É falso que o avião que caiu na avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo, na última sexta-feira (7), pertencia à facção criminosa PCC e carregava 50 kg de ouro. O boato foi desmentido pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo.
As peças enganosas acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook e milhares de visualizações no TikTok até a tarde desta terça-feira (11).
O AVIÃO QUE CAIU EM SP ERA DO PCC (...) policiais tanto da polícia quanto do Ministério Público confirmam que a bordo estava uma maleta carregando itens de valor e documentos confidenciais que expõem uma rede criminosa do PCC ligada ao tráfico internacional de armas. Na maleta foram encontrados 50 kg de lingotes de ouro avaliados em R$ 15 milhões
Posts nas redes mentem ao alegar que o Ministério Público e policiais de São Paulo revelaram que o avião que caiu na capital paulista na última sexta-feira (7) pertencia ao PCC e carregava 50 kg em lingotes de ouro.
O Ministério Público de São Paulo negou ter conhecimento sobre essas alegações. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou que o acidente está sendo investigado na esfera criminal pelo 23° Distrito Policial, no bairro de Perdizes.
Questionado por Aos Fatos, o 23° DP informou que, de acordo com o que já foi apurado, as alegações difundidas nas redes são falsas.
A queda da aeronave, que colidiu com um coqueiro e atingiu um ônibus, deixou dois mortos e sete feridos. As vítimas fatais foram o piloto Gustavo Medeiros e o dono da aeronave, o advogado Márcio Louzada Carpena. O avião, um Beechcraft F90 King Air, de matrícula PS-FEM, foi comprado no ano passado.
Aos Fatos não localizou qualquer acusação contra o advogado em investigações referentes ao PCC. Carpena era professor universitário e atuava na recuperação judicial de empresas gaúchas.
As causas que levaram a queda da aeronave também estão sendo investigadas pelo 4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão regional do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), na capital paulista.
O caminho da apuração
Aos Fatos entrou em contato com o Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo, que desmentiram o boato. Contextualizamos também a checagem com informações divulgadas na imprensa sobre o proprietário da aeronave.
