🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Bolsonaro não chamou apoiadores de ‘porcarias’ em reunião com ministros

Por Priscila Pacheco

25 de maio de 2020, 18h48

Não é verdade que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha se referido a seus apoiadores como "porcarias", como afirmam publicações em redes sociais (veja aqui). Segundo essas postagens, a ofensa teria sido proferida na reunião ministerial do dia 22 de abril, mas ela não consta na transcrição ou nos vídeos publicados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na sexta-feira (22). No encontro, a única vez em que o presidente citou a palavra "porcarias" foi em referência a uma suspeita dele de que novas lideranças populares poderiam surgir contra seu governo caso uma crise social e econômica se instale no país.

As peças de desinformação têm sido difundidas no Facebook, onde acumulavam ao menos 20.000 compartilhamentos até a tarde desta segunda-feira (25). Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação disponibilizada pela rede social (saiba como funciona).


FALSO

"Se eu precisar de apoio eu peço a um desses porcarias aí para pegar uma bandeira e balançar aqui na frente do Palácio" (Mito)

Deixem sua gargalhada: 🤣😂🤣😂💩

É falso que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha chamado seus apoiadores de "porcarias" durante a reunião ministerial do dia 22 de abril. O Aos Fatos consultou a transcrição do vídeo do encontro, liberada pelo STF na sexta-feira (22), e não encontrou essa fala. Também não há registros na imprensa de que Bolsonaro tenha se referido a apoiadores nesses termos no passado.

Durante a reunião de abril, Bolsonaro usa diversos xingamentos, mas direcionados a seus opositores políticos. Por exemplo, disse que “esse bosta do governador de São Paulo [João Doria, do PSDB], esse estrume do Rio [governador Wilson Witzel, do PSC], esse bosta do prefeito de Manaus [Arthur Virgílio Neto, do PSDB], abrindo covas coletivas”.

A palavra "porcaria" até é dita pelo presidente, mas em um contexto em que ele parece estar falando de possíveis adversários, não de apoiadores. Ele disse: “Paralelamente a isso tem aí OAB da vida, enchendo o saco do Supremo, pra abrir o processo de impeachment porque eu não apresentei meu ... meu exame de ... de ... de ... de vírus, essas frescurada toda, que todo mundo tem que tá ligado. Não é apenas é ... cuidar do seu ministério nessas questões que estamos tratando aqui, é tratar da questão política também. Tá certo? Então é ... essa é a preocupação temos que ter, porque a luta pelo poder continua. A todo ... a todo vapor. E, sem neurose da minha parte, tá? O campo fértil pra aparecer um ... uns porcaria aí, né? Levantando a ... aquela bandeira de . .. do ... do povo ao meu lado, não custa nada. E o terreno fértil é esse, o desemprego, caos, miséria, desordem social e outras coisas mais."

O vídeo da reunião ministerial foi liberado pelo ministro do STF Celso de Mello como parte do inquérito que investiga as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Segundo ele, Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal para blindar sua família de investigações.

Referências:

1. Aos Fatos

2. Supremo Tribunal Federal


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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