🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Agosto de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

CDC não disse que teste RT-PCR é ineficaz para diagnosticar Covid-19

Por Marco Faustino

4 de agosto de 2021, 11h57

É falso que o CDC (Centers for Disease Control, órgão de saúde do governo dos EUA) fez um alerta de que o teste RT-PCR seria ineficaz para diagnosticar o novo coronavírus, como alegam postagens nas redes (veja aqui). Na realidade, em comunicado recente, a entidade apenas recomendou aos laboratórios do país o uso de um novo modelo de exame, que tem o mesmo método do RT-PCR, mas é capaz ainda de detectar os vírus influenza A e B. A mudança busca economizar tempo e recursos, de acordo com o CDC.

Posts com o conteúdo enganoso acumulavam ao menos 2.000 compartilhamentos nesta quarta-feira (4) e foram marcados com o selo FALSO na plataforma de verificação do Facebook (saiba como funciona).


Não é verdade que o CDC (Centers for Disease Control, órgão de saúde do governo dos EUA) teria feito um alerta de que os exames RT-PCR são ineficazes para detectar o novo coronavírus e que isso provaria que houve uma supernotificação de casos de Covid-19, como alegam as postagens checadas.

Em um comunicado feito em julho, o CDC recomendou aos laboratórios americanos a substituição do exame RT-PCR regular pelo CDC Influenza SARS-CoV-2 (Flu SC2) Multiplex Assay. Esse teste, desenvolvido pelo órgão, utiliza o mesmo método do RT-PCR, mas é capaz também de identificar na mesma amostra os vírus influenza A e B, causadores da gripe.

A mudança na orientação do órgão não se deu por uma suposta ineficácia do exame RT-PCR, que, segundo o CDC informou ao Aos Fatos, "é altamente preciso", mas pela possibilidade de economia de recursos e tempo ao se diagnosticar Covid-19 e gripe com apenas uma amostra coletada das vias respiratórias do paciente.

Além disso, a hipótese levantada pelas postagens checadas, de que uma confusão com diagnósticos de influenza possa ter inflado as notificações de Covid-19, não se sustenta porque os testes verificam diferentes regiões de um vírus para ter confiabilidade, segundo Melissa Markoski, professora de biossegurança da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre). "O Sars-Cov-2 e o influenza são vírus de estruturas muito diferentes, não há como fazer confusão”, afirmou a professora.

O RT-PCR é o teste considerado padrão-ouro por autoridades sanitárias brasileiras, como a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e internacionais, como ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças). O exame é capaz de detectar o material genético do coronavírus na fase aguda da doença, identificando a presença do RNA do SARS-CoV-2 em amostra obtida por meio de swab (cotonete) na mucosa da nasofaringe (nariz e garganta).

Em checagens anteriores, Aos Fatos já verificou que o exame RT-PCR não causa inflamação no cérebro de pacientes, e que não gera 97% de falsos positivos para Covid-19.

Esta peça de desinformação também foi checada pelo Estadão Verifica.

Referências:

1. CDC (Fontes 1 e 2)
2. UOL
3. Ministério da Saúde
4. Anvisa
5. ECDC
6. Aos Fatos (Fontes 1 e 2)


De acordo com nossos esforços para alcançar mais pessoas com informação verificada, Aos Fatos libera esta reportagem para livre republicação com atribuição de crédito e link para este site.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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