Mediadores
Boa noite. Está no ar o debate RedeTV! IstoÉ com os candidatos a presidente da República. Quero cumprimentar as jornalistas e também mediadoras desse encontro, Mariana Godoy e Amanda Klein.
Boa noite, boa noite, Casoy e a todos os candidatos aqui presentes, aos nossos queridos telespectadores e internautas. Este é o maior debate multiplataforma do Brasil e temos transmissão simultânea pela página da RedeTV! no Facebook, pelo canal no Youtube, nosso perfil no Twitter, no UOL e no portal da RedeTV!. Você pode acompanhar ao vivo este debate de qualquer lugar do mundo.
Estão presentes os oito candidatos que, de acordo com a lei eleitoral, têm direito de participar. São eles: Cabo Daciolo, do Patriota, Jair Bolsonaro, do PSL, Guilherme Boulos, do PSOL, Ciro Gomes, do PDT, Alvaro Dias, do Podemos, Henrique Meirelles, do MDB, Geraldo Alckmin, do PSDB, e Marina Silva, da Rede. Após a Justiça negar a participação do candidato do Partido dos Trabalhadores no debate, o nono púlpito foi retirado por decisão da maioria das candidaturas. A única objeção foi do candidato do PSOL, Guilherme Boulos. A RedeTV! montou uma redação digital, onde nossos parceiros do YouTube, Facebook e Twitter vão participar e receber manifestações dos internautas que acompanham nossa transmissão pelas redes sociais. Terá acesso em tempo real a dados de como o público está reagindo ao debate.
Este debate terá quatro blocos. Dois terão confronto direto entre os candidatos. No primeiro bloco, haverá ainda questões que foram gravadas com a população e enviadas também pelas redes sociais. Jornalistas da Rede TV! e da revista IstoÉ farão perguntas no segundo bloco, e o último será reservado para as considerações finais dos candidatos. Sobre direito de resposta, uma comissão vai analisar os pedidos de direito de resposta, que será dado apenas em caso de ofensa pessoal. Veja as regras: um advogado e dois jornalistas fazem parte do comitê julgador. Se for concedido o direito de resposta, o candidato terá um minuto para se manifestar e deve se ater estritamente ao tema que motivou o pedido.
Queremos agradecer desde já a presença de todos e pedir que cumpram o tempo determinado. Aos convidados da plateia, peço, por favor, que evitem manifestações para não prejudicar o nosso debate. Para começar, cada candidato terá 45 segundos para responder a uma mesma pergunta: “Por que o senhor ou a senhora quer ser Presidente da República? E o que é preciso mudar no combate à corrupção?”. A ordem das respostas foi definida previamente em sorteio com os assessores dos candidatos. E o primeiro a responder é Henrique Meirelles. O senhor tem 45 segundos, candidato.
Henrique Meirelles
Boa noite a todas, boa noite a vocês candidatos. Muita gente não me conhece. Eu nunca fui candidato à Presidência da República.
Eu não sou político. Eu sempre trabalhei em empresas...
A afirmação foi considerada FALSA porque Meirelles foi candidato a deputado federal pelo estado de Goiás pelo PSDB em 2002. O candidato chegou a ser eleito com 7% dos votos válidos (183 mil votos nominais), mas não assumiu porque foi convidado por Lula para ocupar a presidência do Banco Central, cargo que ocupou até 2011.
... e cheguei a presidente de um grande grupo financeiro sediado nos Estados Unidos. Eu decidi voltar ao Brasil e colocar os meus conhecimentos a serviço do povo brasileiro.
O presidente Lula então eleito me chamou para ser presidente do Banco Central. Lá criamos 10 milhões de empregos.
A afirmação de Meirelles é VERDADEIRA, diferente do afirmado anteriormente. Quando ele era presidente do Banco Central ele criou 10 milhões de empregados, na verdade, ele criou até mais do que essa cifra foram, 15,4 milhões de empregos. Henrique Meirelles foi presidente do Banco Central do Brasil de janeiro de 2003 a janeiro de 2011. Segundo a RAIS, em dezembro de 2002, o Brasil possuía 28,6 milhões de empregados. No final de 2010, o número tinha subido para 44 milhões. No total, portanto, foram criados 15,4 milhões de empregos no período.
Depois voltei para ser ministro da Fazenda e corrigir a bagunça criada pela Dilma. Vamos trabalhar para criar…
Mediador
Tempo candidato, tempo… Obrigado, candidato, é a vez de Geraldo Alckimin responder por que quer governar o país e o que é preciso mudar para combater a corrupção. Quarenta e cinco segundos, candidato.
Geraldo Alckmin
Quero cumprimentar a equipe da RedeTV!, cumprimentar a candidata e os candidatos, a você que nos assiste, e dizer que o Brasil tem pressa. Quero ser presidente da República para, no dia 1º de janeiro, apresentar as reformas, retomar a atividade econômica.
Estamos hoje com 27 milhões de pessoas sem emprego.
Alckmin provavelmente refere-se ao número de pessoas subutilizadas na força de trabalho, detalhamento da PNAD contínua do segundo trimestre divulgado essa semana pelo IBGE. Segundo o órgão, 27,6 milhões de pessoas estão desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial, no segundo trimestre deste ano. Isso não significa, no entanto, que todas essas pessoas estão sem emprego, pois as subocupadas por insuficiência de horas são pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar por um período maior. Por isso, a declaração é IMPRECISA. Excluindo os subocupados, o número dos desempregados e da força de trabalho potencial (pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar) somam 21,1 milhões de pessoas.
E é possível sim recuperar a economia rapidamente. Em relação ao combate à corrupção, tolerância zero. Reforma política para poder melhorar o ambiente político, tipificar no Código Penal o enriquecimento ilícito e estabelecer a inversão do ônus da prova para parlamentares, agentes públicos. Não provou a origem...
Mediador
Muito obrigada, candidato. O tempo é de 45 segundos, é o tempo que Marina Silva tem para responder por que quer ser presidente do Brasil e o que é preciso fazer para mudar, o que é preciso fazer para combater a corrupção no Brasil?
Marina Silva
Boa noite a todos e a todas. Em primeiro lugar, agradeço a Deus por estarmos aqui, parabenizo a RedeTV! por esse debate. Eu sou candidata a Presidente da República porque tenho o propósito de contribuir para que tenhamos um país que seja justo, em que todos possam viver com dignidade. Sou mulher, mãe de quatro filhos, casada e mulher negra. Na minha vida pública, fui senadora, vereadora, fui ministra do Meio Ambiente e sou candidata à Presidência da República porque eu quero que o nosso país não tenha educação de qualidade apenas como exceção, mas como uma regra. E o combate à corrupção é a apoiar o Ministério Público, a Polícia Federal para que sejam independentes sem sabotar a Lava-Jato.
Mediador
Muito obrigada, candidata. O próximo a responder por que quer ser presidente do Brasil e o que vai fazer no combate à corrupção é Ciro Gomes. Em 45 segundos, candidato.
Ciro Gomes
Boa noite a toda a gente querida do Brasil. Muito boa noite aos jornalistas Bóris Casoy, Mariana Godoy e a nossa Amanda. Boa noite aos meu ilustres opositores. Eu acho que o Brasil precisa mudar.
Hoje, 13 milhões de nacionais brasileiros, de patriotas brasileiros, estão desempregados.
A afirmação de Ciro é VERDADEIRA porque, segundo a última Pnad Contínua Mensal do IBGE, em junho deste ano, 12,9 milhões de pessoas estavam desempregadas.
Mais de 32 milhões empurrados para viver de bico.
Ao contrário do selo informado anteriormente, a informação citada por Ciro é verdadeira. Segundo o IBGE, são classificados como trabalhadores informais os que não possuem carteira de trabalho e pessoas que trabalham por conta própria. De acordo com a última Pnad Contínua Mensal (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal), o Brasil possuía 17,857 milhões de trabalhadores sem carteira (somando o setor privado, o setor público e os trabalhadores domésticos) e 23,064 milhões de trabalhadores por conta própria. Logo, são 40,921 milhões de brasileiros na informalidade.
E 63 milhões de brasileiros humilhados com nome sujo no SPC.
A afirmação de Ciro é VERDADEIRA. De acordo com o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, é estimado que o Brasil tenha aproximadamente 63,3 milhões de brasileiros com algum atraso de pagamento de contas. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
Isso tudo não precisava ser assim. Por isso eu passei os últimos dois anos organizando um projeto nacional de desenvolvimento que consulto o melhor da inteligência brasileira, que tem respostas práticas pra tudo isso. E um dos capítulos desse projeto nacional de desenvolvimento, naturalmente, há de ser a mudança na legislação que permita ao Brasil ser mais eficaz, mais rápido, mais objetivo…
Mediador
Obrigado, candidato. Jair Bolsonaro tem 45 segundos para responder por que quer ser presidente da República e o que é preciso mudar no combate à corrupção.
Jair Bolsonaro
Quero ser candidato a presidente da República porque o Brasil precisa de um presidente honesto, patriota, que crê em Deus e afaste de vez o fantasma do comunismo. Só há uma maneira de combater a corrupção em nosso Brasil: elegendo um presidente de forma isenta, um presidente que não negocia ministérios, estatais e bancos públicos, porque aí está o foco da corrupção, que tem levado o Estado, inclusive, à sua ineficiência. Por isso não temos saúde, educação e segurança. Exatamente por causa das indicações políticas que têm que deixar de existir no nosso Brasil. Um presidente tem que escolher os melhores para compor o seu time de ministros.
Mediador
Muito obrigada, candidato. Agora vamos ouvir Guilherme Boulos responder por que quer ser presidente do Brasil e o que é preciso mudar no combate à corrupção.
Guilherme Boulos
Boa noite, Mariana boa noite. Boa noite, Amanda. Boa noite a todos os candidatos e boa noite a você que está em casa. Talvez muitos estejam me vendo pela primeira vez. Eu sou candidato a presidente do Brasil porque estou indignado como você. Política, pra mim, não é carreira, é desafio. Eu quero ser presidente para enfrentar os privilégios. Porque hoje o Brasil é como se fosse uma corrida de 100 metros, que alguns começam 60 metros na frente. Não dá mais pra ser assim. Eu quero ser presidente para acabar com a esculhambação que virou esse sistema político e o toma lá, dá cá. Eu quero ser presidente para tirar o Brasil da crise. Hoje eu vou apresentar propostas concretas de como nós vamos fazer isso, propostas de quem tem coragem para mudar o Brasil.
Mediador
Muito obrigada, candidato. Agora é a vez de Alvaro Dias responder por que quer governar o país e o que vai fazer no combate à corrupção.
Alvaro Dias
Não é porque, é para quê: para refundar a República, substituir esse sistema corrupto e incompetente que é a causa dos grandes problemas que estamos vivendo hoje no Brasil, que provocam essa indignação popular sem precedentes. Refundar a República com reformas fundamentais para gerar 10 milhões de empregos e fazer o país crescer, em média, 5% ao ano. Com a Operação Lava Jato se institucionalizando e se transformando na nossa tropa de elite no combate à corrupção no país, que é certamente a causa maior dos danos causados à economia, ao emprego e ao salário.
Mediador
Obrigado, candidato. E para terminar esta rodada, o candidato Cabo Daciolo responde por que quer ser Presidente da República e o que é preciso mudar no combate à corrupção.
Cabo Daciolo
Glória a Deus. Boa noite à nação brasileira. Eu vou ser o presidente da República e vou levar a nação brasileira a clamar ao Senhor. Não esperem nada de homens, a solução para a nação brasileira chama-se Jesus Cristo. Eu não estou aqui pregando religião pra ninguém, eu estou falando de amor. Eu quero que você que está me ouvindo tenha fé, esperança e amor. Pra acabarmos com essa corrupção, nós vamos entrar logo com uma reforma política e tirar os verdadeiros bandidos da nação. Estão lá dentro do Congresso Nacional, representada por muitos aqui. Olhe o quadro nossos à nossa frente: são todos amiguinhos, não tem inimigo ali, não. Nós vamos pegar um por um, pela honra e glória do senhor Jesus.
Mediador
Nesta próxima rodada, os candidatos respondem a perguntas da população. Cada um desses envelopes numerados na tela atrás da gente corresponde a uma pergunta que foi gravada com os eleitores e que foi enviada também pelas redes sociais da RedeTV!. O candidato terá um minuto para dar a sua resposta. A ordem foi definida em sorteio. O primeiro candidato a escolher um envelope com a pergunta é Henrique Meirelles. Pode escolher o número de 1 a 8. Candidato, por favor. Numero 1 a 8 por favor. Número.
Meirelles
[Número] três.
Mediador
Número três. Vamos à pergunta, então. Pergunta enviada pelo Twitter. Samuel Vieira, de São Paulo. A crise afetou muito o setor da construção civil. Qual a proposta para reerguer esse importante setor? E as pequenas e médias empresas da construção, podem sonhar em fazer parte das licitações de obras públicas? O senhor tem um minuto, candidato.
Henrique Meirelles
Para que a construção civil se fortaleça, volte a crescer, o Brasil precisa crescer. E, para o Brasil crescer, é necessário a política econômica correta, como eu fiz quando fui presidente do Banco Central, na gestão do Lula, quando fui ministro da Fazenda, agora. Porque, da primeira vez, criamos dez milhões de empregos.
Agora, criamos dois milhões de empregos.
Como ainda não existem os dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2017, não é possível usá-la para aferir a quantidade de empregos formais criados pelo governo Temer. É possível, entretanto, medir a evolução do emprego pelo Caged, que leva em conta o emprego formal apenas no setor privado, não levando em consideração o setor público. De acordo com essa última base, na verdade, o saldo de maio de 2016 até abril de 2018, quando Meirelles deixou o cargo de ministro da Fazenda, está negativo: -669.444 mil postos de trabalho.
Eu preciso de mais tempo, agora como candidato a Presidente da República, para que o Brasil todo cresça e a construção civil também vai crescer, porque mais pessoas estão no emprego, as empresas crescendo vão demandar instalações, as pessoas vão poder comprar novas casas e constituir novas residências. Para isso, nós temos que ter uma economia funcionando bem. E, para isso, é preciso competência, alguém que tem ficha limpa, como é o meu caso.
Mediador
Muito obrigado, candidato. Agora é a vez da candidata Marina Silva escolher o envelope numerado.
Marina Silva
Número sete.
Mediador
Vamos ver qual é a pergunta número sete: "Eu tenho 18 anos e eu não consigo encontrar emprego. Eu gostaria de saber como vai ser, caso você seja eleito, como que vai ser essa falta de emprego que está no Brasil hoje? Porque está muito difícil, mesmo". A senhora tem um minuto para a resposta, candidata.
Marina Silva
O desemprego está assolando a vida dos brasileiros e os jovens são os mais prejudicados.
A afirmação da candidata é VERDADEIRA. Segundo a PNAD contínua do segundo trimestre de 2018, a taxa de desocupação é maior entre os mais jovens do que entre os mais velhos. A taxa de desemprego no país é de 12,4%. Já entre jovens de 14 a 17 anos, a taxa de desocupação é de 42,7% e, considerando jovens entre 18 e 24 anos, a taxa é de 26,6%. Entre adultos de 25 a 39 anos, a taxa é de 11,5%. E entre adultos de 40 a 59 anos fica em 7,5%. Os dados são do segundo trimestre de 2018.
Para gerar emprego, nós vamos recuperar o investimento para investir na construção civil, que é o que gera emprego mais rápido, mas nós queremos também o emprego que é duradouro.
