganhar, imagina depois que ganha. Nós temos que combater projetos autoritários de toda e qualquer natureza.
Mediadora
Ok. Por favor, um minuto pra réplica.
Henrique Meirelles
Existem 14 milhões de famílias que dependem do Bolsa-Família no Brasil.
A declaração é VERDADEIRA, uma vez que, segundo os dados mais atualizados do Ministério do Desenvolvimento Social, eram 13.9 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa Família em agosto deste ano. Isso significa que cerca de 40,8 milhões de brasileiros recebiam o auxílio no mesmo mês.
Além do mais, essas pessoas que consomem, que estão na economia, que estão recebendo o Bolsa-Família tem com isso a oportunidade de progredir. Para isso é necessário que nós criemos essas oportunidades. Eu tenho a proposta de levar o Prouni para as creches, para que os filhos e filhas das famílias que estão no Bolsa-Família possam mandar as suas crianças para as creches e depois essas crianças possam continuar estudando e aumentar depois o contingente de trabalhadores brasileiros. Então nós temos que prestigiar aumentar o Bolsa-Família e partir daí, sim, dar mais educação para o povo brasileiro.
Marina Silva
Eu vou manter o Bolsa-Família e, mais ainda, em cima do cadastro do Bolsa-Família, nós estamos criando, propondo que se faça uma renda para os jovens, é o Renda-Jovem, que irá alcançar aqueles jovens que entraram no Ensino Médio, que hoje tem uma grande evasão escolar, poderão ter uma poupança, aonde cada ano em que ele passa, ele vai tendo um depósito. De sorte que ao chegar ao último ano, ele terá uma poupança de R$ 3.700. As políticas sociais devem ser mantidas. Os direitos das mulheres, dos índios, dos trabalhadores devem ser preservados. E eu digo mais, vou fazer tudo isso sem roubar, porque quando se faz sem roubar, sem corrupção, se faz mais e se faz melhor.
Mediador
É a sua vez de fazer a perguntar, candidata. A quem a senhora a encaminha?
Marina Silva
Eu vou fazer a pergunta para o Guilherme Boulos.
Mediadora
Não candidata, não é possível, porque o Guilherme Boulos tem que encerrar essa rodada. Álvaro Dias ou Cabo Daciolo?
Marina Silva
Vou fazer a pergunta, então, para o Cabo Daciolo.
Mediadora
Por favor.
Marina Silva
Daciolo, você é é deputado federal e você está na política agora como candidato à presidência da república. Qual é a sua visão de política nesse momento tão difícil que o nosso país está atravessando, em que as pessoas estão estimulando cada vez mais o ódio, em que as pessoas estão sendo levadas a votar pelo medo e não porque têm esperança, não porque têm confiança. Nesse momento difícil da história do nosso país, qual é a sua visão de política para que as pessoas voltem a ter esperança?
Cabo Daciolo
Glória, glória. Quero dizer a todos que estão aqui concorrendo à cadeira de presidente da república que eu amo todos os senhores, a senhora, tenho um respeito muito grande por todos, mas não vou permitir que a nação brasileira fique sendo enganada, não vou permitir isso. Falam de saúde, de educação, de segurança, de transporte, de economia, de infraestrutura, de saneamento. A saúde, você resolve rápido. Eu vou responder, tá? Eu vou entrar na pergunta.
Marina Silva
Tá bom, eu tô esperando.
Cabo Daciolo
A saúde, você resolve rápido, a educação também é muito rápido. E tenho três filhos. Vamos colocar um filho do futuro presidente da república, o Cabo Daciolo 51. Os meus filhos vão estudar em colégio público, meus filhos vão pra hospital público. Se nós pegarmos todos os parlamentares do país e colocarmos, qualquer cadeira política, o filhinho e também o militar - não, o militar, sim, eu sou militar e político, militar também -, o militar e os senhores, os políticos, lá no hospital público e na educação pública, os filhos e… muda muito rápido. Vai ter investimento, muda rápido. Aí ninguém vai pro Sírio-Libanês nem pro Albert, né? Vai todo mundo lá e vai ter saúde de qualidade pra todo mundo. Agora, não se retribui o mal com o mal, essa que é a grande verdade. Nós não vamos vencer essa batalha com o mal. O cenário político do nosso país… E eu vou responder daqui a pouquinho.
Mediador
Seu tempo de réplica, candidata.
Marina Silva
A política é uma das coisas mais importantes na vida de uma sociedade e de um país. Como diz o papa Francisco, é a forma de se exercer a caridade, de se exercer o amor na vida pública, porque a política é para o ato do serviço. Infelizmente, nesses tempos tão difíceis da sociedade brasileiras, muitos que tiveram a oportunidade, como o PT, PMDB, PSDB e DEM, usaram a política para se servir. Os graves casos de corrupção que nós temos são o maior testemunho, a maior prova de que essas pessoas que criaram o problema não têm como resolver o problema. A política é para nos ajudar a resolver os problemas da vida, não para aumentar o desemprego, a falta de segurança, como esses que já governaram fizeram.
Cabo Daciolo
Três anos e meio na política como deputado federal. Entrei de forma sobrenatural, deus me colocou ali dentro, e ele antes, um ano antes de eu estar lá dentro, ele falou “Meu filho, vou te colocar no meio dos grandes, quando chegar lá, você abre a boca e fala de mim lá dentro”. Cheguei lá no cenário político e observei que tudo o que se trata dentro do Congresso Nacional não é pro provo. Quase 100% do que se vota dentro do Congresso Nacional é de medidas provisórias, tudo contra o povo. Por isso que nós estamos da maneira como nós estamos. Sabe qual foi a conclusão que eu tirei? Que o Brasil tem solução, o Brasil tem solução, vai ser rápido resolver, é simples resolver, porque a quadrilha está identificada, é só chegar lá e pegar eles logo. Tem umas exceções, mas raras exceções. Agora, o cenário político do nosso país, nós temos que aprender que pra vencer o mal, porque a guerra está no plano espiritual, contra principados e potestades. Pra você vencer o mal, você não retribui o mal com mal, você retribui com amor, é com amor que nós vamos transformar. Vamos colocar pessoas lá que prezam o patriotismo, o nacionalismo e o civismo, e vamos transformar nossa nação.
Mediadora
Agora, o Cabo Daciolo, a sua pergunta deve ser dirigida ao candidato Álvaro Dias, por favor.
Cabo Daciolo
Senhor Álvaro Dias. Álvaro Dias, qual é a importância para a nossa nação, no entendimento do senhor, as Forças Armadas? E quais são os planos que o senhor tem para as Forças Armadas, pra ela deixar de ser sucateada, que tá sendo sucateada há anos, desde o governo do Fernando Henrique, ô, Alckmin, desde 1999. Fernando Henrique, filho de militar, sucateou… Começaram a sucatear, sucatear, sucatear as Forças Armadas, destruindo toda a estrutura, criando uma guerra civil no nosso país de forma proposital. Querem a guerra civil. Mas quais são os projetos que o senhor tem para as nossas Forças Armadas?
Alvaro Dias
Cabo Daciolo, primeiramente, aproveitando a sua pergunta, dizer que eu estou impressionado. Imagino que os nossos telespectadores, da mesma forma, com o espetáculo nós estamos assistindo aqui. Ao meu lado esquerdo, dois ex-ministros, colegas desse tempo de consagração da incompetência administrativa e da corrupção, falando como se estivessem sido ministros da Dinamarca, porque do Brasil não. O que eles dizem aqui eu não vi no Brasil. O que eles dizem aqui, eu leio como a crônica da mentira, aliás, a mentira tem sido uma arma muito poderosa. Em relação às Forças Armadas, certamente, o sonho dos políticos brasileiros seria ter o prestígio que têm hoje os integrantes das Forças Armadas desse país, que possuem um respeito extraordinário da população brasileira. E você tem razão, Cabo Daciolo, há sucateamento, há um abandono total, inclusive na área de inteligência das Forças Armada, que poderia ser uma contribuição extraordinária para a criatividade, inovação, avanços tecnológicos no nosso país. Mas os orçamentos são insuficientes e não atendem as necessidades das Forças Armadas do país, que, eu repito, se constituem em orgulho dessa nação.
