O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), voltou a mentir sobre o governo dele ter criado o Pix, meio de pagamento desenvolvido pelo BC (Banco Central), durante o horário eleitoral obrigatório de terça-feira (30). Na verdade, o projeto em 2016 e teve suas principais diretrizes definidas em 2018, ainda durante a gestão de Michel Temer (MDB).
Na propaganda, o candidato também é impreciso ao dizer que não há cobrança de tarifas no Pix, o que só é verdade nos casos de pessoas físicas, microempreendedores individuais ou empresários individuais. Essas alegações já foram repetidas 12 e 15 vezes por Bolsonaro, respectivamente, segundo o contador de declarações checadas do presidente, mantido pelo Aos Fatos desde 2019.
Além da transmissão no horário eleitoral obrigatório, a propaganda desinformativa também foi veiculada na plataforma de anúncios do Google, direcionada a homens e mulheres do Brasil inteiro de todas as faixas etárias.
Não é possível saber o valor exato pago pelo anúncio, já que a página de transparência do Google informa apenas a faixa de valor, que neste caso foi entre R$ 500 e R$ 1.000. O mesmo ocorre em relação à métrica de alcance — o vídeo foi exibido entre 200 mil e 225 mil vezes nesta quinta-feira (1º). O valor representa 0,1% do total gasto com anúncios no Google por Bolsonaro (R$ 833 mil) desde o início da campanha eleitoral.
O presidente ainda replicou o vídeo da propaganda em seu canal de Telegram, em que foi visto mais de 125 mil vezes.
Questionado sobre a veiculação do anúncio desinformativo, o Google não respondeu até a publicação desta reportagem.