O turismo é uma das formas de gerar emprego, inclusive para nossa juventude. Nós vamos ter um modelo de desenvolvimento que aposta na energia renovável, limpa e segura.Vamos construir um milhão e meio de casas com placas solares aonde os nossos jovens terão a oportunidade de trabalhar. Além disso, nós vamos apostar cada vez mais em uma economia que valoriza os seus ativos culturais, com a economia criativa, e apoiando a Ciência e Tecnologia para, com start ups, ajudar os nossos jovens a ter emprego e renda.
Mediador
Muito obrigada, candidata. Agora é a vez do candidato Alvaro Dias escolher o envelope numerado.
Alvaro Dias
Número 1.
Mediador
Número um. Vamos ver qual é a pergunta. Pergunta enviada via Facebook pelo funcionário público Eduardo Mitsuo. “Nos últimos dois anos e neste parece que não vai ser diferente, fechamos mais empresas no Brasil do que abrimos. O que o presidenciável fará para mudar esta situação?”.
Alvaro Dias
Tudo começa com a grande reforma do ajuste fiscal que vai possibilitar a utilização do crédito a serviço da micro da pequena e da grande empresa. Porque hoje o governo brasileiro absorve 72% do crédito existente para rolar a dívida pública. O ajuste fiscal reduz a dívida pública. Melhorar o ambiente de negócio. A reforma tributária é a força motora do desenvolvimento. Simplificando, três itens: desburocratização, simplificação e, obviamente, investimentos. O Brasil tem três grandes desafios para gerar emprego: o ajuste fiscal, os investimentos e a produtividade. É evidente que melhorar o ambiente de negócios significa não só fazer a reforma tributária, mas combater corrupção. A Operação Lava Jato tem que ser grande cabo eleitoral do investimento e geração de emprego, porque vai atrair, vai trazer de volta os recursos que foram expulsos do Brasil pela corrupção.
Mediador
Obrigado, candidato. Agora, Guilherme Boulos pode escolher um envelope numerado, por favor.
Guilherme Boulos
Escolho o envelope cinco.
Mediador
Vamos ver então a pergunta de número cinco.
Pergunta
O Brasil descobriu o pré-sal e é uma riqueza incomensurável. Penso eu que deveria ser melhor utilizada pelo próprio Brasil e não passar para estrangeiros. O que é que você pensa a respeito?
Mediador
O senhor tem um minuto, candidato.
Guilherme Boulos
Olha, eu concordo integralmente com a opinião do eleitor. O pré-sal, o petróleo, é uma riqueza nacional. Lamentavelmente, o governo Temer está entregando a Petrobras para as empresas estrangeiras. Nós vamos revogar a entrega do pré-sal para as empresas estrangeiras. Nós vimos isso agora de maneira recente, o efeito dessa política de preços que foi aplicada na Petrobras no seu bolso, para cada brasileiro e brasileiro. Olha como está o preço do botijão de gás.
O botijão de gás subiu mais de 30% só no último ano.
A afirmação é FALSA. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o aumento do valor do botijão de gás em 2017, com relação ao ano anterior, foi de 16,39%, e não 30%. O aumento foi o maior em 15 anos. Ainda se consideramos a fala do candidato relativa aos últimos 12 meses, o aumento não chega a 30%. De julho de 2017 a julho deste ano, o valor total do aumento foi de 19,20%, considerando os valores de preço médio de revenda.
Mais de um milhão de famílias passaram a cozinhar à lenha...
A afirmação é VERDADEIRA porque, de 2016 para 2017, 1,2 milhão de famílias passaram a utilizar lenha ou carvão para cozinhar. Segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílio) do IBGE, em 2016 eram 11,1 milhões de domicílios que usavam esses combustíveis para a cocção e em 2017 o número aumentou para 12,3 milhões. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
... voltando ao século 19. Olha o preço da gasolina e do diesel, que gerou a greve dos caminhoneiros. Nós vamos reforçar as refinarias, o pré-sal será nosso, e fortalecer a Petrobras como empresa pública com transparência e com controle social retomando a geração de empregos e garantindo a soberania nacional.
Mediador
Obrigado, candidato, agora é a vez do candidato Geraldo Alckmin escolher o envelope.
Geraldo Alckmin
Número seis.
Mediador
Número seis. Vamos ouvir a pergunta. Pergunta enviada via Twitter por Meg Duraes, terapeuta ocupacional de Campinas, São Paulo. “O fundo partidário é um escracho para nós, pagadores de impostos. Vocês, candidatos, irão extingui-lo?”. Senhor, um minuto para a resposta, Geraldo Alckmin.
Geraldo Alckmin
Olha, Meg, quero dizer que nós iniciamos aqui o debate destacando a reforma política.
Não é possível o Brasil continuar tendo 35 partidos políticos.
Na realidade, não existem 35 ideologias, o que nós temos são pequenas e médias empresas escandalosamente mantidas através de dinheiro público. Nós defendemos uma reforma política que diminua o número de partidos, não tendo mais coligação proporcional – aliás, já não a teremos na próxima eleição –, estabelecendo o voto distrital, um vínculo maior entre o representante e o representado. E, com isso, acaba, né, o fundo partidário e pode voltar outros modelos de financiamento aos partidos. E quero destacar o nosso compromisso com o emprego e a renda. O Brasil vai voltar a crescer tendo segurança jurídica e investimento.
Mediador
Muito obrigada, candidato. Agora quem escolhe é o candidato Ciro Gomes. Um número aqui no envelope.
Ciro Gomes
Ah, eu escolho o número oito.
Mediador
Número oito. Vamos ver a qual é pergunta da população. Pergunta enviada via WhatsApp por Antônio Roberto Dare, de Castelo, no Espírito Santo. “Ao invés de criar tanta confusão em relação à Previdência, por que não cortar as mordomias e salários de políticos deste país em que o povo vive de salário mínimo?”. Um minuto para a sua resposta.
Ciro Gomes
Eu considero, de fato, que nós não temos o direito de pedir, nem cobrar muito menos, da população brasileira nenhum sacrifício se nós não damos o exemplo. E eu, apenas porque quero me apresentar, muitos jovens não me conhecem ainda, eu sou ex-governador do Ceará, ex-prefeito de Fortaleza, fui ex-deputado por três vezes, uma federal e dois estaduais, e por essas imoralidades teria direito a três aposentadorias para o resto da vida, que dariam aí, se fosse pelo total, uns 80 mil reais por mês. Eu estou contando isso aqui pra ter moral pra dizer que nunca aceitei receber essas imoralidades, apesar de estar na lei, para ter, de fato, a autoridade para apontar as mazelas e malfeitos do Brasil, propondo alternativas para isso.
Mas isso é um caso e a Previdência é outro. Por mais que a gente associe, e a gente tem razão de associar, a Previdência Social brasileira tem um problema, porque a informalidade é brutal. Hoje, no Brasil, o desemprego é muito grande e a nossa população está envelhecendo, de maneira que possamos tratar assuntos nesse ambiente, sempre dando o exemplo pelos de cima primeiro.
Mediador
Muito obrigada, candidato. A escolha agora é do candidato Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro
O envelope dois.
Mediador
Número dois, vamos ouvir. "Senhor presidente, qual seu projeto na área de educação? Como você pretende resolver o nosso baixo índice de aprendizagem nas escolas, principalmente na educação infantil?".
Jair Bolsonaro
Realmente, a educação infantil é a base para a educação final. Nas escolas, hoje em dia, o que se aprende? Ideologia de gênero, partidalização, análise crítica das questões apenas. Nada mais além disso.
No meu tempo, você tinha Física, Química, Matemática, Geografia, História, Educação Moral e Cívica. Isso não tem mais.
A afirmação de Jair Bolsonaro é EXAGERADA — não IMPRECISA como afirmado anteriormente. A Base Nacional Comum Curricular, apresentada pelo Ministério da Educação entre o ano passado (educação infantil e ensino fundamental) e este ano (ensino médio), é uma série de diretrizes sobre o conteúdo que deve ser ensinado nas escolas brasileiras, tanto públicas como particulares, e prevê o ensino de ciências da natureza (biologia, física e química), ciências humanas e sociais (história, geografia, sociologia e filosofia), de matemática e língua portuguesa. O ensino da disciplina de educação moral e cívica foi extinto em 1993, por um decreto do então presidente Itamar Franco (PMDB).
Retiraram também do professor a sua autoridade em sala de aula. O professor hoje em dia, conforme pesquisa aqui de São Paulo mesmo, em muitas escolas está mais preocupado em não apanhar do que ensinar. Como exemplo, nós temos para isso aí é fazer em grande parte das escolas do ensino fundamental a militarização das escolas, ou seja, colocar diretores vindos do meio militar para que possa, via disciplina e hierarquia, essas pessoas, essa garotada, aprender algo para o futuro diferente do que é ensinado hoje em dia.
Mediador
Obrigado, candidato. Só sobrou o envelope número 4 e a pergunta será para o senhor, candidato Cabo Daciolo. Vamos ouvir a pergunta: "Eu queria saber quando que eu vou ter direito de ir e vir, quando acabar o medo de sair de casa, de poder andar na rua livremente, sem medo de assaltos ou questão de tráfico ou milícia?".
Cabo Daciolo
Dia primeiro de janeiro de 2019, nós vamos estar com Cabo Daciolo sentado na cadeira de presidente da República e você vai poder andar em paz pelo Brasil. Nós vamos valorizar os profissionais da segurança pública, vamos unir o povo civil e povo militar, vamos cuidar da nossa fronteira, vamos trabalhar em cima de prevenção. Toda essa guerra civil que nós estamos vendo nosso país hoje é proposital. As armas já chegaram. O momento agora é parar as munições e é simples para as munições. O problema é que nossas rodovias estão todas desguarnecidas.
Deveríamos ter 15 mil policiais federais. Hoje estamos apenas com 8 mil.
A afirmação dita pelo candidato é FALSA. De acordo com dados obtidos por Aos Fatos por meio Lei de Acesso à Informação no ínicio do mês, a corporação contava com 13.655 policiais em julho deste ano, e não 8 mil. Aos Fatos já checou esta informação em outra oportunidade, em um checagem sobre o candidato Ciro Gomes.
Nas fronteiras, nós não temos nem sequer 11 mil militares da Segurança Pública, das Forças Armadas, cuidando das nossas fronteiras. Por lá entram as drogas, por lá entra o armamento. Mas quem é que lucra com isso e quem quer isso? O poder, os políticos, eles lucram com isso. A Rocinha tem um lucro semanal de 10 milhões. Tem sempre um engravatado por trás disso. Vamos trazer a paz para a nossa...
Mediador
Muito obrigado, candidato. E agora vamos passar ao confronto direto entre os candidatos. Vamos ver as regras. Cada candidato vai escolher um adversário para responder à sua pergunta. Ambos se dirigirão ao centro do estúdio. A ordem das perguntas foi definida em sorteio com as assessorias. Cada candidato só poderá perguntar e responder uma vez. A pergunta terá no máximo 30 segundos, a resposta, um minuto, a réplica, 45 segundos, e a tréplica, também 45 segundos. E apenas para que todos saibam, a nossa hashtag #debateredetv já está em primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter mundial. Primeiro lugar no mundo. Essa hashtag é o quanto as pessoas estão acompanhando o nosso debate aqui, pela internet também. Agora para essa fase do debate, o primeiro candidato a fazer uma pergunta é o candidato Ciro Gomes. Para quem o senhor fará a pergunta?
Ciro Gomes
Eu quero perguntar ao meu ilustre amigo, o governador Geraldo Alckmin.
Mediador
Então, uma pergunta de Ciro Gomes é pra Geraldo Alckmin. Os dois, por favor, podem se dirigir ao centro do nosso estúdio. Ciro Gomes tem 30 segundos para fazer a pergunta.
Ciro Gomes
Boa noite. O governo Temer fez passar uma emenda à Constituição que proíbe a expansão de investimentos em educação, saúde, segurança, moradia, estradas, porto, ou seja, tudo o que o povo precisa. O senhor esteve a favor dessa emenda e eu fui contra. Nós estamos aqui respeitosamente, nada pessoal, discutindo a concepção de país. O senhor, eleito Presidente da República, revogaria ou manteria esse teto dos gastos?
Geraldo Alckmin
Olha, qual a razão, respondendo ao Ciro Gomes, do teto dos gastos, é que as contas públicas estouraram todas no período do PT. O resultado foram, dos 13 anos do PT, 13 milhões de desempregados e o total descontrole das contas públicas. Quem assumir o ano que vem, e eu espero assumir o ano que vem a Presidência da República em janeiro, vai encontrar o sexto ano de déficit primário – já entra devendo 139 bilhões de reais de déficit primário sem pagar dívida.
O problema não é a PEC do teto, eu não tive PEC do teto em São Paulo, não fiz PEC do teto nenhuma e fiz o superávit primário, ano passado, de R$ 5,3 bilhões...
A afirmação do ex-governador é VERDADEIRA porque, em 2017, o superávit primário do Estado foi de R$ 5,35 bilhões. O resultado é o maior desde 2013 e superou a meta estabelecida pela Lei Orçamentária, que era de R$ 0,19 bilhões. A informação é da Secretaria da Fazenda de São Paulo.
... investindo e gerando 500 mil empregos diretos e indiretos. Então, a PEC do Teto, não haveria necessidade da PEC do Teto. O que precisa é reduzir o tamanho do Estado fortemente para poder recuperar investimento.
Mediador
Ciro Gomes, 45 segundos para réplica.
Ciro Gomes
Eu sou ex-ministro da Fazenda, administrei a economia brasileira, ajudei a fazer o Plano Real, fui governador do oitavo estado brasileiro, prefeito da quinta maior cidade do Brasil, e não tenho um dia de déficit e nunca precisei de uma lei imoral e antipopular como essa. A questão básica é o seguinte: eu me comprometo de exigir a revogação, porque são muitos argumentos. Primeiro, que a lei é impraticável...
... Nascem três milhões de bebês no Brasil por ano.
A afirmação de Ciro Gomes é VERDADEIRA porque, de acordo com o IBGE e também com o DataSUS, nasceram quase três milhões de bebês no Brasil. Segundo as Estatísticas de Registro Civil, foram registrados 2,79 milhões de nascimentos no país em 2016. É o primeiro ano de queda desde 2010. Já segundo o DataSUS, o Brasil teve 2,85 milhões de nascidos vivos no mesmo ano.
Como é que pode uma emenda como essa, apoiada pelo PSDB e pelo Temer, que proíbe o Brasil de expandir maternidade, vagas em creche, vaga em escola para três milhões de bebês. Você imagina reposição de carro da polícia, imagina as propostas de reforçamento de segurança. Se a gente não se comprometer a exigir, vamos ter clareza de quem governa para os ricos e quem governa para as maiorias populares.
Mediador
45 segundos para a tréplica, Alckmin.
Geraldo Alckmin
Olha, na realidade, a PEC do Teto foi uma espécie de vacina contra o PT e seus aliados, que quebraram o Brasil, essa é a grande realidade. Não precisa PEC do Teto nenhuma pra diminuir o tamanho do Estado. E, no meu governo, não vai faltar recurso, vou priorizar a saúde.
Governar é escolher. O dinheiro sempre vai ser apertado. No próximo governo, no outro... Governar é escolher e nós vamos priorizar a educação, educação básica, priorizar a saúde - meu dever, até como médico - e a segurança pública e trazer investimento privado para a infraestrutura do nosso país, que vai gerar muito emprego e rapidamente.
Mediador
Muito obrigada, candidatos. Vocês podem voltar aos seus lugares. Agora o próximo a escolher quem fará a pergunta é o candidato Alvaro Dias.
Alvaro Dias
Eu escolho a candidata Marina Silva.
