Não é verdade que o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, apreendeu malas de dinheiro que teriam sido levadas por uma comitiva de Lula para depósito no Banco do Vaticano. Aos Fatos não encontrou registros do caso na imprensa ou em canais oficiais. Além disso, a instituição financeira não atende civis, apenas entidades ligadas à Igreja Católica.
As peças de desinformação somavam 1.100 compartilhamentos no X e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (6). Os posts enganosos circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
Malandro pegando sua parte, tudo montado pra mandar pro Banco do Vaticano, a comitiva do ladrão que viajou sem ser fiscalizada, foi pega pelo FBI na Itália com malas de dinheiro
Posts mentem ao alegar que o FBI apreendeu malas de dinheiro transportadas pela comitiva presidencial para depósito no Banco do Vaticano. Além de Aos Fatos não ter encontrado nenhum registro sobre o caso na imprensa e nos canais oficiais do FBI, a instituição financeira não atende civis, apenas entidades ligadas à Igreja Católica.
Chamado oficialmente de IOR (Instituto para as Obras de Religião), o banco aceita apenas instituições soberanas da Santa Sé, do Estado do Vaticano e entidades relacionadas, como institutos e dioceses. Segundo o IOR, "a característica comum de todos os clientes do Instituto é fazer parte da Igreja Católica ou estar a serviço da mesma".
Em nota, a Secom da Presidência da República também negou as alegações disseminadas pelas peças de desinformação.
O boato de que Lula teria uma conta no Banco do Vaticano circula ao menos desde 2019, quando foi disseminado por um suposto diácono. Desde então, as alegações já foram desmentidas pela instituição financeira e pela Santa Sé (veja as checagens do Aos Fatos sobre o caso aqui e aqui).
O caminho da apuração
Aos Fatos buscou informações na imprensa e nos sites do FBI, do governo federal, da Polizia di Stato, polícia federal italiana, e do IOR, nome oficial do banco da Santa Sé. Entramos também em contato com a Secom da Presidência da República e contextualizamos o caso a partir de peças similares já checadas.
