🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Julho de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Anvisa manda recolher falsos emagrecedores promovidos por rede de desinformação

Por Marco Faustino

6 de julho de 2022, 16h43

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a comercialização, a distribuição, a produção e a propaganda da lipozepina, um falso emagrecedor que atrai consumidores mediante postagens desinformativas, como mostrou uma série de reportagens do Aos Fatos. A decisão foi tomada em 30 de junho e entrou em vigor na segunda-feira (4), após publicação no Diário Oficial da União. A empresa Guki Nutracêutica, fabricante do produto, deve recolher todos os lotes da lipozepina.

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Também foram proibidas a produção e a comercialização da lipotramina, outro falso emagrecedor fabricado pela empresa, além do recolhimento de todos os lotes. Os dois suplementos não têm reconhecidos seus efeitos emagrecedores e fazem parte de um golpe que promete “amostras grátis”, condicionadas a cobranças recorrentes no cartão de crédito que não são claramente descritas nos sites. O conteúdo ganhou alcance não só por meio de postagens enganosas, mas também de anúncios que violam as políticas de publicidade do Facebook.

A Guki Nutracêutica já estava proibida pela Anvisa de fabricar e comercializar quaisquer produtos desde setembro de 2020, por não seguir boas práticas de fabricação de alimentos. Segundo o órgão, a decisão mais recente se deu pelo não cumprimento da proibição e a continuidade de divulgação irregular dos produtos com indicação ou sugestão de uso para emagrecimento ou aceleração do metabolismo.

Procurada pelo Aos Fatos, a Anvisa disse que vem adotando diversas medidas, e citou as resoluções citadas nesta reportagem. Já a Guki Nutracêutica não retornou o contato. O Ministério Público de São Paulo acionou a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária de Nazaré Paulista (SP), cidade em que duas das três empresas que comercializam o produto estão registradas, para investigar o cargo. Os consumidores lesados podem procurar o Procon local, registrar ocorrência, acionar judicialmente as empresas ou contatar a promotoria de sua localidade.

Rede de desinformação. As postagens enganosas que promovem o produto usam fotos editadas e falas inventadas de celebridades para catapultar a busca pela lipozepina. Estão por trás da rede desinformativas ex-sócios e ex-executivos da corretora de criptoativos Criptohub, que saiu do ar após arrecadar milhões de reais de clientes. Os anúncios pagos fizeram com que o golpe tivesse ao menos 20 milhões de visualizações em onze dias.

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