Mediador
Por favor, Alvaro Dias e Marina Silva, podem se encaminhar para o centro do estúdio.
Isso candidato, muito bem. O senhor tem 30 segundos para essa pergunta, por favor.
Alvaro Dias
Marina, com o maior respeito, eu a admiro como mulher, como política persistente. Eu gostaria de saber como você viu aquele púlpito que aqui estava há pouco. Eu vi com muita tristeza, não é esse o país que os meus filhos, os meus netos merecem, de um candidato que é inelegível se apresentando como candidato. E eu gostaria que você desse a sua opinião sobre isso.
Marina Silva
O que está acontecendo no Brasil e com todos os escândalos de corrupção que tiraram lideranças políticas da cena política brasileira, um ex-presidente da República que está preso, o candidato que foi para o segundo turno nas eleições de 2014 envolvido em graves crimes de corrupção, como é o caso do senador Aécio Neves, é lamentável. Agora, o que eu vejo nesse momento, é que o Brasil precisa dar uma resposta e esse púlpito vazio, ele já está preenchido pelos mesmos que estavam no palanque anterior, já no palanque do candidato do PSDB. É por isso que eu digo, Álvaro, aqueles que criaram o problema não vão resolver o problema. E nós precisamos combater a corrupção apoiando o Ministério Público, a Polícia Federal, para que aqueles que se envolvem em uso ilegítimo de dinheiro público sejam punidos.
Mediador
Obrigada, candidata. A sua réplica, por favor.
Alvaro Dias
Olha, o político inelegível não é um preso político, ele é um político preso. E essa encenação de candidatura é uma afronta ao país, é um desrespeito à Justiça, é uma violência ao Estado de Direito e à legalidade democrática. Não há como admitir esta vergonha nacional de uma encenação de uma candidatura que não pode existir. Ou nós respeitamos o estado de direito democrático, ou então desistimos da democracia. A democracia exige respeito à lei e todos somos iguais perante a lei. Essa candidatura não existe.
Mediador
Sua tréplica, candidata.
Marina Silva
Estamos inteiramente comprometidos com o combate à corrupção. Para isso, vamos fortalecer os órgãos de controle, blindando esses órgãos das indicações políticas, da politicagem. Vamos acabar com o foro privilegiado, vamos criar um sistema que faça com que aqueles que vão ser indicados para a função pública tenham ficha limpa. O Brasil não pode continuar refém de um sistema corrupto e corruptor que se alimenta dia e noite do dinheiro que era pra ir pra Saúde, pra Educação, pra Segurança Pública, pra infraestrutura, e que é usado para enriquecimento ilícito e projeto de poder pelo poder.
Mediador
Candidata Marina Silva, eu peço que a senhora permaneça aqui no centro do estúdio, porque cabe à senhora escolher a quem vai fazer a próxima pergunta. Quem é que a senhora escolhe?
Marina Silva
Ao Alvaro.
Mediador
Ah, então o Alvaro também pode ficar.
Alvaro Dias
Obrigada, Marina.
Marina Silva
Candidato Alvaro Dias, nós estamos vivendo um grave problema de desemprego e a minha pergunta é: como fazer para recuperar os empregos de forma sustentável em nosso país, segundo o depoimento inclusive daquele jovem?
Mediador
Um minuto para sua resposta, candidato.
Alvaro Dias
O combate à corrupção é essencial, embora alguns possam imaginar que nada tem a ver. Ocorre que a corrupção expulsou do Brasil investimentos extraordinários que poderiam gerar emprego, renda, receita pública e desenvolvimento. A Transparência International elenca os países mais corruptos do mundo e o Brasil está sempre em lugar de destaque. Combatendo a corrupção, nós trazemos de volta esses recursos, melhorando o ambiente doméstico com uma reforma tributária simplificadora, é simplificação, regulação competente, segurança jurídica, a desburocratização. Nós temos uma meta de 365 medidas no primeiro ano de governo para facilitar o empreendedorismo, porque, sem dúvida, o melhor programa social é o emprego, e nós pretendemos gerar dez milhões de empregos com crescimento econômico ao redor de 5% em média anualmente.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para réplica da candidata Marina Silva.
Marina Silva
Vamos gerar empregos tanto das atividades tradicionais, da infraestrutura, da construção civil, com moradia digna para as pessoas, mas vamos, sobretudo, criar um novo ciclo de prosperidade para o Brasil, aonde a energia limpa, renovável e segura possa ser a base do nosso desenvolvimento. O Brasil não pode desperdiçar suas grandes fontes de energia eólica, solar, de biomassa. E vamos gerar milhões e milhões de empregos colocando os tetos solares para que as casas sejam produtoras de energia. Vamos também apoiar o turismo sustentável para que comunidades isoladas, inclusive, possam gerar emprego e renda.
Mediador
Muito obrigado. Candidato, 45 segundos para sua tréplica.
Alvaro Dias
A reforma tributária é essencial. Hoje a produção, o emprego, é esmagado por uma carga tributária que cresceu de forma avassaladora no país. Ninguém suporta mais pagar tantos impostos. A simplificação do modelo tributário, um modelo tributário progressivo que tribute mais na renda e menos no consumo, desta forma beneficiará as camadas mais pobres da população. A roda da economia vai girar com mais força, a sociedade pagará menos impostos, o governo arrecadará mais impostos, o país gerará mais empregos, teremos mais desenvolvimento e melhor qualidade de vida para a população brasileira.
Mediador
Muito obrigada aos dois candidatos. Podem voltar a seus lugares. Agora é a vez do candidato Henrique Meirelles escolher para quem fará a sua pergunta.
Henrique Meirelles
Eu farei uma pergunta ao candidato Jair Bolsonaro.
Mediador
Então Henrique Meirelles e Jair Bolsonaro, por favor, os dois podem se dirigir até o centro do nosso estúdio. O candidato Henrique Meirelles tem 30 segundos para fazer a sua pergunta.
Henrique Meirelles
Candidato, eu gostaria de saber qual o seu plano para enfrentar o desemprego no Brasil.
Nós temos 13 milhões de desempregados,
Como já checado anteriormente quando dita por Ciro Gomes, a declaração é VERDADEIRA porque, segundo a última Pnad Contínua Mensal do IBGE, em junho deste ano, 12,9 milhões de pessoas estavam desempregadas.
nós temos muitas famílias passando dificuldade, e, para isso, é necessário um plano concreto objetivo. E não se cria emprego no grito, mas se cria emprego com propostas concretas. Concretas e com competência. Por favor, candidato.
Mediador
Um minuto.
Jair Bolsonaro
Tudo o que o PSDB e o PT fizeram ao longo de 20 anos chegou a esse caos: o desemprego. .
O senhor foi presidente do Banco Central por oito anos, depois foi para o grupo JBS Friboi...
Meirelles comandou o Banco Central de janeiro de 2003 a abril de 2011. Ele assumiu em março de 2012 a presidência do conselho de administração da J&F, holding de empresas que controla o frigorífico JBS.
... Onde o BNDES passou a emprestar dinheiro apenas para os amigos do rei, como, por exemplo, o casal né, a dupla Joesley Batista. Já para aqueles que precisavam, né, não tinha empréstimo ou o o juros eram lá em cima, contrariamente aos demais. Então, o emprego, Meirelles, não sou economista, mas com toda certeza passa por usar os órgãos de governos, as instituições para atender o povo, e não aos amigos do rei. No mais, devemos desburocratizar, desregulamentar muita coisa no Brasil.
Hoje em dia, o senhor bem sabe, para abrir uma empresa, você leva 90 dias
Segundo dados do Banco Mundial, o tempo médio para abertura de empresa no Brasil era de 79,5 dias em 2017. Em 2013, chegou a ser 86,6 dias, mas vem caindo desde então. É o sexto pior índice entre os países analisados pela instituição. Na Nova Zelândia, que ocupa o primeiro lugar do ranking, abrir uma empresa demora, em média, um dia.
...É um cipoal de documentos que desestimula a buscar maneiras de empregar alguém no Brasil. Então acho que passa por essa proposta para conseguir emprego para brasileiros.
Mediador
Réplica. Quarenta e cinco segundos.
Henrique Meirelles
Quando fui presidente do Banco Central e fui chamado pelo Lula, eu não tinha votado nele. Aliás, votei contra, mas eu fui trabalhar pelo Brasil, e lá criamos mais de dez milhões de empregos em oito anos. Isso não foi falatório, isto é um fato. E, naquele momento, na equipe sob o meu comando, seja no Banco Central, seja depois no Ministério da Fazenda, não houve escândalo. Então, a minha pergunta foi objetiva, porque é preciso competência, é preciso seriedade, é preciso experiência para criar empregos e, certamente, administrar corretamente os órgãos públicos, como eu fiz nos anos de minha responsabilidade.
Mediador
Bolsonaro… para a tréplica.
Jair Bolsonaro
Olha, empregos foram largamente criados nessa época foi para corruptos. Você sabe muito bem disso. Tanto é que tem muita gente presa hoje em dia por aí por questão da Lava Jato. E por questão dos delatores. Então não justifica essa resposta do senhor que criou, fez isso fez aquilo.
Esses 14 milhões desempregados no momento são fruto de governos que você viu.
Como já checado anteriormente quando dita por Ciro Gomes, a declaração é IMPRECISA porque, segundo a última Pnad Contínua Mensal do IBGE, em junho deste ano, 12,9 milhões de pessoas estavam desempregadas, um pouco abaixo do mencionado por Bolsonaro.
O que eu pretendo fazer se eu for presidente: escolher um time de ministros independentes. Onde todos trabalhando em conjunto venham buscar o bem comum, e não o bem dos seus apadrinhados políticos. Então, um presidente honesto e isento tem como, junto com a equipe de ministros, buscar solução para esse grave problema que o Brasil atravessa.
Mediador
Obrigada, candidatos, senhores, para retornar a seus lugares. Agora é a vez de Guilherme Boulos escolher quem fará a sua pergunta.
Guilherme Boulos
Eu farei ao Henrique Meirelles.
Mediador
Muito bem. Por favor, candidato Henrique Meirelles, pode retornar ao centro de nosso estúdio, assim como Guilherme Boulos. O senhor tem 30 segundos pra essa pergunta.
Guilherme Boulos
Meirelles, quem está nos assistindo sabe muito bem que o sistema político brasileiro está falido. Virou uma esculhambação e toma lá, dá cá, troca-troca. Você é do PMDB. Partido do Temer, do Cunha, do Renan, Jucá, do Sarney Dessa turma toda. É o símbolo da falência desse sistema político. Eu queria saber, Meirelles, se eleito, você vai manter essa prática de trocar ministério por voto no Congresso, que gera tanta desesperança e descrença para o povo brasileiro?
Henrique Meirelles
Todos os grandes partidos brasileiros têm problemas graves e muita gente acusada. Eu tenho orgulho de não ter processo, de não ter acusação, mais importante, as instituições que eu dirijo, a escolha foi sempre técnica, baseada na competência e no desempenho, seja antes, no Banco Central, seja depois, no Ministério da Fazenda. E, naquela época, atingimos o desemprego mais baixo da história e, enquanto ministro da Fazenda, criamos dois milhões de empregos. E, mais importante, quando eu nomeei a equipe para dirigir a economia, quando fui nomeado, a imprensa chamou o time como o "time dos sonhos", porque era um time de competência e de preparo técnico. E isto, no entanto, Guilherme, é pra quem entende, é pra quem sabe quem escolher e para quem tem condições de fazer isso baseado no trabalho de uma vida inteira. Portanto, é assim que procedo e assim será.
Mediador
Obrigada, candidato. Quarenta e cinco segundos para sua réplica.
Guilherme Boulos
Olha, Meirelles, esse "time dos sonhos" que você fala virou o "time do pesadelo" para o povo brasileiro, porque você era ministro até o mês passado
e o desemprego está em 14 milhões de pessoas.
Como já checado anteriormente quando dita por Ciro Gomes, a declaração é IMPRECISA porque, segundo a última Pnad Contínua Mensal do IBGE, em junho deste ano, 12,9 milhões de pessoas estavam desempregadas, um pouco abaixo do mencionado por Boulos.
Agora, o que eu queria dizer é o seguinte, você falou que todos os partidos têm caso de envolvimento, o meu não. O PSOL tem uma bancada que, aliás, foi toda premiada agora no Congresso em Foco, porque representa um novo jeito de fazer política. Nós representamos uma forma de fazer política que não é com toma lá, dá cá, que não é com balcão de negócios, que vai aproximar o poder das pessoas, vai trazer você para o centro da decisão. Nós vamos criar o Sistema Nacional de Democracia Direta com plebiscitos e referendos, para que, com o povo decidindo, a gente possa pela primeira vez em 30 anos botar o seu partido, Meirelles, o PMDB, na oposição.
Mediador
Sua tréplica, candidato.
Henrique Meirelles
Pois não. Esta equipe que eu montei, tal qual a equipe quando eu montei quando era presidente do Banco Central, criou milhões de empregos no Brasil. Mas criou milhões de emprego para quem de fato trabalha; não apenas para quem faz agitação e procura ocupar terras de outras pessoas que trabalharam duro. Na verdade. Então a minha proposta é muito simples. Trabalho duro, como mostrei em toda a minha vida. Criei, no Banco Central, dez milhões, agora, dois milhões de empregos. Tem muito desempregado do Brasil ainda. A situação é gravíssima, por isso sou candidato a presidente e, como tal, vamos criar mais dez milhões de empregos em quatro anos.
Mediador
Muito obrigado, candidatos, agora quem escolhe é o candidato Geraldo Alckmin.
Geraldo Alckmin
Vou retribuir e escolher o Ciro Gomes.
Mediador
Candidato Ciro Gomes.
Geraldo Alckmin
Eu vou voltar à questão da economia, que é hoje a maior preocupação dos brasileiros, que é o desemprego, a falta de oportunidade, o sofrimento das famílias. Quero ser o presidente que vai recuperar o emprego, recuperar renda, o presidente do desenvolvimento. Um dos setores estratégicos, um dos pólos mais dinâmicos da economia é o agronegócio. Quais as prioridades na sua visão, os maiores desafios do agronegócio brasileiro?
Mediador
Um minuto para resposta.
Ciro Gomes
O emprego é consequência da ativação de quatro motores: o consumo das famílias, por isso tenho uma proposta de resolver o problema do endividamento de 63 milhões no SPC; o investimento empresarial, que está colapsado, também por um explosivo endividamento, logo mais eu vou detalhar; a solução da equação das contas públicas, que, tal como comentamos na pergunta passada, estão completamente falidas, e eu tenho uma proposta também que vou detalhar; e por fim a celebração de uma política industrial e de comércio exterior que termine com o genocídio de empresas. O Brasil é o país que mais destrói indústrias no Brasil.
Nos últimos três anos, do desmantelo da Dilma pra cá, 13 mil indústrias foram fechadas no nosso país...
A declaração de Ciro é IMPRECISA porque, na verdade, essas indústrias foram fechadas de 2013 a 2016, e não nos últimos três anos. Apenas a Pesquisa Industrial Anual do IBGE apresenta dados sobre o número de indústrias no país e a edição mais recente é de 2016. De acordo com essa pesquisa, em 2016 haviam 321.186 mil indústrias ativas no país, enquanto em 2013 esse número era de 334.976. No total, portanto, foram fechadas aproximadamente 13.790 indústrias nesses quatro anos. Se considerarmos de 2014 a 2016, o número de fechamento é inferior ao mencionado por Ciro, nesses três anos foram 12.564 indústrias encerraram as atividades.