Cabo Daciolo
Eu acredito que a nação brasileira nesse exato momento, ela está agora com o telefone na mão, no Twitter, no WhatsApp ou conosco aqui, agora, na Record, e isso só tá acontecendo porque tem um satélite de comunicação e um mexicano, um mexicano,
porque o Brasil tem nem sequer satélite de comunicação,
A afirmação do candidato Cabo Daciolo é FALSA. O Brasil possui, sim, um satélite de comunicação: o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, lançado no primeiro semestre de 2017 e com capacidade para fornecer sinal de acesso à internet a todo território brasileiro.
O satélite ainda não está comercialmente operacional, mas já funciona, tendo 30% de sua capacidade reservada para uso militar.
O Brasil é, também, considerado o maior distribuidor de imagens satelitais do mundo, de acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais.
Há duas famílias de satélites no Brasil, os Satélites de Coleta de Dados (SCD) e os Satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), estes últimos desenvolvidos juntos com a China. São três SCD e cinco CBERS, sendo o último lançado em 2014.
Segundo o INPE, "os satélites da família SCD são... brasileiros, totalmente planejados, construídos e qualificados no Brasil. Os satélites da série CBERS são resultado de uma parceria do Brasil com a China e o sistema é operado alternadamente pelo INPE e pela China".
nós não monitoramos nem o nosso espaço, nós não sabemos o que nós temos. Quem sabe são os gringos, aqueles que os senhores estão botando lá, os banqueiros lá, dos Estados Unidos, aquele pessoal lá, Meirelles, aquele pessoal lá tá controlando tudo, e as nossas Forças Armadas sendo sucateadas. A guerra civil que nós estamos enfrentando é que o nossos jovens nunca valorizaram a educação, mas no passado o nosso jovem completava 18 anos e ia para o serviço militar, aprendia patriotismo, nacionalismo, civismo, saía dali com curso técnico, respeitava os mais velhos, respeitavam as mulheres. Hoje não mais, os jovens fazem 18 anos e vão direto pro crime, e os poucos que entram aprendem tudo de armamento e vão lá pro crime também para ensinar os demais. Infelizmente, a guerra civil que nós estamos vivendo é proposital.
Mediadora
Ok, candidato, o seu tempo está encerrado. Candidato, obrigada. A tréplica de um minuto, por favor.
Alvaro Dias
Como eu não tenho, não sei se terei a oportunidade de dizer o que pretendo dizer agora, eu peço licença ao Cabo Daciolo pra dizer, até porque concordo com a sua exposição. Eu creio que o Ciro Gomes, candidato a presidente da república, está sendo injustiçado. Lá do presídio em Curitiba, eu ouvi aqui, na TV Record, tratando uma matéria da revista istoÉ, lá da prisão em Curitiba, o ex-presidente Lula comanda a campanha do PT e com bilhetes autoriza o repasse de recursos para atender lideranças no Nordeste que apoiam o Ciro Gomes, com o objetivo que elas migrem para apoiar o Haddad para presidência da república. Inclusive, um avião teria transportado R$ 6 milhões até o Maranhão para fazer com que mudasse de posição um candidato que apoiava Ciro Gomes.
Mediador
É seu tempo agora, sua vez de encaminhar a pergunta.
Mediadora
Só um instantinho, Celso, só pra gente registrar que o candidato Fernando Haddad, nesse momento, acabou de solicitar um pedido de direito de resposta em função da citação do candidato Álvaro Dias. Candidato Haddad, a comissão vai analisar. Seguimos então com o confronto, Celso
Mediador
Agora a pergunta do candidato Álvaro Dias ao candidato Guilherme Boulos.
Alvaro Dias
Ao Boulos. Boulos, nesses dias, a Petrobras celebrou um novo acordo em Nova York com mais de US$ 800 milhões para interromper uma ação movida por acionistas dos EUA contra a Petrobras em razão do assalto que se praticou contra a empresa, a desvalorizando, portanto, em prejuízo dos acionistas. No início do ano, um outro acordo havia sido já celebrado. Na soma, são 20 bilhões, 20 bilhões de reais de prejuízo para o Brasil. Se você for presidente da república, o que você fará em relação a isso?
Guilherme Boulos
Olha, Álvaro, em relação à corrupção é preciso enfrentar esse sistema político que está podre e falido. Começando por acabar com toda forma de financiamento privado de campanha eleitoral, porque a gente sabe que é aí que começa a coisa. Empreiteiro, banqueiro, grande empresário financiam campanhas e depois recebem em troca favorecimentos do Estado. É preciso acabar com isso. Além disso, é preciso dar transparência aos negócios públicos, esse é um ponto essencial, e por isso nós estamos propondo um modelo da democracia 5.0, que é usar as formas de participação digital pra que todo cidadão tenha o poder sobre as contas públicas na sua mão, no seu celular. Hoje, você que está nos assistindo pode pedir uma comida pelo celular e avaliar o serviço, pode pedir um táxi pelo celular e avaliar o serviço, mas não pode fiscalizar o poder público nem avaliar o poder público. Pra isso é preciso também universalizar a internet no país. Banda larga pra todos. Há condições de fazer, inclusive existe um fundo, o FUST, destinado pra isso, que todo ano devolve bilhões de reais. Dando transparência mais participação popular é possível ter um sistema político que funcione de outro jeito. Agora, não se faz, nãos e resolve o problema da corrupção entregando as empresas públicas, Álvaro, como a gestão da Petrobras atualmente está fazendo
Alvaro Dias
Boulos, eu procuro dar o verdadeiro nome às coisas e eu tenho que dizer que o que houve na Petrobras foi roubo, foi furto, foi assalto, foi pilhagem, foi roubalheira, foi, enfim, crime de lesa-pátria. Bilhões de reais, o valor da empresa foi reduzido pela metade. Como senador, só em 2008, eu protocolei 18 representações para que o Ministério Público instalasse inquéritos e investigasse a corrupção na Petrobras. Em 201, no dia 22 de dezembro, eu protocolei a última representação pedindo investigação desta roubalheira de Pasadena, no Texas. 1 bilhão de prejuízos para o Brasil numa negociação que foi lamentavelmente levada à Operação Lava-Jato para a sua apuração. Eu na presidência vou pedir ressarcimento aos cofres públicos dos responsáveis do conselho…
Mediadora
Ok, candidato, tempo encerrado, por favor. Agora é o momento da tréplica.
Guilherme Boulos
Olha, Álvaro, o enfrentamento da corrupção não pode ter dois pesos e duas medidas, não pode ser partidarizado, não pode escolher réu e não pode escolher quem vai preservar. Inclusive, o próprio judiciário e a operação Lava-Jato, que você cita tanto, precisa também, se quer moralizar nação, moralizar o seu próprio quintal, porque os juízes estão cheios de privilégios. Hoje um juiz que é pego vendendo sentença, a punição dele é aposentadoria com salário integral. Agora, em relação à Petrobras, eu quero dizer o seguinte, a Petrobras é uma empresa estratégica para o Brasil. Se houve corrupção, tem que apurar e punir, mas não se pode entregar uma empresa. Se alguém assaltar a tua casa, Álvaro, você vai fazer o quê? Você vai entregar ela pro vizinho ou vai melhorar o sistema de segurança? Eu vou melhorar o sistema de segurança. É isso que tem que fazer com uma gestão transparente e com participação popular, garantindo que a Petrobras sirva ao povo brasileiro e não a acionista em Nova York. Olha o preço do gás, olha o preço do diesel…
Mediadora
Obrigada, candidato, tempo encerrado, muito obrigada. Eu quero registrar aqui, em referência ao pedido de resposta do candidato Fernando Haddad, a comissão formada por advogados e jornalistas da Record TV considerou que o candidato não tem direito de resposta. E assim nós chegamos ao fim de mais um bloco de confronto direto entre os candidatos à presidência da república.
