O Aos Fatos abre nesta terça-feira (26) um cadastro para pesquisadores e jornalistas interessados em acessar a base de dados completa que deu origem ao GOLPEFLIX, catálogo digital que usa publicações de redes sociais para contar a história da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro deste ano. As inscrições podem ser feitas neste formulário.
O acervo contém mais de 1 milhão de textos e mídias anonimizados coletados pelo monitor de desinformação Radar Aos Fatos entre 2022 e 2023 em sites de extrema-direita e redes sociais (WhatsApp, Instagram, Facebook, YouTube e Twitter). Os dados serão disponibilizados na plataforma de análise de documentos DocumentCloud.
O objetivo da iniciativa é facilitar o desenvolvimento de pesquisas e reportagens que possam avançar na compreensão do papel que as redes tiveram nos ataques em Brasília — e que ainda têm na propagação de discurso antidemocrático no debate público brasileiro.
Nos últimos anos, empresas de tecnologia têm retrocedido em suas iniciativas de transparência e dificultado o acesso a esse tipo de dado. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Twitter anunciou que cobraria até US$ 42 mil pelo acesso à sua API (sigla em inglês para “interface para programação de aplicações”), que antes era usada gratuitamente para coletar publicações da plataforma. Já a Meta parou de aceitar novos usuários no CrowdTangle, ferramenta de análise de redes sociais usada por pesquisadores, e, segundo a Bloomberg, planeja descontinuar a plataforma.
A publicação do acervo do GOLPEFLIX foi um dos projetos selecionados para receber o DocumentCloud Gateway Grant, concedido pela fundação MuckRock, dos Estados Unidos. Dúvidas sobre a iniciativa podem ser encaminhadas para o email golpeflix@aosfatos.org.