... 4 mil delas em São Paulo. E um dos setores que pode ser ativado é agregar valor na agropecuária brasileira. Nós somos a agricultura e pecuária mais competitiva do mundo, mas importamos do estrangeiro fertilizante, defensivo agrícola, importamos a maior parte dos implementos agrícolas, e eu quero fazer uma política industrial que, priorizando o setor agropastoril, verticaliza a produção industrial deles.
Geraldo Alckmin
Olha, eu vou priorizar o conjunto de medidas na área tributária com a simplificação tributária. Então você que paga cinco impostos vai pagar um só, que é o IVA. Um exemplo: o alimento.
O alimento acaba acumulando quase 33% de impostos.
De acordo com a tabela do Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional), quase todos os produtos alimentícios possuem carga tributária superior a 30% e, portanto, a afirmação é VERDADEIRA. O alimento com mais impostos é o quentão, com 61,56% de carga tributária. E o menor é a batata, com 11,22% de impostos.
Comida, remédio, quase 33% de impostos. Então, simplificação tributária. No caso do agronegócio, um país continental como o Brasil, infraestrutura. Estou indo amanhã cedo para o Pará, pra ir lá na beira do rio Tapajós, lá em Itaituba, para integrar, vamos fazer um grande canteiro de obras de ferrovias, hidrovias, trazendo a iniciativa privada para investir no Brasil.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para a sua tréplica.
Ciro Gomes
Corria o ano de 95, eu escrevi um livro e propus o IVA no Brasil, acho que, pela literatura, foi a primeira vez, e as lideranças de São Paulo ficaram contra a vida inteira, e eu compreendo. Se você faz o IVA, você passa a cobrar imposto no destino, e São Paulo perde porque São Paulo tem concentrado somente uma fração da indústria brasileira. Eu fico feliz que o estimado amigo tenha evoluído, apesar de, na prática, ter ficado contra todas as vezes. O agronegócio, entretanto, meu caro Geraldo, não paga imposto. O agronegócio, e é bom que seja assim, tem tido a tarefa grave para o Brasil, porque é quem quem paga as contas externas do país. O que precisamos é agregar valor, pra gente não exportar soja bruta, milho bruto, e importar milho, por exemplo [incompreensível]. Você paga o caroço, a semente e vende por 700 reais e vende por 70, 80 quando dá a melhor coisa, e chegar até 40 reais uma saca de 60.
Mediador
Obrigada, candidatos. Agora é a vez do candidato Jair Bolsonaro. Pelas regras do debate, os candidatos todos vão fazer a pergunta e também vão responder, então é Bolsonaro com Cabo Daciolo. Obrigatoriamente com Cabo Daciolo, porque todos já responderam.
Jair Bolsonaro
Não. Eu prefiro ter um debate produtivo aqui com o Daciolo. Prezado Cabo Daciolo, eu o conheço há algum tempo, cabo do nosso Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, meu filho também te conhece há muito tempo. E parece que está na moda aqui no Brasil discutir a liberação das drogas e o aborto. Uma candidata há pouco disse que preferia um plebiscito pra decidir esse assunto, apesar de ela ser evangélica. E o aborto é uma coisa que aflige a todos aqueles que amam e respeitam a vida. Você é favorável ou contrário a essas pressões?
Cabo Daciolo
Nação brasileira, eu sou contra, sou contra a liberação do aborto, sou contra a liberação das drogas no Brasil. E um homem e uma mulher de Deus, independente de religião, a sua palavra tem que ser “sim, sim” e “não, não”. A palavra de Deus nos revela, nos ensina para todos que estão aqui e para todos que estão nos ouvindo que antes de você ser gerado no ventre da sua mãe você já era um escolhido. Antes de você nascer, você já estava separado. Então eu sou totalmente contra ao aborto e sou contra a liberação da droga no nosso país.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para a réplica, Bolsonaro.
Jair Bolsonaro
Aqui não é um debate entre amigos, são homens que acreditam em Deus, respeito a família. E continuando a questão da Ideologia de Gênero, querendo que, desde os seis anos de idade, se ensine nas escolas sexo para os nossos filhos. Como descobri em 2010 o famoso “kit gay”, onde tínhamos filmes, cartazes, livros de meninos se beijando e meninas se acariciando, pra ser passado nas escolas para crianças a partir de seis anos de idade. Isso, no meu entender, é um crime. Um pai não quer chegar em casa e encontrar o filho brincando de boneca por influência da escola. Com todo o respeito que eu tenha a qualquer um, não interessa sua opção, qual a sua posição sobre isso, Daciolo?
Cabo Daciolo
Também a minha posição é contra. Sou contra e eu vou aqui alertar a população brasileira novamente falando da palavra do Senhor. Não estou aqui pregando religião. Diz a palavra do Senhor que a única religião que ele considera pura e imaculada é cuidar dos órfãos e das viúvas nas suas dificuldades e não se corromper com esse mundo. Então vou dizer algo aqui: criou Deus o homem à sua imagem e semelhança. Homem e mulher o criou e falou: sejam férteis e multipliquem-se. Encham e subjuguem a terra, homem e mulher, família. Eu sou defensor da família tradicional brasileira para honra e glória do céu Senhor Jesus Cristo.
Mediador
Obrigada, candidatos. Bolsonaro, pode voltar ao seu lugar. Cabo Daciolo, o senhor permanece. Cabo Daciolo pode continuar, o senhor necessariamente tem que fazer a sua pergunta para o Guilherme Boulos, por favor. Agora o senhor tem 30 segundos para fazer essa pergunta, candidato.
Cabo Daciolo
Boulos, a RedeTV! foi a única emissora que foi na Suíça entrevistar o delegado Protógenes, que foi deputado federal que colocou a pauta das urnas eletrônicas fraudulentas, provando. Que que você pode me dizer sobre as urnas eletrônicas no nosso país?
Guilherme Boulos
Olha, Daciolo, e a todos que estão nos assistindo em casa, primeiro, eu só queria fazer uma correção aqui. O Henrique Meirelles fez uma insinuação a respeito de trabalho. Quero dizer que eu não sou banqueiro, eu sou professor, escrevo e ganho minha vida honestamente. Luto ao lado dos sem-teto com muito orgulho há 17 anos, de quem precisa de casa. Estou junto com sem-teto, sem-terra, só não estou junto com sem-vergonha, como alguns aqui estão. Agora, em relação a isso, Daciolo, as urnas eletrônicas são um sistema que, internacionalmente, não há qualquer tipo de reparo em relação a ele. Eu não tenho porque ter qualquer tipo de questionamento às urnas eletrônicas, mas nós temos que questionar outras questões da democracia brasileira. Democracia não pode ser apenas apertar um botão a cada quatro anos na urna e ir embora para casa. Democracia tem que se chamar o povo pra decisão. E é isso que nós estamos dizendo aqui. Com plebiscitos e referendos, e o nosso primeiro. Em 1º de janeiro de 2019, é para revogar os atos criminosos do governo Temer contra o povo.
Mediador
Seu tempo, candidato. Quarenta e cinco segundos para réplica.
Cabo Daciolo
Nação brasileira, pilares da República estão sendo quebrados. Eu estou falando do seu direito a cidadania. O teu voto é secreto, mas tem que haver o direito da contabilidade dos votos. É provado que há fraude, sim, nas urnas eletrônicas, e eu quero convidar você, nação brasileira,
a entramos juntos numa ação para que venhamos votar em cédulas. Tem que haver as cédulas, porque senão já está tudo escrito lá no final, já está tudo programado, já tem um candidato da Nova Ordem Mundial pra entrar no país. E não fique pensando que isso é teoria da conspiração, não. Por que é que tinha uma lei federal, uma lei federal que era para votar o voto impresso e não colocaram, e tiraram ela? Como é que fizeram isso e por que é que fizeram isso? Vamos votar em cédulas, pra honra e glória do senhor Jesus.
Mediador
Sua tréplica, candidato.
Guilherme Boulos
Olha, a grande questão - e isso, sim, pode fraudar e alterar o resultado de uma eleição - é a influência do poder econômico. Vamos falar o português claro para quem está nos ouvindo. Historicamente, no Brasil, e muita gente aqui foi eleita desse jeito, o candidato foi financiado por empreiteira, por banqueiro, por agronegócio e chegou lá financiado por essa turma. Quando chegou, atendeu o interesse de quem pagou e não de quem votou. Nós temos que acabar com essa esculhambação. Por isso, a nossa campanha não aceita um real dessa gente. A nossa campanha é feita por quem acredita nela. Não dá pra ficar com o rabo preso com os donos do poder econômico determinando os rumos da política. Quem paga a banda escolhe a música. Olha quem é que paga a banda de vários candidatos que estão aqui.
Mediador
Seu tempo, candidato. Muito obrigada aos dois. E chegamos ao final do primeiro bloco do debate RedeTV! / IstoÉ. Este é o maior debate multiplataforma do Brasil com transmissão simultânea pelo Facebook, Twitter, YouTube, e UOL. Voltamos daqui a pouco com as perguntas dos jornalistas. A nossa transmissão pela internet continua ao vivo da redação digital da RedeTV!.
Mediador
Este é o maior debate multiplataforma do Brasil, com transmissão simultânea na página da RedeTV! no Facebook, no nosso canal no YouTube, no Twitter e pelos portais UOL e da RedeTV!. Do nosso estúdio digital, nossos parceiros acompanham a reação do público pelas redes sociais em tempo real, e nós queremos lembrar que continuamos em primeiro lugar no Trending Topics mundial do Twitter. Neste bloco, os jornalistas Reinaldo Azevedo e Mauro Tagliaferri, da RedeTV!, e também Celso Masson e Sérgio Pardellas. da revista IstoÉ, farão perguntas aos candidatos. Vamos às regras. Cada jornalista fará perguntas a dois candidatos, de modo que todos respondam. O jornalista também indicará um segundo candidato para comentar a resposta do adversário. Cada candidato só poderá responder e comentar uma vez. A pergunta do jornalista terá no máximo 30 segundos, a resposta do candidato, um minuto, e o comentário do segundo candidato, 45 segundos. Os dois candidatos que vão responder e comentar devem se dirigir ao centro do estúdio. O jornalista que vai abrir a rodada de perguntas é Reinaldo Azevedo da RedeTV!. A quem, Reinaldo, você vai dirigir e quem vai comentar a pergunta?
Jornalista
Ao candidato Jair Bolsonaro, para responder, o candidato Ciro Gomes, para comentar.
Mediador
Peço que os dois candidatos se dirijam ao centro do estúdio. Reinaldo, pergunta.
Jornalista
Candidato Jair Bolsonaro, o orçamento de 2017 foi da ordem de R$ 2,56 trilhões. Perto de 50%, talvez um pouco mais disso, são de encargos, encargos da dívida, rolagem, e uma parte de juros que o Brasil não paga. O Brasil capitaliza juros, não está pagando juros. Que respostas o senhor tem para isso ou isso, na sua opinião, não é um problema que diga respeito ao presidente da República?
Jair Bolsonaro
Cabe, sim, ao presidente da República. São números absurdos. Os meus economistas dizem que tem solução, mas será muito difícil atender essa meta. E, propostas: redução do tamanho do Estado; privatizações; abrir o comércio com o mundo todo; deixar de lado o viés ideológico; facilitar a vida de quem quer abrir uma empresa no Brasil, que é um sacrifício abrir empresa no Brasil - a quantidade de papéis é simplesmente absurda; diminuir os encargos trabalhistas; fazer com que empregados e patrões sejam amigos e não inimigos; e deixemos de assistir essa briga enorme nos tribunais tendo em vista a legislação, a CLT.
Mediador
O senhor tem 45 segundos para o seu comentário, candidato.
Ciro Gomes
Eu discordo respeitosamente do meu ilustre colega, fui colega do Jair Bolsonaro como deputado, e é só por discordar de projeto que eu afirmo... Porque o que tem que ser feito no Brasil é ter clareza.
Hoje metade, um pouquinho mais da metade do Orçamento brasileiro, não é da receita; vai para juros e rolagem de dívida.
Ciro insiste no erro do impacto da dívida pública no orçamento. Apesar de contabilmente, as despesas financeiras representarem 51% (R$ 1,776 trilhão) do orçamento previsto para 2018 (R$ 3,506 trilhões), a maior parte do gasto financeiro (R$ 1,157 trilhão) é referente a refinanciamento de dívida, ou seja, dívidas que serão pagas com a emissão de novas dívidas com prazos mais longos de vencimento — não com a arrecadação orçamentária. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
29% Previdência Social com privilégios que 25% dos valores vão para 2% dos beneficiários: políticos, juízes, procuradores. E sobra 20% para Educação, Saúde, Segurança. Por isso que eu propus ao governador Geraldo Alckmin uma discussão sobre o teto de gastos. Consertar a conta pública significa necessariamente cortar as despesas na proporção em que elas estão. É preciso cortar em juro.
Mediador
O seu tempo, candidato. Muito obrigada. Vocês podem retornar aos seus lugares. É, esse bloco é só a pergunta e um comentário de 45 segundos. E agora é a vez do jornalista Celso Masson, da revista Istoé, decidir a quem fará a sua pergunta e também a quem fará o comentário. Por favor, Celso.
Jornalista
Boa noite, a pergunta é para o cabo Daciolo e quem comenta é a candidata Marina Silva.
Mediador
Muito bem, então cabo Daciolo e a candidata Marina Silva, por favor, podem se dirigir ao centro do estúdio. Sua pergunta, Celso.
Jornalista
Candidatos: recentemente o Brasil atravessou, teve que sofrer as consequências da greve dos caminhoneiros, que gerou bilhões em prejuízo, afetou a vida de muita gente. O senhor liderou uma greve da sua corporação, o Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro. Chegou, inclusive, a ser preso por alguns dias por isso. Eu gostaria de saber se, no seu governo – já que o senhor, como parlamentar, propôs uma lei para anistiar aqueles grevistas –, se no seu governo os funcionários públicos poderão fazer greve, mesmo os que prestam serviços essenciais à população.
Mediador
Um minuto, candidato.
Cabo Daciolo
Nação brasileira, no nosso governo não vai ocorrer o que acontece nos governos que passaram pelo Brasil até o momento. Porque o nosso governo vai dialogar com o povo. O nosso governo vai ouvir as necessidades do povo. Foi falado aqui da greve dos caminhoneiros. Nós estivemos lá e, em momento algum, os caminhoneiros estavam ‘esparando’ (sic) as vias. Eles só queriam ser ouvidos e eles não foram ouvidos pelo governo atual, infelizmente. Queriam a redução do combustível, do gás de cozinha, do diesel – vai ser reduzido, vai ser reduzido, pode esperar. Aguardem. No primeiro mês, nós vamos reduzir o combustível do Brasil e também o gás de cozinha. Quanto aos Bombeiros Militares, quero deixar bem claro que os Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro nunca fizeram greve. Nunca fizeram greve. Nós simplesmente nos ausentamos do Estado. Eu sou bombeiro guarda-vida, todos os militares estavam na areia, só que sem a camisa, a camisa de guarda vida. É porque o Estado...
Mediador
Obrigada, candidato. Candidata, o seu comentário.
Marina Silva
O problema da greve dos caminhoneiros é que esse governo Temer não tem credibilidade, não tem legitimidade. Recebeu a pauta muito antes e não tomou nenhuma providência sabendo que uma greve de caminhoneiros pode parar o país. É fundamental que se tenha uma política que não passe o aumento do combustível todo dia para o consumidor direto. A energia aumenta e ninguém recebe uma conta aumentando todo dia na sua casa. O governo tinha meios para manejar essa situação e não fez por incapacidade. Uma visão dogmática pró-Estado leva a isso. Uma visão pragmática…
Mediador
Obrigada. O tempo, desculpe. Candidatos, muito obrigada pela participação dos dois. Agora é a vez do jornalista Mauro Tagliaferri da RedeTV! de fazer a sua pergunta. Boa noite, Mauro, para quem vai a sua pergunta e quem deve fazer comentário?