Mediador
Nós voltamos daqui a pouco com o terceiro bloco do debate. Eleições 2018, voto na Record.
Mediador
Nós estamos de volta com o terceiro bloco do debate com os candidatos a Presidente da República com transmissão também pelo canal da RecordTV pelo YouTube, pelo Portal R7.com e pelo Play Plus, e suas contas no Twitter e Facebook.
Mediadora
Esta é a terceira rodada de confronto direto entre os candidatos. E, de acordo com o sorteio prévio, feito na presença das assessorias de todos os candidatos, quem começa essa rodada é o candidato Ciro Gomes. Para quem vai a sua pergunta, por favor?
Ciro Gomes
Para o ministro Fernando Haddad.
Mediadora
Por favor.
Ciro Gomes
Fernando, nós ambos somos professores de Direito Constitucional e de Ciência Política. Eu li no seu programa de governo – e eu vou, para não cometer nenhum erro, repetir ipsis litteris –, que o senhor propõe a refundação democrática do Brasil para restabelecer o equilíbrio entre os poderes da República e assegurar mudanças estruturais do Estado e da sociedade; e que, para isso, pretende convocar uma Assembleia Nacional Constituinte. Como o Presidente da República não tem esse poder, você poderia explicar um pouco melhor para mim e para a nação brasileira, como diz o Daciolo, do que é que se trata?
Fernando Haddad
Ciro, na verdade a nossa Constituição de 88 já tem mais de 100 emendas constitucionais. O presidente Lula era candidato até pouco tempo atrás. Ele imaginava uma situação em que nós poderíamos criar as condições para que nós pudéssemos – no futuro, não agora –, para que nós tivéssemos uma constituição mais moderna, mais enxuta, com princípios, valores bem constituídos; reequilibrássemos os poderes da república; refizéssemos o sistema tributário, que penaliza gravemente os mais pobres; que colocássemos regras para o sistema bancário, que é extremamente concentrado no Brasil. Muita coisa do que você está falando que vai fazer, você não vai conseguir fazer sem reforma constitucional. Além disso, nós temos o sistema de previdência, sobretudo os regimes próprios, que precisam ser revistos; nós temos estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, numa crise profunda; alguns outros estados estão a caminho de terem suas contas insustentáveis, no curto prazo, em função de uma série de regras que precisam ser revistas. E isso pode ser feito se o congresso decidir convocar uma Assembleia Exclusiva ou, se o congresso assim não entender, ele pode se reformar – mas com a celeridade necessária para que nós possamos repactuar a República no Brasil.
Mediadora
Ok.
Ciro Gomes
Você vai me desculpar profundamente, Haddad , mas você não acredita numa única palavra do que acabou de dizer. Não existe Poder Constituinte no Presidente da República. E o mais grave, e que você e eu sabemos bem, e que a sociedade brasileira precisa saber, é que as constituições nasceram para frear a prepotência dos poderosos. É para pôr limite aos poderosos que ciclicamente ocupam o poder que existem as constituições. E o Presidente da República não tem, como você está propondo no seu programa de governo, a faculdade de convocar uma constituinte – muito menos, exclusiva. As reformas têm que ser feitas pelos ritos em que elas estão. E não põe a palavra na minha boca, eu quero seguir a democracia porque isso é meu compromisso de vida, como sei que é o seu. Essas palavras foram postas na sua boca porque, infelizmente, há uma vingança que você está encarregado de fazer, e isso é o que eu estou censurando na sua mudança de conduta de um democrata de longa data. O general Mourão propôs a mesma coisa: fazer uma constituinte de notáveis e submeter a uma nova constituição. Você não está falando em emenda; você está falando em outra constituição.
Mediadora
Obrigada, candidato. Tréplica.
Fernando Haddad
Ciro, o que o general Mourão propôs não tem nada a ver com o que está escrito.
O general Mourão propôs convocar um conselho de notáveis – nomeado pelo Bolsonaro ou por ele, não se sabe –, e, por fora do Congresso Nacional, que não teria nenhuma participação no processo, submeter uma carta redigida por esse conselho, por plebiscito ou referendo, à população.
Em entrevista, Mourão, candidato à Vice-Presidência na chapa de Jair Bolsonaro, disse que defendia uma nova Constituição Brasileira. Ao ser questionado se o clima político do país permitiria uma constituinte para uma nova Carta Magna, Mourão respondeu que seria melhor a tomada de decisões por uma “comissão de notáveis”, pessoas que seriam grandes “juristas e constitucionalistas”. Após o processo, a “nova” constituição seria levada a plebiscito. Ele disse ainda que esta comissão não precisaria ser feita com aqueles que “fossem eleitos pelo povo”. Desta forma, é VERDADEIRA a afirmação.
O general afirmou que a reforma da Constituição seria uma solução para a crise econômica do país. Para ele, a Constituição seria extensa demais e deveria ter apenas “princípios e valores”. O restante, como o “horário de trabalho do bancário, o juro tabelado, essas coisas”, deveriam figurar leis ordinárias, porque os valores mudariam de acordo com o tempo. O candidato ressaltou ainda que essa era a sua visão pessoal sobre o tema, e não de Bolsonaro.
O meu compromisso com a democracia não é de hoje. Eu lutei pelas Diretas, eu lutei pela Assembleia Nacional Constituinte, você também é um democrata… Eu repudio, desde a juventude, todos os governos autoritários, Ciro – de direita e de esquerda. Para mim, a liberdade e a democracia vêm sempre em primeiro lugar. E o princípio da soberania popular: para mim, tudo se resolve pelo voto, e não por nomeação de conselho de notáveis. É o voto que vai decidir o destino do país, inclusive quem vai ser o próximo Presidente da República.
Mediador
Candidato Fernando Haddad, o senhor faz pergunta a quem
Fernando Haddad
Eu faço a pergunta ao Guilherme Boulos. Boulos, alguns candidatos aqui se apresentam como candidatos moderados, como o Alckmin e o Meirelles, mas dão sustentação a um governo que está cortando direitos trabalhistas pela reforma trabalhista; está cortando direitos sociais pela emenda constitucional que congelou, por 20 anos, os gastos públicos no Brasil – incluindo aí, ao contrário contrário do que diz o Alckmin, segurança, educação, previdência, assistência social, saúde e assim por diante. E, ontem, o Brasil se insurgiu contra isso. Inclusive contra um candidato que quer aprofundar essa agenda cortando o 13º e taxando os pobres. Qual é a sua opinião sobre isso?
