Meta permite anúncio ilegal no Instagram com laudo falso de Marçal contra Boulos

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Um anúncio ilegal veiculado no Instagram mente ao afirmar, sem provas, que o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos seria usuário de drogas. A postagem, impulsionada neste sábado (5), divulga publicação do candidato Pablo Marçal (PRTB) da noite de sexta-feira (4) com um laudo falso sobre o adversário do PSOL.

A página responsável pelo anúncio se apresenta como um portal de notícias, mas não tem site e apresenta indícios de ter sido recém-criada:

  • Tem menos de 25 seguidores e apenas sete publicações;
  • A primeira publicação foi feita às 20h desta sexta-feira (4).

Duas das publicações têm como tema a disputa pela Prefeitura de São Paulo.

  • Às 21h10 de sexta-feira (4) a página publicou gráfico da pesquisa Veritá que apontou Pablo Marçal na liderança com 35,7% das intenções de voto;
  • Às 21h55, divulgou publicação de Marçal com o laudo falso de Boulos;

O post foi feito menos de 15 minutos após a publicação original de Marçal, apagada cerca de duas horas depois.

Post desinformativo simula publicação em site de notícias que não existe (Reprodução)

O mesmo conteúdo passou a ser impulsionado no Instagram neste sábado (5). A Meta não informa o horário exato, o alcance do anúncio e o valor pago.

Print de anúncio desinformativo que circula no Instagram neste sábado (5)
Anúncio que repete conteúdo do post estava ativo na plataforma até a manhã deste sábado (5)

A publicação original de Marçal usa um laudo com vários indícios de falsificação para afirmar que Boulos teria sido internado por usar cocaína. A Justiça Eleitoral determinou a remoção dos posts de Marçal.

O anúncio impulsionado na Meta viola pelo menos quatro regras de propaganda eleitoral estabelecidas pelo TSE, que proíbe:

  • Desinformação;
  • Impulsionamento por terceiros;
  • Propaganda negativa;
  • Anúncios políticos das 48 horas que antecedem o pleito.

No dia 20 de setembro, a Meta — empresa responsável por Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads — afirmou que suspenderia anúncios políticos entre os dias 4 e 7 de outubro, em cumprimento à norma do TSE.

O anúncio com o laudo falso de Boulos foi veiculado sem o rótulo de conteúdo político-eleitoral exigido pela plataforma e seguia ativo até a publicação desta reportagem.

Questionada, a Meta não respondeu sobre a veiculação do anúncio fora das regras. O espaço permanece aberto para manifestação.


Veja aqui os sinais de falsificação no laudo publicado por Marçal:

O caminho da apuração

Aos Fatos buscou, na Biblioteca de Anúncios da Meta, por publicações com o nome dos candidatos à prefeitura de São Paulo e localizou o anúncio desinformativo.

Também procurou informações da página responsável pelo anúncio e consultamos as regras da Justiça Eleitoral e da Meta para impulsionamentos políticos.

Constatadas potenciais violações, questionamos a empresa, que não respondeu.

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