Aos Fatos tomou conhecimento nesta quinta-feira (11) de que foi alvo de ações clandestinas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar e coordenar ataques a seus perfis em redes sociais. Os documentos do caso, que tiveram o sigilo retirado pelo STF, comprovam a origem dos reiterados e coordenados ataques sofridos por jornalistas da organização nos quatro anos da presidência de Jair Bolsonaro: o Palácio do Planalto.
De acordo com a PF, Aos Fatos e outras iniciativas jornalísticas, profissionais da imprensa e autoridades foram monitorados e atacados coordenadamente por agentes a serviço de interesses do governo federal. Hoje, cinco pessoas foram presas por envolvimento no caso.
Aos Fatos analisa tomar medidas judiciais cabíveis, sobretudo em face da falta de informações a respeito da amplitude que as operações mencionadas na investigação tiveram.
Até agora, o que se sabe é que a PF identificou dois servidores cedidos à Abin que coordenavam a coleta ilegal de informações, incluindo o uso de um software de espionagem de celulares: o policial federal Marcelo Bormevet e o sargento do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. No caso do Aos Fatos, eles repassavam supostos dossiês a donos de perfis nas redes com o objetivo de coordenar ataques.
A Agência Lupa é também mencionada nas investigações e, segundo a Polícia Federal, também foi alvo das mesmas ações.
Aos Fatos acompanha com apreensão o caso e lamenta que o aparato do Estado, em flagrante desrespeito à liberdade de imprensa, tenha sido usado de maneira tão arbitrária contra seus jornalistas.