Guilherme Boulos
Olha, Haddad, primeiro: esse desgoverno do Michel Temer nasceu de um golpe. Não tem legitimidade. Assim como a sua agenda não tem legitimidade. Eu já tive a oportunidade de dizer, num outro debate, que aqui existem 50 tons de Temer. Não há um único candidato que represente o Temer, vários ajudaram a dar o golpe que colocou ele lá, e vários ajudaram a aprovar essa agenda. Por isso é necessário ter como compromisso básico, e espero ouvir isso de você também, revogar todas as medidas antipopulares tomadas durante esse governo do Temer. A Emenda Constitucional 95, que congela investimentos por 20 anos; a entrega do pré-sal para empresas estrangeiras que, lamentavelmente, começou a tramitar já no governo da Dilma, em 2015; a reforma do Ensino Médio, que tirou Filosofia, Sociologia do currículo, e que o Temer aprovou sem qualquer debate com professores e com a comunidade escolar; não pautar nenhum tipo de reforma da Previdência, que o Temer tentou aprovar estabelecendo idade mínima e botando a conta nas costas dos trabalhadores que se aposentaram a vida toda. E agora teve ameaça de novo, que depois das eleições vai querer aprovar a reforma da Previdência. Não deixamos aprovar no ano passado e não vamos deixar aprovar de novo. Aliás, queria te ouvir sobre isso, Haddad, sobre o tema da reforma da Previdência, tão essencial para os trabalhadores brasileiros.
Fernando Haddad
Olha, Boulos, o Brasil vai poder contar com as forças democráticas para revogar esse entulho que o Temer aprovou com o apoio do MDB e do PSDB. Um entulho que cassou direitos. E, na minha opinião, ontem o Brasil se insurgiu contra esse estado de coisas. Inclusive, o Bolsonaro quer aprofundar essa agenda: fala em cortar 13º, fala em taxar os pobres. A nossa política é outra. Nós vivemos o período mais democrático da história do Brasil dialogando com a sociedade para ampliar direitos. Hoje, todo mundo é pai do Bolsa Família. Mas, na época, foi o presidente Lula que, com a sua energia, decidiu acabar com a fome no Brasil; tirar o Brasil do mapa da fome. E foram esses programas sociais – Bolsa Família, Prouni, universidade pública, Luz Para Todos, Minha Casa Minha Vida – que colocou o pobre em outra situação. É pela democracia, com o diálogo do povo, que o pão vai voltar para a mesa, e que o trabalhador vai ter emprego.
Guilherme Boulos
Seguramente, toda saída só pode se dar pela democracia. E aproveito aqui para repudiar mais uma vez declarações do Bolsonaro dizendo que não aceitaria o resultado dessa eleição se ele não ganhar ela. Declarações próprias não de um candidato a Presidente da República, mas de um candidato a ditador. Agora, há também a reforma trabalhista e a terceirização aprovadas por esse desgoverno, e que nós temos que ter a coragem de revogar. Em relação à reforma da Previdência, é importante que esse discurso não exista apenas agora em período de eleição, mas quem se eleja se comprometa a não fazer reforma da Previdência que ataque o direito à aposentadoria de todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. E quero dizer uma coisa: o ato de ontem representou a força das mulheres contra Bolsonaro; mulheres que não aceitam ganhar menos do que os homens; mulheres que não aceitam que têm que ter menos direitos, como prega o Bolsonaro e o seu vice, Mourão. Elas vão ajudar, vão ser decisivas para derrotar o atraso nesse país.
Mediadora
Ok, candidato. Agora o senhor segue, candidato Guilherme Boulos faz a pergunta para quem?
Guilherme Boulos
Eu vou fazer a pergunta ao Henrique Meirelles.
Mediadora
Por favor.
Guilherme Boulos
Meirelles, o clima dessa eleição está marcado por muito ódio. E uma das expressões maiores do ódio nesse país é que, todos os dias, morre uma pessoa LGBT no Brasil. O Brasil é o país que mais mata LGBT’s no mundo. Isso é resultado do preconceito e da intolerância. O que eu queria perguntar a você, Meirelles, é se você defende que esse tema já seja tratado nas salas de aula desde o início para que a gente possa vencer o preconceito.
Henrique Meirelles
Sim, nós temos que tratar do tema da violência na sala de aula. Desde a violência com LGBT’s mas também a violência contra as mulheres, a violência racial, e toda violência gratuita, também. Nós temos que estabelecer a segurança no Brasil. Para isso, nós temos que não só ensinar isso na sala de aula, mas nós temos também que estabelecer confiança na polícia. E, para isso, nós temos que colocar o país para crescer, e que as polícias tenham condições de comprar equipamento, comprar armamento, comprar viaturas e contratar policiais. Existem estados brasileiros que faz dez anos que não contratam um policial. Então tudo isso vai ser resultado, agora, do nosso trabalho. Os estados vão crescer e vão ter condições de equipar as suas polícias. Além do mais, vamos criar um sistema nacional de informações, que vai coletar essas informações e fornecer para as polícias, e aí esse tipo de coisa vai ser resolvida. Porque nós vamos saber onde está havendo a violência de gênero, onde está havendo a violência racial, onde está havendo a violência contra as mulheres. Violência se combate com inteligência.
Guilherme Boulos
Olha, Meirelles, não é com polícia, me desculpe, que nós vamos resolver esse problema. Eu lhe fiz essa pergunta porque sei que no seu programa tem a defesa do movimento Escola Sem Partido, que impede, e bloqueia, esse debate desde cedo nas salas de aula. Eu vejo muita gente defendendo a família brasileira. Agora, a família brasileira também é a família de uma mãe solteira, com filho criado pela tia ou pela avó. A família brasileira também pode ser uma família com dois pais ou uma família com duas mães. Chega de preconceito, chega de LGBTfobia, porque isso só estimula o ódio. Nós temos que trazer esse debate para discutir, sim. Desde as salas de aula. E quero dizer o seguinte: você sabe que, quando acontece a ausência do debate, reina o silêncio; e, quando reina o silêncio, a intolerância prevalece. Nós temos visto isso no país. E enquanto não se resolver, enquanto não se debater esse tema, o Brasil vai seguir sendo o país que mais mata LGBT’s no mundo.
Mediadora
Por favor, um minuto para a tréplica.
Henrique Meirelles
Nós temos, sim, que estabelecer essa discussão nas escolas. Mas discussão nas escolas, como eu já disse, tem que ser sobre toda violência. Nós não podemos, a pretexto de defender um determinado grupo, por mais justa que seja essa defesa – não é possível admitir violência, por exemplo, contra os LGBT’s –, mas também não se pode admitir violência contra as mulheres. Nós não podemos ignorar isso, colocar isso escondido. Não. Nós temos que garantir o direito a toda a população de viver em paz. Nós temos que garantir que também não haja violência de raça. Não é possível, por exemplo, nós termos aí perseguições raciais no Brasil ainda neste momento. E nós não podemos, de maneira nenhuma, admitir, portanto, que haja nenhum tipo de discriminação. E isso, sim, tem que ser garantido também nas escolas.
Mediador
Candidato Henrique Meirelles, é o senhor que faz a pergunta agora.
Henrique Meirelles
Eu vou fazer a pergunta ao Geraldo Alckmin. Candidato, o melhor médico é aquele em que nós confiamos. E para se confiar na polícia, para se confiar nas escolas, é preciso que haja qualidade. Para o Brasil crescer, é necessário confiança no país, é necessário confiança no Presidente da República, e é necessário confiança nas políticas públicas. O que se pode fazer, na sua opinião, para aumentar a confiança no país?
Geraldo Alckmin
Olha, eu entendo que as reformas são necessárias, simplificar a questão tributária, reforma política, reforma do Estado, trazer investimento pro Brasil pra voltar a crescer. Mas eu queria fazer aqui uma reflexão política. Nós estamos na última semana que antecede a eleição e [quero] chamar a atenção para você de como os radicais são parecidos. O PT votou contra o Plano Real, o Bolsonaro votou também contra o Plano Real; o PT votou contra a quebra do monopólio de telecomunicações, o Bolsonaro também – votou igualzinho ao PT. Então nós estaríamos ainda naquele telefone antigo. O PT votou contra a quebra do monopólio do petróleo, o Bolsonaro também – votou igualzinho. O PT votou pelo Lula, o PT votou no Lula, o Bolsonaro também declarou no Plenário que também votou no Lula. É impressionante, o radicalismo, como ele se atrai. Esse não é o caminho, né? E essa semana é uma semana decisiva, é essa semana que vai mudar a eleição. Sempre, nas últimas eleições, é a última onda, é aquela que vale. E nós vamos unir o Brasil para recuperar a economia, o emprego, e melhorar a vida da população.
