🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Boletins de urna mostrados em vídeo não são de MG nem provam fraude

Por Marco Faustino

10 de outubro de 2022, 18h23

Os boletins de urna mostrados em um vídeo que circula nas redes sociais não são de Minas Gerais nem comprovam fraude eleitoral, como afirmam postagens (veja aqui). Cada urna eletrônica imprime pelo menos cinco cópias do boletim, que ficam à disposição de fiscais e de outras entidades e depois podem ser descartados sem prejuízo à totalização. Além disso, as imagens foram registradas no Rio de Janeiro, como confirmou o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do estado.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 40 mil compartilhamentos no Facebook nesta segunda-feira (10) e circulam também no Kwai e no WhatsApp, no qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

Olha as fraudes em MG. Olhem os números reais da vitória de Bolsonaro, fraude comprovada.

Posts difundem vídeo que mostra boletins de urnas do RJ como se fosse prova de fraude eleitoral em MG, o que não aconteceu em nenhum estado

Um vídeo em que aparecem boletins de urnas impressos com mais votos para Jair Bolsonaro (PL), presidente e candidato à reeleição, não mostra indícios de fraude eleitoral em Minas Gerais. Os papéis exibidos na filmagem são boletins de urnas utilizados no Rio de Janeiro, e estão afixados publicamente conforme disposto na Resolução 23.669 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além disso, o autor da filmagem, que não foi identificado pelo Aos Fatos, em nenhum momento diz que o registro se trata de um indício de fraude eleitoral.

Frame do vídeo difundido nas redes sociais mostra boletim com os candidatos a governador no RJ, o que denota que os boletins são do RJ, não de MG.
Estado errado. Um dos boletins de urna exibido na filmagem exibe a lista de candidatos ao governo de RJ, não de MG.

“O vídeo somente traz uma pessoa mostrando os vários boletins afixados dentro de um local de votação, que não é possível ser identificado. Portanto, o vídeo não demonstra nenhum indício de fraude”, informou o TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) ao Aos Fatos.

Os boletins de urna servem apenas para conferência caso alguém venha a questionar o resultado ou deseje obter parciais da votação antes da conclusão da apuração oficial, como já explicado pelo Aos Fatos. Ao final da votação, cada equipamento imprime no mínimo cinco vias do boletim:

  • uma é afixada na zona eleitoral correspondente;
  • uma fica com o presidente da mesa;
  • uma com o fiscal presente no local;
  • e duas vão para o TRE responsável.

Uma dessas cópias enviadas à Justiça Eleitoral deve ser arquivada para eventuais consultas. O TRE-MG acrescentou que o fato de alguns boletins de urna apresentarem um resultado específico diferente do resultado geral da eleição não significa que houve fraude, e que os documentos podem ser comparados com aqueles que estão disponíveis no site do TSE para atestar que não houve desvio ou alteração.

No dia da votação do primeiro turno, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que as eleições ocorreram dentro da normalidade, e que não houve atraso na apuração e totalização dos votos. Jair Bolsonaro obteve 51,09% dos votos válidos contra 40,68% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado do Rio de Janeiro. Já em Minas Gerais, Lula obteve 48,29%, contra 43,60% de Bolsonaro. Na totalização nacional, Lula venceu o primeiro turno com 48,43% dos votos contra 43,20% de Bolsonaro.

Referências:

1. TSE (1, 2, 3, 4 e 5)
2. Aos Fatos (1 e 2)
3. UOL


Aos Fatos integra o Programa de Verificação de Fatos Independente da Meta. Veja aqui como funciona a parceria.

Topo

Usamos cookies e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concordará com estas condições.