🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Busca sobre desmatamento tem pico após Lula e Bolsonaro sugerirem ‘dar um Google’

Por Ethel Rudnitzki

17 de outubro de 2022, 14h57

Usado em campanhas publicitárias da empresa desde 2016, o slogan “dá um Google” surgiu em falas dos dois candidatos à Presidência no debate da Band deste domingo (16).

  • “Dá um Google em casa aí”, sugeriu Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição. “Desmatamento de 2003 a 2006. Quatro anos do governo Lula. Depois dá um Google, desmatamento, Jair Bolsonaro 2019 a 22”;
  • “Pode dar um Google, pode dar o que você quiser”, rebateu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais à frente. “Você vai perceber que quando eu ganhei as eleições tinha um desmatamento de 27 mil quilômetros. Caiu pra 4.000 quilômetros.”

Ambos os candidatos tiraram de contexto dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para desinformar sobre o combate ao desmatamento na Amazônia legal durante os respectivos governos, como mostrou o Aos Fatos na checagem em tempo real.

  • Bolsonaro diz que durante o governo de Lula os índices teriam sido o mais que o dobro que no seu governo, mas omite que houve alta na devastação no seu mandato e queda nos do petista;
  • Já Lula exagera para cima o desmatamento durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e para baixo o índice no último ano do governo dele.

Durante o debate organizado por Band, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo, as falas dos candidatos fizeram as buscas por “desmatamento 2003 2006”, associadas ao nome de Lula, entrarem em tendência viral no Google — quando o índice supera 5.000% de aumento em comparação com a semana anterior. Também dispararam pesquisas por “quem desmatou mais, Lula ou Bolsonaro” e outras buscas relacionadas.

Até agora, Lula e Bolsonaro gastaram mais de R$ 20 milhões com anúncios no Google, segundo dados da plataforma.

  • Durante o fim de semana, a campanha de Bolsonaro pagou anúncios para rebater a propaganda petista que mostrava um vídeo em que o presidente diz: “Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas. Três, quatro, bonitas, de 14 ou 15 anos, arrumadinhas, num sábado, numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na tua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, num sábado de manhã, se arrumando”;
  • Segundo o jornal O Globo, a campanha do PT pagou R$ 395 mil ao Google para exibir o vídeo ao menos 32,4 milhões de vezes no YouTube. A plataforma removeu o vídeo após decisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes.
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