Mediador
Réplica.
Henrique Meirelles
A economia cresce quando se estabelece a confiança no país. Quando eu assumi os cargos que exerci no governo, a confiança no Brasil começou a subir no mesmo dia, e isso foi resultado do meu trabalho de toda uma vida. Dirigi uma organização financeira internacional, de cobertura mundial, com presença em 32 países, sediada no exterior, e lá cuidei da poupança de 20 milhões de famílias. Aqui nós temos que criar empregos no Brasil. Para isso nós precisamos cada vez mais que se confie não só no país mas no Presidente da República, e um candidato que pode trazer essa confiança para o Brasil é quem já conquistou essa confiança no mundo inteiro e dentro do Brasil.
Geraldo Alckmin
Olha, a confiança é importante, há uma crise de confiança hoje no Brasil – o investidor não investe porque não confia, o consumidor reduz o seu consumo porque também não confia, e nós ficamos andando de lado. O Brasil ficou caro: o automóvel, aqui, custa 2 vezes e meio o que custa nos Estados Unidos; o minuto do celular, 7 vezes o que custa nos Estados Unidos; o juros do banco, o maior do mundo. E nós vamos ter uma agenda de competitividade. Chamei os melhores economistas para a gente ter uma agenda para o Brasil voltar a crescer, e voltar a crescer rápido. Unir o país, diminuir esse ódio, dar as mãos às pessoas, para que a gente possa trabalhar mais. Tenho experiência, fui governador de São Paulo 4 vezes, aqui não tem déficit, aqui as contas estão em dia, aqui tem investimento, e essa experiência eu quero levar para todo o nosso país.
Mediadora
Ok, agora o candidato Geraldo Alckmin é quem segue perguntando. O senhor pode perguntar para o candidato Álvaro Dias, Marina Silva e Cabo Daciolo. Quem o senhor escolhe?
Geraldo Alckmin
Eu vou perguntar para o Álvaro Dias.
Mediadora
Por favor.
Geraldo Alckmin
Alvaro Dias, nós vivemos, hoje, um momento de grande carestia, a população passando dificuldade. O preço do gás disparou, o do combustível disparou, o da energia elétrica disparou, o emprego caiu, perda de renda. Aliás, eu quero dizer a você, que está nos acompanhando, que vou aumentar o salário mínimo acima da inflação, com ganho real, e mantê-lo vinculado aos aposentados e pensionistas, fazer justiça aos aposentados e pensionistas. Sua proposta, candidato, para a gente retomar o emprego.
Alvaro Dias
Obrigado, Geraldo Alckmin. Primeiramente [quero] dizer que se discute muito os periféricos, metas que são propostas durante a campanha que, muitas vezes, são palavras soltas ao vento, que na realidade não se concretizam porque não há mudança no sistema, no sistema corrupto e incompetente instalado no país. E eu não me canso de repetir: sem a refundação da república, sem a mudança desse sistema de governança, nada acontecerá. O Brasil não vai alcançar índices de crescimento econômico compatíveis com a sua grandeza, não vai gerar emprego, não vai resolver o problema da saúde, da segurança pública e da educação. Além dessa grande reforma, que é a mudança do sistema de governo, temos que promover reforma essencial em relação à política tributária. O modelo tributário do Brasil é de 5º mundo, não é de 3º mundo, é de 5º mundo; asfixia a economia e impede o seu crescimento, impede o seu desenvolvimento econômico e não gera empregos. Esta reforma tem que tributar mais na renda e menos no consumo. Desta forma o gás vai ter preço menor, a gasolina vai ter preço menor, todos os produtos consumidos pela população mais pobre do país terão um preço reduzido porque os tributos não in… [falha do áudio] preço final desses produtos, e, sim, nós cobraremos mais na renda.
Mediadora
Ok. Por favor.
Geraldo Alckmin
Olha, eu reduzi aqui em São Paulo o ICMS do combustível, do álcool, de 25% para 12%, então todo mundo coloca o etanol porque é mais barato; eu reduzi para o contribuinte. Pretendo, no Governo Federal, pagar a metade do preço do gás para as famílias de menor renda, 8 milhões de pessoas que estão na tarifa social. Vamos trabalhar muito junto às pessoas. A política é gostar de gente. Quem não gosta de gente, quem não consegue enxergar o sofrimento do seu irmão, da sua irmã, não tem a vocação do servir. É preciso enxergar quem está desempregado, quem está passando dificuldade, que o salário não chega no fim do mês, que está com problema de doença – é para esses que eu quero ser presidente. Vou trabalhar muito para o Brasil se recuperar, ter um encontro e ser uma grande nação.
Alvaro Dias
É, em 2007, dezembro, eu trabalhei duro para derrubar a CPMF no Senado Federal e conseguimos. Em janeiro, o governo do PT aumentou o IOF e recuperou 40 bilhões que perdeu com o fim da CPMF. E agora o candidato do PT afirma que vai isentar impostos, que vai reduzir a carga tributária. Naquela oportunidade propus, através de decreto, a revogação de aumento do IOF e, através de lei, o aumento do imposto sobre o lucro dos bancos, e o PT ficou ao lado dos banqueiros, impediu que a nossa proposta fosse aprovada. Agora, nós vamos isentar, sim, 10 milhões de brasileiros do imposto de renda. Aqueles que ganham até 5 mil reais por mês estarão isentos do imposto de renda, e isso significará cerca 2 bilhões a menos de receita, mas isso significará 20 bilhões a mais de venda no comércio.
Mediador
Candidato Álvaro Dias, o senhor pode encaminhar agora a sua pergunta ao candidato Cabo Daciolo ou à candidata Marina Silv
Alvaro Dias
Eu vou encaminhar à Marina Silva, retribuindo a gentileza de ter me perguntado anteriormente. Eu repito que nós estamos discutindo assuntos periféricos, e devemos discutir principalmente o que é macro, o que é fundamental para mudar o país para melhor. E, entre os temas discutidos, as mulheres estão pontificando – eu nunca ouvi falarem tanto nas mulheres. Na verdade, elas não estão pedindo homenagem; elas exigem apenas o respeito aos seus direitos, e isso diz respeito sobretudo aos princípios da dignidade humana, especialmente o da igualdade. A indagação é o que fazer para mudar o Brasil de forma macro e inteligente.
Marina Silva
Alvaro, as mulheres que estão sendo tão homenageadas merecem essa homenagem. Até porque elas que têm a possibilidade de, sendo mais reflexivas, mais dadas ao cuidado, de nesse momento difícil da história do nosso país, poder ajudar para que a gente não tenha que ficar entre a espada do autoritarismo, proposta pelo Bolsonaro, nem a cruz da corrupção que a candidatura do PT não reconhece que teve durante o governo do PT e de que, agora, é preciso explicar para o povo brasileiro essa história de que rouba mas fez. Eu quero que o Brasil seja um país próspero, que o país seja um país onde é bom para todos viver. E, para isso, nós temos que ter um novo ciclo de prosperidade. Por isso estou propondo que a gente crie 2 milhões de empregos em energia renovável; que a gente possa criar empregos utilizando a biomassa para poder gerar energia, também; que a gente possa investir no turismo, que é o que cria emprego para as mulheres. E, mais ainda, que a gente pegue o dinheiro que foi dado no bolsa empresário para os amigos do rei para que as mulheres, os jovens e as pessoas possam investir.