Jornalista
Boa noite, Mariana. Boa noite a todos. A minha pergunta vai pra candidata Marina Silva com o comentário do candidato Henrique Meirelles.
Mediador
Os dois podem se dirigir ao centro do palco, Marina Silva de volta, e Henrique Meirelles. Mauro, a sua pergunta.
Jornalista
Candidata, daqui a duas décadas, o Brasil vai ter mais pessoas acima dos 60 anos do que jovens abaixo dos 14 anos. Como é que a senhora pretende preparar o país para esse cenário? E também, não só considerando o impacto disso na Previdência Social, como manter, que políticas podem ser adotadas para manter as pessoas ativas, saudáveis, independentes e ativas inclusive no mercado de trabalho quando elas chegarem à maturidade?
Marina Silva
Quando as coisas que se tem que ter cuidado é... Porque é na idade em que a gente precisa ser respeitado e bem cuidado. A reforma da Previdência é necessária. Nós temos um déficit da Previdência.
Desde 2010 que eu defendo que se deva transitar para o regime de capitalização.
A declaração de Marina Silva é VERDADEIRA. No programa enviado ao TSE em 2010, quando ela também foi candidata à Presidência, mas naquele momento pelo PV, estava previsto a transição de "um sistema de repartição deficitário no tempo para um regime de capitalização unificado para todos os trabalhadores". No plano, essa mudança aparecia como "desafio estratégico", demandando "uma forte estrutura de financiamento de longo prazo".
Mas isso não é algo que se faça com facilidade e é preciso fazer essa transição. Nós queremos ver a terceira idade chegar ao seu descanso, não apenas ficando parada, mas sobretudo aproveitando esse período para poder desenvolver outras atividades. Para isso, é fundamental que se tenha um sistema de saúde que funcione. Eu escolhi, no início da campanha, ir para uma comunidade pobre, onde eu vi pessoas sendo assistidas e pessoas idosas em plena atividade em função de que não se tinha uma visão apenas de promoção de saúde.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para o seu comentário, Meirelles.
Henrique Meirelles
O que é necessário, candidata Marina, nós precisamos em primeiro lugar de empregos, para que todas as pessoas que queiram trabalhar possam trabalhar. Essa é a primeira coisa. Segundo, nós precisamos ter um governo competente. Um governo que tenha condições de investir na Saúde e garantir a saúde da população. Garantir um saneamento. Para isso, é preciso competência e experiência; capacidade de gestão. É impressionante, por exemplo, como candidatos não entendem que há uma diferença simples, por exemplo, no meu caso, que acham que banqueiro é quem trabalha em banco. Não. Banqueiro é quem é dono de banco. Eu trabalhei a vida inteira e sei como fazer.
Mediador
Obrigado, candidato. Agora é a vez dos jornalistas Sergio Pardellas da revista IstoÉ fazer a próxima pergunta. Para quem será e quem vai comentar?
Jornalista
Boa noite, Boris. A minha pergunta é para o candidato Geraldo Alckmin e quem comenta é Alvaro Dias.
Mediador
Trinta segundos pra sua pergunta, jornalista.
Jornalista
Candidato, o PSDB passou a ser muito rejeitado pela população por ser a expressão da velha política. Por velha política, entende-se aparelhamento do Estado, toma lá, dá cá… Ao compor seu arco de alianças, o senhor repetiu o receituário tradicional. Por que o eleitor deve acreditar que, na hora de governar, o senhor vai fazer diferente?
Geraldo Alckmin
Olha, primeiro vou fazer aqui observação sobre a colocação do Ciro Gomes. E dizer que nós somos favoráveis ao ICMS no destino. Aliás, somos desde a época do Mário Covas. Segundo, dizer a você que você paga, sim, muito imposto sobre comida, até porque grande parte dela é processada. E nós, na simplificação tributária, vamos reduzir a tributação para alimento, comida e remédio – aliás, como fizemos aqui em São Paulo. Em relação à política,
nós defendemos a reforma política. Não é possível continuar com 35 partidos políticos. Então todos os partidos, inclusive o meu, também estão fragilizados, é óbvio. Agora, é preciso reconhecer também coisas boas.
Foi o governo do presidente Fernando Henrique, o PSDB, que fez o Plano Real.
É verdade que o Plano Real foi obra de Fernando Henrique Cardoso, no entanto, ele aconteceu durante o governo do PMDBista Itamar Franco, em 1994, e, por isso, a declaração é FALSA. Fernando Henrique foi Ministro da Fazenda de maio de 1993 a março de 1994. O plano foi o responsável por controlar a inflação, que chegou a 2708% em 1993 e chegou em 1995 com 14%.
Mudou a economia brasileira. Fez essa grande rede de proteção social. A Lei de Responsabilidade…
Mediador
Candidato, terminou o seu tempo. Quarenta e cinco segundos para o seu comentário.
Alvaro Dias
Eu lamento dizer ao meu amigo Geraldo Alckmin que esse ajuntamento de siglas partidárias é a reedição da tragédia política que nós estamos vivendo no Brasil. Essa Arca de Noé só pode afundar. Não é solução para nenhum dos problemas brasileiros. Eu sei que poderão dizer: “mas você procurou também os partidos do centrão.” Conversamos. Mas eles não aceitaram a minha proposta. Uns diziam: “é muito simpática à Operação Lava Jato”. Outros diziam: “com ele nós ganhamos, mas não levamos”. E, com isso, nós não podemos promover o encontro de siglas a favor do Brasil.
Mediador
Muito obrigada, candidatos. Os senhores podem retornar aos seus lugares. Agora é a vez do jornalista da RedeTV!, Reinaldo Azevedo, fazer essa pergunta, sua segunda pergunta desta noite. Reinaldo, para quem será quem vai comentar?
Jornalista
Minha pergunta vai para Ciro Gomes. E vou pedir que o candidato Geraldo Alckmin volte ao centro.
Mediador
Então muito bem, os dois podem se dirigir ao centro do estúdio, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin. A sua pergunta, Reinaldo.
Jornalista
Ciro Gomes, a indústria, a participação da indústria no PIB brasileiro, tem caído progressivamente. Com isso, vão os melhores empregos, os empregos que pagam mais. O senhor tem dado a entender que vai intervir nesse processo. Como é que se faz uma política industrial que não proteja a incompetência, que não faça aquela substituição de importações mal feita, que não nos devolva a terrível e malfadada Lei da Informática?
Ciro Gomes
Eu quero só – pontuando a nossa discussão aqui, estamos discutindo o futuro do Brasil – dizer que na ponta, no comércio, se cobra muito imposto sobre comida. Eu estou dizendo que lá na produção, especialmente o agronegócio, é exportador e não paga nada de imposto. Então, não vamos misturar alhos com bugalhos. E eu também, governador, isentei a cesta básica pela primeira vez acho que no Nordeste. E o PSDB é autor do capítulo tributário da Constituição, e o Serra é o autor, ele que determinou essa montanha. E o Fernando Henrique explodiu a carga tributária brasileira. Eu fui ministro. A propósito, eu iria pedir direito de resposta para defender um ausente aqui. Quem fez o Plano Real foi Itamar Franco, presidente muito injustiçado. Agora, a questão do Brasil é a seguinte: nenhum país do mundo aceita destruir indústrias como nós. É preciso alinhar o câmbio, que hoje é estimulante do consumismo populista, lá atrás com Fernando Henrique, depois com a Dilma, quebraram-nos. E é preciso consertar o excesso de financiamento, os juros. A partir daí, a eleição dos setores – e está terminando o tempo, eu volto noutra hora.
Mediador
O seu tempo candidato Alckmin, 45 segundos.
Geraldo Alckmin
Olha, vou primeiro dizer que paga, sim. E paga muito imposto. Você paga imposto sobre comida porque tem processo no setor. O que não é pago é exportação, mas consumo interno é pago. Toda homenagem ao presidente Itamar Franco. Eu sou admirador, tenho um grande reconhecimento por seu trabalho. Mas ele teve quatro ministros. Ele acertou quando ele trouxe o Fernando Henrique, que montou uma bela equipe e fez a estabilização da moeda. A nossa tarefa agora é emprego, emprego, emprego e renda. Simplificação tributária, reformas. Pretendo, no dia 1º de janeiro, apresentar todas as reformas. Confiança, trazer investimento para o Brasil, acordos comerciais, saber jogar o jogo do século XXI, construção civil.
Mediador
Muito obrigado, candidatos. Agora é a vez de jornalista da IstoÉ, Sergio Masson, fazer a sua segunda pergunta dessa noite. Para quem será a pergunta e quem deve comentar?
Jornalista
A pergunta é para o candidato Guilherme Boulos e quem comenta é o Cabo Daciolo.
Mediador
Os dois candidatos por favor, no meio do estúdio. Sua pergunta, jornalista.
Jornalista
Uma das questões que mais afligem o brasileiro hoje é a questão da Segurança. Nós vimos a intervenção na Segurança no Rio de Janeiro que não tem produzido os resultados esperados. Pelo contrário, os índices mostram que a violência continuou crescendo. Hoje mesmo tivemos tiroteios, e, ontem, e isso tem sido realmente ameaçador para as famílias brasileiras, que têm medo, os jovens, que não saem na rua... Uma das perguntas inclusive foi sobre isso. Eu gostaria de saber qual o seu plano para segurança pública.
Guilherme Boulos
Olha, o que foi feito nos últimos 30 anos em relação à segurança pública foi tiro, porrada e bomba. Mais repressão, mais policiamento, tropa de choque, e não se investiu em inteligência. Para resolver o problema da segurança pública no Brasil, é investindo em inteligência e investigação.
É por isso que 92% dos homicídios não são sequer investigados.
Esse dado é INSUSTENTÁVEL porque, ainda que seja usado por pesquisadores e especialistas e atribuído a uma pesquisa da Associação Brasileira de Criminalística, tal pesquisa não foi encontrada, mesmo entrando em contato com a associação. Não existe nenhum dado nacional sobre investigação de homicídios, apenas pesquisas regionais. Em 2017, um levantamento do Instituto Sou da Paz mostrou que 21 unidades federativas não têm dados sobre investigação e denúncia de envolvidos em assassinatos. Só seis conseguiram calcular um índice de esclarecimento desses crimes: Pará (4%), Rio de Janeiro (11%), Espírito Santo (20%), Rondônia (24%), São Paulo (38%) e Mato Grosso do Sul (55,2%). O Aos Fatos já checou essa declaração. Veja no link abaixo:
Nós vamos fazer isso e vamos fazer enfrentando o crime organizado de verdade. Vamos falar a verdade aqui para o povo brasileiro. O crime organizado, o comando dele não está no barraco de nenhuma favela. Está mais perto da Praça dos Três Poderes do que da favela da Rocinha. Basta ver o helicóptero do senador cheio de cocaína que foi pego e ficou por isso mesmo. Nós vamos enfrentar o tráfico de armas e munições, que é o grande responsável pelos homicídios no país, investindo em inteligência e em prevenção. É o grande caminho para resolver a segurança pública e dar paz ao povo brasileiro.
Mediador
Candidato Daciolo, 45 segundos para o seu comentário.
Cabo Daciolo
Nós vamos valorizar o profissional da Segurança Pública. Haverá um piso nacional da Segurança Pública. Haverá a união do povo civil com o povo militar. Nós não vamos permitir que permaneça o sucateamento das Forças Armadas.
Nós temos hoje apenas 350 mil homens das Forças Armadas
A afirmação foi considerada IMPRECISA.O efetivo máximo das Forças Armadas é regulamentada por leis específicas a cada Força: marinha, exército e aeronáutica. Decretos, também específicos a cada tipo de Força, fixam qual o contingente máximo daquele ano. Atualmente, decretos de 2013 regulamentam que: são 64.694 integrantes para a Marinha, 222.869 para o Exército e 72.009 para a Aeronáutica. Sendo assim, são 359.386 no total e não — apenas — 350 mil, como disse o candidato.No portal do oficial do Governo Federal, também aparece que o efetivo das três Forças Armadas soma quase 360 mil militares em um texto de junho de 2017. Vale ressaltar que nesses efetivos não são computados os Oficiais-Generais Ministros do Superior Tribunal Militar, oficiais e praças da reserva convocados para manobras, exercícios ou estágios de instrução; militares da reserva remunerada designados para o serviço ativo; aspirantes-a-oficial de carreira; alunos das escolas de formação de oficiais ou de graduados, de carreira ou temporários; militares agregados.
e temos o dobro da segurança pública. Tem que ser trabalhado em prevenção.
Nós temos 16.886 km de fronteira desguarnecida.
A declaração de Daciolo é EXAGERADA. O candidato citou a extensão total da fronteira terrestre do Brasil, que vai do Rio Grande do Sul (na fronteira ao sul, com o Uruguai) ao Amapá (que em sua porção nordeste faz fronteira com a Guiana Francesa) e possui 16.886 km de extensão. Levando em conta que há diversos pontos de checagem na fronteira, como a Ponte da Amizade — entre Paraguai e o Mato Grosso do Sul —, e o Exército possui o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira), projeto iniciado em 2012 que vigia trechos da porção de terra, a afirmação de Daciolo é insustentável.
Tá entrando droga, tá entrando armamento. Quem lucra com isso são políticos. Tem políticos envolvidos com isso. E, para concluir: a Intervenção Federal no Rio de Janeiro é uma mentira. Se fosse verdadeira a intervenção, teria que atuar também na Educação, na Saúde e na Segurança Pública, e prender um outro bandido, que é o senhor Pezão, que está solto. Não é só o Cabral, não.
Mediador
Obrigado, candidatos. O próximo a perguntar é o jornalista Mauro Tagliaferri, da RedeTV!. A quem você dirige a sua pergunta e quem comenta, Mauro?
Jornalista
Essa pergunta vai para o candidato Alvaro Dias com o comentário do candidato Guilherme Boulos.
Mediador
Trinta segundos para a pergunta.
Jornalista
Candidato, seu plano de governo prevê educação integral para 100% dos estudantes até 2022. Isso custa dinheiro. Ao mesmo tempo, o senhor também tem falado num corte linear de todas as despesas do governo de 10%. Como é que dá para conciliar essas duas questões: o dinheiro para Educação e um corte tão grande de despesas? Vai faltar dinheiro pra Educação?
Alvaro Dias
Olha, primeiramente, vou dizer que a falta de dinheiro na educação é blablablá. Porque nós gastamos proporcionalmente mais do que os Estados Unidos.
Os EUA gastam com educação 4,5%.
O número de Alvaro Dias é menor do que o mostrado no relatório do Banco Mundial e, por isso, ele é IMPRECISO. De acordo com o Banco Mundial, os Estados Unidos gastam 5,4% do PIB com educação. Para fins comparativos, o Brasil gasta cerca de 6%. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
O Brasil gasta 6% do PIB [com educação].
A afirmação é VERDADEIRA. Segundo informações do Tesouro Nacional, com dados de 2013, o Brasil gasta em educação pública cerca de 6% do PIB. A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento), em relatório com números de 2014, também divulgou um valor parecido: 5,4% do PIB de investimento na educação primária a superior. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
Portanto, não falta dinheiro. Falta competência, falta planejamento, falta honestidade. Vamos rever os orçamentos. Sim, vamos aplicar – como fez Merkel na Alemanha, como fez Obama nos Estados Unidos – um limitador emergencial de despesas com o corte de 10%. Evidentemente, não é em todas as áreas. Vamos cortar nas áreas que podem ser cortadas porque são secundárias. Educação, não. Vamos investir fortemente na educação infantil, que é o grande retorno.
