Entre a noite de quarta-feira (19) e a manhã de quinta-feira (20), posts no Twitter com o texto “comentário removido pelo Tribunal Superior Eleitoral” foram publicados para dar a entender que a Justiça Eleitoral havia determinado a exclusão desses conteúdos. No entanto, não há qualquer decisão relacionada a esses tuítes. Na verdade, eles imitam avisos da plataforma para dar a impressão de remoção.
- O Aos Fatos identificou ao menos 146 publicações com o falso aviso;
- A ação foi realizada por 76 perfis, em resposta a 80 tuítes diferentes;
- Um único usuário publicou 19 comentários que simulavam a remoção.
Algumas postagens inseriram a simulação de aviso de remoção no meio de frases, como se um termo ou expressão tivesse sido excluído. Entre as palavras falsamente censuradas estavam xingamentos ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pedidos de intervenção militar.
Reação a decisões do TSE. A onda de comentários ocorreu após uma série de decisões da Justiça Eleitoral que afetaram aliados de Jair Bolsonaro (PL) e sua campanha. Nesta quarta-feira (19), o TSE determinou direito de resposta à campanha petista em inserções de TV da campanha à reeleição do presidente.
- Pelo menos 11 comentários simulando remoções reagiam a publicações sobre esse caso;
- Dezenove comentários com falsos avisos de remoção também faziam referência à decisão que afetou a Jovem Pan. No sábado (15), o TSE atendeu a um pedido da campanha do PT solicitando direito de resposta relativo a falas de apresentadores da emissora, que considerou a decisão uma censura;
- Outros 12 respondiam a publicações críticas ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes ou a outras decisões da Justiça Eleitoral;
- Dois comentários ainda foram motivados por uma publicação do pastor André Valadão em que ele mentiu sobre ter sido intimado a se retratar por publicações críticas ao ex-presidente Lula — o TSE negou que tenha pedido a retratação.
A maioria dos falsos avisos de remoção (90), contudo, não foi feita em respostas a publicações que tratavam do tema. Muitos reagiam a postagens de outros assuntos do momento, como publicações sobre futebol, sem conotação clara de protesto contra decisões judiciais.