🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Deputados que mentiram na campanha pagam assinatura do Twitter e podem ganhar alcance

Por Ethel Rudnitzki e João Barbosa

24 de fevereiro de 2023, 17h32

Ao menos dez parlamentares e influenciadores digitais que disseminaram desinformação nas redes em mais de uma ocasião se tornaram assinantes do Twitter Blue, novo serviço da plataforma. Entre eles estão os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) — que já teve a conta suspensa —, Gustavo Gayer (PL-GO) e André Fernandes (PL-CE), dois dos parlamentares que mais publicaram ataques e mentiras desde a campanha eleitoral.

Também são assinantes do Blue o youtuber Kim Paim e o influenciador Leandro Ruschel, que, junto com Gayer, foram responsáveis por disseminar uma das mentiras mais virais do pleito do ano passado ao associar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, o PT, ao crime organizado.

O Aos Fatos identificou ainda dois perfis assinantes do serviço que incentivaram atos contra o resultado das eleições e atacaram o sistema eleitoral — a comentarista Rose Barros, responsável pelo site Agora Notícias Brasil, e o youtuber Fernando Lisboa, que teve seu canal punido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além deles, há o exemplo da influenciadora Karina Michelin, que compartilhou informações falsas sobre as vacinas contra a Covid-19.

A assinatura. O Twitter Blue chegou ao Brasil no início de fevereiro a um custo de R$ 42 no plano mensal ou R$ 440 no anual, garantindo novos recursos aos assinantes, como edição de postagens, maior limite de caracteres e menos anúncios na timeline.

Em breve, os assinantes também terão seu conteúdo priorizado na plataforma, aparecendo no topo das buscas — recurso que o Twitter espera que ajude no “combate a fraudes e spam”, conforme dito no anúncio.

Reprodução do anúncio dos recursos oferecidos pela assinatura do Twitter Blue

Outro lado. Questionado, o youtuber Kim Paim afirmou que aderiu ao Twitter Blue em setembro, quando o serviço só estava disponível para pessoas nos Estados Unidos e na Austrália, onde ele mora. “A motivação era bem simples: poder editar postagens e fazer upload de vídeos de até 10 minutos”, justificou, afastando qualquer interesse em maior visibilidade para seus conteúdos e rebatendo as acusações de desinformação. “Não tentem criar vínculos com o que não existe”, ele escreveu.

Já o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) encaminhou uma receita e não respondeu aos questionamentos da reportagem.

O Aos Fatos entrou em contato com os outros citados, mas não teve resposta até a publicação.

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