A cada dólar investido, US$ 12, US$ 13 de retorno [na educação infantil].
O dado já foi citado anteriormente por Alvaro Dias, e, mais uma vez, a afirmação recebe o selo IMPRECISO por não dizer que essa conta é datada e diz respeito a outro país. A relação é do Nobel de Economia de 2000, James Heckman, que calculou que cada dólar investido no programa Perry — programa educacional americano da década de 1960 — representou uma economia de US$ 7 até a idade de 27 anos e de US$ 13 até os 40 anos. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
... de ensino integral, foco no ensino técnico, especialmente.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para o seu comentário.
Guilherme Boulos
Olha, o problema do Brasil não é falta de dinheiro. O Brasil é um país rico. O problema nosso é que esse dinheiro está mal distribuído e não chega onde tem que chegar. Nós vamos fazer uma reforma tributária progressiva para cobrar dos mais ricos, que são os que menos pagam. Vamos enfrentar o "bolsa banqueiro" e o "bolsa empresário". E, com isso, vai ter sim dinheiro pra Educação. Na Educação, nós vamos criar um milhão de novas vagas no ensino superior. Vamos fazer creche em tempo integral e investir no ensino básico. E vamos, também, ajudar o jovem estudante que hoje está em dívida com Fies. Nós vamos suspender a cobrança das dívidas do Fies por um ano para permitir que esse jovem reorganize a sua vida e termine os seus estudos com tranquilidade, valorizando sempre os professores e uma educação pública de qualidade.
Mediador
Muito obrigada aos dois candidatos. Os senhores podem retornar aos seus lugares. E a última pergunta desta rodada será do jornalista Sergio Pardellas, da IstoÉ. Só sobrou uma dupla, né, Sergio, quem são os dois candidatos?
Jornalista
Exatamente, a minha pergunta é para o Henrique Meirelles e quem comenta é o Jair Bolsonaro.
Mediador
Por favor, os dois para o centro do estúdio. Henrique Meirelles e Jair Bolsonaro. Sérgio, a sua pergunta.
Jornalista
Meirelles, o senhor trabalhou no governo Lula por oito anos e, mais recentemente, foi ministro da Fazenda de Temer. Quais práticas da administração pública o senhor testemunhou e não pretende adotar no seu governo?
Henrique Meirelles
A primeira delas é a questão do loteamento de cargos. Eu sou favorável à escolha de técnicos competentes. Eu sou favorável à escolha de pessoas que tenham experiência. De pessoas que tenham condições de entregar resultado ao povo brasileiro. Foi o que eu fiz quando fui presidente do Banco Central, quando fui ministro da Fazenda. Não houve, nas minhas áreas, qualquer loteamento de cargos. E, para isso, nós temos uma candidatura independente. Para isso, não há grandes e vastas composições que já fazem loteamento de prédios muitas vezes. Não. A segunda coisa é o uso de experiência, de foco no resultado. Vamos fazer com que cada uma das pessoas ocupando cargos na administração de alto nível seja medida por resultados, transparentemente mostrando para todos, à população brasileira, qual é o resultado do trabalho daquele funcionário.
Mediador
Candidato Bolsonaro, 45 segundos.
Jair Bolsonaro
Henrique Meirelles, o seu partido, o PMDB, é o símbolo do toma lá, dá cá. Muitos ministros estão envolvidos na Lava Jato. Outros estiveram no mensalão. Isso tudo vem exatamente da indicação política que seu partido nunca, nunca abriu mão, de cada vez mais abocanhar mais e mais ministérios, mais e mais diretorias de estatais. Ou seja, desse abocanhamento, desse toma lá, dá cá, é que surge a ineficiência do Estado, onde não temos Saúde, Educação e Segurança. E surge também a corrupção. Eu acho muito difícil, vossa senhoria, com o partido que está, honrar esse compromisso sem o toma lá, dá cá.
Mediador
Muito obrigada, candidatos. Chegamos, assim, ao final deste segundo bloco do debate RedeTV! IstoÉ, o maior debate multiplataforma do Brasil, com transmissão ao vivo no Facebook, no Youtube, Twitter, UOL e no portal da RedeTV!. Nós voltamos em breve com mais um confronto direto entre os candidatos. E, durante o intervalo, você pode continuar acompanhando ao vivo a nossa transmissão pela internet, direto da redação digital da RedeTV!.
Mediador
Estamos de volta com o debate RedeTV! / IstoÉ com os candidatos a Presidente da República que você pode também acompanhar - esse é o maior debate multiplataforma do Brasil - na página da RedeTV! no Facebook, no nosso canal no YouTube, pelo perfil da emissora no Twitter, no UOL e no nosso portal da RedeTV!. E a nossa redação digital segue ao vivo com as manifestações dos internautas. Teremos agora uma nova rodada de confronto direto entre os candidatos. Vamos rever as regras: cada candidato vai escolher um adversário para responder a sua pergunta. Ambos se dirigirão ao centro do estúdio. A ordem das perguntas foi definida em sorteio com as assessorias. Cada candidato só poderá perguntar e responder uma vez. A pergunta terá, no máximo, 30 segundos. A resposta, um minuto. A réplica, 45 segundos; e a tréplica, também 45 segundos. Desta vez, o primeiro candidato a perguntar, conforme definido em sorteio, é Henrique Meirelles. A quem o senhor fará a sua pergunta, candidato?
Henrique Meirelles
Ao candidato Jair Bolsonaro.
Mediador
O senhor terá 30 segundos para perguntar.
Henrique Meirelles
Candidato, no último debate, o senhor mencionou que estava revendo a sua posição de que mulheres deveriam ganhar menos do que homens. Eu fui ler o seu plano de governo e não tem nada disso lá. A minha pergunta é a seguinte: em quem, candidato, nós devemos acreditar? O candidato do debate ou o que está escrito no plano de governo? Ou o senhor não leu o seu plano de governo?
Mediador
Um minuto para resposta.
Jair Bolsonaro
Primeiramente, é mentira que eu defendi, em qualquer época da minha vida, que mulher deve ganhar menos do que homem. É mentira. Não existe um só áudio, uma só imagem minha, nesse sentido.
A declaração do candidato é FALSA porque, em 2016, em entrevista à apresentadora Luciana Gimenez no programa SuperPop, da própria RedeTV!, Bolsonaro foi indagado a respeito das declarações ao jornal gaúcho Zero Hora. Questionado pela apresentadora se ele achava certo ou errado a diferença salarial entre homens e mulheres, o parlamentar respondeu: “Eu não empregaria com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente”. Em fevereiro de 2014, em entrevista ao jornal Zero Hora, Jair Bolsonaro disse ser justificável a desigualdade de remuneração entre homens e mulheres, por considerar que uma mulher jovem poderia engravidar e ficar seis meses de licença-maternidade, somando-se ainda ao direito às férias — o que quebraria, segundo ele, “o ritmo de trabalho”. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
Agora, senhor Henrique Meirelles, na CLT já está garantido a mulher ganhar igual ao homem, desde que a diferença de tempo de serviço entre um e outro não seja superior a dois anos. Já está garantido na CLT. Não temos que nos preocupar com isso. A mulher terá o papel de destaque no meu governo, em especial no tocante à Segurança Pública. É a mulher que se preocupa, e muito, se teu filho vai chegar vivo ou não em casa. Quando ele sai para visitar um amigo, para a faculdade, seja onde for. Então, a mulher vai ter essa garantia porque nós vamos investir, sim, pesado na questão da segurança pública para que as mulheres, as mães, tenham paz quando os seus filhos, por ventura, saírem de casa.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para réplica.
Henrique Meirelles
No nosso plano de governo, nós colocamos, claramente, que, primeiro lugar: a lei trabalhista, de fato, da reforma, será seguida rigidamente; e que nós vamos cobrar isso, porque sabemos que isso não acontece.
76% das mulheres com mesmo tempo, qualificação e ocupando a mesma função não ganham a mesma coisa que os homens.
A afirmação de Meirelles é IMPRECISA porque o dado, na verdade, não se refere à porcentagem de mulheres que ganham menos que homens, mas sim ao rendimento delas em relação ao deles. Segundo as Estatísticas de Gênero do IBGE, em março deste ano, as mulheres possuíam 76,5% do rendimento dos homens. Segundo Barbara Cobo, coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE, “em função da carga de afazeres e cuidados, muitas mulheres se sentem compelidas a buscar ocupações que precisam de uma jornada de trabalho mais flexível” e “mesmo com trabalhos em tempo parcial, a mulher ainda trabalha mais. Combinando-se as horas de trabalhos remunerados com as de cuidados e afazeres, a mulher trabalha, em média, 54,4 horas semanais, contra 51,4 dos homens”.
Então, nós temos aí, na realidade, um grande percentual de mulheres que ganham menos do que os homens com a mesma função. Portanto, no nosso plano de governo, nós vamos ter isso claro e, hoje, aquelas mulheres que ganham menos do que os homens na mesma função terão o seu direito respeitado, no plano de governo, inclusive.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para tréplica.
Jair Bolsonaro
Vamos simplesmente cumprir a lei. Nada mais além disso. Não vamos usar as mulheres para nos dividir, como a praxe dos últimos governos. Sempre jogando um contra o outro. Nós queremos o bem das mulheres. Agora, a iniciativa privada não pode né, por meio do go... Ou melhor, o governo não pode interferir na esfera privada. Cumpre-se a lei, mais nada além disso. E não vamos fazer demagogia dessa questão para ganhar a simpatia de mulheres ou para jogar as mulheres contra mim. As mulheres sempre terão o meu apoio, o meu reconhecimento, pelo seu trabalho.
Mediador
Obrigada, candidato, vamos agora para a próxima rodada e quem fará a pergunta na próxima rodada é o candidato Geraldo Alckmin. Pra quem será sua pergunta?
Geraldo Alckmin
Para o candidato Alvaro Dias.
Mediador
Alvaro Dias e Geraldo Alckmin, os dois no centro do estúdio, por favor. Trinta segundos para sua pergunta, candidato Alckmin.
Geraldo Alckmin
Candidato Alvaro Dias, um dos temas que mais preocupa a população brasileira é a questão da saúde e, dentre a questão da saúde, a questão do saneamento básico, especialmente o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto. Aqui, em São Paulo, nós enfrentamos uma crise hídrica muito dura. Vencemos, fizemos grandes investimentos e ajudamos o Nordeste, através do eixo Leste, a transposição do São Francisco. Qual a sua proposta para o saneamento?
Alvaro Dias
Sem dúvida, saneamento e a Saúde, e nós verificamos que o governo brasileiro, os últimos governos, utilizaram recursos do BNDES, por exemplo, para construir porto em Mariel, Cuba, hidrelétrica e metrô em Caracas, ao invés de contribuir numa Parceria Público-Privada para a despoluição do Rio Tietê ou para a despoluição da Baía de Guanabara, da Baía de Sepetiba. Enfim, oferecer condições através de um banco que tem um orçamento gigantesco - já teve maior que a Coreia do Sul e do que o Japão -, investir condições para obras de infraestrutura, especialmente num setor fundamental para a saúde do povo, que deve ser a suprema lei, como é o saneamento básico. É claro que o poder público deve investir, mas há necessidade de buscar parcerias para que a eficiência dos investimentos proporcionem qualidade de vida à população.
Mediador
Quarenta e cinco segundos para réplica, candidato Alckmin.
Geraldo Alckmin
Olha, eu pretendo investir muito na questão do emprego e o setor de construção civil gera muito emprego. E saneamento básico é prevenção. Uma das razões da gente estar vivendo mais no mundo e no Brasil, é água de qualidade. Nós ajudamos na transposição do São Francisco, com os equipamentos aqui da Sabesp, no Eixo Leste, e quero dizer aqui a todo Nordeste duas coisas: primeiro, vamos salvar o rio São Francisco, a revitalização do rio, dragagem, tratamento de esgotos, recomposição de mata ciliar, e dizer ao Nordeste que vamos também fazer as obras complementares, adutoras, ramais, canais, importantíssimos para a água chegar ao seu destinatário final.
Mediador
Alvaro Dias, 45 segundos tréplica.
Alvaro Dias
Quando eu governei o Paraná, a Sanepar foi considerada uma empresa modelo para a América Latina, em razão das ações desenvolvidas de saneamento básico. O Nordeste brasileiro, por exemplo, mais de 40% da população não possui saneamento básico. O semiárido nordestino, que pode sofrer a desertificação se medidas urgentes não forem adotadas, como a mudança da matriz energética, ao invés de derrubar a vegetação e usar a madeira como carvão e energia, gasodutos. A mudança para energia eólica para a…
Mediador
Muito obrigada, candidato, terminou o tempo.
Alvaro Dias
Muito obrigado.
Mediador
Os senhores podem retornar a seus lugares. Agora é a vez do candidato Ciro Gomes decidir quem fará sua pergunta.
Ciro Gomes
Governador Alckmin, não me leve a mal, mas nós estamos precisando esclarecer aí umas diferenças de compreensão do Brasil. Então, se Vossa Excelência me permite, eu o convido novamente ao palco, para não dizer ringue.
Mediador
Muito bem, os dois para o centro estúdio. Ciro Gomes, 30 segundos.
Ciro Gomes
É uma homenagem também ao jornalista Reinaldo Azevedo.
Nos últimos três anos, do desmantelo da Dilma pra cá, o Brasil fechou 13 mil indústrias.
A declaração de Ciro é IMPRECISA — como explicado no primeiro bloco, quando o candidato citou o mesmo dado — na verdade, essas indústrias foram fechadas de 2013 a 2016, e não nos últimos três anos. Apenas a Pesquisa Industrial Anual do IBGE apresenta dados sobre o número de indústrias no país e a edição mais recente é de 2016. De acordo com essa pesquisa, em 2016 haviam 321.186 mil indústrias ativas no país, enquanto em 2013 esse número era de 334.976. No total, portanto, foram fechadas aproximadamente 13.790 indústrias nesses quatro anos. Se considerarmos de 2014 a 2016, o número de fechamento é inferior ao mencionado por Ciro, nesses três anos foram 12.564 indústrias encerraram as atividades.
Não há nada parecido no mundo. Isso, quatro mil delas em São Paulo. Evidentemente que essa política econômica, de câmbio estimulante de demagogia, de taxa de juros totalmente aberrante, não pode continuar. E essa é a política que o PT herdou do PSDB. Rigorosamente a mesma. Câmbio flutuante para apreciar o câmbio, superávit primário, enfim, vai manter isso?
Geraldo Alckmin
Olha, a base de tudo é a questão fiscal. Se tem uma péssima política fiscal, o governo gasta um absurdo verdadeiro e gasta mal, um Estado inchado e perdulário e é óbvio que vai acabar tendo juros mais alto, política monetária ruim e aí atrai muito dinheiro e valoriza a moeda. Nós vamos fazer exatamente o contrário. Política fiscal austera, vamos cortar gastos, vamos rever os incentivos, vamos zerar o déficit em dois anos para não comprometer a economia e o emprego e, com isso, nós vamos trazer muito investimento para o Brasil. Hoje sobra dinheiro do mundo. Eu tenho uma grande esperança. Primeiro de Janeiro o Brasil vai mudar. Nós vamos ter muito investimento, o Brasil tem demanda, Ciro, o Brasil tem muita demanda, precisa ter segurança jurídica, precisa ter reformas. Boa política, macroeconômica, política fiscal dura, juros baixos, competição entre os juros, competição entre os bancos e o câmbio positivo.
