Postagens que pedem a dissolução do STF (Supremo Tribunal Federal) e atacam membros da corte e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) representam quase metade (45%) das interações obtidas pelo PCO (Partido da Causa Operária) no Twitter neste ano. A legenda de extrema-esquerda foi incluída nesta quinta-feira (2) no inquérito das “fake news” pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio das contas da sigla nas redes.
O Bipe identificou 82 tweets publicados pelo PCO com acusações ao STF, ao TSE ou a ministros das duas cortes, que alcançaram 173.645 interações na plataforma. O volume representa 45% do total de 388.741 curtidas e retweets obtidos pelo partido entre 1º de janeiro e 3 de junho deste ano. A sigla defendeu a dissolução do STF em 26 posts e atacou Moraes, chamado de “skinhead” ou “fascista”, em 13 publicações.
Apesar do bloqueio determinado pelo ministro do STF, os perfis do PCO nas redes sociais permaneciam ativos até a tarde desta sexta-feira (3). No Twitter, a repercussão da decisão do Supremo fez aumentar em 13% o número de seguidores da sigla: de 35 mil em 1º de junho para 39,9 mil dois dias depois, segundo a ferramenta Social Blade.
Moraes justificou a inclusão do partido no inquérito em razão de indícios de que dinheiro público teria sido usado para a disseminação massiva de ataques e ofensas ao STF e ao TSE. Em nota, o PCO classificou a decisão como “censura” e reivindicou o encerramento da investigação e do próprio Supremo.