Não é verdade que o Mossad, o serviço secreto de inteligência de Israel, criticou o Brasil após um soldado das forças israelenses acusado de cometer crimes de guerra ser alvo da Justiça brasileira. A declaração original chamando o Brasil de “Estado patrocinador de terrorisas” foi publicada por um parlamentar de Israel, no X (ex-Twitter), no último domingo (5).
Postagens nas redes com o conteúdo enganoso acumulavam 3.000 compartilhamentos no X e 8,6 mil curtidas no Instagram até a tarde desta terça-feira (7). As peças falsas também alcançaram centenas de compartilhamentos no Facebook.
Lula comprou briga com o Mossad e eles responderam. ‘Se o Brasil não corrigir seus hábitos, pagará um preço’. O Mossad é o serviço de inteligência de Israel, renomado internacionalmente por suas operações secretas, espionagem e atuação na cena global. O melhor serviço secreto do mundo.

Postagens nas redes atribuem de maneira enganosa ao Mossad, serviço secreto de inteligência de Israel, uma frase publicada no X (ex-Twitter) pelo parlamentar israelense Dan Illouz. Ele criticou o Brasil após a Justiça brasileira iniciar uma investigação contra um soldado reservista de Israel que passava férias no Brasil, acusado de cometer crimes de guerra na Palestina.
Dan Illouz postou em sua conta no X (veja abaixo), no último domingo (5), uma mensagem condenando a iniciativa da Justiça brasileira de investigar o soldado Yuval Vagdani, do 434º Batalhão das Brigadas Gavati, acusado de praticar crimes de guerra na Faixa de Gaza. Illouz atacou o Brasil afirmando que o país é um “Estado patrocinador de terroristas”.
ברזיל הפכה למדינת חסות של טרוריסטים. במקום לרדוף מחבלים, היא רודפת חייל צה”ל – יהודי שניצל מטבח אכזרי ומגן על עמו. חרפה שלא תיסלח. ישראל לא תשב בחיבוק ידיים מול רדיפת חייליה, ואם ברזיל לא תתקן את דרכה – היא תשלם מחיר.
— דן אילוז - Dan Illouz (@dillouz) January 5, 2025
ולפיד? במקום להילחם בתופעה המסוכנת הזו, הוא ישר מאשים את… pic.twitter.com/SKeIEgv5mF
Não há registros, no entanto, de que o serviço secreto israelense tenha condenado publicamente a ação da Justiça Federal do Distrito Federal, que cumpriu um pedido feito pela Fundação Hind Rajab — HRF, na sigla em inglês —, organização internacional pró-palestina que rastreia atividades de centenas de soldados israelenses envolvidos no conflito entre Israel e Hamas.
Após o anúncio sobre a investigação, Vagdani deixou o Brasil assistido pela Embaixada de Israel no país no domingo (5).
O caminho da apuração
Aos Fatos fez buscas na imprensa e verificou que a frase atribuída ao Mossad havia sido publicada pelo parlamentar israelense Dan Illouz no X (ex-Twitter). Usamos reportagens para contextualizar a checagem.