Mediador
Sua réplica, Ciro Gomes.
Ciro Gomes
Durante o governo Lula [pigarro] perdão. Durante o governo Lula, nós praticamos superávit praticamente quase 3%. E os juros foram devastadores e a taxa de câmbio, devastadora, e a desindustrialização, a mesma coisa. É uma política errada, conceitualmente. Não estou atacando pessoas. E eu, por isso, proponho, Reinaldo, uma política industrial de comércio exterior sem favorecimento. Petróleo, gás e bioenergia. Faz sentido o Brasil importar gasolina do estrangeiro, sendo um dos maiores produtores mundiais de petróleo? O complexo industrial do agronegócio, faz sentido comprar um saco de semente por R$ 700 e vender uma saca de milho de 60 quilos por R$ 14, R$ 15, por R$ 30?
No complexo industrial da saúde, quase 80% de tudo que a gente usa vem do estrangeiro
Ciro mais uma vez cometeu uma imprecisão ao falar sobre a importação da saúde. Segundo a Conta Satélite do IBGE, em 2015, 77,4% dos produtos farmoquímicos são importados no Brasil. Se formos analisar todos os produtos, a média, no entanto, cai para 26,2% de importados. Aos Fatos já checou este assunto. Veja no link abaixo.
Geraldo Alckmin
Olha, eu vou pegar aqui, vou pegar o texto da questão do petróleo para voltar aqui e você vai entender o que eu vou colocar. Nós exportamos petróleo e importamos derivados de petróleo. Então o PAC fica mais caro, no mínimo, o frete de ida e de volta. Além de não gerar emprego no Brasil. Petrobras não tem dinheiro para tudo, precisa trazer investimento privado. Eu vou quebrar o monopólio do petróleo, do refino na prática e trazer investimentos do Brasil. Agora vejo o estrago do corporativismo, da greve dos caminhoneiros. Catorze bilhões de dívida que você vai pagar porque é subsídio do governo, para combustível fóssil e vai dificultar trazer investimento para o Brasil, para uma área estratégica, como é o refino, para a gente poder ter derivados do petróleo mais barato.
Mediador
Obrigado, candidatos. Acabou, sim. Prezado candidato Alvaro Dias, é a sua vez de formular uma pergunta.
Alvaro Dias
Henrique Meirelles.
Mediador
Para quem será?
Alvaro Dias
Henrique Meirelles.
Mediador
Por favor, dirijam-se se ao centro do estúdio. Microfone para o senhor Henrique Meirelles. Isso. Por favor, a pergunta.
Alvaro Dias
Ministro Henrique Meirelles, nós fomos acostumados na política conhecer aqueles que falam e fazem e aqueles que falam, mas não fazem, e agora estamos assistindo esse espetáculo e muitos dizendo “olha, vou combater a corrupção”, mas a pergunta que se faz: onde estava quando o Brasil estava sendo assaltado? O que se fez naquele período? E eu indago ao ministro Henrique Meirelles: qual foi a contribuição que ele deu no combate à corrupção no país?
Mediador
Um minuto para resposta.
Henrique Meirelles
O combate à corrupção tem que começar com um exemplo de cada um, com a sua própria conduta. Eu tive oito anos no governo, como presidente do Banco Central, dois anos com o ministro da Fazenda. Nunca houve sequer uma suspeita, ou um escândalo, ou uma acusação. Segundo, na minha gestão no Banco Central e na minha gestão da Fazenda, nunca existiu um caso, casos apontados ou acusações de corrupção com a minha equipe. De pessoas que trabalhavam diretamente comigo. Portanto, esta é a maneira de combater em primeiro lugar. Segundo, pela aplicação rígida da lei, sou favorável sim à Lava Jato. Acho que tem que ser feito de fato. No entanto, levar esta prática para todo o país e para, também, outras áreas como Segurança e, também, trabalho.
Alvaro Dias
Ministro, eu combato a corrupção desde sempre. No governo do Paraná, prendi usando a prisão administrativa, um expediente possível à época constitucional, anulei concorrências fraudulentas, acabando com um cartel. Anulei aposentadorias imorais, acabei com privilégios. Dei o exemplo também ao longo da minha trajetória, não recebendo aposentadoria...
... não recebendo auxílio-moradia...
Alvaro Dias não usou a sua cota de auxílio-moradia desde 2013, como informa o site do Senado. É importante ressaltar, no entanto, que, de 2008 até 2012 o Senado não disponibiliza informações sobre o uso dos respectivos benefícios pelo candidato, portanto a declaração é INSUSTENTÁVEL. A fala é recorrente do candidato e Aos Fatos já checou esta informação em outra oportunidade. Veja no link abaixo:
... e não recebendo a chamada verba indenizatória.
É FALSA a afirmação feita pelo candidato. No período de seis anos, o parlamentar já usou a verba em 2015, 2016 e 2017, o que totalizou o valor de R$ 17.529,89. Além disso, no site oficial de Alvaro Dias a informação do uso de verba indenizatória é confirmada: “O parlamentar não recebe a Verba Indenizatória do Senado há mais de um ano”. Esta afirmação já foi checada em outra oportunidade, veja no link abaixo:
Apresentei projetos como o fim do foro privilegiado e apresentei, recentemente, o projeto que coloca na Constituição a prisão em segunda instância. Eu creio que a conivência e a cumplicidade também é crime de corrupção. Quem pertence a um governo que idealiza um complexo…
Mediador
Tempo candidato… 45 minutos para sua tréplica, candidato Henrique Meirelles… 45 segundos, perdão.
Henrique Meirelles
Mais uma vez eu quero enfatizar que o resultado, o que as pessoas de fato fazem, é que deve ser observado por todos. O falatório, os objetivos, as promessas, não apresentam muita coisa, e a minha vida tem esse histórico. É um histórico de trabalho, de trabalho duro aqui, no exterior, seja no setor privado, seja no governo. E, a população conhece. Quem de fato tem competência, tem experiência e tem seriedade. E o passado com que [inaudível] eu não tive que anular nada de irregular ou fraudulento na minha gestão. Por que não houve nenhuma investigação a respeito, porque não há nem indício disso. Esta é a resposta.
Mediador
Muito obrigada aos dois candidatos e, agora, uma ótima notícia! Se somados os acessos simultâneos e as pessoas impactadas via Facebook, Twitter, UOL e YouTube, este debate alcançou a marca histórica de maior transmissão multiplataforma do Brasil. A próxima a perguntar é a candidata Marina Silva, a quem a senhora vai fazer essa pergunta, candidata?
Marina Silva
Ao ministro Ciro Gomes.
Mediador
Ao ministro Ciro Gomes, candidato Ciro Gomes, candidata Marina, por favor, no centro do palco. Sua pergunta, candidata.
Marina Silva
Ciro Gomes, o Brasil vive um conflito violento entre latifundiários e os povos indígenas. No Mato Grosso do Sul, quando os índios tentam retomar suas terras, são recebidos a bala. Nós tivemos agora no Maranhão o assassinato do índio Jorginho Guajajara. A minha pergunta é: o que fazer para acabar com os conflitos de terra e ter uma política de demarcação de terras indígenas?
Ciro Gomes
Você é uma campeã dessas lutas e uma das pessoas que têm influência sobre a minha compreensão dessas coisas todas é você, e me honra muito apesar de estarmos aqui disputando, reconhecer isso para todo o conjunto do povo brasileiro. O Brasil precisa ferramenta extra… Transformar em ferramenta prática aquilo que já temos na lei. Nós temos por exemplo, a posse do atual zoneamento econômico ecológico, que define com clareza o que pode e o que não pode ser feito em que tipo de diárias (inaudível) e o Brasil tem que ter aquilo que os americanos chamam de enforcement, ou seja, a lei que pega. Quanto tempo trabalhamos juntos e, ali, todas as leis estavam prontas e a gente não tinha no território capacidade de fazer. Multava e, daqui a pouco, vinha um Refis, um não sei o quê, uma anistia, e lá ia o estímulo. Portanto, a impunidade é que é a grande mestra disso. Eu trouxe para minha vice, uma pessoa que tem muitas diferenças de mim, a Kátia Abreu. Mas a Kátia Abreu, sendo uma pessoa que vem da agricultura, ela já compreende com muita clareza a necessidade de a gente achar o equilíbrio disso.
Marina Silva
A nossa proposta, Ciro, é de que a gente valorize o trabalho que é feito pela Funai, fortalecendo a Funai. Demarcação das terras indígenas, e, para isso, nas áreas que foram ocupadas oficialmente pelo Estado, como no caso do Mato Grosso, várias situações, nós estamos propondo a criação de um Fundo de Regularização Fundiária. Porque aqueles assentamentos de fazendeiros foram por políticas públicas e, nesse caso, nós precisamos fazer uma indenização de acordo com a cotação do mercado. E imediatamente demarcar terras indígenas, como forma de combater a violência e a injustiça contra um povo que nós temos o dever histórico de fazer um resgate.
Ciro Gomes
Tô completamente de acordo, acho que é preciso dar a tradução concreta a esses valores. Trabalhei com os Tikunas lá no Alto Solimões, trabalhei com os Xavantes no Mato Grosso. Trabalhei, enfim, com muitas das tribos brasileiras e tenho intimidade de ver como eles sofrem, como eles têm um sistema imunológico mais fragilizado, em relação aos brancos, nem se falando. Trabalhei no conflito dos cintas largas em Rondônia, em função de contrabando de diamantes em que brancos né, corromperam parte da própria liderança indígena, e tudo isso virou uma grave, gravíssima confusão em que Estado tem que entrar para mediar e, em pleno século XXI, encerrar crônica de violência contra populações tão frágeis.
Mediador
Muito obrigada aos dois candidatos. Os senhores podem retornar e agora eu peço que o candidato Jair Bolsonaro faça a próxima pergunta e escolha quem irá perguntar. Candidato, o senhor pode perguntar para Guilherme Boulos, Marina Silva e Cabo Daciolo.
Jair Bolsonaro
Marina Silva.
Mediador
Cabo Daciolo, por favor. (...) Ah, Marina Silva. Perdão, entendi errado. Marina Silva então pode voltar ao púlpito.
Jair Bolsonaro
Primeiro, gostaria de deixar bem claro que, quando eu cheguei, havia um púlpito que ninguém iria ocupar aquele espaço, mas estava escrito Luiz Inácio Lula da Silva. Então junto à direção fiz esse questionamento. Quero agradecer à RedeTV! por ter retirado o púlpito do Lula. Não podemos dar espaço aqui para um bandido condenado por corrupção frequentar esse debate, mesmo que seja virtual. Senhora Marina Silva: armamento. Eu sou favorável que o cidadão de bem tem a posse de arma de fogo. A senhora concorda com isso ou não?
Marina Silva
Não. Antes eu queria te dizer uma coisa, Bolsonaro. Você disse que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa que a gente não precisa se preocupar porque já está na CLT. Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário menor do que um homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência, e ser a primeira a ser demitida, ser a última a ser promovida e, quando vai a uma fila de emprego, pelo simples fato de ser uma mulher, não é aceita. Então não é uma questão de que não precisa se preocupar, tem que se preocupar sim, porque é quando se é presidente da República, a gente tem que fazer cumprir o artigo quinto da Constituição Federal, que diz que nenhuma mulher deve ser discriminada, não fazer vista grossa, dizendo que não precisa se preocupar, precisa se preocupar sim, um Presidente da República está lá para combater a injustiça.
Mediador
Sua réplica, candidato.
Jair Bolsonaro
Temos aqui uma evangélica que defende plebiscito para aborto e para maconha. E quer agora quer defender a mulher. Você não sabe o que é uma mulher, Marina, que tem um filho jogado no mundo das drogas. Você não sabe o que é isso pra você defender um plebiscito nesse sentido. Eu defendo a mulher, inclusive eu defendo a castração química para estupradores. A senhora não pode me interromper. A senhora não pode me interromper. A senhora não pode me interromper. E, no tocante da arma de fogo, eu defendo sim que a mulher, caso queira, a mulher de bem, a mulher preparada, que tenha a posse de uma arma de fogo dentro de casa para se defender, se assim ela o desejar.
Marina Silva
O senhor acha que pode resolver tudo no grito, na violência. Nós somos mães, nós educamos os nossos filhos, a coisa que uma mãe mais quer é ver o filho ser educado para ser um cidadão de bem, e você fica ensinando para o nosso jovem que tem que resolver as coisas na base do grito, Bolsonaro. Você é um deputado, você é pai de família. Você, um dia desses, pegou a mãozinha de uma criança e ensinou como se faz para atirar. Você sabe o que a Bíblia diz sobre ensinar uma criança? Ensina a criança no caminho em que deve andar que, até quando for grande, não se desviará do caminho. É esse o ensinamento que você quer dar ao povo brasileiro? E, numa democracia, o Estado é laico.
Jair Bolsonaro
Leia o livro de Paulo.
Mediador
Pedimos ao auditório que por gentileza não se manifeste, por favor. Reiteramos que, após a Justiça negar a participação do candidato do Partido dos Trabalhadores no debate, o nono púlpito foi retirado por decisão da maioria das candidaturas. A única objeção foi do candidato do PSOL, Guilherme Boulos.
O próximo candidato a perguntar é Guilherme Boulos. A quem o senhor fará a sua pergunta, candidato?
Guiherme Boulos
Só me restou Cabo Daciolo?
Mediador
Só o Cabo Daciolo. Isso mesmo.
Guiherme Boulos
Então é o Cabo Daciolo.
Mediador
Sem dúvida. Trinta segundos, candidato.
Guiherme Boulos
Primeiro, quero parabenizar a você, Marina, por ter colocado o Jair Bolsonaro no seu lugar. Quer mesmo ganhar no grito, e no grito não se ganha eleição, Bolsonaro.
Agora, Daciolo, eu poderia te perguntar aqui sobre um tema que lhe é caro, a integração latino-americana que você se referiu no debate passado, mas acho que interessa mais ao povo brasileiro nós tratarmos aqui de emprego. O governo Temer gerou um desemprego brutal. Qual a sua proposta para resolver problema de emprego de quem está nos assistindo?
Cabo Daciolo
População brasileira, nação brasileira, um dos grandes vilões da nação são os de banqueiros. Banqueiros têm lucros exorbitantes de bilhões todos os anos dentro da nação. Nós vamos reduzir impostos e reduzir juros. Esse é um fato verdadeiro. A partir desse momento, você entra com investimento, porque é dinheiro o que mais tem no país. Não acreditem quando falem que tem crise financeira na nação brasileira, porque não existe crise financeira na nação brasileira. Então, nós vamos investir com o dinheiro que existe na nação. Vamos preparar os nossos jovens colocando a Educação, ciências, tecnologia, inovação, os institutos federais e vamos caminhar e levar todos para o mercado de trabalho. E quero deixar bem claro. Na primeira semana, nós vamos adorar ao Senhor. Na segunda semana, haverá um pronunciamento e vai ser: todos os empregados do Brasil, compareça na Unidade Militar mais próxima da sua residência.
Mediador
O tempo, Cabo Daciolo. 45 segundos para a sua réplica, candidato.
Guiherme Boulos
Nós vamos criar o programa Levanta Brasil. Com o Levanta Brasil, nos primeiros dois anos de governo, nós vamos gerar seis milhões de empregos, entre empregos diretos e indiretos. Com investimento em infraestrutura, saneamento básico, Saúde, Educação e moradia. Através dessa cadeia de investimentos, nós vamos criar o Meu bairro Minha vida. Porque não basta dar um teto para as pessoas, é preciso dar dignidade, levando junto com a moradia também a creche, a escola, a UBS e tudo aquilo que as pessoas precisam. E, com isso, a gente vai atender duas necessidades das pessoas: de um lado, gera-se emprego, do outro lado, serviço público de qualidade que o nosso povo precisa. Esse é o caminho para tirar o Brasil da crise.
