ANPD apura se OpenAI, dona do ChatGPT, violou a lei ao vazar dados pessoais de usuários

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A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) abriu um processo para apurar a extensão do incidente de vazamento de dados de usuários brasileiros do ChatGPT, descoberto em junho.

  • Segundo relatório da consultoria de cibersegurança Group-IB, houve vazamento de dados pessoais de cerca de 100 mil usuários do ChatGPT;
  • O Brasil teria sido o terceiro país mais afetado;
  • A ANPD investiga se a OpenAI, empresa responsável pela ferramenta de IA generativa, violou o artigo 48 da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que obriga controladoras de sistemas de coleta e armazenamento de dados a comunicar “a ocorrência de incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares”;
  • O processo está sob a responsabilidade da Coordenação-Geral de Fiscalização e não é certo se resultará em sanção, como multa, conforme a lei prevê em caso de descumprimento;
  • “A utilização de dados pessoais pelo ChatGPT atrai a competência da ANPD para apreciar as petições dos titulares e avaliar a regularidade do tratamento dos dados pessoais”, afirmou a autoridade em nota.
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Além desse processo, o órgão afirmou ao Aos Fatos que já recebeu outros dois requerimentos relacionados ao ChatGPT, ainda não apurados:

  • Uma petição de titular, solicitação de indivíduo que alega não consegue exercer seus direitos sobre seus dados pessoais junto à empresa;
  • E uma denúncia relativa a mais um possível vazamento de dados pessoais.

É o primeiro processo da ANPD para investigar a conduta da OpenAI. Plataformas como Facebook e Telegram já passaram por esse tipo de fiscalização. A autoridade também mantém monitoramento sobre Threads e WhatsApp, ambas plataformas da Meta, e sobre o TikTok.

No início de julho, a ANPD publicou parecer sobre o PL 2.338/23, que pretende criar o Marco Regulatório para a tecnologia no país e reivindicou poder para ser a futura responsável pela aplicação da lei.

Na App Store, da Apple, o ChatGPT informa que coleta dados pessoais como informações de contato e de uso. O Aos Fatos enviou questionamentos à assessoria de imprensa da OpenAI, mas não houve resposta até a publicação.

Referências

  1. Group-IB
  2. ANPD (1 e 2)
  3. Aos Fatos (1 e 2)

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