Alvaro Dias
Certamente, Marina, as mulheres ficarão muito felizes. E eu gosto tanto delas que sou presidido por uma mulher, a presidente Renata Abreu, e da equipe do Paulo Rabello de Castro a economista Ana Paula Oliveira comanda a nossa área econômica. As mulheres ficarão felizes, por certo, se nós acabarmos com esse tempo do rouba mas faz, como você disse. Chegamos ao tempo do fala e faz. É isso o que as mulheres exigem. Fazer muito mais do que fizeram sem roubar, sem deixar roubar e colocando na cadeia quem rouba. Porque não há dúvida nenhuma: é esse modelo corrupto o que impede a concretização dos sonhos e esperanças da maioria da população brasileira.
52 milhões abaixo da pobreza
Os números apresentados por Alvaro Dias coincidem com os da Síntese de Indicadores Sociais 2017, publicação do IBGE com análise de dados de 2016 da Pnad Contínua. De acordo com a pesquisa, 52,2 milhões de pessoas (25,4% da população brasileira) têm rendimentos abaixo de US$ 5,5 — linha da pobreza do Banco Mundial para países de nível médio-alto de desenvolvimento, como o Brasil. O número inclui o que foi mencionado pelo candidato e, por isso, a declaração foi considerada VERDADEIRA.
Calculada a partir da Pnad Contínua, a linha de US$ 5,5 por dia correspondia a R$ 387,07 em 2016.
num país rico como o Brasil? Os governantes precisam pedir perdão ao povo brasileiro.
Marina Silva
O bolsa empresário custou 5% do PIB. O Bolsa Família, 0,25%. O bolsa empresário dava para pagar, Álvaro, 35 anos do Bolsa Família. É por isso que, com base no cadastro do Bolsa Família, eu estou criando o Renda Jovem, para que os jovens possam receber uma bolsa para poderem concluir o Ensino Médio. Eu quero unir o Brasil. Não por um discurso oportunista, eleitoreiro, mas porque é isso o que eu venho dizendo e fazendo em toda a minha vida. Em 2010, eu dizia que era preciso unir o Brasil. Quando eu dizia isso, muitos não entendiam. Hoje o projeto autoritário do Bolsonaro foi chocado no ninho da polarização do PT e do PSDB. Portanto, não me venham agora dizer que vão unir o Brasil.
Mediadora
Candidata Marina Silva agora deve dirigir a pergunta dela ao candidato Cabo Daciolo. Por favor, candidata.
Marina Silva
Cabo Daciolo, um dos problemas graves que nós estamos vivendo hoje no Brasil é o problema do desemprego. As pessoas estão sofrendo a humilhação de bater de porta em porta atrás de uma oportunidade de trabalho e 4 milhões de pessoas até já desistiram de procurar emprego. Nós temos 13 milhões de desempregados.
Quando se somam os desempregados e os desalentados nós temos, juntos com os que estão fazendo bico, 27 milhões.
De acordo com a última Pnad Contínua Mensal, de agosto deste ano, estavam subutilizadas na força de trabalho 24,1 milhões de pessoas: 12,7 milhões desocupadas, 4,7 milhões desalentadas e 6,7 milhões subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas. O dado de Marina possivelmente é o de maio deste ano, quando a subutilização chegou a atingir 27,7 milhões de pessoas no Brasil.
Qual é a sua proposta para recuperar os empregos?
Cabo Daciolo
Primeiro eu quero dizer à nação brasileira e identificar os culpados por estarmos com 14 milhões de desempregados. Representam eles, ali: Meirelles e Haddad. PT, PMDB. Afundaram o país e botaram o país nessa lama. Infraestrutura, saneamento básico – nosso país, em pleno século XXI, 50% do país não tem nem sequer saneamento básico. Aí você pega a estrutura PT e PMDB, os fracos ali, PT e PMDB, e sabe o que eles fazem? Vão investir fora do país. Eles vão dar emprego para trabalhadores de outra nação. Respeitamos todas as nações, mas os brasileiros estão passando fome, necessidade, miséria, desemprego. E os senhores? Sabe onde que eu quero chegar? Eu quero chegar… Que a arma do cristão é a palavra de Deus. Essa aqui é a Bíblia, a Bíblia é a arma do cristão. E o que ela fala? Eu não estou falando de religião, não, tá? Eu não prego religião. Eu estou falando de amor. Primeiro mandamento: amar a Deus acima de tudo e de todos e o teu próximo como a si mesmo. Os senhores têm que aprender a amar o próximo. Os senhores nunca passaram necessidade, os senhores não sabem o que povo está sofrendo, o que está acontecendo...E ainda querem vir, têm a cara de pau, de vir aqui conosco para disputar a cadeira presidencial. Pô, vamos aprender um pouquinho, vai visualizar o que está acontecendo, não dá pra entender. Da próxima vez eu vou trazer um óleo de peroba aqui. Pela honra e glória do senhor Jesus.
Mediadora
Obrigada, candidato. A réplica, por favor, 1 minuto.
Marina Silva
Uma das coisas fundamentais para se recuperar os empregos é recuperar a credibilidade. Para recuperar a credibilidade é preciso que a gente tenha legitimidade, sobretudo com o compromisso com o combate à corrupção. São mais de R$ 200 bilhões desviados pela corrupção, isso poderia estar ajudando para que se tivesse investimento que levasse a gerar empregos mais rápido na construção civil. Nós poderíamos usar esse dinheiro para desenvolver cada vez mais o turismo, sobretudo em regiões como o Norte e o Nordeste brasileiros, que têm um potencial enorme. O dinheiro que vai para o ralo da corrupção poderia ser usado para que a gente investisse em saneamento básico, gerando emprego, renda para as pessoas. Nosso compromisso é o compromisso de fazer com que o Brasil volte a crescer, volte a investir, gerar emprego, renda e vida digna para o povo brasileiro.
Cabo Daciolo
Nós vamos baixar juros, vamos baixar tributos e vamos entrar com infraestrutura no nosso país. Investimento. Não para a Venezuela, para tentar botar o comunismo no Brasil; no Brasil, não. No Brasil é patriotismo, nacionalismo e civismo. Comunismo, fica lá na Venezuela. Então R$ 414 milhões investidos na Venezuela, na Argentina e no Peru e nada de Brasil. Eu quero falar aqui com os senhores que estão falando de educação. População, preste atenção. Saúde, educação, segurança, todos aqui estão mentindo para vocês. Deixa eu te falar uma coisa: há um perigo iminente acontecendo. Tem uma guerra próxima a estourar. O povo não está falando disso, ninguém está falando disso. Vão [sic] aí agora na internet; chama o Daciolo de louco, pode chamar. Mas vai lá e dá uma olhada num evento chamado … [inaudível] 2018. A Rússia com a China fazendo aí uma articulação de guerra contra os Estados Unidos, numa guerra comercial. Por que, Daciolo? Porque o PIB global chegou a um teto, não tem para onde crescer mais. Querem matar uma massa. Vamos tentar matar uma massa. Estamos nos levantando para proteger a nossa nação. Nós vamos proteger a nação e vamos nos tornar verdadeiros…
Mediadora
Obrigada, candidato. A réplica, por favor, 1 minuto.
Marina Silva
Uma das coisas fundamentais para se recuperar os empregos é recuperar a credibilidade. Para recuperar a credibilidade é preciso que a gente tenha legitimidade, sobretudo com o compromisso com o combate à corrupção. São mais de 200 bilhões desviados pela corrupção, isso poderia estar ajudando para que se tivesse investimento que levasse a gerar empregos mais rápido na construção civil. Nós poderíamos usar esse dinheiro para desenvolver cada vez mais o turismo, sobretudo em regiões como o Norte e o Nordeste brasileiros, que têm um potencial enorme. O dinheiro que vai para o ralo da corrupção poderia ser usado para que a gente investisse em saneamento básico, gerando emprego, renda para as pessoas. Nosso compromisso é o compromisso de fazer com que o Brasil volte a crescer, volte a investir, gerar emprego, renda e vida digna para o povo brasileiro.