Cabo Daciolo
O problema da nossa nação chama-se gestão. Gestão e política pública. Eu quero dizer a você que está me ouvindo, cidadão brasileiro, povo brasileiro. Você tem direito à Educação, à Saúde, à alimentação, ao trabalho, ao transporte, ao lazer,
à Previdência Social, que é superavitária. Não acreditem quando fala que tem déficit da Previdência porque não tem.
A declaração de Daciolo é FALSA. De acordo com a Receita Federal, o déficit do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) atingiu R$ 195 bilhões em junho de 2017, como resultado de R$ 390,97 bilhões de arrecadação e R$ 586,03 bilhões de despesas. Nesse déficit não está incluso o dos RPPS (Regimes Próprios de Previdência Social) dos servidores públicos federais civis e militares, que, em junho 2017 (dado mais recente divulgado), tiveram déficit de R$ 86,4 bilhões: R$ 37,1 bilhões de receitas contra R$ 123,5 bilhões em despesas. Com relação ao RPPS dos servidores estaduais e municipais, o levantamento consolidado mais recente é de 2016, da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda que aponta um déficit de R$ 78,5 bilhões.
Esses são os teus direitos. E o meu dever é proporcionar isso tudo pra você, e nós vamos proporcionar. E toda população que está na extrema pobreza. Nós vamos cuidar de você. O Bolsa Família vai permanecer.
Temos mais de 14 milhões de brasileiros na extrema pobreza.
Segundo o levantamento da LCA Consultores, com base nos microdados da Pnad Contínua, o país passou de 13,34 milhões de brasileiros na extrema pobreza em 2016 para 14,83 milhões no ano passado e, portanto, a afirmação é VERDADEIRA. Segundo Cosmo Donato, economista da LCA, um dos fatores por trás desse aumento foi o fechamento de postos com carteira assinada, que têm garantias trabalhistas e pisos salariais.
E 50, mais de 50 milhões na pobreza.
No Brasil, 52,168 milhões de habitantes, ou 25,4% da população, viviam em 2016 abaixo da linha de pobreza estipulada pelo Banco Mundial, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2017, a mais recente divulgada pelo IBGE. Esse número corresponde ao total de brasileiros que vivem com menos de US$ 5,50 por dia por pessoa, equivalente a uma renda mensal de R$ 387,07 por pessoa em valores de 2016. Aos Fatos já checou esta informação, e você pode conferir no link abaixo:
Você vai ser tratado com dignidade porque vai gastar o investimento do Brasil.
Mediador
Os dois candidatos podem continuar ainda no centro do nosso estúdio porque agora é a vez do candidato Cabo Daciolo perguntar e quem deve responder obrigatoriamente é Guilherme Boulos. Então, por favor, fique à vontade, Cabo Daciolo. Sua pergunta, 30 segundos.
Cabo Daciolo
Quero dizer a todos aqui que estão concorrendo ao cargo de Presidente da República que eu amo todos os senhores, trato todos com respeito. Mas eu tenho que falar algo aqui verdadeiro. Nação brasileira, isso aqui é um grande teatro, isso aqui é uma grande mentira. São só promessas. São os mesmos de sempre que estão na política já há anos. O mais novinho aqui tem mais de 30, 30 anos de vida pública. Só sabem prometer. Promessa, promessa, promessa. Chega na hora do vamos ver não fazem nada. A pergunta será que eles têm vergonha, meu irmão? Será que eles sentem vergonha? Essa é a pergunta.
Mediador
Um minuto para a resposta.
Guilherme Boulos
Olha Daciolo, eu tenho 36 anos de idade, sou o candidato mais jovem da história do país a concorrer à Presidência da República. Mas, de fato, tem muita gente sem vergonha na política brasileira, gente que só cuida dos seus interesses, do seu egoísmo, dos seus interesses políticos e partidários, e não da maioria do povo brasileiro. E é por isso que nós temos que enfrentar privilégios e é o que nós vamos fazer no nosso governo. Sem medo de enfrentar o 1% que está no andar de cima e governar para os 99%. Vou dar um exemplo aqui de como se financia o Estado hoje no Brasil. Se você tiver uma casa e for alugar ela você vai pagar 27,5% de imposto. Agora, se você montar uma imobiliária, você vai alugar 50 casas e vai pagar 12% de imposto. Agora, você se associar aqui com candidatos milionários, com Meirelles, com Alckmin, com Bolsonaro e montar um fundo imobiliário, você vai pagar 1% de imposto. Por isso, nós vamos fazer uma reforma tributária para que quem tem menos, pague menos, e quem tem mais, pague mais.
Mediador
Seu tempo, 45 segundos para sua réplica.
Cabo Daciolo
Nação brasileira, maldito é o homem que confia no homem mas bendito é o homem que confia em Deus. Parem de acreditar em homens, parem de acreditar em partidos políticos. Eles são todos amiguinhos. Se olhar aqui à minha frente eu tenho um Álvaro Dias, Eu tenho Henrique Meirelles e eu tenho Geraldo Alckmin e eu tenho Marina. Tudo aqui é praticamente PSDB. São amigos. Todo mundo aqui é amiguinho, todo mundo fica rindo brincando, enquanto você está sofrendo, quando termina tudo não pense que são inimigos, eles começam a conversar. Eu deixei de falar da Marina, mas a Marina há pouco tempo, na última eleição, apoiou Aécio Neves que é do PSDB. Então é tudo uma coisa só. Ei, quer transformação? Acredite no Senhor Jesus Cristo, ele vai dar transformação para a nação brasileira.
Mediador
Sua tréplica, candidato Boulos.
Guilherme Boulos
Olha, de fato, aqui neste debate novamente nós vemos 50 tons de Temer. O governo Temer é o mais rejeitado da história do país. E aí alguns querem se afastar dele. Aliás, o Temer deu uma entrevista hoje dizendo que o Alckmin é o seu candidato mais ligado ao governo, talvez seja o preferido, mas não o único. Muitos aqui, inclusive, ajudaram a aprovar medidas do governo Temer contra você e contra todo o povo brasileiro. O congelamento de investimentos sociais por 20 anos em Saúde, Educação, a Reforma Trabalhista que tira direitos e que o seu Bolsonaro disse no debate passado, que o trabalhador tem que escolher entre direitos e emprego. No nosso governo, o trabalhador vai ter emprego e ainda mais direitos e nós vamos retomar o investimento público no Brasil.
Mediador
Muito obrigado ao candidato. Senhores, podem para retornar a seus lugares. Chegamos ao final do terceiro debate RedeTV! / IstoÉ, o maior debate multiplataforma do Brasil, com transmissão simultânea no Facebook e no YouTube, Twitter e pelos portais UOL e da RedeTV!. Em seguida, voltaremos com as considerações finais dos candidatos. Nossa transmissão contínua pela internet, diretamente da redação digital da RedeTV!. Até já.
Mediador
Estamos de volta com debate RedeTV! IstoÉ com os candidatos à Presidência da República. Este é o maior debate multiplataforma do Brasil, com transmissão em rede nacional e pela internet na página da RedeTV! no Facebook, no nosso canal no YouTube, no Twitter, no UOL e no portal da RedeTV!. A nossa redação digital acompanha as reações dos internautas em tempo real.
Antes de prosseguirmos com o nosso debate, gostaria de dizer que o candidato Jair Bolsonaro, durante o intervalo, pediu direito de resposta por ter sido chamado de milionário, no último bloco, pelo candidato Guilherme Boulos, mas esse direito de resposta foi negado, candidato. Portanto, nesse último bloco, o candidato ou candidata terá a chance de se despedir e dar seu recado ao eleitor. Cada um terá 45 segundos para suas considerações finais.
Pela ordem que foi definida em sorteio com os assessores dos candidatos, o primeiro a fazer suas considerações finais é o candidato Geraldo Alckmin. O senhor tem 45 segundos.
Geraldo Alckmin
Quero agradecer a vocês que nos assistiram até esta hora, agradecer essa mulher guerreira que é a nossa candidata a vice-presidente, a senadora Ana Amélia, uma das mais brilhantes senadoras, que nos honra como companheira de chapa. Também dizer aqui sobre os 50 tons do Temer, que eu acho que 40 desses tons são vermelho do PT e dos seus aliados porque foram eles que escolheram o Temer de vice da Dilma. Aliás, escolheram duas vezes. Mas trazer uma palavra aqui de esperança. Eu acho que o Brasil tem pressa, pressa para ter governo que funcione, sair desse marasmo verdadeiro, fazer reformas, são as reformas…
Mediador
Seu tempo…Agora é a vez do candidato Henrique Meirelles. 45 segundos para o seu recado final, candidato.
Henrique Meirelles
Eu quero agradecer à RedeTV! por essa oportunidade de falar a todos vocês, eu quero agradecer ao meu vice, Germano Rigotto, homem honrado, que muito me honra em estar ao meu lado, e quero agradecer a você que ficou até tarde. Eu não sou político. Muitos de vocês não me conhecem, nunca me candidatei antes a presidente da República. Trabalhei em empresas em grande parte da minha vida. Cheguei a presidente de um grande grupo financeiro nos Estados Unidos. Voltei ao Brasil porque eu fui chamado para comandar a economia e criei, juntamente com a equipe, mais de 12 milhões de empregos. Basta me chamar. Chama o Meirelles, que eu volto e vamos fazer o Brasil crescer.
Mediador
Muito obrigada, candidato. Agora é a vez do candidato Ciro Gomes. O senhor tem 45 segundos.
Ciro Gomes
Eu quero agradecer à RedeTV!, aos jornalistas, o privilégio dessa noite, quero agradecer aos ilustres concorrentes à Presidência da República, quero especialmente agradecer a você, meu irmão, minha irmã, brasileiros de todos os rincões que ficaram conosco até essa hora. Se você acha que o Brasil precisa mudar, nós estamos juntos nessa batalha. Ajudar vocês, aqueles que estão precisando a tirar o nome do SPC; gerar dois milhões de empregos retomando obras paradas pelo Brasil inteiro; apostar em creche em tempo integral, ensino médio profissionalizante em tempo integral, como já temos no Ceará. Esses são alguns dos nossos compromissos. Revogar esta vergonha, falando aqui como o Boris Casoy, que é o teto de gasto, que guarda o dinheiro para os banqueiros e é proibido de se investir na agenda do povo.
Mediador
Obrigada, candidato. Agora é a vez das considerações finais do candidato Guilherme Boulos. 45 segundos.
Guilherme Boulos
Primeiro dizer que parece que a carapuça de 50 Tons de Temer serviu ao Geraldo Alckmin. Não por acaso. Mas quero agradecer à RedeTV!, agradecer à minha companheira de chapa Sonia Guajajara, primeira indígena numa chapa presidencial na história deste país, e agradecer a você que está em casa e nos acompanhou até agora. Querem fazer você acreditar que o único jeito de ser presidente do Brasil é ter apoio de banqueiro, de grande empresário, é fazer campanha com o marqueteiro. Aqui não, aqui tem outro jeito de fazer política, que é com olho no olho, que é política e campanha feita por gente como a gente. Não se deixe enganar. Muitos aqui disseram que são mudança. Se não fizeram até hoje, não vão fazer. Mudança de verdade aqui. Vote 50, vote PSOL sem medo de mudar o Brasil.
Mediador
O próximo pela nossa ordem é o candidato Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro
Primeiro, quero agradecer a Deus pela oportunidade, e se essa for a missão dele, com toda certeza, nós a bem cumpriremos. O Brasil precisa de um presidente honesto, patriota, que respeite a família, que honre as crianças em sala de aula, que afaste de vez o fantasma do comunismo, que ataque o Foro de São Paulo. Um país que una a todos independente de sua opção, cor de pele ou região. Juntos, podemos, sim, fazer um Brasil diferente e melhor para todos. Meu muito obrigado e boa noite.
Mediador
Obrigada, candidato. Por favor, peço à plateia que não se manifeste por enquanto, o debate já está quase terminando. É a vez do candidato Alvaro Dias fazer suas considerações finais.
Alvaro Dias
Eu quero pedir a você que abra o olho. Essa tentativa de generalizar na política é uma tentativa burra. Eu não aceito. Eu não aceito ser colocado no mesmo balaio daqueles que são os sustentáculos desse sistema corrupto e incompetente que empurrou o país para esse caos administrativo, pra essa tragédia política. Nós queremos é substituir esse sistema com a refundação da República. Eu sempre o combati, eu sempre contestei. Eu estou há mais tempo, sim, mais contestando, combatendo, revoltado com as suas injustiças. E nós vamos refundar a República para construir a grande nação que todos nós merecemos.
Mediador
Obrigada, candidato. Agora vamos ouvir as considerações finais de Marina Silva. A senhora tem 45 segundos.
Marina Silva
Eu quero agradecer a Deus por estarmos aqui, quero cumprimentar a RedeTV! por esse debate e quero dizer que todos nós aqui nos esforçamos para apresentar propostas ou, pelo menos, a maioria de nós, agradecer às pessoas que estão até uma hora dessas acordadas. Eu quero dizer que além das propostas, nós temos que nos conectar com o propósito, o propósito de que nenhuma mulher seja subestimada, o propósito de que nenhum jovem tenha que morrer quando vai a caminho da escola, o propósito de que nenhuma pessoa que esteja num cargo público se esconda dentro do palácio atrás do foro privilegiado para não ser julgado pelos crimes que cometeu contra as finanças públicas.
Mediador
Vamos ouvir o candidato Cabo Daciolo, que será o último a fazer suas considerações finais. O senhor tem 45 segundos.
Cabo Daciolo
Glória, glória a Deus. Eu sirvo um Deus das causas impossíveis, ao Deus que diz que tudo o que você pedir em oração. Se você crer, você vai receber. E eu creio que eu vou ser o futuro Presidente da República. Eu quero dizer a você que está me ouvindo...
... Você que, no passado, na última eleição, mais de 37 milhões de brasileiros, que votaram nulo, branco e abstenção ...
Como Daciolo provavelmente se refere às últimas eleições presidenciais, de 2014, sua afirmação é VERDADEIRA. Segundo o TSE, no primeiro turno, 38,7 milhões de eleitores se abstiveram ou votaram branco ou nulo. No segundo turno, o número caiu para 37,2 milhões.
... Nos deu uma oportunidade, nos deu uma oportunidade e você vai ver que a palavra de Deus é verdadeira. Quando o justo governa, o povo se alegra. Toda honra, toda glória seja dada ao nosso Senhor Jesus Cristo. Juntos somos fortes. Nenhum passo daremos atrás. E Deus está no controle. Glória.
Mediador
E chegamos ao final do debate RedeTV! IstoÉ com os candidatos à Presidência da República. Em nome da RedeTV! e da IstoÉ, agradecemos aos candidatos, convidados, telespectadores e internautas.
Agradecemos também à nossa parceira IstoÉ e ao apoio do Facebook, YouTube, Twitter e UOL, que tornaram possível a realização do maior debate multiplataforma do Brasil. Nosso dever é contribuir para que você, eleitor, conheça as propostas de cada candidato, que possa tomar a melhor decisão na urna no dia 7 de outubro.
Olha, você também pode rever a íntegra desse debate no portal da RedeTV!. O nosso próximo debate será na sexta-feira que vem com os candidatos ao governo de São Paulo, dia 24, portanto, sexta-feira que vem. Muito obrigado pela audiência e pela sua participação. Boa noite e um bom voto.