🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Deputados bolsonaristas ainda tentam culpar petistas um mês após ataques golpistas

Por Ethel Rudnitzki e João Barbosa

8 de fevereiro de 2023, 17h41

Um mês após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, parlamentares bolsonaristas usam as redes para tentar responsabilizar petistas pelos crimes e emplacar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) a fim de abalar a imagem do governo Lula (PT).

  • “Lula praticamente fez uma declaração de culpa sobre o 8 de janeiro”, escreveu o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) em vídeo no qual defende a criação da CPI;
  • “O que Lula quer esconder colocando sigilo nas imagens das câmeras do dia 8?”, publicou Carlos Jordy (PL-RJ). O deputado também usou o espaço da tribuna no plenário da Câmara para pedir o engajamento de outros parlamentares na criação da comissão;
  • “CPI do dia 08 de janeiro JÁ! 👊”, concordou no Facebook o deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS), que usa o nome de urna Tenente-coronel Zucco.

Outros culpados. A tentativa de responsabilizar petistas pelos atos de violência já era pautada na época do ocorrido e mesmo em outras vezes em que houve cenas de depredação durante manifestações bolsonaristas, por meio de supostos “infiltrados” da esquerda.

O Aos Fatos analisou todas as publicações nas páginas de Facebook de 36 parlamentares que compunham a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos dois dias e nos dois dias que se seguiram aos atos terroristas de 8 de janeiro.

  • Na época, 21 parlamentares eleitos em 2023 se manifestaram sobre o ocorrido, em 40 postagens que somaram 316 mil interações (curtidas e compartilhamentos) na plataforma;
  • A maioria — 16 postagens com 135 mil interações — criticava medidas do Judiciário e do governo, como as prisões dos manifestantes, o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) e a intervenção federal na segurança pública de Brasília;
  • Em segundo lugar, 15 postagens traziam manifestações de repúdio aos atos de vandalismo.
  • Mas as publicações de maior engajamento (140 mil interações) levantavam falsas suspeitas sobre a presença de infiltrados entre os manifestantes ou lembrava ações violentas praticadas pela esquerda em anos anteriores, como forma de relativizar os acontecimentos

Na publicação mais popular da época, o deputado Filipe Barros (PL-PR) reproduziu fala do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello na qual ele isenta Bolsonaro de culpa sobre os atos. “Marco Aurélio questionou onde esteve o Estado e por qual motivo não previu e não tomou as providências cabíveis para evitar a invasão”, escreveu o parlamentar.

Embora tenha esfriado, o assunto continua em voga para pelo menos nove deputados, que fizeram 14 publicações sobre o tema nos últimos dois dias, somando 125 mil interações.

  • Dessas, 12 criticaram a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de colocar as imagens dos atos terroristas em sigilo;
  • Quatro delas propunham a criação de uma CPI para investigar a atuação do governo frente aos atos e outra criticava a atuação do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) sobre o assunto.
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