Cabo Daciolo
Nós vamos baixar juros, vamos baixar tributos e vamos entrar com infraestrutura no nosso país. Investimento. Não para a Venezuela, para tentar botar o comunismo no Brasil; no Brasil, não. No Brasil é patriotismo, nacionalismo e civismo. Comunismo, fica lá na Venezuela. Então R$ 414 milhões investidos na Venezuela, na Argentina e no Peru e nada de Brasil. Eu quero falar aqui com os senhores que estão falando de educação. População, preste atenção. Saúde, educação, segurança, todos aqui estão mentindo para vocês. Deixa eu te falar uma coisa: há um perigo iminente acontecendo. Tem uma guerra próxima a estourar. O povo não está falando disso, ninguém está falando disso. Vão [sic] aí agora na internet; chama o Daciolo de louco, pode chamar. Mas vai lá e dá uma olhada num evento chamado … [inaudível] 2018. A Rússia com a China fazendo aí uma articulação de guerra contra os Estados Unidos, numa guerra comercial. Por que, Daciolo? Porque o PIB global chegou a um teto, não tem para onde crescer mais. Querem matar uma massa. Vamos tentar matar uma massa. Estamos nos levantando para proteger a nossa nação. Nós vamos proteger a nação e vamos nos tornar verdadeiros…
Mediador
Ok, candidato.
Mediadora
Ok, candidato, obrigada.
Mediador
Seu tempo esgotado, agora a sua vez de fazer a pergunta ao candidato Ciro Gomes.
Cabo Daciolo
Nós vamos deixar de ser colônia e vamos nos transformar numa grande nação. Nós vamos investir lá na segurança pública 10% do PIB. A partir do momento que eu investir no PIB, 14 milhões de desempregados, jovens com 18 até 45 anos, homens e mulheres, podem comparecer no 8º dia. Nos primeiros 7 dias vamos adorar o senhor. No 8º dia, compareço à unidade militar mais próxima da sua residência. A partir do momento aqui, eu vou te encaminhar para o mercado de trabalho e, se você tiver vocação, vai cuidar das nossas fronteiras, cuidar da nossa pátria pela honra e glória do senhor Jesus. Fale para mim, irmão, sobre fundo eleitoral. Fundo eleitoral.
Mediadora
Vamos dar sequência. Por favor, plateia, vamos fazer silêncio. Eu peço à plateia, por favor, que não se manifeste. Vamos seguir. Por favor, candidato Ciro Gomes. 1 minuto para a resposta.
Ciro Gomes
17 milhões de brasileiros desempregados, 32 milhões entre desempregados e desalentados, 2 milhões de brasileiros na informalidade, correndo da repressão todo dia nas cidades do Brasil, 63 milhões de pessoas humilhadas. Esses números, eu acordo todo dia e me lembro deles para entender que o Brasil não pode mais continuar nesse caminho que ele está. A indignação do Daciolo interpreta com muita fidelidade uma indignação que se generalizou na sociedade brasileira. Entretanto, eu pretendo ajudar o Brasil a se reconciliar, eu pretendo ajudar o Brasil a caminhar para além dos personalismos, das adorações a “Belzebus” e a ídolos – não é, para usar aqui uma expressão da formação dele. O Brasil precisa se debruçar sobre ideias, sobre propostas, sobre concretudes para a vida, para a saúde do nosso povo. Educação em tempo integral é a única forma de rivalizar o jovem brasileiro com o gavião do narcotráfico. A creche em tempo integral é absolutamente essencial para que a mulher brasileira possa ir à luta, nessa batalha difícil pela vida. Esse é um apanhado rápido de um conjunto de propostas que eu tenho. E para isso a gente tem uma agenda, também, que não está discutida, que é consertar a conta pública – e, nisso, entra a sua pergunta. O negócio desse fundo eleitoral, Daciolo, é uma vergonha para o Brasil.
Cabo Daciolo
Perfeito, Ciro. Nós estamos falando de 2 bi e 600, Ciro. Tiraram da educação, tiraram da saúde. 2 bi e 600. Pega o fundo eleitoral com fundo partidário para perpetuar no poder, e o povo morrendo. Será que isso é certo? Será que não dá para fazer uma campanha sem recurso? Dá pra fazer. Dá pra fazer. Nós estamos fazendo uma campanha, até agora conseguimos arrecadar 7.400 reais, gastamos até o momento 700 e alguma coisa. Foi o que nós gastamos. … [inaudível] manda o senhor pra dar vitória, e aqui nesse debate falar umas verdades para o povo, que está cansado de tanta mentira. Ninguém aguenta mais, ninguém aguenta mais. Eu estou aqui agradecendo a Deus agora. Agradeço a Deus por essa oportunidade, Pai. De poder, como cidadão comum, chegar aqui e falar assim: o povo não está mais aguentando mais, senhores. Ninguém aguenta mais, chega de mentira. Para. Cabo Daciolo 51. Nós podemos mudar a nossa nação. Eles aqui são os mesmos de sempre. Estão há 30 anos no poder. Chega, chega.
Ciro Gomes
Eu, de novo, compreendo com o meu coração esse estágio em que as pessoas estão no Brasil. Muita angústia, muito sofrimento, muita desorientação, e isso acaba fazendo com que o nosso povo olhe para a política. Vai olhar para onde mais? Não existe um aplicativo de celular que resolve o problema do emprego. Não existe um computador em que a gente aperte ali um “telecoteco” e ele responda pela saúde da população. E, olhando para a política, o que o nosso povo vê, por regra, é o mais do mesmo. É o ódio agora crescente, é a violência, mas também a mentira, a enganação, o privilégio, e a ladroeira que praticamente generalizou-se de maneira que ficou difícil para o povo brasileiro acreditar que há exceção. Eu tenho a honra de trabalhar ao lado dos cearenses há mais de 38 anos. Já fui ministro, já fui governador, já fui prefeito. Nunca, meu caro Daciolo, respondi por nenhum malfeito na minha já longa vida pública. Por isso eu peço ao povo brasileiro uma oportunidade para unir a nação.
Mediadora
Obrigada. E assim nós encerramos o terceiro bloco do debate entre os candidatos à Presidência.
Mediador
Depois do intervalo, cada candidato vai falar diretamente com você, eleitor. Eleições 2018, o voto na Record.
Mediadora
Estamos de volta com o último bloco do debate entre os candidatos à presidência da república, com transmissão também pelo canal da Record TV no YouTube, pelo portal r7.com e pelo Play Plus e suas contas no Twitter e Facebook.
Mediador
Cada um dos candidatos terá agora um minuto para falar diretamente com o eleitor e a ordem foi definida em sorteio. O primeiro será o candidato Geraldo Alckmin.
Geraldo Alckmin
Olha, agradecer a você que nos acompanhou até esta hora da noite, dizer que esta semana é a semana decisiva. Você é que vai decidir o futuro do nosso país pelos próximos quatro anos. As grandes viradas ocorrem no final. Nós entendemos que nem o radicalismo do Bolsonaro nem o radicalismo do PT, eles não. Nós estamos juntos é para unir o Brasil. Tenho certeza de que nós vamos juntos unir o Brasil, pacificar o país para que ele possa retomar o emprego, melhorar muito a segurança pública, as mulheres, e quero falar também em nome da Ana Amélia, nossa candidata a vice-presidente da república, terão preponderante nesse novo Brasil, que, eu tenho certeza, vai surgir das urnas, um Brasil com paz, com prosperidade, com emprego, da fraternidade.
