O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) não admitiu, em vídeo, que participou de uma orgia com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) em Cuba nem disse que é chantageado pelo petista, como afirmam postagens nas redes sociais (veja aqui). As publicações distorcem um trecho de uma entrevista em que o magistrado cita esta alegação como exemplo de desinformação que é disseminada sobre ele. O vídeo original foi publicado em 9 de fevereiro de 2022 no canal oficial do site JOTA no YouTube.
Publicações que difundem o vídeo editado somavam 26 mil compartilhamentos no Facebook e 60 mil visualizações no Tik Tok nesta quarta-feira (4).
Ministro do STF Luís Roberto Barroso confessa ter participado de uma orgia em Cuba. “Eu sou chantageado por José Dirceu”, diz Barroso.
Não é verdade que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso confessou ter participado de uma orgia em Cuba com o ex-ministro petista José Dirceu, como é alegado nas redes sociais. O vídeo que circula como prova da alegação é uma versão editada e fora de contexto de uma declaração do magistrado em entrevista concedida ao site JOTA em fevereiro.
Na fala completa, Barroso defende a necessidade de mecanismos de moderação do conteúdo que circula na internet e alega que “a mentira virou uma estratégia de destruição de reputações”. O magistrado, então, cita uma história falsa sobre ele disseminada nas redes sociais. Confira a transcrição na íntegra:
“Para dar alguns exemplos meus, que circula (sic) muito pela internet, chega a ser divertido de tão bizarro, que eu sou chantageado pelo ex-ministro José Dirceu por uma orgia que nós participamos em Cuba. Vocês não vão acreditar na quantidade de circulação que tem dessa notícia. Eu queria dizer que nunca fui a Cuba, não sou dado a orgias, e não mantenho nenhum contato nem tenho nenhum tipo de relação com o ex-ministro José Dirceu”.
As partes inicial e final da fala são cortadas no trecho usado pelas peças desinformativas, restando “eu sou chantageado pelo ex-ministro José Dirceu por uma orgia que participamos em Cuba”.
Algumas versões da desinformação incluem um trecho de uma entrevista concedida por Jair Bolsonaro (PL) à Jovem Pan, em janeiro, em que o presidente alega que o regime cubano teria filmado artistas e personalidades brasileiras em atos libidinosos dentro de quartos de hotéis para chantageá-los. O presidente, no entanto, não citou nomes nem forneceu provas que sustentassem a alegação.
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