Não é verdade que o BC (Banco Central) sofreu um ataque hacker que teria roubado R$ 3 bilhões de suas contas de reserva, como alegam posts nas redes. Em nota, a instituição afirmou que “os sistemas administrados pelo BC não foram afetados” e que a invasão atingiu o sistema de uma empresa terceirizada que fornece tecnologia a instituições financeiras.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 30 mil curtidas no Instagram, 3.500 compartilhamentos no Facebook e mil compartilhamentos no X até a tarde desta quinta-feira (3). Os posts falsos também alcançam centenas de visualizações no TikTok.
URGENTE - Hackers que invadiram o Banco Central roubaram aproximadamente R$ 3 bilhões e não R$ 1 bilhão, diz UOL!

Publicações nas redes enganam ao afirmar que o Banco Central sofreu uma invasão hacker que teria roubado cerca de R$ 3 bilhões de suas contas de reserva. Em nota, a instituição afirmou que “os sistemas administrados pelo BC não foram afetados” e que o alvo do ataque foi uma empresa terceirizada que fornece tecnologia a instituições financeiras.
De acordo com o órgão, a empresa C&M Software, que presta serviços de tecnologia da informação para instituições participantes do Pix, comunicou que sofreu um ataque na última semana. O BC então orientou que fosse interrompido o acesso das instituições financeiras às infraestruturas operadas pela empresa.
Na invasão, criminosos usaram credenciais válidas de clientes para fraudar o sistema. A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso.
De acordo com a empresa, ainda não é possível confirmar se houve prejuízo financeiro. Duas das seis instituições impactadas, no entanto, já negaram que tenha havido perda de recursos.
Assim que tomou conhecimento do ataque, o Banco Central suspendeu os serviços fornecidos pela C&M Software. Na manhã desta quinta-feira (3), foi emitido comunicado informando a retomada parcial das operações da empresa terceirizada.
A peça de desinformação cita o UOL como fonte mas, nas reportagens do portal que noticiam o roubo (aqui e aqui), não é dito que o dinheiro teria sido desviado do BC. O veículo também estimou a cifra que teria sido roubada, mas ressaltou que o valor não tinha sido confirmado.
O caminho da apuração
Aos Fatos entrou em contato com o Banco Central, que afirmou que “os sistemas administrados pelo BC não foram afetados” pelo ataque sofrido por uma empresa terceirizada que presta serviços de tecnologia financeira.
A reportagem ainda usou notas publicadas pela C&M Software — empresa que teve credenciais usadas de forma fraudulenta — e pelas instituições financeiras BMP e Banco Paulista — instituições afetadas pelo ataque — para contextualizar a verificação, além de notícias publicadas pela imprensa.