Mediadora
Obrigada. Agora é a vez do candidato Fernando Haddad.
Fernando Haddad
Eu vejo o futuro do Brasil os brasileiros e brasileiras com os espíritos desarmados, mas alimentados por trabalho e educação. A imagem que eu vislumbro é das brasileiras e brasileiros com a carteira de trabalho na mão assinada e com livro na mão, e não com armas.O tempo que nós vivemos do presidente Lula e que as pessoas eram felizes, as pessoas viveram um momento que o Brasil criou 20 milhões de empregos em apenas 20 anos, nós abrimos as portas das escolas técnicas e das universidades pros jovens brasileiros. Quem está reeducando o Brasil nessa direção é a mulher brasileira, que foi às ruas ontem pedir paz, pedir democracia e exigir os seus direitos, que são garantidos pela nossa Constituição. Eu tenho certeza que votando 13, o Brasil vai voltar a ser feliz de novo. Boa noite. Obrigada.
Mediador
A vez do candidato Alvaro Dias.
Alvaro Dias
Durante todo o meu itinerário na vida pública, trabalhei pra merecer o respeito do povo do meu estado, o Paraná, obtive votações recordes, imaginei que pudesse também obter o respeito de todo o Brasil por isso vim para esta campanha imaginando que seria o reencontro do Brasil com a verdade, e só tenho dito a verdade. Nosso desejo é a refundação da república, para iniciarmos um novo tempo de austeridade, de responsabilidade pública e, sobretudo, de ética na administração do país, porque sem o combate implacável à corrupção, nós não venceremos as nossas dificuldades. Hoje me sinto à vontade para pedir o seu voto, porque estou convicto de que juntos podemos mudar o Brasil para melhor.
Mediadora
Obrigada. Agora com a palavra o candidato Ciro Gomes.
Ciro Gomes
Eu quero me dirigir a você, meu irmão, minha irmã, que não decidiu ainda seu voto ou que admite mudá- lo. A você, que está votando contra alguém ou contra um partido. Eu quero me dirigir a você que vota no Bolsonaro contra o PT, eu quero me dirigir a você que vota no PT por que não quer o Bolsonaro. Eu lhe entendo. Eu entendo com o meu coração. Mas deixa que eu diga a cada uma e a cada um de vocês. Se isso continuar acontecendo, a única certeza dessas eleições é que essa crise vai continuar e vai se aprofundar e nosso país não aguenta. Eu não sou PT, nem anti PT. Eu peço uma oportunidade. Examine o meu programa, examine a minha vida, peço oportunidade para reconciliar o Brasil. Para reunir a nossa pátria ao redor da agenda dos mais pobres, que estão passando o pior momento da história moderna do Brasil. Eu sou o candidato menos rejeitado, eu sou a segunda opção de todos. Venço o Haddad e venço o Bolsonaro no segundo turno. Mas, para isso eu preciso do seu voto já no primeiro turno.
Mediador
Muito obrigado candidato. Agora é a vez do candidato Guilherme Boulos.
Guilherme Boulos
Eu agradeço a Record e a quem está nos assistindo. Quero dizer uma coisa a você: o que a vida quer da gente é coragem. Daqui a uma semana, você vai sair de casa para votar. Naquela cabine, vai estar você e a sua esperança de mudar o Brasil. Eu sei que muita gente tá assustada, tá com medo. Tenha a certeza, nós vamos estar juntos para derrubar o atraso. Mas a eleição tem dois turnos. Primeiro turno é momento de votar no que você acredita. É momento de fortalecer a mudança que, efetivamente tem uma visão nova para o Brasil. Eleição, não é igual corrida de cavalo, que você escolhe quem está em primeiro lugar. Deposite seus sonhos na urna. Dia 07, vote contra os privilégios e contra a desigualdade. Vote 50. Dia 07, vote também nos deputados e deputadas do PSOL, vote com coragem, vote com esperança. #elenão! Vote Boulos 50.
Mediadora
Obrigada. Por gentileza. Agora um minuto para a candidata Marina Silva.
Marina Silva
Eu agradeço a Deus por mais um debate e quero dizer para você que eu entrei nessa campanha e desde o início eu dizia isso: eu entrei para oferecer a outra face. Para a face da mentira, a verdade, para a face do ódio, o amor. Para a face da preguiça o trabalho e, para a face de um país desunido, que está sendo cultivado desde a polarização PT/ PSDB e agora PT/ Bolsonaro, a nossa união. Uma casa dividida não tem como subsistir. Nós precisamos estar unidos e eu estou pronta para fazer isso. Eu tenho dito isso desde 2010. Quando eu dizia isso todo mundo estranhava, agora é um campeonato de quem vai unir o Brasil. E eu estou aqui para dizer que eu vou unir o Brasil e eu tenho uma excelente equipe: Ricardo Paes de Barros, tenho o André Lara Resende, tenho o Eduardo Jorge. Nós vamos governar o Brasil unidos, para ter um país justo e que seja bom para todo mundo.
Mediador
Obrigado candidata. Agora é o Cabo daciolo.
Cabo Daciolo
Obrigado. Obrigado Deus, obrigado Senhor. Glória a Deus. Eu acredito em sinais. Sete dias. Sete dias? Eu acredito em sinais. Eu acredito em avivamento, eu creio. Estamos diante de uma guerra espiritual contra principados e potestades. Obrigada Senhor pelo senhor ter me dado uma vice maravilhosa, Senhor. Para governarmos essa nação. Suelene Balduino, pai. Uma mulher de pulso, representando as mulheres brasileiras. Obrigado Senhor, e eu sei quais são os nossos adversários. Na autoridade que é o nome de Senhor Jesus, eu repreendo toda a fúria de Satanás contra a nação brasileira. Satanás pega tudo o que é seu e saiam da nação brasileira. E eu falo aqui que haverá paz, amor, sabedoria, discernimento, mansidão, domínio próprio. Mas acima de tudo, o teu santo espírito, Pai, sobre a nação brasileira. O Brasil que eu quero? É um brasil sem a dona Rede Globo pregando o ódio, a mentira, a hipocrisia e aprendendo a trabalhar como a Record, com amor, e levando a palavra de Deus nas suas novelas.
Mediadora
Obrigada candidato.
Cabo Daciolo
Glória a Deus, 51!
Mediadora
Muito obrigada, candidato. Agora um minuto para o candidato Henrique Meirelles, por favor.
Henrique Meirelles
Boa noite a todos, obrigado pela audiência. A programação eleitoral tem sido um ringue, todos brigando contra todos. Nós tivemos aqui hoje até um pouco de delírio. Mas a minha briga é outra. Eu quero brigar por emprego, renda e dignidade. Eu já mostrei, ao longo da minha vida, que o que interessa é resultado. E é isso que, juntamente com o meu candidato a vice-presidente Germano Rigotto, vamos oferecer ao Brasil. Eu vou usar a confiança que eu conquistei dirigindo uma instituição e trabalhando no mundo inteiro para trazer emprego, crescimento e renda para o Brasil. Isso é o que interessa. Não interessa aos brasileiros simplesmente ver essa guerra. O que interessa aos brasileiros é paz, crescimento e renda para todos.
Mediadora
Muito obrigada. Eu quero agradecer em nome a RecordTV a presença de todos os candidatos, o respeito aos tempos e às regras do debate. Nós chegamos ao fim deste debate com os candidatos à Presidência da República.
Mediador
Nesta reta final das eleições, você acompanha todos os detalhes da campanha nos nossos telejornais.
Mediadora
E, no domingo que vem, teremos a cobertura especial do dia de votação, e a partir das 5 da tarde os números da apuração em todo o Brasil durante o Domingo Espetacular.
Mediador
Boa noite a todos.
Mediadora
Boa noite, um bom voto no domingo que vem.