Aos Fatos e Facebook unem-se para desenvolver robô checadora

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De olho nas eleições de 2018 e na constante proliferação de desinformação nas redes sociais, Aos Fatos anuncia nesta quinta-feira (4) a primeira etapa do projeto Fátima, de desenvolvimento de inteligência artificial na área de checagem de fatos. Fruto de uma parceria com o Facebook na área de educação para a mídia (news literacy, em inglês), Fátima será um robô para Messenger que orientará as pessoas sobre como trafegar no universo de informações na internet.

Fátima — que vem de “FactMa”, uma abreviação de “FactMachine” — será a voz dos projetos de inteligência artificial e automatização de checagem do Aos Fatos. Nessa primeira etapa, o chatbot conversará com as pessoas pelo Messenger para auxiliá-las no processo de verificação de conteúdo online. Por meio da plataforma, dará dicas de como separar notícia de opinião, de como encontrar dados confiáveis para diversos temas e mesmo de como saber se uma fonte é confiável ou não. O objetivo é que consumidores de notícias e demais informações na internet possam checar informações de maneira autônoma e se sintam seguros para trafegar na rede de modo confiável e sem intermediários.

“Mais do que dizer se uma notícia é falsa, verdadeira ou algo no meio do caminho, será possível mostrar como reconhecer fontes confiáveis e se adaptar ao ambiente informativo”, explica a diretora executiva e cofundadora do Aos Fatos, a jornalista Tai Nalon.

O projeto tem como base a metodologia de checagem já consolidada por Aos Fatos e pelas principais plataformas de fact-checking verificadas pela International Fact-Checking Network. Este site já produziu quatro manuais que ajudam nossos leitores a navegar por alguns tipos de desinformação online: declarações de políticos, notícias falsas, boatos e imagens fraudulentas. Esse repertório será expandido e adaptado para o formato automatizado pela nossa equipe com a colaboração e a mentoria dessa mesma rede do ponto de vista do conteúdo.

A previsão é que Fátima comece a operar em junho deste ano, mas seu desenvolvimento já foi iniciado. A equipe está dividida em 1. adaptar a interface do Bottery — tecnologia desenvolvida especificamente para chatbots em código aberto — para o Messenger; 2. mapear a extensão da capacidade de resposta da inteligência artifical de Fátima por meio de processamento de linguagem natural; 3. investigar, com o auxílio do Volt Data Lab, como brasileiros consomem notícias e quais são suas dúvidas mais comuns ao se depararem com uma informação potencialmente falsa na internet.

Com seu desenvolvimento bem-sucedido, será possível evoluir para uma ferramenta interativa de distribuição de conteúdo checado. Isso se torna especialmente relevante e urgente com a perspectiva de uma eleição presidencial complexa, imprevisível e cheia de informações novas.

Curso online. Nessa mesma toada, o Facebook também apoiará um curso online gratuito contra notícias falsas voltado ao público em geral, especialmente adolescentes, jovens adultos e educadores, a ser desenvolvido pelos professores Ivan Paganotti (MidiAto ECA-USP), Leonardo Sakamoto (PUC-SP) e Rodrigo Ratier (Faculdade Cásper Líbero).

O Vaza, Falsiane! busca ampliar a competência para a leitura de notícias, incentivar uma postura crítica sobre as fontes de informação e contribuir para a qualidade do debate na rede. Os conteúdos educacionais incluirão vídeos curtos com personalidades, memes, listas e testes, com o uso do Facebook para disseminar as mensagens e interagir com os usuários.

“Estamos confiantes de que esses dois projetos ajudarão as pessoas no Brasil a tomar decisões mais conscientes sobre o conteúdo que consomem na internet e fora dela”, afirma a líder de parcerias com veículos de mídia do Facebook para América Latina, Cláudia Gurfinkel.

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